(UNESP - 2015/2 - 1ª FASE) Leia o texto para responder à questão.
A casa-grande, residência do senhor de engenho, é uma vasta e sólida mansão térrea ou em sobrado; distingue-se pelo seu estilo arquitetônico sóbrio, mas imponente, que ainda hoje empresta majestade à paisagem rural, nas velhas fazendas de açúcar que a preservaram. Constituía o centro de irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade. A casa-grande completava-se com a capela, onde se realizavam os ofícios e as cerimônias religiosas [...]. Próximo se erguia a senzala, habitação dos escravos, os quais, nos grandes engenhos, podiam alcançar algumas centenas de “peças”. Pouco além serpenteava o rio, traçando através da floresta uma via de comunicação vital. O rio e o mar se mantiveram, no período colonial, como elementos constantes de preferência para a escolha da situação da grande lavoura. Ambos constituíam as artérias vivificantes: por meio delas o engenho fazia escoar suas safras de açúcar e, por elas, singravam os barcos que conduziam as toras de madeira abatidas na floresta, que alimentavam as fornalhas do engenho, ou a variedade e a multiplicidade de gêneros e artigos manufaturados que o engenho adquiria alhures [...].
(Alice Canabrava apud Déa Ribeiro Fenelon (org.). 50 textos de história do Brasil,1986.)
Quanto à organização da vida e do trabalho no engenho colonial, o texto
destaca a ausência de quaisquer relações de trabalho e de amizade dos senhores com os seus escravos.
demonstra a distribuição espacial das construções e seu papel no funcionamento e na lógica do poder dentro do engenho.
enfatiza a predominância do trabalho compulsório e os lucros obtidos na comercialização de escravos de origem africana.
denuncia o descaso dos senhores de engenho com a escolha da localização para a instalação do engenho.
atesta a irracionalidade do posicionamento das edificações e os problemas logísticos trazidos pela falta de planejamento espacial.