(UFPR - 2020 - 1 fase) No livro Cultura: um conceito antropolgico, o antroplogo Roque de Barros Laraia argumenta em favor da influncia da cultura na constituio humana e na organizao das sociedades. Segundo Laraia: O tempo constitui um elemento importante na anlise de uma cultura. Nesse mesmo quarto de sculo, mudaram-se os padres de beleza. Regras morais que eram vigentes passaram a ser consideradas nulas: hoje uma jovem pode fumar em pblico sem que a sua reputao seja ferida. Ao contrrio de sua me, pode ceder um beijo ao namorado em plena luz do dia. Tais fatos atestam que as mudanas de costumes so bastante comuns. Entretanto, elas no ocorrem com a tranquilidade que descrevemos. Cada mudana, por menor que seja, representa o desenlace de numerosos conflitos. Isso porque em cada momento as sociedades humanas so palco do embate entre as tendncias conservadoras e as inovadoras. As primeiras pretendem manter os hbitos inalterados, muitas vezes atribuindo aos mesmos uma legitimidade de ordem sobrenatural. As segundas contestam a sua permanncia e pretendem substitu-los por novos procedimentos. (LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropolgico. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. p. 96.) A respeito do assunto, considere as seguintes afirmativas: 1. As maneiras de ver o mundo, os julgamentos de valor, hbitos e comportamentos sociais so produtos de uma herana cultural. 2. O carter dinmico da cultura e as tentativas de mudanas nos costumes colocam em risco a preservao dos sistemas culturais. 3. O etnocentrismo designa a tendncia em considerar lgico e coerente apenas o prprio sistema cultural, atribuindo aos demais um alto grau de irracionalismo. 4. Os sistemas culturais de sociedades simples so estticos enquanto que os de sociedades complexas como a nossa so dinmicos. Assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2020 - 1 fase) Considere o seguinte excerto: Em Razes do Brasil, Srgio Buarque de Holanda desenvolve uma ideia em torno da qual constri sua interpretao sociolgica: a do homem cordial. Este seria o brasileiro tpico, fruto da colonizao portuguesa e representante conceitual da nossa sociedade. Acontece que, como a palavra cordialna linguagem comum tem o sentido de afvel, afetuoso, a ideia do homem cordialficou associada concepo do brasileiro como gentil, hospitaleiro, pacfico. E Srgio Buarque foi muito criticado por essa maneira de ver os brasileiros. ODONNEL, Jlia et al. Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. Rio de Janeiro: Editora do Brasil, 2018. p. 346-347. A partir da reflexo acima, correto afirmar que para Srgio Buarque de Holanda a cordialidadedesigna:
(UFPR - 2020 - 1 fase) Considere o seguinte excerto: A partir do perodo da histria que teve incio no sculo XV, medida que os europeus intensificaram o contato com povos provenientes de diferentes regies do mundo, tentou-se sistematizar o conhecimento atravs da categorizao e da explicao dos fenmenos naturais e sociais. Populaes no europeias foram racializadas, em oposio raa branca europeia. Em algumas situaes, essa racializao assumiu formas institucionais codificadas, como no caso da escravido, nas colnias norte-americanas, e do apartheid, na frica do Sul. (GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 205-206.) Em relao ao tema do racismo, assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2020 - 1 fase) Considere a seguinte passagem: No final do sculo XIX e incio do sculo XX, inmeras leis de proteo mulher passaram a proibir o trabalho feminino em ocupaes consideradas mais pesadas ou perigosas, j que isso havia trazido problemas de ordem moral resultantes do fato de as mulheres terem mais mobilidade fora do espao da casa. Na Frana, uma lei de 1892 proibia as mulheres de exercer o trabalho noturno. No Brasil, a mesma proibio foi expressa em um decreto de 1932. Embora muitas dessas leis visassem proteo das mulheres, exploradas pela indstria assim como ocorria com as crianas , acabaram por confin-las aos cuidados domsticos e a trabalhos realizados em casa, sub-remunerados. Durante o sculo XX, as duas guerras mundiais voltaram a impulsionar a presena das mulheres nas indstrias, pois, nesses momentos, os esforos produtivos eram necessrios. No entanto, com o fim do perodo de guerras, novamente se reivindicou o retorno das mulheres casa. O modelo de famlia almejado pela sociedade industrial e fordista do ps-guerra centrou-se, ento, no homem provedor e na mulher cuidadora. (SILVA, Afrnio et al. (orgs.). Sociologia em movimento. So Paulo: Moderna, 2016. p. 338.) Sobre a participao das mulheres no mercado de trabalho, assinale a alternativa correta.
(UFPR - 2020 - 1 fase) Leia o texto a seguir, de autoria de Helen Mets, vice-presidente executiva da Royal DSM (Dutch States Mines), empresa britnica voltada nutrio e sade. Ns no somos mulheres na cincia somos cientistas Por Helen Mets, Belo Horizonte/MG A fsica canadense Donna Strickland recebe seu Prmio Nobel do rei Carl XVI Gustaf, da Sucia, durante a cerimnia de premiao de 2018. Em dezembro de 2018, Donna Strickland, canadense, se tornou a primeira mulher a ganhar o Prmio Nobel de Fsica em 55 anos. Neste dia 11 de fevereiro, quando comemoramos o Dia Internacional das Mulheres e das Moas na Cincia, mais importante do que nunca celebrar a conquista de Donna. Mas podemos imaginar um mundo em que as manchetes recentes foram redigidas de forma diferente? E se ao invs de ser vista como uma mulher, Donna fosse simplesmente descrita como uma excelente cientista? Eu queria que o gnero dela fosse irrelevante, que no precisasse ser mencionado de forma alguma mas em dias como hoje, deveria ser. Como lder feminina dentro de uma empresa global baseada na cincia (Royal DSM), sado a celebrao anual com emoes contraditrias. Embora devamos estar orgulhosos de nosso progresso e continuar a capacitar as mulheres ao nosso redor, nossa fascinao pela feminilidade de nossas atuais e futuras cientistas destaca como ainda temos um longo caminho a percorrer para acabar com a lacuna de gnero da cincia. Desde o estabelecimento dos Prmios Nobel em 1901, houve apenas 20 Laureados Femininos em Fsica, Qumica e Medicina o equivalente a apenas 3,3% do total de Laureados nestas disciplinas cientficas. Este nmero preocupante tanto porque destaca que um vasto conjunto de talentos em potencial passou inexplorado, como porque sublinha que as jovens cientistas enfrentam desafios maiores em seu desenvolvimento. Repetidas vezes, os estudos mostram que as mulheres tm muito menos probabilidade de trabalhar em campos cientficos aps a graduao do que seus colegas do sexo masculino, e tm maior probabilidade de enfrentar obstculos em seu caminho para o sucesso. Para as meninas e jovens que desejam seguir uma carreira cientfica, digo isto: seja corajosa em suas convices e corajosa em suas ambies. Precisamos da sua contribuio. Na minha empresa, a DSM por meio de programas de divulgao, campanhas internas de conscientizao online e participao em conferncias sobre diversidade , estamos trabalhando duro para promover a igualdade de gnero e melhorar a diversidade de nossa fora de trabalho. [...] Mas no se trata apenas de obter os nmeros. Trata-se de promover uma cultura inclusiva em que mulheres e homens se sintam vontade para oferecer suas ideias e opinies. Trata-se de criar espao para uma gama diversificada de vises que questionam, exploram e constroem o futuro da cincia e da tecnologia. Eu sonho com um futuro em que mais fcil para as mulheres se tornarem grandes cientistas. Um futuro em que a palavra mulher no seja a primeira coisa mencionada em uma manchete; em que ns gritamos mais alto sobre as ideias de uma cientista do que sobre o gnero dela; em que a perspectiva de um homem e de uma mulher sejam igualmente importantes, e possamos trabalhar para promover a cincia e a sociedade juntos. Eu elogio Donna Strickland por ter sido a primeira mulher a ganhar o Prmio Nobel de Fsica em 55 anos? Sem dvida. Eu acho importante mencionar que ela uma mulher? Neste dia sim. Mas, acima de tudo, eu admiro Donna Strickland por sua inteligncia, seu talento e sua capacidade de trabalhar duro no que ama. (Adaptado a partir da verso disponvel em: http://www.simi.org.br/noticia/Nos-nao-somos-mulheres-na-ciencia-somos-cientistas.) Elabore um texto dissertativo-argumentativo a partir do texto acima, que dever: - ter no mnimo 12 e no mximo 15 linhas; - identificar a tese principal; - explicitar os argumentos que fundamentam essa tese; - manifestar e defender sua opinio a respeito; e, - respeitar as caractersticas discursivo-formais do gnero solicitado.