(UNESP - 2014 - 1ª FASE) A questão tomam por base uma passagem do artigo Os operários da música livre, de Ronaldo Evangelista.
Desde o final do século 20, toda a engrenagem industrial do mercado musical passa por intensas transformações, como o surgimento e disseminação de novas tecnologias, em grande parte gratuitas, como os arquivos MP3s, as redes de compartilhamento destes arquivos, mecanismos torrents, sites de armazenamento de conteúdo, ferramentas de publicação on-line — tudo à disposição de quem quisesse dividir com os outros suas canções e discos favoritos. A era pós-industrial atingiu toda a indústria do entretenimento, mas o braço da música foi quem mais sofreu, especialmente as grandes gravadoras multinacionais, as chamadas majors, que sofreram um declínio em todas as etapas de seu antigo negócio, ao mesmo tempo em que rapidamente se aperfeiçoavam ferramentas baratas e caseiras de produção que diminuíam a distância entre amadores e profissionais.
A era digital é também chamada de pós-industrial porque confronta o modelo de produção que dominava até o final do século 20. Esse modelo industrial é baseado na repetição, em formatar e embalar. Por trás disso, a ideia é obter a máxima produção — o que, para produtos em geral, funciona muito bem. Quando esses parâmetros são aplicados à arte, a venda do produto (por exemplo, o disco) depende do conteúdo (a canção). A canção que vai resultar nessa “produção máxima” é buscada por meio de um equilíbrio entre criatividade e uma fórmula de sucesso que desperte o interesse do público. Como estudos ainda não conseguiram decifrar como direcionar a criatividade de uma maneira que certamente despertará esse interesse (e maximizará a produção), a opção normalmente costuma ser pela solução mais simples.
“Cada um tem descoberto suas fórmulas e possibilidades, pois tudo tende a ser cada vez menos homogêneo”, opina o baiano Lucas Santtana, que realizou seus discos recentes às próprias custas.“Claro que ainda existe uma distância em relação aos artistas chamados mainstream”, continua. “Mas você muda o tamanho da escala e já está tudo igual em termos de business. A pergunta é se essa geração faz uma música para esse grande mercado ou se ela está formando um novo público. Outra pergunta é se o grande mercado na verdade não passa de uma imposição de uma máfia que dita o que vai ser popular.”
(Galileu, março de 2013. Adaptado.)
Segundo o autor, desde o final do século 20, as novas tecnologias e softwares voltados para a música beneficiaram
as lojas especializadas na venda de discos de vinil e digitais.
os distribuidores de discos de vinil no mercado internacional.
as grandes gravadoras e produtoras nacionais de discos.
as grandes redes de supermercados e shoppings.
os usuários interessados em compartilhar músicas.