(UFU - 2017 - 1 FASE) Por que temos de aprender Lngua Portuguesa? Essa pergunta certamente tem estado na cabea de muitos estudantes nos mais diversos nveis de ensino ao longo de suas caminhadas de aprendizagem, de construo de conhecimentos, competncias e habilidades. Essa enumerao de formas de representar o desenvolvimento cognitivo tambm nos remete mesma pergunta por que ensinar Lngua Portuguesa? Se nossos aprendizes so falantes nativos do idioma, por qual razo muitos deles sentem que no conhecem sua lngua materna e que no fazem um bom uso das formas de dizer nos mais variados contextos de interao pela linguagem? O fato que h contingentes de analfabetos funcionais que, embora tenham sido alfabetizados, no desenvolveram a competncia de uso da lngua em situaes comunicativas especficas Ler, compreender e produzir sentido(s). Tudo muito simples, mas h lacunas, faltam condies para que os aprendizes de leitura e de escrita conquistem sua autonomia, para que exeram com plenitude a condio de sujeitos de seu dizer, de participantes ativos da produo dos sentidos que os discursos potencializam em suas mltiplas formas [...] Muitos pesquisadores do campo da lingustica tm defendido o ensino de lngua materna como um espao de riqueza lingustica, de diversidade de textos, que torne mais rica e significativa a experincia com a linguagem Disponvel em: http://www.gazetadosul.com.br/ . Acesso em: 25 abr. 2017. (Fragmento adaptado) Com o objetivo de responder pergunta do ttulo do texto, o autor, no segundo pargrafo, questiona o fato de os nativos do idioma sentirem que no conhecem sua lngua materna. Infere-se que a crtica apresentada no texto diz respeito ao papel do(a)
(UFU - 2017 - 1 FASE) Analise o infogrfico a seguir: Disponvel em:http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/interpretacao-de-texto-com-auxilio-demateriais-graficos. Acesso em: 26 abr. 2017. (Adaptado). Pode-se, a partir das informaes do infogrfico, constatar que:
(UFU - 2017 - 1 FASE) Desafios atuais e ameaas Nos 514 anos desde que os europeus chegaram ao Brasil, os povos indgenas sofreram genocdio em grande escala, e perda da maioria de suas terras. Ns no sabamos que os brancos iam tirar a nossa terra. Ns no sabamos de nada sobre o desmatamento. Ns no sabamos sobre as leis dos homens brancos. (Enawen Naw) Hoje, o Brasil tem planos agressivos para desenvolver e industrializar a Amaznia. At os territrios mais remotos esto agora sob ameaa. Vrios complexos de barragens hidreltricas esto sendo construdos perto de tribos isoladas, e eles tambm iro privar milhares de outros ndios da terra, gua e meios de subsistncia. Os complexos de barragens iro fornecer energia barata para as empresas de minerao, que esto prestes a realizar a minerao em grande escala nas terras indgenas se o Congresso aprovar um projeto de lei que est sendo empurrado duramente pelo lobby de minerao. Muitas tribos do sul do pas como os Guarani vivem em condies desumanas sob barracos de lona em beiras de estradas. Seus lderes esto sendo sistematicamente atacados e mortos por milcias privadas de pistoleiros contratados pelos fazendeiros para evitar que eles ocupem sua terra ancestral. Muitos Guarani cometem suicdio em desespero com a falta de qualquer futuro significativo. Os Guarani esto se suicidando por falta da terra. A gente antigamente tinha a liberdade, mas hoje em dia ns no temos mais liberdade. Ento, por isso, os nossos jovens vivem pensando que eles no tm mais condies de viver. Eles se sentam e pensam muito, se perdem e se suicidam. Rosalino Ortiz, Guarani Disponvel em: http://www.survivalbrasil.org/povos/indios-brasileiros. Acesso em: 28 abr. 2017. Com base na leitura do texto e nas expresses em destaque, assinale a alternativa INCORRETA.
(UFU - 2017 - 1 FASE) O Banheiro No o lar o ltimo recesso do homem civilizado, sua ltima fuga, o derradeiro recanto em que pode esconder suas mgoas e dores. No o lar o castelo do homem. O castelo do homem seu banheiro. Num mundo atribulado, numa poca convulsa, numa sociedade desgovernada, numa famlia dissolvida ou dissoluta s o banheiro um recanto livre, s essa dependncia da casa e do mundo d ao homem um hausto de tranquilidade. ali que ele sonha suas derradeiras filosofias e seus moribundos clculos de paz e sossego. Outrora, em outras eras do mundo, havia jardins livres, particulares e pblicos, onde o homem podia se entregar sua meditao e sua prece. [...] Desapareceram os jardins particulares, [...] o homem foi recuando, desesperou e s obteve um instante de calma no dia em que de novo descobriu seu santurio dentro de sua prpria casa o banheiro. Se no lhe batem porta outros homens (pois um lar por definio composto de mulher, marido, filho, filha e um outro parente, prximo ou remoto, todos com suas necessidades fsicas e morais) ele, ali e s ali, por alguns instantes, se oculta, se introspecciona, se reflete, se calcula e julga. Est s consigo mesmo, tudo segredo, ningum o interroga, pressiona, compele, tenta, sugere, assalta. [...] O banheiro o que resta de indevassvel para a alma e o corpo do homem e queira Deus que Le Corbusier ou Niemeyer no pensem em faz-lo tambm de vidro, numa adaptao total ao esprito de uma humanidade cada vez mais gregria, sem o necessrio e apaixonante sentimento de solido ocasional. FERNANDES, Millor. O banheiro. Disponvel em: http://releituras.com/millor_banheiro.asp. Acesso em: 28abr. 2017. (Fragmento) No texto, nas linhas 6 e 7, o autor usa a explicao, contida nos parnteses, para
(UFU - 2017 - 1 FASE) Leia os trechos do dirio abaixo. A seguir, numere-os de 1 a 5, de modo a organizar o texto com coeso e coerncia. Em seguida, assinale a alternativa correta. ( ) Tomara que amanh isso no acontea. Sobre isso, estive pensando qual profisso gostaria de ter no futuro e no cheguei numa concluso concreta. Uma coisa eu sei: quero ajudar as pessoas e fazer diferena no mundo. Tenho f nisso!!! Termino esse dia com a frase de um autor que gosto muito, do Drummond: H campees de tudo, inclusive de perda de campeonatos. Boa noite! Helena ( ) No recreio, no tive coragem de falar com elas e fiquei no meu canto, lendo a matria de histria e aproveitando para responder as questes que o prof. passou na aula passada. Quando cheguei em casa, almocei e fiquei enfiada no quarto o dia inteiro pensando que no quero mais voltar pra escola. Nem fome eu tive! ( ) Na sala de aula, a Ana e a Clia ficaram dando risadinhas e olhando pra mim. Depois veio o Hugo e me disse que eu tinha um chiclete no cabelo. A minha questo foi: Quem colocou ele ali? E porque ao invs de me falarem ficaram rindo da minha cara? Fiquei muito chateada com a atitude delas e de outras pessoas que passavam bilhetinho enquanto aproveitavam para olhar pra minha cabea. Ainda bem que bateu o sinal para o intervalo. ( ) Depois de tanto pensar, resolvi enfrentar o problema e escrevi uma carta pra Ana e pra Clia. Acho que ficou bem legal, ainda que no texto eu no reprovei a atitude delas. Pelo contrrio, convidei elas para serem minhas amigas. Gosto delas, mas no gosto de injustias, de caoar dos outros. Acho muito feio rir de um defeito ou da desgraa alheia. Eu sei: tenho um corao mole!!!. ( ) Londrina, 05 de julho de 2013. Querido Dirio, hoje j acordei com uma sensao estranha. Talvez por ser o dia das bruxas. Como habitual, fui escola e logo pude entender que algo inusitado iria acontecer. Tivemos duas aulas vagas, pois o professor de geografia ficou doente. Ficamos de boa na sala. Disponvel em: https://www.todamateria.com.br/genero-textual-diario. Acesso em: 03 mai. 2017. (Adaptado). A sequncia correta, de cima para baixo, :
(UFU - 2017 - 1 FASE) Analise a presena da partcula se nos exemplos abaixo. A seguir, faa a correspondncia dos exemplos com as explicaes dadas. I. Se voc no chegar cedo, teremos de improvisar um apresentador para o recital. II. Com tantos problemas, vive-se um dia de cada vez. III. Os irmos, Joo e Lusa, deram-se as mos. IV. Naquele condomnio, vendem-se casas. ( ) O se, no exemplo, indica que a frase est na voz passiva, ou seja, o sujeito sofre a ao praticada por outro agente. ( ) O se, nesse caso, chamado de ndice de indeterminao do sujeito. utilizado em frases cujo sujeito indeterminado. ( ) O se, no exemplo, pronome pessoal. Nesse caso, a ao envolve dois sujeitos, sendo que um pratica a ao sobre o outro e, portanto, ambos sofrem a consequncia da ao praticada. ( ) O se, nesse caso, indica uma condio para a orao principal. A sequncia correta, de cima para baixo, :
(UFU - 2017 - 1 FASE) A doao de sangue e o preconceito contra homossexuais Preconceito contra doao de sangue de gays e bissexuais aumenta o dficit de sangue nos hemocentros do Pas, diz Alexino Ferreira professor Ricardo Alexino Ferreira, em sua coluna semanal para a Rdio USP, aborda a questo do preconceito a gays e bissexuais por parte do Ministrio da Sade, no qual, mesmo com o dficit de sangue nos hemocentros do Pas, faz restries quanto doao de homens que tenham tido relaes sexuais com outros homens. Segundo Alexino Ferreira, a portaria 2712 do Ministrio da Sade, datada de novembro de 2013, parece insistir no grupo de risco (1), em detrimento ao comportamento de risco (1). Afinal, j se estabeleceu, desde h muito, que o vrus HIV, transmissor da aids, no faz distino de orientao sexual e que, portanto (2), heterossexuais, bissexuais ou homossexuais podem ser igualmente contaminados em situaes de risco, ou seja, quando no se faz uso de preservativos nas relaes sexuais ou quando se tem contato direto com sangue contaminado. De fato, o colunista aponta uma contradio na prpria portaria, a qual prev que os servios de hemoterapia no devem (3) manifestar preconceito ou discriminao com relao orientao sexual ou com a identidade de gnero do doador. Alexino Ferreira diz ainda que as organizaes de direitos LGBTs vm denunciando (4) esse tipo de preconceito. De acordo com elas, existem casais homoafetivos estveis, que no tm relaes extraconjugais, ou mesmo homens homossexuais ou bissexuais que fazem sexo seguro com outros homens e no so usurios de drogas. Com esse tipo de restrio, o Brasil perde 18 milhes de litros de sangue ao ano. FERREIRA, Ricardo Alexino. Disponvel em: http://jornal.usp.br/atualidades/a-doacao-de-sangue-e-opreconceito-contra-homossexuais. Acesso em: 28 abr. 2017. Com base na leitura do texto e nos trechos numerados, assinale a alternativa INCORRETA.
(UFU - 2017 - 1 FASE) Na cidade, como se diz, ele percebia toda a sua inferioridade de inteligncia, de educao; a sua rusticidade, diante daqueles rapazes a conversar sobre coisas de que ele no entendia e a trocar pilhrias; em face da sofreguido com que liam os placards dos jornais, tratando de assuntos cuja importncia ele no avaliava, Cassi vexava-se de no suportar a leitura; comparando o desembarao com que os fregueses pediam bebidas variadas e esquisitas, lembrava-se que nem mesmo o nome delas sabia pronunciar; olhando aquelas senhoras e moas que lhe pareciam rainhas e princesas, tal e qual o brbaro que viu, no Senado de Roma, s reis, sentia-se humilde; enfim, todo aquele conjunto de coisas finas, atitudes apuradas, de hbitos de polidez e urbanidade, de franqueza no gastar, reduziam-lhe a personalidade de medocre suburbano, de vagabundo domstico, a quase coisa alguma. BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. So Paulo: tica, 2011. p. 125. Em suas entrelinhas, o trecho apresenta a dualidade cidade e subrbio. Levando-se isso em conta, o fragmento
(UFU - 2017 - 1 FASE) FLORES DO MAIS devagar escreva uma primeira letra escrava nas imediaes construdas pelos furaces; devagar mea a primeira pssara bisonha que riscar o pano de boca aberto sobre os vendavais; devagar imponha o pulso que melhor souber sangrar sobre a faca das mars; devagar imprima o primeiro olhar sobre o galope molhado dos animais; devagar pea mais e mais e mais CESAR, Ana Cristina. Flores do mais. In: Destino: poesia. Organizao de Italo Moriconi. Rio de Janeiro: JosOlympio, 2016. p.41. Expoente da poesia marginal da dcada de 1970, Ana C. escreve poesia que reflete experincias do cotidiano. Em Flores do mais, com o auxlio da gradao dos fenmenos da natureza (furaces, vendavais, mars), a autora metaforiza
(UFU - 2017 - 1 FASE) Em relao a aspectos estruturais, afirma-se que
(UFU - 2017 - 1 FASE) [Siqueleto] encara os prisioneiros com um s olho enquanto fala na lngua local. Tuahir traduz: Ele diz que nos vai semear. Semear? [...] Muidinga, ento, se excede. Grita. O velho aldeo se atenta para escutar, atravs da traduo de Tuahir. [...] Mas o desdentado aldeo j anoitecera, queixo no peito. Seu mundo j era esse que Tuahir anunciara, de extensos sossegos. O prprio Muidinga est como se encantado com as palavras de Tuahir. No a estria que o fascina mas a alma que est nela. E ao ouvir os sonhos de Tuahir, com os rudos da guerra por trs, ele vai pensando: no inventaram ainda uma plvora suave, maneirosa, capaz de explodir os homens sem lhes matar. [...] Por um buraco da rede Muidinga consegue retirar um brao. Apanha um pau e escreve no cho. Que desenhos so esses?, pergunta Siqueleto. o teu nome, responde Tuahir. Esse o meu nome? O velho desdentado se levanta e roda em volta da palavra. Est arregalado. [...] Solta Tuahir e Muidinga das redes. So conduzidos pelo mato, para l do longe. Ento, frente a uma grande rvore, Siqueleto ordena algo que o jovem no entende. Est a mandar que escrevas o nome dele. [...] No tronco Muidinga grava letra por letra o nome do velho. Ele queria aquela rvore para parteira de outros Siqueletos, em fecundao de si. [...] Agora podem-se ir embora. A aldeia vai continuar, j meu nome est no sangue da rvore. COUTO, Mia. Terra sonmbula. So Paulo: Companhia das Letras, 2015. p.63-67. (Adaptado) Terra sonmbula trata da guerra civil em Moambique ps-independncia. O autor tece uma escrita em que ocorre a todo o momento o contato do antigo com o novo, das geraes antigas com as novas. Por meio desses contatos, com a finalidade de que a nao sobreviva, compreende-se que a obra prope
(UFU - 2017 - 1 FASE) A estrutura familiar e seus vnculos esto presentes em vrias obras, como em O filho eterno e no conto em Come, meu filho, por exemplo. A respeito dessa temtica, compreende-se que foi determinante
(UFU - 2017 - 1 FASE) Na obra O filho eterno, h vrias passagens que indicam uma relao especular entre Felipe e seu pai. O protagonista constata ser modelo para o filho quando ele, Felipe, comea a
(UFU - 2017 - 1 FASE) A porta aberta, ele percebe saiu de casa e deixou uma fresta de pista. Com certeza pegou o elevador para descer os dezenove andares, o que ele sabe fazer. No, o porteiro no viu [...]. O prdio, sinal dos tempos, ainda no tinha as grades altas com pontas agudas e as cmeras de segurana e os fios eltricos desencapados que pouco depois fechariam aquele ptio generoso e inteiro aberto, [...] Teria de achar a palavra certa para explicar, as pessoas no sabem talvez dizer voc viu meu filho? Ele um menino com problema, ou ele meio bobo; ou, ele deficiente mental, e tudo aquilo no corresponde nem ao filho nem ao que ele quer dizer para definir seu filho; ele uma criana carinhosa mas meio tontinho, talvez assim ficasse melhor: no pode dizer mongoloide, que di, nem sndrome de Down naquela dcada de 1980, ningum sabe o que isso. TEZZA, Cristovo. O filho eterno. Rio de Janeiro: Record, 2013. p.163-164. O fragmento evidencia uma temtica que perpassa o livro O filho eterno, que
(UFU - 2017 - 2 FASE) Meio Ambiente e Sociedade. As relaes Homem-Natureza A contradio nas relaes Homem-Natureza consiste principalmente nos problemas dos processos industriais criados pelo Homem. Esse processo visto como gerador de desenvolvimento, empregos, conhecimento e maior expectativa de vida. Porm, o homem se afastou do mundo natural, como se no fizesse parte dele. Com todo esse processo industrial e com a era tecnolgica, a humanidade conseguiu contaminar o prprio ar que respira, a gua que bebe, o solo que provm os alimentos, os rios, destruir florestas e os habitats dos animais. Todas essas destruies colocam em risco a sobrevivncia da Terra e dos prprios seres humanos. O elevado ndice de consumo e a consequente industrializao esgotam, ao longo do tempo, os recursos da Terra, que levaram milhes de anos para se compor. BERRY, Thomas. O Sonho da Terra. Petrpolis: Vozes, 1991. Disponvel em: http://ecoviagem.uol.com.br/fi que-por-dentro/artigos/meio-ambiente/meio-ambiente-e-sociedade-as-relacoes-homem-natureza-1316.asp. Acesso em: 23 abr. 2017. (Fragmento) Explique por que o conectivo porm, destacado na linha 2, usado para introduzir um dos enunciados do texto.