(Ufjf-pism/2017)
À cidade da Bahia
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
Matos, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Nos versos “Triste Bahia! Ó quão dessemelhante/Estás e estou do nosso antigo estado”, o eu lírico manifesta um descontentamento em relação:
à idade média.
ao estilo barroco.
ao sistema colonial.
ao rito jurídico.
ao humanismo renascentista.