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Questões de Português - UNESP 2011 | Gabarito e resoluções

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Questão 28
2011Português

(UNESP - 2011 - 2 FASE)INSTRUO: Aquestotomapor base um soneto do livro Poemas e Canes, do parnasiano brasileiro Vicente de Carvalho (1866-1924) e um poema de Cancioneiro, do modernista portugus Fernando Pessoa (1888-1935). Velho Tema 1 S a leve esperana, em toda a vida, Disfara a pena de viver, mais nada; Nem mais a existncia, resumida, Que uma grande esperana malograda. O eterno sonho da alma desterrada, Sonho que a traz ansiosa e embevecida, uma hora feliz, sempre adiada E que no chega nunca em toda a vida. Essa felicidade que supomos, rvore milagrosa, que sonhamos Toda arreada de dourados pomos, Existe, sim: mas ns no a alcanamos Porque est sempre apenas onde a pomos E nunca a pomos onde ns estamos. (Vicente de Carvalho. Poemas e Canes. 5 ed. So Paulo: Monteiro Lobato C. Editores, 1923.) Cancioneiro, 150 No sei se sonho, se realidade, Se uma mistura de sonho e vida, Aquela terra de suavidade Que na ilha extrema do sul se olvida. a que ansiamos. Ali, ali A vida jovem e o amor sorri. Talvez palmares inexistentes, leas longnquas sem poder ser, Sombra ou sossego deem aos crentes De que essa terra se pode ter. Felizes, ns? Ah, talvez, talvez, Naquela terra, daquela vez. Mas j sonhada se desvirtua, S de pens-la cansou pensar, Sob os palmares, luz da lua, Sente-se o frio de haver luar. Ah, nessa terra tambm, tambm O mal no cessa, no dura o bem. No com ilhas do fim do mundo, Nem com palmares de sonho ou no, Que cura a alma seu mal profundo, Que o bem nos entra no corao. em ns que tudo. ali, ali, Que a vida jovem e o amor sorri. (30.08.1933) (Fernando Pessoa. Obra potica. Rio de Janeiro: Aguilar Editora, 1965.) Os dois poemas se identificam por empregar mais de uma vez a palavra sonho com significado equivalente. O que querem dizer ambos os eus-lricos com essa palavra no contexto dos poemas?

Questão 28
2011Português

(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) A questo toma por base o poemaLivros, do parnasiano brasileiro Afonso Celso (1860-1938) e uma passagem do livroElementos de bibliogia, do fillogo e lexicgrafo brasileiro Antonio Houaiss (1915-1999). Livros De livros mil vivo cercado, Dias e noites passo a ler, Mas, francamente, o resultado Coisa no de agradecer. Nenhum me d paz e conforto, Nenhum me diz se eu amanh Vivo estarei ou se, j morto, Ter cessado o meu af. Nada afinal sabeis ao certo Sobre das almas o tropel... Do vosso cume v-se perto, Chatas montanhas de papel. Vs pretenses! Orgulho fofo! Do ser mesquinho que voz fez Tendes o mesmo vil estofo, Tendes a mesma pequenez. Cada vez mais, debalde, avulta Vossa mar... Tudo invadis; Mas no tornais quem vos consulta Nem menos mau, nem mais feliz. Que um cataclismo vos destrua, Mal no far... Sem o sentir, Serena a vida continua: Lutar, sofrer, sonhar, mentir. (Afonso Celso. Poesias escolhidas. Rio de Janeiro: H. Garnier Livreiro-Editor, 1904, p. 03-04. Adaptado.) O livro e a documentao Nas condies do atual desenvolvimento histrico da humanidade, o conhecimento de primeira mo no pode progredir sem o de segunda mo. Conhecimento de primeira mo o decorrente, digamos assim, da integrao do homem na natureza, para dela haurir continuidade especfica e felicidade individual; essa integrao, para consolidar-se, foi condicionada pela e condicionou a comunicao verbal, implicadora do conhecimento de segunda mo, a linguagem, no que ela encerra de transmisso cognitiva.Esse conhecimento de segunda mo multiplicou de importncia a partir do momento em que o homem pde mant-lo em conserva, graficamente, para uso de seus contemporneos e de seus psteros. A noosfera, gerando a grafosfera, aumentou os poderes e potncias do homem. E hoje a matria mentada e em conserva grfica to imensa e se renova em ritmo to intenso, que um dos mais graves problemas da civilizao e da cultura humanas conseguir torn-la relativamente acessvel a quantos queiram ou possam acrescentar seu esforo ao herdado das geraes anteriores, na luta pelo aumento do saber, vale dizer, do conhecer, vale dizer, do fazer, vale dizer, do conhecer-fazer-conhecer-fazer, vale dizer, da perpetuao especfica e da felicidade individual. Uma documentao ativa condio e imperativo, nesta altura, do progresso. Forma privilegiada da mensagem grfica, o livro se insere, necessariamente, na documentao, como um dos meios especficos mais poderosos e eficazes da mesma documentao; mas no apenas o livro, bvio, seno que quantas coisas realizadas, executadas, interpretadas, achadas, ordenadas, nominadas pelo homem. (Antonio Houaiss. Elementos de bibliologia. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1967, vol II, p. 36-37.) Um conceito lgico pode ser expresso figuradamente, para ser melhor entendido. o que ocorre no texto de Houaiss na passagem o homem pde mant-lo em conserva. Explique o significado lgico dessa imagem no contexto em que surge.

Questão 29
2011Português

(UNESP - 2011 - 2 FASE) INSTRUO: Aquestotomapor base um texto que integra uma reportagem da revista Fotografe Melhor e fragmentos de um artigo de Elisabeth Seraphim Prosser, professora e pesquisadora de Histria da Arte e de Metodologia da Pesquisa Cientfica da Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Manifestao surgiu em Nova York nos anos de 1970 Muitos encaram o grafite como uma mera interveno no visual das cidades. Outros enxergam uma manifestao social. E h quem o associe com vandalismo, pichao... Mas um crescente pblico prefere contempl-lo como uma instigante, provocadora e fenomenal linguagem artstica. O grafite uma forma de expresso social e artstica que teve origem em Nova York, EUA, nos anos de 1970. O novaiorquino Jean- Michel Basquiat foi o primeiro grafiteiro a ser reconhecido como artista plstico, tendo sido amigo e colaborador do consagrado Andy Warhol a vida de Basquiat, alis, mereceu at filme, lanado em 1996. A chegada ao Brasil tambm foi nos anos de 1970, na bagagem do artista etope Alex Vallauri e se popularizou por aqui. Desde a dcada de 1990 pura efervescncia. Irreverente, a arte das ruas colocou prova a criatividade juvenil e deu uma chance bastante democrtica de expresso, que conquistou, alm dos espaos pblicos, um lugar na cultura nacional. Uma arte alternativa, que saiu dos guetos para invadir regies centrais e privilegiadas em quase todo o Ocidente. Hoje, vista da sociedade e totalmente integrada ao cotidiano do cidado brasileiro, a arte de rua provoca e, ao mesmo tempo, lembra a existncia de minorias desfavorecidas e suas demandas por meio de coloridos desenhos que atraem a ateno. Essa manifestao avanou no campo artstico e vem conquistando superfcies em ambientes at ento improvveis: do interior de famosas galerias s fachadas externas de museus, como o Tate Modern, de Londres, que em 2008 (maio a setembro) teve a famosa parede de tijolinhos transformada em monumentais painis grafitados (25 metros) pelas mos, sprays e talento de grafiteiros de vrios lugares do planeta, convidados para esse desafio, com destaque para os brasileiros Nunca e os artistas-irmos Osgmeos. (Fotografe Melhor. Um show de cores se revela na arte dos grafites. So Paulo: Editora Europa, ano 14, n. 161, fevereiro 2010.) Do vandalismo anrquico arte politicamente comprometida Quanto manifestao da arte de rua em si, pode-se afirmar que ela abrange desde o vandalismo anrquico at a arte politicamente comprometida. Vai da pichao, cujo propsito sujar, incomodar, agredir, chamar a ateno sobre determinado espao urbano ou simplesmente desafiar a sociedade estabelecida e a autoridade, at o lambe-lambe e o graffiti, nos quais se pretende criticar e transformar o status quo. (...) O transeunte (...) geralmente ignora, rechaa ou destri essa arte, considerando-a sujeira, usurpao do seu direito a uma paisagem esterilizada, uma invaso do seu espao (s vezes privado, s vezes pblico), uma afronta mente inteligente. Escolhe no olh-la, no observ-la, no ler nas suas entrelinhas e nos espaos entre seus rabiscos ou entre seus traos elaborados. Confunde o graffiti com a pichao, isto , a arte com o vandalismo (...). No entanto, em documentrios e em entrevistas com vrios artistas de rua em Curitiba em 2005 e 2006, pde-se constatar que essa concepo , na maioria dos casos, improcedente. Grande parte dos escritores de graffiti e dos artistas envolvidos com o lambe-lambe no apenas estuda ou trabalha, mas tem rendimento bom ou timo na sua escola ou no seu emprego. De acordo com a pesquisa ora em andamento, o artista de rua curitibano mora tanto na periferia quanto no centro, oriundo tanto de famlias de baixa renda como de outras economicamente mais favorecidas. Seu nvel de instruo varia do fundamental incompleto ao mdio e ao superior, encontrando-se entre eles inclusive funcionrios de rgos culturais e educacionais da cidade, bem como profissionais liberais, arquitetos, publicitrios, designers e artistas plsticos, entre outros. Pde-se perceber, tambm, que suas preocupaes polticas, sua conscincia quanto ecologia e ao meio ambiente natural ou urbano, seu engajamento voluntrio ou profissional em organizaes educacionais e assistencialistas so uma constante. (Elisabeth Seraphim Prosser. Compromisso e sociedade no graffiti, na pichao e no lambe-lambe em Curitiba (2004-2006). Anais Frum de Pesquisa Cientfica em Arte. Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Curitiba, 2006-2007.) As intervenes urbanas conhecidas como grafite, pichao, lambe-lambe e outras so muitas vezes apontadas como perturbaes e sujeira. Os dois textos apresentados, todavia, analisam a questo com maior abertura crtica. Com base no que informam, levante dois aspectos que refutam a afirmao segundo a qual a arte de rua produto de desocupados, malandros e arruaceiros.

Questão 29
2011Português

(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) A questo toma por base um poema deMrio Faustino (1930-1962) e um fragmento do artigo Viagem ao dio dos irmos siameses, publicado na Folha de S.Paulo pelo jornalista Clvis Rossi (1943-). Estava l Aquiles, que abraava Estava l Aquiles, que abraava Enfim Heitor, secreto personagem Do sonho que na tenda o torturava; Estava l Saul, tendo por pajem Davi, que ao som da ctara cantava; E estavam l seteiros que pensavam Sebastio e as chagas que o mataram. Nesse jardim, quantos as mos deixavam Levar aos lbios que os atraioaram! Era a cidade exata, aberta, clara: Estava l o arcanjo incendiado Sentado aos ps de quem desafiara; E estava l um deus crucificado Beijando uma vez mais o enforcado. (Mrio Faustino. Poesia de Mrio Faustino. Rio de Janeiro: Editora Civilizao Brasileira, 1966, p. 85.) Viagem ao dio dos irmos siameses O sangue mais recente a correr no conflito entre israelenses e palestinos apareceu perto da cidade de Hebron, na terafeira, dia em que foram assassinados quatro judeus que moravam em um assentamento prximo. Visitar Hebron como colocar sob uma lupa as razes do conflito e do comportamento das duas tribos. Fiz duas incurses pela cidade que tem forte carga mstica e histrica e por isso mesmo explosiva. Reproduzo o relato publicado pela Folha no dia 21 de janeiro de 1996, ano da primeira eleio palestina (janeiro) e de importante eleio em Israel (abril), para pr a lupa ao alcance do leitor: Segue-se o texto na ntegra: uma nica pessoa, cultuada por muulmanos e por judeus. Chama-se Avraham (Abrao, para os judeus) ou Ibrahimi (para os muulmanos) ou Al Khalil er Rahman, Amigo do Senhor. No tmulo, no entanto, Abrao/Ibrahimi so dois. O sepulcro fica na mesquita de Ibrahimi, em Hebron (35 km ao sul de Jerusalm), ou, como preferem os judeus, na caverna de Machpel. Foi l, ao lado do tmulo, que, em fevereiro de 1994, um mdico judeu fantico, Baruch Goldstein, entrou atirando contra muulmanos que oravam. Matou 29. A partir de ento, as autoridades israelenses dividiram em duas partes a mesquita/caverna. Uma entrada reservada s para judeus. A outra, para muulmanos ou no-judeus em geral. Cada um chega por seu lado tumba de Abrao/Ibrahimi. Cada um v de um ngulo diferente o sepulcro coberto por uma tapearia em que se l, em rabe: Esta a tumba do profeta Ibrahimi, que descanse em paz. No descansou nos sculos que se seguiram, e sua histria acaba sendo a sntese da histria de Israel e dos palestinos. So irmos siameses, que amam odiar-se, condenados a conviver no mesmo corpo de 89 351 km2(pouco mais de 1% do territrio brasileiro). Ou, como prefere o mais conhecido escritor israelense, Amos Oz, um pacifista: O conflito entre israelenses e palestinos um conflito entre um direito e outro direito: eles tm direito aos territrios porque seus antepassados os haviam habitado faz 1 300 anos; ns temos direito aos territrios porque nossos antepassados os habitam h milhares de anos e no temos outra ptria. Por isso, Oz sugere dividir os territrios. No existe outra sada ao crculo de violncia. A eleio palestina faz parte do processo de diviso dos siameses, inevitavelmente dolorosa e de resultado incerto como qualquer cirurgia de grande porte. (...) A julgar pela disposio das duas partes, Abrao/Ibrahimi continuaro sendo dois na tumba da mesquita/caverna. (...) (Clvis Rossi. Folha Online, 02.09.2010.) No poema de Mrio Faustino empregado por cinco vezes o advrbio l como referncia genrica a um lugar. Por duas vezes, no entanto, surgem substantivos que especificam o sentido desse l. Aponte esses substantivos.

Questão 30
2011Português

(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) A questo toma por base um poema deMrio Faustino (1930-1962) e um fragmento do artigo Viagem ao dio dos irmos siameses, publicado na Folha de S.Paulo pelo jornalista Clvis Rossi (1943-). Estava l Aquiles, que abraava Estava l Aquiles, que abraava Enfim Heitor, secreto personagem Do sonho que na tenda o torturava; Estava l Saul, tendo por pajem Davi, que ao som da ctara cantava; E estavam l seteiros que pensavam Sebastio e as chagas que o mataram. Nesse jardim, quantos as mos deixavam Levar aos lbios que os atraioaram! Era a cidade exata, aberta, clara: Estava l o arcanjo incendiado Sentado aos ps de quem desafiara; E estava l um deus crucificado Beijando uma vez mais o enforcado. (Mrio Faustino. Poesia de Mrio Faustino. Rio de Janeiro: Editora Civilizao Brasileira, 1966, p. 85.) Viagem ao dio dos irmos siameses O sangue mais recente a correr no conflito entre israelenses e palestinos apareceu perto da cidade de Hebron, na terafeira, dia em que foram assassinados quatro judeus que moravam em um assentamento prximo. Visitar Hebron como colocar sob uma lupa as razes do conflito e do comportamento das duas tribos. Fiz duas incurses pela cidade que tem forte carga mstica e histrica e por isso mesmo explosiva. Reproduzo o relato publicado pela Folha no dia 21 de janeiro de 1996, ano da primeira eleio palestina (janeiro) e de importante eleio em Israel (abril), para pr a lupa ao alcance do leitor: Segue-se o texto na ntegra: uma nica pessoa, cultuada por muulmanos e por judeus. Chama-se Avraham (Abrao, para os judeus) ou Ibrahimi (para os muulmanos) ou Al Khalil er Rahman, Amigo do Senhor. No tmulo, no entanto, Abrao/Ibrahimi so dois. O sepulcro fica na mesquita de Ibrahimi, em Hebron (35 km ao sul de Jerusalm), ou, como preferem os judeus, na caverna de Machpel. Foi l, ao lado do tmulo, que, em fevereiro de 1994, um mdico judeu fantico, Baruch Goldstein, entrou atirando contra muulmanos que oravam. Matou 29. A partir de ento, as autoridades israelenses dividiram em duas partes a mesquita/caverna. Uma entrada reservada s para judeus. A outra, para muulmanos ou no-judeus em geral. Cada um chega por seu lado tumba de Abrao/Ibrahimi. Cada um v de um ngulo diferente o sepulcro coberto por uma tapearia em que se l, em rabe: Esta a tumba do profeta Ibrahimi, que descanse em paz. No descansou nos sculos que se seguiram, e sua histria acaba sendo a sntese da histria de Israel e dos palestinos. So irmos siameses, que amam odiar-se, condenados a conviver no mesmo corpo de 89 351 km2(pouco mais de 1% do territrio brasileiro). Ou, como prefere o mais conhecido escritor israelense, Amos Oz, um pacifista: O conflito entre israelenses e palestinos um conflito entre um direito e outro direito: eles tm direito aos territrios porque seus antepassados os haviam habitado faz 1 300 anos; ns temos direito aos territrios porque nossos antepassados os habitam h milhares de anos e no temos outra ptria. Por isso, Oz sugere dividir os territrios. No existe outra sada ao crculo de violncia. A eleio palestina faz parte do processo de diviso dos siameses, inevitavelmente dolorosa e de resultado incerto como qualquer cirurgia de grande porte. (...) A julgar pela disposio das duas partes, Abrao/Ibrahimi continuaro sendo dois na tumba da mesquita/caverna. (...) (Clvis Rossi. Folha Online, 02.09.2010.) Explique por que o comportamento que as personagens apresentam no poema contribui para sintetizar a proposta de um mundo ideal, utpico, governado por um s sentimento.

Questão 30
2011Português

(UNESP - 2011 - 2 FASE) INSTRUO: Aquestotomapor base um texto que integra uma reportagem da revista Fotografe Melhor e fragmentos de um artigo de Elisabeth Seraphim Prosser, professora e pesquisadora de Histria da Arte e de Metodologia da Pesquisa Cientfica da Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Manifestao surgiu em Nova York nos anos de 1970 Muitos encaram o grafite como uma mera interveno no visual das cidades. Outros enxergam uma manifestao social. E h quem o associe com vandalismo, pichao... Mas um crescente pblico prefere contempl-lo como uma instigante, provocadora e fenomenal linguagem artstica. O grafite uma forma de expresso social e artstica que teve origem em Nova York, EUA, nos anos de 1970. O novaiorquino Jean- Michel Basquiat foi o primeiro grafiteiro a ser reconhecido como artista plstico, tendo sido amigo e colaborador do consagrado Andy Warhol a vida de Basquiat, alis, mereceu at filme, lanado em 1996. A chegada ao Brasil tambm foi nos anos de 1970, na bagagem do artista etope Alex Vallauri e se popularizou por aqui. Desde a dcada de 1990 pura efervescncia. Irreverente, a arte das ruas colocou prova a criatividade juvenil e deu uma chance bastante democrtica de expresso, que conquistou, alm dos espaos pblicos, um lugar na cultura nacional. Uma arte alternativa, que saiu dos guetos para invadir regies centrais e privilegiadas em quase todo o Ocidente. Hoje, vista da sociedade e totalmente integrada ao cotidiano do cidado brasileiro, a arte de rua provoca e, ao mesmo tempo, lembra a existncia de minorias desfavorecidas e suas demandas por meio de coloridos desenhos que atraem a ateno. Essa manifestao avanou no campo artstico e vem conquistando superfcies em ambientes at ento improvveis: do interior de famosas galerias s fachadas externas de museus, como o Tate Modern, de Londres, que em 2008 (maio a setembro) teve a famosa parede de tijolinhos transformada em monumentais painis grafitados (25 metros) pelas mos, sprays e talento de grafiteiros de vrios lugares do planeta, convidados para esse desafio, com destaque para os brasileiros Nunca e os artistas-irmos Osgmeos. (Fotografe Melhor. Um show de cores se revela na arte dos grafites. So Paulo: Editora Europa, ano 14, n. 161, fevereiro 2010.) Do vandalismo anrquico arte politicamente comprometida Quanto manifestao da arte de rua em si, pode-se afirmar que ela abrange desde o vandalismo anrquico at a arte politicamente comprometida. Vai da pichao, cujo propsito sujar, incomodar, agredir, chamar a ateno sobre determinado espao urbano ou simplesmente desafiar a sociedade estabelecida e a autoridade, at o lambe-lambe e o graffiti, nos quais se pretende criticar e transformar o status quo. (...) O transeunte (...) geralmente ignora, rechaa ou destri essa arte, considerando-a sujeira, usurpao do seu direito a uma paisagem esterilizada, uma invaso do seu espao (s vezes privado, s vezes pblico), uma afronta mente inteligente. Escolhe no olh-la, no observ-la, no ler nas suas entrelinhas e nos espaos entre seus rabiscos ou entre seus traos elaborados. Confunde o graffiti com a pichao, isto , a arte com o vandalismo (...). No entanto, em documentrios e em entrevistas com vrios artistas de rua em Curitiba em 2005 e 2006, pde-se constatar que essa concepo , na maioria dos casos, improcedente. Grande parte dos escritores de graffiti e dos artistas envolvidos com o lambe-lambe no apenas estuda ou trabalha, mas tem rendimento bom ou timo na sua escola ou no seu emprego. De acordo com a pesquisa ora em andamento, o artista de rua curitibano mora tanto na periferia quanto no centro, oriundo tanto de famlias de baixa renda como de outras economicamente mais favorecidas. Seu nvel de instruo varia do fundamental incompleto ao mdio e ao superior, encontrando-se entre eles inclusive funcionrios de rgos culturais e educacionais da cidade, bem como profissionais liberais, arquitetos, publicitrios, designers e artistas plsticos, entre outros. Pde-se perceber, tambm, que suas preocupaes polticas, sua conscincia quanto ecologia e ao meio ambiente natural ou urbano, seu engajamento voluntrio ou profissional em organizaes educacionais e assistencialistas so uma constante. (Elisabeth Seraphim Prosser. Compromisso e sociedade no graffiti, na pichao e no lambe-lambe em Curitiba (2004-2006). Anais Frum de Pesquisa Cientfica em Arte. Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Curitiba, 2006-2007.) Partindo da mxima segundo a qual um exemplo vale mais do que mil palavras, aponte o que o autor do texto da revista Fotografe Melhor deixa bvio ao leitor, sob o ponto de vista esttico, ao mencionar, no pargrafo final, o fato de que artistas de rua foram convidados a pintar fachadas externas do museu Tate Modern de Londres.

Questão 31
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(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) A questo toma por base um poema deMrio Faustino (1930-1962) e um fragmento do artigo Viagem ao dio dos irmos siameses, publicado na Folha de S.Paulo pelo jornalista Clvis Rossi (1943-). Estava l Aquiles, que abraava Estava l Aquiles, que abraava Enfim Heitor, secreto personagem Do sonho que na tenda o torturava; Estava l Saul, tendo por pajem Davi, que ao som da ctara cantava; E estavam l seteiros que pensavam Sebastio e as chagas que o mataram. Nesse jardim, quantos as mos deixavam Levar aos lbios que os atraioaram! Era a cidade exata, aberta, clara: Estava l o arcanjo incendiado Sentado aos ps de quem desafiara; E estava l um deus crucificado Beijando uma vez mais o enforcado. (Mrio Faustino. Poesia de Mrio Faustino. Rio de Janeiro: Editora Civilizao Brasileira, 1966, p. 85.) Viagem ao dio dos irmos siameses O sangue mais recente a correr no conflito entre israelenses e palestinos apareceu perto da cidade de Hebron, na terafeira, dia em que foram assassinados quatro judeus que moravam em um assentamento prximo. Visitar Hebron como colocar sob uma lupa as razes do conflito e do comportamento das duas tribos. Fiz duas incurses pela cidade que tem forte carga mstica e histrica e por isso mesmo explosiva. Reproduzo o relato publicado pela Folha no dia 21 de janeiro de 1996, ano da primeira eleio palestina (janeiro) e de importante eleio em Israel (abril), para pr a lupa ao alcance do leitor: Segue-se o texto na ntegra: uma nica pessoa, cultuada por muulmanos e por judeus. Chama-se Avraham (Abrao, para os judeus) ou Ibrahimi (para os muulmanos) ou Al Khalil er Rahman, Amigo do Senhor. No tmulo, no entanto, Abrao/Ibrahimi so dois. O sepulcro fica na mesquita de Ibrahimi, em Hebron (35 km ao sul de Jerusalm), ou, como preferem os judeus, na caverna de Machpel. Foi l, ao lado do tmulo, que, em fevereiro de 1994, um mdico judeu fantico, Baruch Goldstein, entrou atirando contra muulmanos que oravam. Matou 29. A partir de ento, as autoridades israelenses dividiram em duas partes a mesquita/caverna. Uma entrada reservada s para judeus. A outra, para muulmanos ou no-judeus em geral. Cada um chega por seu lado tumba de Abrao/Ibrahimi. Cada um v de um ngulo diferente o sepulcro coberto por uma tapearia em que se l, em rabe: Esta a tumba do profeta Ibrahimi, que descanse em paz. No descansou nos sculos que se seguiram, e sua histria acaba sendo a sntese da histria de Israel e dos palestinos. So irmos siameses, que amam odiar-se, condenados a conviver no mesmo corpo de 89 351 km2(pouco mais de 1% do territrio brasileiro). Ou, como prefere o mais conhecido escritor israelense, Amos Oz, um pacifista: O conflito entre israelenses e palestinos um conflito entre um direito e outro direito: eles tm direito aos territrios porque seus antepassados os haviam habitado faz 1 300 anos; ns temos direito aos territrios porque nossos antepassados os habitam h milhares de anos e no temos outra ptria. Por isso, Oz sugere dividir os territrios. No existe outra sada ao crculo de violncia. A eleio palestina faz parte do processo de diviso dos siameses, inevitavelmente dolorosa e de resultado incerto como qualquer cirurgia de grande porte. (...) A julgar pela disposio das duas partes, Abrao/Ibrahimi continuaro sendo dois na tumba da mesquita/caverna. (...) (Clvis Rossi. Folha Online, 02.09.2010.) O artigo de Clvis Rossi focaliza o conflito terrvel que envolve israelenses e palestinos h muito tempo e parece longe de uma soluo. Explique a relao que h entre o ttulo do artigo Viagem ao dio dos irmos siameses e a expresso duas tribos, atribuda no contexto a palestinos e israelenses.

Questão 31
2011Português

(UNESP - 2011 - 2 FASE) INSTRUO: Aquestotomapor base um texto que integra uma reportagem da revista Fotografe Melhor e fragmentos de um artigo de Elisabeth Seraphim Prosser, professora e pesquisadora de Histria da Arte e de Metodologia da Pesquisa Cientfica da Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Manifestao surgiu em Nova York nos anos de 1970 Muitos encaram o grafite como uma mera interveno no visual das cidades. Outros enxergam uma manifestao social. E h quem o associe com vandalismo, pichao... Mas um crescente pblico prefere contempl-lo como uma instigante, provocadora e fenomenal linguagem artstica. O grafite uma forma de expresso social e artstica que teve origem em Nova York, EUA, nos anos de 1970. O novaiorquino Jean- Michel Basquiat foi o primeiro grafiteiro a ser reconhecido como artista plstico, tendo sido amigo e colaborador do consagrado Andy Warhol a vida de Basquiat, alis, mereceu at filme, lanado em 1996. A chegada ao Brasil tambm foi nos anos de 1970, na bagagem do artista etope Alex Vallauri e se popularizou por aqui. Desde a dcada de 1990 pura efervescncia. Irreverente, a arte das ruas colocou prova a criatividade juvenil e deu uma chance bastante democrtica de expresso, que conquistou, alm dos espaos pblicos, um lugar na cultura nacional. Uma arte alternativa, que saiu dos guetos para invadir regies centrais e privilegiadas em quase todo o Ocidente. Hoje, vista da sociedade e totalmente integrada ao cotidiano do cidado brasileiro, a arte de rua provoca e, ao mesmo tempo, lembra a existncia de minorias desfavorecidas e suas demandas por meio de coloridos desenhos que atraem a ateno. Essa manifestao avanou no campo artstico e vem conquistando superfcies em ambientes at ento improvveis: do interior de famosas galerias s fachadas externas de museus, como o Tate Modern, de Londres, que em 2008 (maio a setembro) teve a famosa parede de tijolinhos transformada em monumentais painis grafitados (25 metros) pelas mos, sprays e talento de grafiteiros de vrios lugares do planeta, convidados para esse desafio, com destaque para os brasileiros Nunca e os artistas-irmos Osgmeos. (Fotografe Melhor. Um show de cores se revela na arte dos grafites. So Paulo: Editora Europa, ano 14, n. 161, fevereiro 2010.) Do vandalismo anrquico arte politicamente comprometida Quanto manifestao da arte de rua em si, pode-se afirmar que ela abrange desde o vandalismo anrquico at a arte politicamente comprometida. Vai da pichao, cujo propsito sujar, incomodar, agredir, chamar a ateno sobre determinado espao urbano ou simplesmente desafiar a sociedade estabelecida e a autoridade, at o lambe-lambe e o graffiti, nos quais se pretende criticar e transformar o status quo. (...) O transeunte (...) geralmente ignora, rechaa ou destri essa arte, considerando-a sujeira, usurpao do seu direito a uma paisagem esterilizada, uma invaso do seu espao (s vezes privado, s vezes pblico), uma afronta mente inteligente. Escolhe no olh-la, no observ-la, no ler nas suas entrelinhas e nos espaos entre seus rabiscos ou entre seus traos elaborados. Confunde o graffiti com a pichao, isto , a arte com o vandalismo (...). No entanto, em documentrios e em entrevistas com vrios artistas de rua em Curitiba em 2005 e 2006, pde-se constatar que essa concepo , na maioria dos casos, improcedente. Grande parte dos escritores de graffiti e dos artistas envolvidos com o lambe-lambe no apenas estuda ou trabalha, mas tem rendimento bom ou timo na sua escola ou no seu emprego. De acordo com a pesquisa ora em andamento, o artista de rua curitibano mora tanto na periferia quanto no centro, oriundo tanto de famlias de baixa renda como de outras economicamente mais favorecidas. Seu nvel de instruo varia do fundamental incompleto ao mdio e ao superior, encontrando-se entre eles inclusive funcionrios de rgos culturais e educacionais da cidade, bem como profissionais liberais, arquitetos, publicitrios, designers e artistas plsticos, entre outros. Pde-se perceber, tambm, que suas preocupaes polticas, sua conscincia quanto ecologia e ao meio ambiente natural ou urbano, seu engajamento voluntrio ou profissional em organizaes educacionais e assistencialistas so uma constante. (Elisabeth Seraphim Prosser. Compromisso e sociedade no graffiti, na pichao e no lambe-lambe em Curitiba (2004-2006). Anais Frum de Pesquisa Cientfica em Arte. Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Curitiba, 2006-2007.) O transeunte () geralmente ignora, rechaa ou destri essa arte, considerando-a sujeira, usurpao do seu direito a uma paisagem esterilizada,

Questão 32
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(UNESP - 2011 - 2 FASE) INSTRUO: Aquestotomapor base um texto que integra uma reportagem da revista Fotografe Melhor e fragmentos de um artigo de Elisabeth Seraphim Prosser, professora e pesquisadora de Histria da Arte e de Metodologia da Pesquisa Cientfica da Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Manifestao surgiu em Nova York nos anos de 1970 Muitos encaram o grafite como uma mera interveno no visual das cidades. Outros enxergam uma manifestao social. E h quem o associe com vandalismo, pichao... Mas um crescente pblico prefere contempl-lo como uma instigante, provocadora e fenomenal linguagem artstica. O grafite uma forma de expresso social e artstica que teve origem em Nova York, EUA, nos anos de 1970. O novaiorquino Jean- Michel Basquiat foi o primeiro grafiteiro a ser reconhecido como artista plstico, tendo sido amigo e colaborador do consagrado Andy Warhol a vida de Basquiat, alis, mereceu at filme, lanado em 1996. A chegada ao Brasil tambm foi nos anos de 1970, na bagagem do artista etope Alex Vallauri e se popularizou por aqui. Desde a dcada de 1990 pura efervescncia. Irreverente, a arte das ruas colocou prova a criatividade juvenil e deu uma chance bastante democrtica de expresso, que conquistou, alm dos espaos pblicos, um lugar na cultura nacional. Uma arte alternativa, que saiu dos guetos para invadir regies centrais e privilegiadas em quase todo o Ocidente. Hoje, vista da sociedade e totalmente integrada ao cotidiano do cidado brasileiro, a arte de rua provoca e, ao mesmo tempo, lembra a existncia de minorias desfavorecidas e suas demandas por meio de coloridos desenhos que atraem a ateno. Essa manifestao avanou no campo artstico e vem conquistando superfcies em ambientes at ento improvveis: do interior de famosas galerias s fachadas externas de museus, como o Tate Modern, de Londres, que em 2008 (maio a setembro) teve a famosa parede de tijolinhos transformada em monumentais painis grafitados (25 metros) pelas mos, sprays e talento de grafiteiros de vrios lugares do planeta, convidados para esse desafio, com destaque para os brasileiros Nunca e os artistas-irmos Osgmeos. (Fotografe Melhor. Um show de cores se revela na arte dos grafites. So Paulo: Editora Europa, ano 14, n. 161, fevereiro 2010.) Do vandalismo anrquico arte politicamente comprometida Quanto manifestao da arte de rua em si, pode-se afirmar que ela abrange desde o vandalismo anrquico at a arte politicamente comprometida. Vai da pichao, cujo propsito sujar, incomodar, agredir, chamar a ateno sobre determinado espao urbano ou simplesmente desafiar a sociedade estabelecida e a autoridade, at o lambe-lambe e o graffiti, nos quais se pretende criticar e transformar o status quo. (...) O transeunte (...) geralmente ignora, rechaa ou destri essa arte, considerando-a sujeira, usurpao do seu direito a uma paisagem esterilizada, uma invaso do seu espao (s vezes privado, s vezes pblico), uma afronta mente inteligente. Escolhe no olh-la, no observ-la, no ler nas suas entrelinhas e nos espaos entre seus rabiscos ou entre seus traos elaborados. Confunde o graffiti com a pichao, isto , a arte com o vandalismo (...). No entanto, em documentrios e em entrevistas com vrios artistas de rua em Curitiba em 2005 e 2006, pde-se constatar que essa concepo , na maioria dos casos, improcedente. Grande parte dos escritores de graffiti e dos artistas envolvidos com o lambe-lambe no apenas estuda ou trabalha, mas tem rendimento bom ou timo na sua escola ou no seu emprego. De acordo com a pesquisa ora em andamento, o artista de rua curitibano mora tanto na periferia quanto no centro, oriundo tanto de famlias de baixa renda como de outras economicamente mais favorecidas. Seu nvel de instruo varia do fundamental incompleto ao mdio e ao superior, encontrando-se entre eles inclusive funcionrios de rgos culturais e educacionais da cidade, bem como profissionais liberais, arquitetos, publicitrios, designers e artistas plsticos, entre outros. Pde-se perceber, tambm, que suas preocupaes polticas, sua conscincia quanto ecologia e ao meio ambiente natural ou urbano, seu engajamento voluntrio ou profissional em organizaes educacionais e assistencialistas so uma constante. (Elisabeth Seraphim Prosser. Compromisso e sociedade no graffiti, na pichao e no lambe-lambe em Curitiba (2004-2006). Anais Frum de Pesquisa Cientfica em Arte. Escola de Msica e Belas Artes do Paran. Curitiba, 2006-2007.) Demonstre, com base nos textos e na imagem, que a arte de rua pode apresentar, alm de caractersticas estticas, tambm caractersticas de participao poltica.

Questão 32
2011Português

(UNESP - 2011/2 - 2 FASE) A questo toma por base um poema deMrio Faustino (1930-1962) e um fragmento do artigo Viagem ao dio dos irmos siameses, publicado na Folha de S.Paulo pelo jornalista Clvis Rossi (1943-). Estava l Aquiles, que abraava Estava l Aquiles, que abraava Enfim Heitor, secreto personagem Do sonho que na tenda o torturava; Estava l Saul, tendo por pajem Davi, que ao som da ctara cantava; E estavam l seteiros que pensavam Sebastio e as chagas que o mataram. Nesse jardim, quantos as mos deixavam Levar aos lbios que os atraioaram! Era a cidade exata, aberta, clara: Estava l o arcanjo incendiado Sentado aos ps de quem desafiara; E estava l um deus crucificado Beijando uma vez mais o enforcado. (Mrio Faustino. Poesia de Mrio Faustino. Rio de Janeiro: Editora Civilizao Brasileira, 1966, p. 85.) Viagem ao dio dos irmos siameses O sangue mais recente a correr no conflito entre israelenses e palestinos apareceu perto da cidade de Hebron, na terafeira, dia em que foram assassinados quatro judeus que moravam em um assentamento prximo. Visitar Hebron como colocar sob uma lupa as razes do conflito e do comportamento das duas tribos. Fiz duas incurses pela cidade que tem forte carga mstica e histrica e por isso mesmo explosiva. Reproduzo o relato publicado pela Folha no dia 21 de janeiro de 1996, ano da primeira eleio palestina (janeiro) e de importante eleio em Israel (abril), para pr a lupa ao alcance do leitor: Segue-se o texto na ntegra: uma nica pessoa, cultuada por muulmanos e por judeus. Chama-se Avraham (Abrao, para os judeus) ou Ibrahimi (para os muulmanos) ou Al Khalil er Rahman, Amigo do Senhor. No tmulo, no entanto, Abrao/Ibrahimi so dois. O sepulcro fica na mesquita de Ibrahimi, em Hebron (35 km ao sul de Jerusalm), ou, como preferem os judeus, na caverna de Machpel. Foi l, ao lado do tmulo, que, em fevereiro de 1994, um mdico judeu fantico, Baruch Goldstein, entrou atirando contra muulmanos que oravam. Matou 29. A partir de ento, as autoridades israelenses dividiram em duas partes a mesquita/caverna. Uma entrada reservada s para judeus. A outra, para muulmanos ou no-judeus em geral. Cada um chega por seu lado tumba de Abrao/Ibrahimi. Cada um v de um ngulo diferente o sepulcro coberto por uma tapearia em que se l, em rabe: Esta a tumba do profeta Ibrahimi, que descanse em paz. No descansou nos sculos que se seguiram, e sua histria acaba sendo a sntese da histria de Israel e dos palestinos. So irmos siameses, que amam odiar-se, condenados a conviver no mesmo corpo de 89 351 km2(pouco mais de 1% do territrio brasileiro). Ou, como prefere o mais conhecido escritor israelense, Amos Oz, um pacifista: O conflito entre israelenses e palestinos um conflito entre um direito e outro direito: eles tm direito aos territrios porque seus antepassados os haviam habitado faz 1 300 anos; ns temos direito aos territrios porque nossos antepassados os habitam h milhares de anos e no temos outra ptria. Por isso, Oz sugere dividir os territrios. No existe outra sada ao crculo de violncia. A eleio palestina faz parte do processo de diviso dos siameses, inevitavelmente dolorosa e de resultado incerto como qualquer cirurgia de grande porte. (...) A julgar pela disposio das duas partes, Abrao/Ibrahimi continuaro sendo dois na tumba da mesquita/caverna. (...) (Clvis Rossi. Folha Online, 02.09.2010.) No tmulo, no entanto, Abrao/Ibrahimi so dois. A concordncia do predicativo no plural destaca, com expressividade, um fato abordado com bastante nfase pelo jornalista no artigo. Aponte esse fato.

Questão 36
2011HistóriaPortuguês

(UNESP - 2011 - 1 FASE) (...) Confeitaria do Custdio. Muita gente certamente lhe no conhecia a casa por outra designao. Um nome, o prprio nome do dono, no tinha significao poltica ou figurao histrica, dio nem amor, nada que chamasse a ateno dos dois regimes, e conseguintemente que pusesse em perigo os seus pastis de Santa Clara, menos ainda a vida do proprietrio e dos empregados. Por que que no adotava esse alvitre? Gastava alguma coisa com a troca de uma palavra por outra, Custdio em vez de Imprio, mas as revolues trazem sempre despesas. (Machado de Assis. Esa e Jac. Obra completa, 1904.) O fragmento, extrado do romance Esa e Jac, de Machado de Assis, narra a desventura de Custdio, dono de uma confeitaria no Rio de Janeiro, que, s vsperas da proclamao da Repblica, mandou fazer uma placa com o nome Confeitaria do Imprio e agora temia desagradar ao novo regime. A ironia com que as dvidas de Custdio so narradas representa o

Questão 38
2011HistóriaPortuguês

(UNESP - 2011 - 1 FASE) A peaFontefoi criada pelo francs Marcel Duchamp e apresentada em Nova Iorque em 1917. (Fonte- obra de Marcel Duchamp, fotografada por Alfred Stieglitz.) A transformao de um urinol em obra de arte representou, entre outras coisas,

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