(Ufrgs 2015)
Leia abaixo o soneto de Gregório de Matos Guerra, e Poesia, de Carlos Drummond de Andrade.
A certa personagem desvanecida
Um soneto começo em vosso gabo:
Contemos esta regra por primeira;
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo,
Na quinta torce agora a porca o rabo;
A sexta vá também d’ esta maneira:
Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi:
Direi que vós,
Senhor, a mim me honrais Gabando-vos a vós, e eu fico um rei.
N’esta vida um soneto já ditei;
Se d’esta agora escapo, nunca mais:
Louvado seja Deus, que o acabei.
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Poesia
Gastei uma hora pensando em um verso que a pena não quer escrever.
No entanto de está cá dentro inquieto, vivo.
Ele está cá dentro e não quer sair.
Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.
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Considere as seguintes afirmações sobre os dois textos.
I. Os dois poemas, embora reflitam sobre o fazer poético, encararam-no de modo diverso.
II. A criação poética, para Gregório de Matos Guerra, é árdua, mesmo com a ajuda do rei e com a inspiração divina.
III. A criação poética, para Drummond, é árdua, por ser um ato interno que requer persistência, pois nem sempre a inspiração gera um poema.
Quais estão corretas?
Apenas I.
Apenas II.
Apenas I e III.
Apenas II e III.
I, II e III.