(UFPR - 2017 - 2ª FASE)
“Mas aqueles, varões, são mais hábeis – os que, se encarregando da educação da maioria de vocês desde meninos, tentavam convencê-los e me acusar de algo ainda mais não verdadeiro: de que há um certo Sócrates, homem sábio, pensador das coisas suspensas no ar, e que tem investigado tudo o que há sob a terra, e que torna superior o discurso inferior. [...] Depois, esses acusadores são muitos e têm me acusado já faz muito tempo, falando junto a vocês, além do mais, naquela idade em que mais seriam convencidos (alguns de vocês eram meninos ou adolescentes), simplesmente acusando de forma isolada – sem que houvesse defesa. [...] E todos que, servindo-se da inveja e da calúnia, tentavam convencê-los, mais os que, uma vez convencidos eles mesmos, iam convencendo outros – todos esses são os mais inacessíveis, pois não é possível fazer subir aqui nem refutar a nenhum deles; simplesmente é imperioso bater-se como que com sombras ao se defender e refutar sem que haja resposta. Aceitem então vocês também, segundo estou lhes dizendo, que se repartem em dois meus acusadores – de um lado os que me acusaram há pouco, e de outro os que há tempos (dos quais eu estava falando)”.
(PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. André Malta. Porto Alegre: LP&M, 2016, p. 67-68.)
A partir da citação acima e de outros trechos da obra, responda: em quais categorias Sócrates divide seus acusadores? Que categoria de acusadores Sócrates considera a mais temível e que razões ele apresenta para embasar seu diagnóstico?