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(UFU-MG-2014-Meio do ano)Foi o bode!Algumas pessoa

(UFU-MG-2014-Meio do ano) 

Foi o bode!


Algumas pessoas parecem verdadeiros mestres na arte de fazer com que os outros se sintam culpados. “E para isso empregam estratégias cognitivas complexas, ainda não suficientemente estudadas no âmbito psicossocial”, diz a doutora em psicologia com formação em filosofia Maria Miceli, pesquisadora do Instituto de Ciência e Tecnologia da Cognição (ISTC), na Itália. No âmbito pessoal, quando apontamos o responsável por algo ruim aparentemente nos preservamos, colocamos o “mal” fora de nós. “Num nível mais amplo, estratégias de culpabilização contribuem para o aprendizado e interiorização de normas sociais, além de funcionar como instrumento para exercitar o próprio poder sobre o outro”, afirma Miceli.

 Em muitas famílias e até empresas cultiva-se a cultura do “bode expiatório”: alguém, nem sempre a mesma pessoa em todas as ocasiões, tem de arcar com o peso do erro. Na tradição judaica, durante a cerimônia do Yom Kippur, animais eram sacrificados no templo ou deixados sós na natureza, sem água ou alimento. Simbolicamente, seu sofrimento expiaria os pecados dos homens – daí o uso do termo quando uma única pessoa é culpabilizada por todo o grupo.

 

 CICERONE, Paola. Foi o bode!. Mentecérebro. São Paulo: Ediouro Duetto Editorial. Ano XX, n. 253, fev., 2014. p. 29. (fragmento adaptado) 

 

Segundo o texto, a expressão “bode expiatório” decorre da relação estabelecida entre fazer alguém arcar com o peso de um erro que não foi seu ou apenas seu e o sacrifício de animais na cultura judaica como forma de expiação dos pecados dos homens. Esse tipo de explicação se sustenta sobre o mecanismo discursivo da 

A

analogia. 

B

 assimetria. 

C

exemplificação. 

D

contraposição.