(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 27) O caso da A Folha [...] A Constituio Federal, edio oficial da Imprensa Nacional, 1891, Ttulo III seco II, Declarao dos Direitos, art. 72, 12, diz: Em qualquer assunto livre a manifestao do pensamento pela imprensa, ou pela tribuna sem dependncia de censura, respondendo cada um pelos abusos que cometer, nos casos e pela forma que a lei determinar. No permitido o anonimato. A lei que dispe sobre os crimes de responsabilidade do presidente da Repblica diz ainda: Art. 28 Tolher a liberdade da imprensa, impedindo arbitrariamente a publicao ou circulao dos jornais ou outros escritos impressos, etc. [...] Em dias da semana passada, nesta cidade do Rio de Janeiro, em plena Avenida Central, agentes de polcia e outros funcionrios subalternos, da repartio do doutor Geminiano, saram-se dos seus cuidados e apreenderam das mos de vendedores e rasgaram in continenti1 exemplares da A Folha, jornal recentemente fundado e dirigido pelo conhecido escritor Medeiros e Albuquerque. No segredo para ningum que o jornal desse ilustrado e destemido jornalista vem, desde a sua fundao, mantendo uma campanha contra a venda aos Estados Unidos dos navios que o Brasil tomou Alemanha, por ocasio de declarar a guerra a esta. A campanha tem sido corajosa e tem deveras contundido profundamente o governo, por isso, todos que se julgam pavoneados pelo Catete2 andam irritadssimos com o vespertino de Medeiros. A coisa est posta no ponto de vista patritico, ponto de vista em que no gosto de ver julgada qualquer questo. Para fim, o que eu achava honesto e srio, de cavalheiro, era entregar os buques3 aos seus verdadeiros donos; o mais tem um nome feio que no quero pr aqui. Mas, etc., etc. Os agentes, como ia eu dizendo, apreenderam os jornais de Medeiros e Albuquerque, diante do povo bestializado; e, ao outro dia, um nico quotidiano teve a coragem de denunciar semelhante escndalo, assim mesmo com reservas e injustificvel prudncia. Sou insuspeito para falar assim dos jornais, porque lhes devo muito; mas, por isso mesmo, julgo que a fora da imprensa periga, desde que nessa questo de liberdade de pensamento no houver a mais perfeita solidariedade de vistas em defend-la contra os atentados dos governos verdadeiramente poderosos e os que se fingem poderosos, como o atual. E essa defesa deve esquecer qualquer outra circunstncia que milite em favor ou desfavor do jornal. No se quer saber se o jornal A, atacado pelos alguazis4 da governana, tira mil ou um milho de exemplares, se escrito na lngua morta de Rui de Pina ou na que os smile-clssicos de hoje chamam vascono5 ou l que seja. O que se deve indagar primeiro se todo o ataque a um jornal ou sua liberdade de circulao no uma ameaa aos outros. Hodie mihi...6 Nesse caso da A Folha, apesar de serdios7 , os protestos vieram; e, ainda ontem, A Noite, na seco Ecos e Novidades, denuncia que o prprio diretor dos Correios foi, em pessoa, a determinada dependncia, para impedir que aquele jornal fosse distribudo aos seus assinantes. At onde querero ir os administradores do Brasil em sabujice? (Lima Barreto. Feiras e mafus, 1961.) (1) In continenti: no mesmo momento, imediatamente, no mesmo instante, na hora. (2) Catete: Palcio do Catete, sede da presidncia da Repblica. (3) Buques: navios. (4) Alguazil: funcionrio inferior de administrao ou de justia; funcionrio subalterno; oficial de diligncias; meirinho, beleguim, esbirro. (5) Vascono: basco; (fig.) linguagem confusa, afetada, ininteligvel. (6) Hodie mihi, cras tibi: provrbio latino que significa hoje a mim, amanh a ti, isto , o que acontece hoje comigo pode acontecer amanh com voc. (7) Serdio: fora de tempo, tardio, atrasado Os agentes, como ia eu dizendo, apreenderam os jornais de Medeiros e Albuquerque, diante do povo bestializado; e, ao outro dia, um nico quotidiano teve a coragem de denunciar semelhante escndalo, assim mesmo com reservas e injustificvel prudncia. Nesta frase, focalizando a reao do nico jornal (quotidiano) que ao outro dia denunciou as aes sofridas por A Folha, Lima Barreto atribui quele jornal o termo coragem, mas em seguida ressalva que a denncia foi feita com reservas e injustificvel prudncia. O que pretendeu realmente dizer o cronista quanto reao do jornal?
(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 28) O caso da A Folha [...] A Constituio Federal, edio oficial da Imprensa Nacional, 1891, Ttulo III seco II, Declarao dos Direitos, art. 72, 12, diz: Em qualquer assunto livre a manifestao do pensamento pela imprensa, ou pela tribuna sem dependncia de censura, respondendo cada um pelos abusos que cometer, nos casos e pela forma que a lei determinar. No permitido o anonimato. A lei que dispe sobre os crimes de responsabilidade do presidente da Repblica diz ainda: Art. 28 Tolher a liberdade da imprensa, impedindo arbitrariamente a publicao ou circulao dos jornais ou outros escritos impressos, etc. [...] Em dias da semana passada, nesta cidade do Rio de Janeiro, em plena Avenida Central, agentes de polcia e outros funcionrios subalternos, da repartio do doutor Geminiano, saram-se dos seus cuidados e apreenderam das mos de vendedores e rasgaram in continenti1 exemplares da A Folha, jornal recentemente fundado e dirigido pelo conhecido escritor Medeiros e Albuquerque. No segredo para ningum que o jornal desse ilustrado e destemido jornalista vem, desde a sua fundao, mantendo uma campanha contra a venda aos Estados Unidos dos navios que o Brasil tomou Alemanha, por ocasio de declarar a guerra a esta. A campanha tem sido corajosa e tem deveras contundido profundamente o governo, por isso, todos que se julgam pavoneados pelo Catete2 andam irritadssimos com o vespertino de Medeiros. A coisa est posta no ponto de vista patritico, ponto de vista em que no gosto de ver julgada qualquer questo. Para fim, o que eu achava honesto e srio, de cavalheiro, era entregar os buques3 aos seus verdadeiros donos; o mais tem um nome feio que no quero pr aqui. Mas, etc., etc. Os agentes, como ia eu dizendo, apreenderam os jornais de Medeiros e Albuquerque, diante do povo bestializado; e, ao outro dia, um nico quotidiano teve a coragem de denunciar semelhante escndalo, assim mesmo com reservas e injustificvel prudncia. Sou insuspeito para falar assim dos jornais, porque lhes devo muito; mas, por isso mesmo, julgo que a fora da imprensa periga, desde que nessa questo de liberdade de pensamento no houver a mais perfeita solidariedade de vistas em defend-la contra os atentados dos governos verdadeiramente poderosos e os que se fingem poderosos, como o atual. E essa defesa deve esquecer qualquer outra circunstncia que milite em favor ou desfavor do jornal. No se quer saber se o jornal A, atacado pelos alguazis4 da governana, tira mil ou um milho de exemplares, se escrito na lngua morta de Rui de Pina ou na que os smile-clssicos de hoje chamam vascono5 ou l que seja. O que se deve indagar primeiro se todo o ataque a um jornal ou sua liberdade de circulao no uma ameaa aos outros. Hodie mihi...6 Nesse caso da A Folha, apesar de serdios7 , os protestos vieram; e, ainda ontem, A Noite, na seco Ecos e Novidades, denuncia que o prprio diretor dos Correios foi, em pessoa, a determinada dependncia, para impedir que aquele jornal fosse distribudo aos seus assinantes. At onde querero ir os administradores do Brasil em sabujice? (Lima Barreto. Feiras e mafus, 1961.) (1) In continenti: no mesmo momento, imediatamente, no mesmo instante, na hora. (2) Catete: Palcio do Catete, sede da presidncia da Repblica. (3) Buques: navios. (4) Alguazil: funcionrio inferior de administrao ou de justia; funcionrio subalterno; oficial de diligncias; meirinho, beleguim, esbirro. (5) Vascono: basco; (fig.) linguagem confusa, afetada, ininteligvel. (6) Hodie mihi, cras tibi: provrbio latino que significa hoje a mim, amanh a ti, isto , o que acontece hoje comigo pode acontecer amanh com voc. (7) Serdio: fora de tempo, tardio, atrasado O que se deve indagar primeiro se todo o ataque a um jornal ou sua liberdade de circulao no uma ameaa aos outros. Hodie mihi... Explique o que quer dizer o cronista neste pargrafo, em termos de defesa da cidadania, ao empregar o provrbio latino Hodie mihi, cras tibi (hoje a mim, amanh a ti).
(UNESP - 2012- 2 fase) O homem que queria eliminar a memria (...) Estava na sala diante do doutor. Uma sala branca, annima. Por que so sempre assim, derrotando a gente logo de entrada? O mdico: Sim? Quero me operar. Quero que o senhor tire um pedao do meu crebro. Um pedao do crebro? Por que vou tirar um pedao do seu crebro? Porque eu quero. Sim, mas precisa me explicar. Justificar. No basta eu querer? Claro que no. No sou dono do meu corpo? Em termos. Como em termos? Bem, o senhor e no . H certas coisas que o senhor est impedido de fazer. Ou melhor; eu que estou impedido de fazer no senhor. Quem impede? A tica, a lei. A sua tica manda tambm no meu corpo? Se pago, se quero, porque quero fazer do meu corpo aquilo que desejo. E se acabou. Olha, a gente vai ficar o dia inteiro nesta discusso boba. E no tenho tempo a perder. Por que o senhor quer cortar um pedao do crebro? Quero eliminar a minha memria. Para qu? Gozado, as pessoas s sabem perguntar: o qu? por qu? para qu? Falei com dezenas de pessoas e todos me perguntaram: por qu? No podem aceitar pura e simplesmente algum que deseja eliminar a memria. J que o senhor veio a mim para fazer esta operao, tenho ao menos o direito dessa informao. No quero mais me lembrar de nada. S isso. As coisas passaram, passaram. Fim! No to simples assim. Na vida diria, o senhor precisa da memria. Para lembrar pequenas coisas. Ou grandes. Compromissos, encontros, coisas a pagar, etc. tudo isso que vou eliminar. Marco numa agenda, olho ali e pronto. No d para fazer isso, de qualquer modo. A medicina no est to adiantada assim. Em lugar nenhum posso eliminar a minha memria? Que eu saiba no. Seria muito melhor para os homens. O dia a dia. O dia de hoje para a frente. Entende o que eu quero dizer? Nenhuma lembrana ruim ou boa, nenhuma neurose. O passado fechado, encerrado. Definitivamente bloqueado. No seria engraado? No se lembrar sequer do que se tomou no caf da manh? E para que quero me lembrar do que tomei no caf da manh? (Igncio de Loyola Brando. Cadeiras proibidas: contos. Rio de Janeiro: Codecri, 1984, p. 32-34.) Os avanos da gentica nos filmes Uma boa forma de se pensar as possibilidades e riscos no avano das cincias se aventurar nas fices literrias e cinematogrficas. Enquanto os cientistas devem zelar para no fazer especulaes infundadas, os autores de fico tratam de dar asas imaginao e projetar em histrias emocionantes as possveis aplicaes da cincia e alguns de seus efeitos inesperados. A possibilidade de recriao da vida humana ou do controle que poderamos ter sobre seus corpos e destinos so alguns dos grandes temas que h muito tempo vm sendo explorados. O que seria de nossa vida se soubssemos como prolong-la indefinidamente? Como ficariam nossos corpos se pudssemos transform-los vontade ou se consegussemos fabricar seres para nos substiturem nas tarefas duras e chatas? No seria uma maravilha se pudssemos implantar ou fazer um download de memrias e conhecimentos que nos dispensassem de ter que aprender na marra, com muito estudo e algumas experincias ruins? Que tal poder escolher e reconfigurar nossas caractersticas e as das pessoas com quem convivemos? Nosso imaginrio povoado por robs, clones, artifcios fantsticos, instrumentos poderosos e tecnologias sofisticadas que aparecem sob variadas formas nos enredos de diversos filmes. Metrpolis, Frankenstein, Blade Runner, Inteligncia Artificial, Eu Rob e Matrix so alguns que se tornaram clssicos, pois foram marcantes para geraes e continuam sendo referidos e revisitados. De maneira geral, retratam como boas ideias podem ter desdobramentos imprevistos e indesejveis. o que acontece, por exemplo, nas narrativas utpicas que descrevem sociedades ideais, mas que se revelam sombrias e nada atraentes quando conhecidas de perto, como nos filmes 1984 ou Brazil. Isto obviamente no invalida, nem deveria desestimular, os avanos do conhecimento. Pelo contrrio! Juntamente com as dvidas que essas histrias lanam sobre nossas certezas e expectativas, elas suscitam interrogaes e recolocam questes fundamentais. Se a engenharia gentica pode fazer as pessoas melhores, mais saudveis, mais desejveis, por que no seguir em frente? Quais seriam as implicaes dessa seleo artificial? Assistir e conversar sobre o filme GATTACA uma boa forma de entrar nessa discusso. O nome da produo e do local onde se passa vem das letras com que representamos as sequncias do DNA (G, A, T, C). Mais precisamente, as iniciais das bases qumicas dessas molculas: Guanina, Adenina, Timina e Citosina. O filme retrata uma sociedade organizada e estratificada de forma racional, tomando como base o levantamento gentico dos indivduos. Aparentemente, uma forma de se aproveitar melhor, e para o bem comum, as caractersticas e o potencial de cada um. Acontece que um jovem, inconformado com o destino que seus genes defeituosos lhe reservara, falseia sua identidade gentica para assumir a profisso com que sempre sonhara, a de espaonauta. Boa parte da trama e do suspense do filme advm do fato de que sua verdadeira identidade biolgica, invlida para aquela atividade, tinha que ser ocultada todo o tempo e com muita astcia, pois a manuteno da ordem social se baseava em constantes escaneamentos genticos. As situaes enfrentadas pelo personagem nos levam a compartilhar sua percepo de injustia, e torcer pela subverso ao sistema. (Bernardo Jefferson de Oliveira. Os avanos da gentica nos filmes. pr-Univesp, edio 6, 15.11.2010: www.univesp.ensinosuperior.sp.gov) No primeiro pargrafo e em outras passagens do artigo, Bernardo Jefferson de Oliveira destaca que os literatos e os cineastas desfrutam de uma liberdade que os cientistas no tm ante suas prprias descobertas cientficas. Que liberdade essa?
(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 29) Quebra de milho Ms de agosto tempo de queimada Vou l pr roa Preparar o aceiro Fasca pula Que nem burro brabo E faz estrada l na capoeira A terra a me, Isso no segredo O que se planta esse cho nos d Uma promessa A So Miguel Arcanjo Pr mandar chuva Pro milho brotar... Passou setembro, Outubro j chegou J vejo o milho Brotando no cho Tapando a terra Feito manto verde Pr esperana do meu corao Ms de dezembro, Vm as boas novas A roa toda j se embonecou Uma orao Agradecendo a Deus E comer o fruto Que j madurou... Ms de janeiro, Comer milho assado Mingau e angu No ms de fevereiro Na palha verde Enrolar pamonha E comer cuscuz Durante o ano inteiro Quando chegado O tempo da colheita Quebra de milho, Grande mutiro A vida veste sua roupa nova Pr ir no baile l no casaro... (In: Beth Canado. Aquarela Brasileira. Vol. 3. Braslia: Editora Corte Ltda., 1995.) Esclarea o ponto de vista assumido na letra da toada com relao necessidade e utilidade da queimada na agricultura.
(UNESP - 2012- 2 fase) Um homem superior Quis a desgraa de Medeiros [patro de Clemente] que os negcios lhe corressem mal; duas ou trs catstrofes comerciais o puseram s portas da morte. Clemente Soares fez quanto pde para salvar a casa de que dependia o seu futuro, mas nenhum esforo era possvel contra um desastre marcado pelo destino, que o nome que se d tolice dos homens ou ao concurso das circunstncias. Achou-se sem emprego nem dinheiro. (...) No pior da sua posio, recebeu Clemente uma carta em que o comendador o convidava a ir passar algum tempo na fazenda. Sabedor da catstrofe de Medeiros, queria o comendador naturalmente dar a mo ao rapaz. Este no esperou que repetisse o convite. Escreveu logo dizendo que da a um ms se poria em marcha. Efetivamente um ms depois saa Clemente Soares em caminho do municpio de***, onde era a fazenda do comendador Brito. O comendador esperava-o ansioso. E no menos ansiosa estava a moa, no sei se porque j lhe tivesse amor, se porque ele fosse uma distrao no meio da montona vida rural. Recebido como amigo, tratou Clemente Soares de pagar a hospitalidade, fazendo-se conviva alegre e divertido. Ningum o poderia melhor do que ele. Dotado de grande perspiccia, compreendeu em poucos dias como entendia o comendador a vida do campo, e tratou de o lisonjear por todos os modos. Infelizmente, dez dias depois da sua chegada fazenda, adoeceu gravemente o comendador Brito, por maneira que o mdico poucas esperanas deu famlia. Era ver o zelo com que Clemente Soares servia de enfermeiro do doente, procurando por todos os meios suavizar-lhe os males. Passava noites em claro, ia aos povoados quando era necessrio fazer alguma coisa mais importante, consolava o doente j com palavras de esperanas, j com animada conversa, cujo fim era distra-lo de pensamentos lgubres. Ah! dizia o pobre velho, que pena que eu o no conhecesse h mais tempo! Bem vejo que um verdadeiro amigo. No me elogie, comendador, dizia Clemente Soares, no me elogie, que tirar o mrito, se o h, destes deveres agradveis ao meu corao. O procedimento de Clemente influiu no nimo de Carlotinha, que nesse desafio de solicitude soube mostrar-se esposa dedicada e reconhecida. Ao mesmo tempo fez com que em seu corao se desenvolvesse o grmen de afeto que Clemente de novo lhe lanara. Carlotinha era uma moa frvola; mas a doena do marido, a perspectiva da viuvez, o desvelo do rapaz, tudo fez nela uma profunda revoluo. E mais que tudo, a delicadeza de Clemente Soares, que, durante esse tempo de to graves preocupaes para ela, nenhuma palavra de amor lhe dirigiu. Era impossvel que o comendador escapasse morte. (Machado de Assis. Contos fluminenses, vol. II. So Paulo: Editora Mrito, 1962, p. 103-105.) Dotado de grande perspiccia, compreendeu em poucos dias como entendia o comendador a vida do campo, e tratou de o lisonjear por todos os modos. Explique em que medida o verbo lisonjear, empregado na frase, representa uma sntese da atitude de Clemente Soares ante o comendador, na passagem apresentada.
(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 30) Quebra de milho Ms de agosto tempo de queimada Vou l pr roa Preparar o aceiro Fasca pula Que nem burro brabo E faz estrada l na capoeira A terra a me, Isso no segredo O que se planta esse cho nos d Uma promessa A So Miguel Arcanjo Pr mandar chuva Pro milho brotar... Passou setembro, Outubro j chegou J vejo o milho Brotando no cho Tapando a terra Feito manto verde Pr esperana do meu corao Ms de dezembro, Vm as boas novas A roa toda j se embonecou Uma orao Agradecendo a Deus E comer o fruto Que j madurou... Ms de janeiro, Comer milho assado Mingau e angu No ms de fevereiro Na palha verde Enrolar pamonha E comer cuscuz Durante o ano inteiro Quando chegado O tempo da colheita Quebra de milho, Grande mutiro A vida veste sua roupa nova Pr ir no baile l no casaro... (In: Beth Canado. Aquarela Brasileira. Vol. 3. Braslia: Editora Corte Ltda., 1995.) A roa toda j se embonecou. Com base no fato de que no meio rural a espiga do milho quando surge denominada boneca e de que o sentido usual de embonecar enfeitar, explique o que expressam os autores da toada com o verso em destaque.
(UNESP - 2012- 2 fase) Um homem superior Quis a desgraa de Medeiros [patro de Clemente] que os negcios lhe corressem mal; duas ou trs catstrofes comerciais o puseram s portas da morte. Clemente Soares fez quanto pde para salvar a casa de que dependia o seu futuro, mas nenhum esforo era possvel contra um desastre marcado pelo destino, que o nome que se d tolice dos homens ou ao concurso das circunstncias. Achou-se sem emprego nem dinheiro. (...) No pior da sua posio, recebeu Clemente uma carta em que o comendador o convidava a ir passar algum tempo na fazenda. Sabedor da catstrofe de Medeiros, queria o comendador naturalmente dar a mo ao rapaz. Este no esperou que repetisse o convite. Escreveu logo dizendo que da a um ms se poria em marcha. Efetivamente um ms depois saa Clemente Soares em caminho do municpio de***, onde era a fazenda do comendador Brito. O comendador esperava-o ansioso. E no menos ansiosa estava a moa, no sei se porque j lhe tivesse amor, se porque ele fosse uma distrao no meio da montona vida rural. Recebido como amigo, tratou Clemente Soares de pagar a hospitalidade, fazendo-se conviva alegre e divertido. Ningum o poderia melhor do que ele. Dotado de grande perspiccia, compreendeu em poucos dias como entendia o comendador a vida do campo, e tratou de o lisonjear por todos os modos. Infelizmente, dez dias depois da sua chegada fazenda, adoeceu gravemente o comendador Brito, por maneira que o mdico poucas esperanas deu famlia. Era ver o zelo com que Clemente Soares servia de enfermeiro do doente, procurando por todos os meios suavizar-lhe os males. Passava noites em claro, ia aos povoados quando era necessrio fazer alguma coisa mais importante, consolava o doente j com palavras de esperanas, j com animada conversa, cujo fim era distra-lo de pensamentos lgubres. Ah! dizia o pobre velho, que pena que eu o no conhecesse h mais tempo! Bem vejo que um verdadeiro amigo. No me elogie, comendador, dizia Clemente Soares, no me elogie, que tirar o mrito, se o h, destes deveres agradveis ao meu corao. O procedimento de Clemente influiu no nimo de Carlotinha, que nesse desafio de solicitude soube mostrar-se esposa dedicada e reconhecida. Ao mesmo tempo fez com que em seu corao se desenvolvesse o grmen de afeto que Clemente de novo lhe lanara. Carlotinha era uma moa frvola; mas a doena do marido, a perspectiva da viuvez, o desvelo do rapaz, tudo fez nela uma profunda revoluo. E mais que tudo, a delicadeza de Clemente Soares, que, durante esse tempo de to graves preocupaes para ela, nenhuma palavra de amor lhe dirigiu. Era impossvel que o comendador escapasse morte. (Machado de Assis. Contos fluminenses, vol. II. So Paulo: Editora Mrito, 1962, p. 103-105.) Dotado de grande perspiccia, compreendeu em poucos dias como entendia o comendador a vida do campo, e tratou de o lisonjear por todos os modos. Explique em que medida o verbo lisonjear, empregado na frase, representa uma sntese da atitude de Clemente Soares ante o comendador, na passagem apresentada.
(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 31) Quebra de milho Ms de agosto tempo de queimada Vou l pr roa Preparar o aceiro Fasca pula Que nem burro brabo E faz estrada l na capoeira A terra a me, Isso no segredo O que se planta esse cho nos d Uma promessa A So Miguel Arcanjo Pr mandar chuva Pro milho brotar... Passou setembro, Outubro j chegou J vejo o milho Brotando no cho Tapando a terra Feito manto verde Pr esperana do meu corao Ms de dezembro, Vm as boas novas A roa toda j se embonecou Uma orao Agradecendo a Deus E comer o fruto Que j madurou... Ms de janeiro, Comer milho assado Mingau e angu No ms de fevereiro Na palha verde Enrolar pamonha E comer cuscuz Durante o ano inteiro Quando chegado O tempo da colheita Quebra de milho, Grande mutiro A vida veste sua roupa nova Pr ir no baile l no casaro... (In: Beth Canado. Aquarela Brasileira. Vol. 3. Braslia: Editora Corte Ltda., 1995.) Demonstre que a comparao da fasca na queimada na roa com um burro brabo bastante adequada ao contexto e concepo da queimada na letra da toada de Tom Andrade e Manoelito.
(UNESP - 2012- 2 fase) Um homem superior Quis a desgraa de Medeiros [patro de Clemente] que os negcios lhe corressem mal; duas ou trs catstrofes comerciais o puseram s portas da morte. Clemente Soares fez quanto pde para salvar a casa de que dependia o seu futuro, mas nenhum esforo era possvel contra um desastre marcado pelo destino, que o nome que se d tolice dos homens ou ao concurso das circunstncias. Achou-se sem emprego nem dinheiro. (...) No pior da sua posio, recebeu Clemente uma carta em que o comendador o convidava a ir passar algum tempo na fazenda. Sabedor da catstrofe de Medeiros, queria o comendador naturalmente dar a mo ao rapaz. Este no esperou que repetisse o convite. Escreveu logo dizendo que da a um ms se poria em marcha. Efetivamente um ms depois saa Clemente Soares em caminho do municpio de***, onde era a fazenda do comendador Brito. O comendador esperava-o ansioso. E no menos ansiosa estava a moa, no sei se porque j lhe tivesse amor, se porque ele fosse uma distrao no meio da montona vida rural. Recebido como amigo, tratou Clemente Soares de pagar a hospitalidade, fazendo-se conviva alegre e divertido. Ningum o poderia melhor do que ele. Dotado de grande perspiccia, compreendeu em poucos dias como entendia o comendador a vida do campo, e tratou de o lisonjear por todos os modos. Infelizmente, dez dias depois da sua chegada fazenda, adoeceu gravemente o comendador Brito, por maneira que o mdico poucas esperanas deu famlia. Era ver o zelo com que Clemente Soares servia de enfermeiro do doente, procurando por todos os meios suavizar-lhe os males. Passava noites em claro, ia aos povoados quando era necessrio fazer alguma coisa mais importante, consolava o doente j com palavras de esperanas, j com animada conversa, cujo fim era distra-lo de pensamentos lgubres. Ah! dizia o pobre velho, que pena que eu o no conhecesse h mais tempo! Bem vejo que um verdadeiro amigo. No me elogie, comendador, dizia Clemente Soares, no me elogie, que tirar o mrito, se o h, destes deveres agradveis ao meu corao. O procedimento de Clemente influiu no nimo de Carlotinha, que nesse desafio de solicitude soube mostrar-se esposa dedicada e reconhecida. Ao mesmo tempo fez com que em seu corao se desenvolvesse o grmen de afeto que Clemente de novo lhe lanara. Carlotinha era uma moa frvola; mas a doena do marido, a perspectiva da viuvez, o desvelo do rapaz, tudo fez nela uma profunda revoluo. E mais que tudo, a delicadeza de Clemente Soares, que, durante esse tempo de to graves preocupaes para ela, nenhuma palavra de amor lhe dirigiu. Era impossvel que o comendador escapasse morte. (Machado de Assis. Contos fluminenses, vol. II. So Paulo: Editora Mrito, 1962, p. 103-105.) Releia o segundo pargrafo do conto de Machado de Assis e explique o que deixa implcito o narrador a respeito da noo usual de destino.
(UNESP - 2012/2 - 2a fase - Questo 32) Quebra de milho Ms de agosto tempo de queimada Vou l pr roa Preparar o aceiro Fasca pula Que nem burro brabo E faz estrada l na capoeira A terra a me, Isso no segredo O que se planta esse cho nos d Uma promessa A So Miguel Arcanjo Pr mandar chuva Pro milho brotar... Passou setembro, Outubro j chegou J vejo o milho Brotando no cho Tapando a terra Feito manto verde Pr esperana do meu corao Ms de dezembro, Vm as boas novas A roa toda j se embonecou Uma orao Agradecendo a Deus E comer o fruto Que j madurou... Ms de janeiro, Comer milho assado Mingau e angu No ms de fevereiro Na palha verde Enrolar pamonha E comer cuscuz Durante o ano inteiro Quando chegado O tempo da colheita Quebra de milho, Grande mutiro A vida veste sua roupa nova Pr ir no baile l no casaro... (In: Beth Canado. Aquarela Brasileira. Vol. 3. Braslia: Editora Corte Ltda., 1995.) J vejo o milho / Brotando no cho / Tapando a terra / Feito manto verde / Pra esperana do meu corao. Identifique e explique os valores simblicos da cor nos versos em destaque.
(UNESP - 2012- 2 fase) Na tira de Laerte, aponte o que o aluno no percebeu de imediato como primeira lio de Fagundes.
(UNESP - 2012- 2 fase) Gattaca Review by James Brundage (January 15th, 1999) Gattaca is a character drama in the guise of a thriller, the same way that The Truman Show was a drama in the guise of a comedy. Andrew Niccol works his beautiful charms with both of them. In Gattaca, he offers us a stunning vision of the not-so-distant future, a time where genetic engineering is so commonplace that it is common practice. The world, of course, has the drawback that anyone who was not genetically engineered is part of a new class of society, called an invalid. Vincent Freeman was born this way. He chooses, however, not to remain an invalid but to become what is known as a de-generate, someone who uses other peoples blood, urine, hair etc. to fake a genetic code superior to their own. His dream was to end up in space and being this particularly loathed thing is the only way he is able to do it. Lending his dream to the real Gerome Morrow, a suicidal cripple, the two band together to get him into space. Everything is going well, he is set to leave in a week. Then the mission director is murdered. This occurs, in my opinion, only to keep less intelligent viewers interested in the story, which contains enough pathos to warrant me watching it if it didnt involve a murder at all. As Vincent tries to keep his secret, he is falling in love with Irene Cassini, another worker at Gattaca, the storys equivalent of Cape Canaveral. The panic caused by the moment causes each person involved to examine themselves, society, and the state of the world. The sad thing about Gattaca is that so many people will hate this movie because of its utterly slow pace. It does not keep the interest of someone not intrigued by people, which encompasses most every viewer today. So that takes out studio fans, and its Star Trek target audience. (www.killermovies.com. Adaptado.) Quem era denominado pelo termo invalid no contexto da histria do filme? O que significava ser um de-generate, no mesmo contexto?
(UNESP - 2012- 2 fase) Gattaca Review by James Brundage (January 15th, 1999) Gattaca is a character drama in the guise of a thriller, the same way that The Truman Show was a drama in the guise of a comedy. Andrew Niccol works his beautiful charms with both of them. In Gattaca, he offers us a stunning vision of the not-so-distant future, a time where genetic engineering is so commonplace that it is common practice. The world, of course, has the drawback that anyone who was not genetically engineered is part of a new class of society, called an invalid. Vincent Freeman was born this way. He chooses, however, not to remain an invalid but to become what is known as a de-generate, someone who uses other peoples blood, urine, hair etc. to fake a genetic code superior to their own. His dream was to end up in space and being this particularly loathed thing is the only way he is able to do it. Lending his dream to the real Gerome Morrow, a suicidal cripple, the two band together to get him into space. Everything is going well, he is set to leave in a week. Then the mission director is murdered. This occurs, in my opinion, only to keep less intelligent viewers interested in the story, which contains enough pathos to warrant me watching it if it didnt involve a murder at all. As Vincent tries to keep his secret, he is falling in love with Irene Cassini, another worker at Gattaca, the storys equivalent of Cape Canaveral. The panic caused by the moment causes each person involved to examine themselves, society, and the state of the world. The sad thing about Gattaca is that so many people will hate this movie because of its utterly slow pace. It does not keep the interest of someone not intrigued by people, which encompasses most every viewer today. So that takes out studio fans, and its Star Trek target audience. (www.killermovies.com. Adaptado.) Segundo a crtica, por que o diretor da misso espacial foi assassinado? Havia realmente necessidade de esse fato ocorrer?
(UNESP - 2012- 2 fase) Personal Marketing: Selling yourself Before you begin a job search campaign you must have a personal marketing strategy. A personal marketing strategy provides you with a game plan for your job search campaign. You should look at the job search as a marketing campaign, with you, the job seeker, as the product. Every product, even the best ones, wont succeed without a strong marketing strategy. This begins with a comprehensive, yet flexible plan. First you must know to whom you are marketing. You must identify the types of employers who would be looking for an employee with your qualifications. Are they all within a certain industry? Are there many industries that hire employees with your background? You already know that personal marketing skills are important to your career and perhaps to find a better job, but the only problem is that the art of self marketing is difficult for a lot of people. Selling yourself well doesnt mean talking just about yourself or arrogantly telling others how great you are. By selling yourself, in an interview or an informal networking meeting, I mean thinking first about the employers needs and expectations and figuring out how you can create value for their organization. What does the potential employer really need from a new employee? What specific technical skills, workplace competencies and personal qualities is the employer looking for? Now if you can ask those questions dispassionately, you should be able to identify your own strengths that match and gently weave them into every conversation you have in the world of good jobs and prospective careers. (Adaptado de http://careerplanning.about.com e www.your-career-change.com) Liste quatro aspectos importantes a serem considerados, segundo o texto, para se realizar uma propaganda de si mesmo com a finalidade de conseguir um emprego.
(UNESP - 2012- 2 fase) Personal Marketing: Selling yourself Before you begin a job search campaign you must have a personal marketing strategy. A personal marketing strategy provides you with a game plan for your job search campaign. You should look at the job search as a marketing campaign, with you, the job seeker, as the product. Every product, even the best ones, wont succeed without a strong marketing strategy. This begins with a comprehensive, yet flexible plan. First you must know to whom you are marketing. You must identify the types of employers who would be looking for an employee with your qualifications. Are they all within a certain industry? Are there many industries that hire employees with your background? You already know that personal marketing skills are important to your career and perhaps to find a better job, but the only problem is that the art of self marketing is difficult for a lot of people. Selling yourself well doesnt mean talking just about yourself or arrogantly telling others how great you are. By selling yourself, in an interview or an informal networking meeting, I mean thinking first about the employers needs and expectations and figuring out how you can create value for their organization. What does the potential employer really need from a new employee? What specific technical skills, workplace competencies and personal qualities is the employer looking for? Now if you can ask those questions dispassionately, you should be able to identify your own strengths that match and gently weave them into every conversation you have in the world of good jobs and prospective careers. (Adaptado de http://careerplanning.about.com e www.your-career-change.com) Qual o significado da orao if you can ask those questions dispassionately no texto? A quais perguntas se faz referncia nessa orao?