(UNESP - 2024) Texto 1 A filosofia diferente da cincia e da matemtica. Ao contrrio da cincia, ela no se apoia em experimentos ou na observao, mas apenas na reflexo. E, ao contrrio da matemtica, no dispe de nenhum mtodo formal de verificao. Ela se faz pela simples indagao e arguio, ensaiando ideias e imaginando possveis argumentos contra elas, perguntando-nos at que ponto nossos conceitos de fato funcionam. A principal ocupao da filosofia questionar e entender ideias muito comuns que todos ns usamos no dia a dia sem nem sequer refletir sobre elas. (Thomas Nagel. Uma breve introduo filosofia, 2011.) Texto 2 O agente moral consciente algum imparcialmente preocupado com os interesses de cada um afetado pelo que o agente moral faz; algum que examina minuciosamente os fatos e as suas implicaes; algum que aceita princpios de conduta somente depois de examin-los para se assegurar de que eles so justificados; algum que est disposto a ouvir a razo mesmo quando signifique rever convices prvias; e algum que, finalmente, est disposto a agir com base nos resultados de sua deliberao. (James Rachels e Stuart Rachels. Os elementos da filosofia moral, 2013. Adaptado.) a) Com base nos textos 1 e 2, qual a caracterstica central da atividade filosfica e como essa caracterstica pode ser confirmada? b) Identifique a rea da filosofia abordada no texto 2. Explique como a expresso ouvir a razo situa-se nessa rea.
(UNESP - 2024) Texto 1 Texto 2 O esprito de consumo conseguiu infiltrar-se at na relao com a famlia e a religio, com a poltica, com a cultura e o tempo disponvel. Da a condio profundamente paradoxal do hiperconsumidor. De um lado, este se afirma como um consumidor informado e livre, que v seu leque de escolhas ampliar-se, age procurando otimizar a relao qualidade/preo. Do outro, os modos de vida, os prazeres e os gostos mostram-se cada vez mais sob a dependncia do sistema mercantil. (Gilles Lipovetsky. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo, 2007. Adaptado.) a) Apresente qual crtica os textos 1 e 2 trazem em comum e cite a escola filosfica que tem por foco essa mesma reflexo. b) Em que consiste o paradoxo do hiperconsumidor e como esse paradoxo est presente no texto 1?
(UNESP - 2024) Texto 1 Examinando as explicaes, o ctico se depararia com teorias conflitantes, cada qual pretendendo ser a nica verdadeira. Dada a falta de um critrio para decidir qual dessas teorias assim opostas a verdadeira j que os critrios dependeriam eles prprios das teorias e no seriam imunes ao questionamento considera que todas tm igual peso. Incapaz de decidir entre elas, de fazer uma escolha, o ctico se encontra ento forado a no se pronunciar. (Jaimir Conte. O incio: Sexto Emprico e o ceticismo pirrnico. https://revistacult.uol.com.br. Adaptado.) Texto 2 Empirismo significa uma posio filosfica que toma a experincia como guia e critrio de validade de suas afirmaes []. O termo derivado do grego empeiria, significando basicamente uma forma de saber derivado da experincia sensvel e de dados acumulados com base nessa experincia []. O lema do empirismo a frase de inspirao aristotlica: Nada est no intelecto que no tenha passado antes pelos sentidos. (Danilo Marcondes. Iniciao histria da filosofia, 2004.) a) Explique como o ceticismo e o empirismo abordam a construo do conhecimento de formas distintas. b) Cite a rea da filosofia responsvel pela temtica abordada nos textos 1 e 2. Diferencie a ideia de Aristteles, mencionada no texto 2, do entendimento de Plato sobre a aquisio do conhecimento verdadeiro.
(UNESP - 2024) Texto 1 Texto 2 O conhecimento terico da natureza originariamente ligado geometria como viso ideal da perfeio harmoniosa do cosmo foi se desenvolvendo paralelamente evoluo da matemtica, deixando, assim, de forma paulatina, de ser simples forma de contemplao da realidade, para adquirir o carter de um instrumento de conhecimento da natureza. (Milton Vargas. Histria da matematizao da natureza. Estudos Avanados, 1996.) A relao entre Filosofia e Matemtica advm de um longo perodo da histria da humanidade. Pode-se observar tal relao, a partir dos textos 1 e 2, pela
(UNESP - 2023) A expresso Educao Ambiental passou a ser usada como termo genrico para algo que se aproximaria de tudo o que pudesse ser acolhido sob o guarda-chuva das boas prticas ambientais ou ainda dos bons comportamentos ambientais. Mas, mesmo assim, restaria saber: que critrios definiriam as tais boas prticas? Do ponto de vista de quem so boas? [] Com base em que concepo de meio ambiente certas prticas sociais estariam sendo classificadas como ambientalmente adequadas ou inadequadas? (Isabel C. de M. Carvalho. Educao ambiental, 2012.) A expresso Educao Ambiental envolve outros aspectos importantes, tais como:
(UNESP - 2023) O homem que no tem a menor noo da filosofia caminha pela vida afora preso a preconceitos derivados do senso comum, das crenas habituais da sua poca e do seu pas, e das convices que cresceram na sua mente sem a cooperao ou o consentimento deliberado de sua razo. Para tal homem, o mundo tende a tornar-se finito, definido, bvio. Ao contrrio, quando comeamos a filosofar, imediatamente nos damos conta de que mesmo as coisas mais vulgares levantam problemas para os quais s podemos dar respostas muito incompletas. A filosofia livra-nos da tirania do hbito. (Bertrand Russell. Os problemas da filosofia, 1972. Adaptado.) De acordo com o filsofo Bertrand Russell nesse excerto, o enfrentamento da tirania do hbito pela filosofia contribui para
(UNESP - 2023) Texto 1 Quantas vezes ocorreu-me sonhar, durante a noite, que estava neste lugar, que estava vestido, que estava junto ao fogo, embora estivesse inteiramente nu dentro de meu leito? [] Pensando cuidadosamente nisso, lembro-me de ter sido muitas vezes enganado, quando dormia, por semelhantes iluses. E, detendo-me neste pensamento, vejo to manifestamente que no h quaisquer indcios concludentes, nem marcas assaz certas por onde se possa distinguir nitidamente a viglia do sono, que me sinto inteiramente pasmado: e meu pasmo tal que quase capaz de me persuadir de que estou dormindo. (Ren Descartes. Obra escolhida, 1973.) Texto 2 O cientista Jeremy Bailenson, diretor-fundador do laboratrio que estuda realidade virtual na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, disse, em 2018, que o tempo passado com culos de realidade virtual psicologicamente muito mais poderoso do que qualquer mdia j inventada e se prepara para transformar dramaticamente as nossas vidas. Nosso crebro fica confuso o suficiente para entender esses sinais como realidade? Eu posso te garantir: a realidade virtual influencia. Para algumas pessoas, a iluso to poderosa que o sistema lmbico [regio do crebro envolvida com emoes e memria] delas entra em um estado de atividade intensa. (Shin Suzuki. Vida no metaverso: como a realidade virtual poder afetar a percepo do mundo ao redor. www.bbc.com, 28.11.2021. Adaptado.) Nesses dois textos, observa-se a problematizao de uma questo clssica em filosofia, a qual corresponde
(UNESP - 2023) Ao mostrar que a natureza humana comum e que a reta razo compreensvel por todos, o jurista holands Hugo Grotius (1583-1645) defende a hiptese de que o gnero humano nasce provido de direitos e deveres naturais que decorrem da prpria capacidade de raciocnio, da prpria racionalidade. Para isso, Grotius evoca um estado de natureza pacfico anterior a qualquer histria para se opor ao atual estado social dos homens. Se h uma natureza primitiva anterior, o que inaugura a alta civilizao o Estado moderno. (Ricardo Monteagudo. Filosofia poltica, 2012. Adaptado.) A hiptese mencionada no excerto, sobre a constituio de formas de governos, fundamenta-se em uma viso
(UNESP - 2023) Leia o trecho da entrevista com Frank B. Wilderson, professor de estudos afro-americanos na Universidade da Califrnia. O que o afropessimismo? uma lente de interpretao ou uma forma de teoria crtica. A maioria dos estudos raciais faz uma interveno que eu chamo de reformista, que dizer: como as pessoas na Bahia, por exemplo, podem conseguir casas melhores? Estou muito preocupado com essas perguntas. Mas, como um filsofo, um terico crtico, no nisso que emprego minha energia. Minha energia est baseada no trabalho do psiquiatra martinicano Frantz Fanon (1925-1961) e diz que, no importa aonde voc v, a negritude gera uma ansiedade para todos. Essa ansiedade performada e negociada, e vai ser diferente em Nova Iorque e em Havana. Ns sugerimos que a escravido uma dinmica racial que no terminou. No importa o que digam no discurso consciente, no inconsciente o corpo negro no considerado um ser humano, mas um recurso para as pessoas. (Ana Luiza Albuquerque. Negros no so vistos como humanos, mas objetos, diz autor de Afropessimismo. www.folha.uol.com.br, 20.06.2021. Adaptado.) Nesse texto, o conceito de afropessimismo, elaborado por Wilderson, expressa a
(UNESP - 1 FASE) Nenhum grupo de mulheres brancas conheceu melhor a diferena entre seu prprio status e o status das mulheres negras do que o grupo de mulheres brancas politicamente conscientes e ativistas na luta pelos direitos civis. Ainda assim, vrias dessas mulheres deslocaram-se das lutas pelos direitos civis para as lutas pela libertao da mulher e lideraram um movimento feminista em que suprimiram e negaram a conscincia sobre as diferenas que viram e ouviram. Elas entraram para o movimento feminista apagando e negando a diferena, sem pensar em raa e gnero juntos, mas eliminando raa do cenrio. (bell hooks. O feminismo para todo mundo: polticas arrebatadoras, 2018. Adaptado.) Ao abordar aspectos do Movimento pelos Direitos Civis nos Estados Unidos da dcada de 1960, o excerto
(UNESP - 1 FASE) A cincia avanou tanto que as pessoas acham que no precisam mais morrer. Continuamos usando todos os artifcios da tecnologia, da cincia, para endossar a fantasia de que todo mundo vai ter comida, todo mundo vai ter geladeira, todo mundo vai ter leito hospitalar e todo mundo vai morrer mais tarde. Isso uma falsificao da vida. A cincia e a tecnologia acham que a humanidade no s pode incidir impunemente sobre o planeta como ser a ltima espcie sobrevivente e a nica a decolar daqui quando tudo for pelo ralo. (Ailton Krenak. A vida no til, 2020. Adaptado.) A situao criticada pelo filsofo e lder indgena Ailton Krenak fruto de uma viso de mundo decorrente do pensamento moderno, qual seja,
(UNESP - 1 FASE) Tambm conhecidas como Organizaes Intergovernamentais, essas instituies so criadas por pases (Estados soberanos), regidas por tratados, que buscam por meio da cooperao a melhoria das condies econmicas, polticas e sociais dos associados. Buscam solues em comum para resolver conflitos de interesses entre os Estados membros. A Organizao das Naes Unidas (ONU), fundada em 1945, a maior organizao internacional do mundo. Tem como objetivos principais a manuteno da paz mundial, o respeito aos direitos humanos e o progresso social da humanidade. (Benigno Nez Novo. Organizaes internacionais. www.direitonet.com.br, 08.02.2018. Adaptado.) A organizao poltica intergovernamental mencionada no excerto assemelha-se concepo de Estado da abordagem contratualista de Hobbes, caracterizada pelo dever do soberano de
(UNESP - 1 FASE) Leia o trecho da cano O resto do mundo, de Gabriel O Pensador. Eu t com fome tenho que me alimentar Eu posso no ter nome, mas o estmago t l Por isso eu tenho que ser cara de pau Ou eu peo dinheiro ou fico aqui passando mal Tenho que me rebaixar a esse ponto porque a necessidade maior do que a moral. (Gabriel O Pensador, 2000.) No trecho, a fome tem como consequncia tica a
(UNESP - 1 FASE) O lugar que ocupamos socialmente nos faz ter experincias distintas e outras perspectivas. A teoria do ponto de vista feminista e lugar de fala nos faz refutar uma viso universal de mulher e de negritude, e outras identidades, assim como faz com que homens brancos, que se pensam universais, se racializem, entendam o que significa ser branco como metfora do poder. (Djamila Ribeiro. O que : lugar de fala?, 2017. Adaptado.) O excerto aborda um conceito que prope uma nova perspectiva de anlise filosfica, sobretudo em relao
(UNESP - 2022 - 2 FASE)Admite-se de maneira geral que o sculo XVII sofreu, e realizou, uma radicalssima revoluo de que a cincia moderna , ao mesmo tempo, a raiz e o fruto. Alguns historiadores viram seu aspecto mais especfico na secularizao da conscincia. O homem perdeu seu lugar no mundo; perdeu o prprio mundo em que vivia e sobre o qual pensava, e teve de transformar e substituir no s seus conceitos e atributos fundamentais, mas at mesmo o quadro de referncia de seu pensamento. (Alexandre Koyr. Do mundo fechado ao universo infinito, 2006. Adaptado.) No texto, Alexandre Koyr ressalta uma mudana radical no processo do conhecimento que ocorreu no sculo XVII, que consiste na