(UNESP - 2023)
Leia o trecho da entrevista com Frank B. Wilderson, professor de estudos afro-americanos na Universidade da Califórnia.
— O que é o afropessimismo?
— É uma lente de interpretação ou uma forma de teoria crítica. A maioria dos estudos raciais faz uma intervenção que eu chamo de reformista, que é dizer: como as pessoas na Bahia, por exemplo, podem conseguir casas melhores? Estou muito preocupado com essas perguntas. Mas, como um filósofo, um teórico crítico, não é nisso que emprego minha energia. Minha energia está baseada no trabalho do psiquiatra martinicano Frantz Fanon (1925-1961) e diz que, não importa aonde você vá, a negritude gera uma ansiedade para todos. Essa ansiedade é performada e negociada, e vai ser diferente em Nova Iorque e em Havana. Nós sugerimos que a escravidão é uma dinâmica racial que não terminou. Não importa o que digam no discurso consciente, no inconsciente o corpo negro não é considerado um ser humano, mas um recurso para as pessoas.
(Ana Luiza Albuquerque. “Negros não são vistos como humanos, mas objetos, diz autor de ‘Afropessimismo’”. www.folha.uol.com.br, 20.06.2021. Adaptado.)
Nesse texto, o conceito de afropessimismo, elaborado por Wilderson, expressa a
relevância dos estudos cognitivos.
dificuldade de ascenção econômica.
retomada da tradição clássica.
expansão das relações globais.
realização de renovação social.