(UFPR - 2022- 1ª fase)
O texto a seguir é referência para as questões 33 a 36.
Da Violência
Hannah Arendt
1 | Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o background do século vinte, que se |
2 | tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; um século daquela violência que se acredita |
3 | comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia, um outro fator na situação atual que, embora não |
4 | previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal |
5 | ponto que nenhum objetivo político concebível poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num |
6 | conflito armado. Assim, a arte da guerra – desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais – perdeu |
7 | muito de sua eficácia e quase todo seu fascínio. O “apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, ou seja, entre os que |
8 | manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é o fim de ambos”; |
9 | é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu objetivo “racional” é intimidação e não |
10 | vitória, e a corrida armamentista, já não sendo uma preparação para a guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto |
11 | mais intimidação houver maior é a garantia de paz. |
(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)
Assinale a alternativa que recupera a tese central do texto de H. Arendt.
Para a filósofa Arendt, o século XX, de guerras e revoluções como previu Lênin, foi o século mais violento da humanidade.
Para a autora, a resolução dos conflitos armados dispensa objetivos políticos que não justifiquem o uso de material bélico tecnológico.
Segundo a filósofa, a arte da guerra perdeu sua eficácia porque ficou esquecida pelos tempos imemoriais e consequentemente perdeu seu fascínio.
As superpotências internacionais são responsáveis, segundo a pensadora, por garantir a civilização no seu plano mais alto.
Segundo a filósofa alemã, Hannah Arendt, o que move os embates violentos contemporâneos é a demonstração de força por intimidação.