(UNESP - 2014 - 1ª FASE) A questão aborda um poema de Raul de Leoni (1895-1926).
A alma das cousas somos nós...
Dentro do eterno giro universal
Das cousas, tudo vai e volta à alma da gente,
Mas, se nesse vaivém tudo parece igual
Nada mais, na verdade
(5) Nunca mais se repete exatamente...
Sim, as cousas são sempre as mesmas na corrente
Que no-las leva e traz, num círculo fatal;
O que varia é o espírito que as sente
Que é imperceptivelmente desigual,
(10) Que sempre as vive diferentemente,
E, assim, a vida é sempre inédita, afinal...
Estado de alma em fuga pelas horas,
Tons esquivos e trêmulos, nuanças
Suscetíveis, sutis, que fogem no Íris
(15) Da sensibilidade furta-cor...
E a nossa alma é a expressão fugitiva das cousas
E a vida somos nós, que sempre somos outros!...
Homem inquieto e vão que não repousas!
Para e escuta:
(20) Se as cousas têm espírito, nós somos
Esse espírito efêmero das cousas,
Volúvel e diverso,
Variando, instante a instante, intimamente,
E eternamente,
(25) Dentro da indiferença do Universo!...
(Luz mediterrânea, 1965.)
Embora pareça constituído de versos livres modernistas, o poema em questão ainda segue a versificação medida, combinando versos de diferentes extensões, com predomínio dos de doze e dez sílabas métricas. Assinale a alternativa que indica, na primeira estrofe, pela ordem em que surgem, os versos de dez sílabas métricas, denominados decassílabos.
1 e 5.
3 e 4.
1, 2 e 3.
2 e 3.
1, 3 e 5.