(UFU 2014 - meio do ano) A Guerra de 1914-18 dará grande impulso à indústria brasileira. No primeiro censo posterior à guerra, realizado em 1920, os estabelecimentos industriais arrolados, somaram 13.336, com 1.818.156 contos de capital e 275.512 operários. Destes estabelecimentos, 5.936 tinham sido fundados no quinquênio 1915-19, o que revela claramente a influência da guerra. Quanto ao caráter desta indústria recenseada em 1920, a modificação mais sensível será a transferência para o primeiro lugar das indústrias de alimentação, que passam de 26,7% da produção em 1907, para 40,2% em 1920.
PRADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. 12ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1970, p. 261. (adaptado)
Entre a primitiva indústria artesanal da colônia e a moderna maquinofatura, Caio Prado Júnior fala de um grande hiato que se estendeu por boa parte do período Imperial. Foi somente a partir da última década do século XIX que o país viu crescer o número de indústrias, sendo que durante a Primeira Guerra ocorreu a
abertura do mercado consumidor europeu ao Brasil como resultado da adoção, no velho continente de um liberalismo econômico radical.
substituição das importações pela produção nacional e, ainda, por uma acentuada depreciação do câmbio, o que reduziu a concorrência estrangeira.
quebra da bolsa de valores americana e da economia cafeeira brasileira, o que reconduziu capitais investidos na agricultura para a indústria.
ampliação da oferta americana e inglesa de carvão, matéria prima inexistente no Brasil, que passou a servir de fonte energética para a indústria nacional.