(CESPE/UNB – 2006)
“Nossa discussão será adequada se tiver tanta clareza quanto comporta o assunto, pois não se deve exigir a precisão em todos os raciocínios por igual, assim como não se deve buscá-la nos produtos de todas as artes mecânicas. Ora, as ações belas e justas, que a ciência política investiga, admitem grande variedade e flutuações de opinião, de forma que se pode considerá-las como existindo por convenção apenas, e não por natureza. E em torno dos bens há uma flutuação semelhante, pelo fato de serem prejudiciais a muitos: houve, por exemplo, quem perecesse devido à sua riqueza, e outros por causa da sua coragem. Ao tratar, pois, de tais assuntos, e partindo de tais premissas, devemos contentar-nos em indicar a verdade aproximadamente e em linhas gerais; e ao falar de coisas que são verdadeiras apenas em sua maior parte e com base em premissas da mesma espécie, só poderemos tirar conclusões da mesma natureza. E é dentro do mesmo espírito que cada proposição deverá ser recebida, pois é próprio do homem culto buscar a precisão, em cada gênero de coisas, apenas na medida em que o admita a natureza do assunto.”
(Aristóteles. Ética a Nicômaco)
No texto acima, o filósofo Aristóteles explica que
o método da ciência política é dialético, isto é, parte de opiniões comuns aceitas pela maioria ou pelos sábios.
não há resposta objetiva em questões morais.
a finalidade da ética e da ciência política é a ação, não a verdade.
é necessário buscar a verdade absoluta ao resolver problemas morais.
a teoria política possui um método tão exato quanto o da matemática.