(UFU - 2015 - 1ª FASE)
De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na origem, por causa da admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam perplexos diante das dificuldades mais simples; em seguida, progredindo pouco a pouco, chegaram a enfrentar problemas sempre maiores [...].
ARISTÓTELES. Metafísica, v. I. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 11 [982b].
Admiração ou espanto, essa é a atitude que Aristóteles considerava como o princípio do filosofar. Assinale a alternativa que justifica o raciocínio do filósofo grego.
O espanto é a atitude de êxtase em face da revelação da verdade eterna assinalada por um saber divino que abarca toda a realidade, pois dispensa qualquer uso do pensamento ou da experiência guiada pelo pensamento.
O espanto causa perplexidade em quem se depara com algo desconhecido e assim se sente impelido a querer saber; essa atitude é própria do filosofar, por isso, ―agora como na origem, o que motiva os homens é a libertação da ignorância.
O espanto reforça a ignorância humana, pois tudo que existe possui uma ordem imutável e eterna, e quem se submeter cegamente aos designíos do desconhecido, apesar de abdicar de sua liberdade, terá na ignorância o seu maior bem.
O espantoso, para Aristóteles, era constatar, na cultura grega, que os homens diante da menor dificuldade eram incapazes de pensar que este mundo é uma ilusão; o mundo verdadeiro está além do sensível e só pode ser contemplado.