(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1)
À primeira vista, porém, a arte do cinema aparenta ser demasiado simples e até mesmo estúpida. Vê-se o Rei dando um aperto de mão a um time de futebol; eis o iate de Sir Thomas Lipton; eis, enfim, Jack Horner vencendo o Grand National. Os olhos consomem tudo isso instantaneamente e o cérebro, agradavelmente excitado, põe-se a observar as coisas acontecerem sem se atarefar com nada. Mas qual é, pois, a sua surpresa ao ser, de repente, despertado em meio à sua agradável sonolência e chamado a prestar socorro? O olho está em apuros. Necessita de ajuda. Diz, então, ao cérebro: “Está ocorrendo algo que de modo algum posso entender. Tu me és necessário”. Juntos olham para o Rei, o barco, o cavalo e o cérebro; de imediato, vê que eles se revestiram de uma qualidade que não pertence à mera fotografia da vida mesma.
(Virginia Woolf. “O cinema”. Rapsódia, 2006. Adaptado.)
Com o surgimento da disciplina estética, no século XVIII, entendeu-se que a arte é capaz de produzir ajuizamentos. O texto aborda o tema por meio da constatação da autora de que
se estabeleceu maior relevância aos temas representados pelas artes.
se reconheceu a importância da sensibilidade no processo do conhecimento.
ocorreu um intenso diálogo entre os artistas, tais como cineastas e literários.
houve a evolução das linguagens artísticas em relação às suas técnicas.
se proliferaram novas manifestações artísticas com posturas críticas.