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Questões de Filosofia - UNESP | Gabarito e resoluções

Questão
2018FilosofiaSociologia

(UNESP - 2018) TEXTO 1 O positivismo representa amplo movimento de pensamento que dominou grande parte da cultura europeia, no perodo de 1840 at s vsperas da Primeira Guerra Mundial. Nesse contexto, a Europa consumou sua transformao industrial, e os efeitos dessa revoluo sobre a vida social foram macios: o emprego das descobertas cientficas transformou todo o modo de produo. Em poucas palavras, a Revoluo Industrial mudou radicalmente o modo de vida na Europa. E os entusiasmos se cristalizaram em torno da ideia de progresso humano e social irrefrevel, j que, de agora em diante, possuam-se os instrumentos para a soluo de todos os problemas. A cincia pelos positivistas apresentava-se como a garantia absoluta do destino progressista da humanidade. (Giovanni Reale e Dario Antiseri. Histria da filosofia, 1991. Adaptado.) TEXTO 2 O progresso no nem necessrio nem contnuo. A humanidade em progresso nunca se assemelha a uma pessoa que sobe uma escada, acrescentando para cada um dos seus movimentos um novo degrau a todos aqueles j anteriormente conquistados. Nenhuma frao da humanidade dispe de frmulas aplicveis ao conjunto. Uma humanidade confundida num gnero de vida nico inconcebvel, pois seria uma humanidade petrificada. (Claude Lvi-Strauss. A noo de estrutura em etnologia, 1985. Adaptado.) a) Considerando o texto 1, explique o que significa eurocentrismo e por que o conceito de progresso pressuposto pelo positivismo eurocntrico. b) Por que o mtodo empregado pelo autor do texto 2 considerado relativista? Como sua concepo de progresso se ope ao conceito de progresso positivista?

Questão 9
2017Filosofia

(UNESP - 2017- 2 FASE) Quase sem exceo, os filsofos colocaram a essncia da mente no pensamento e na conscincia; o homem era o animal consciente, o animal racional. Porm, segundo Schopenhauer, filsofo alemo do sculo XIX, sob o intelecto consciente est a vontade inconsciente, uma fora vital persistente, uma vontade de desejo imperioso. s vezes, pode parecer que o intelecto dirija a vontade, mas s como um guia conduz o seu mestre. Ns no queremos uma coisa porque encontramos motivos para ela, encontramos motivos para ela porque a queremos; chegamos at a elaborar filosofias e teologias para disfarar nossos desejos. Will Durant. A histria da filosofia, 1996. Adaptado. Explique a importncia da concepo do homem como animal racional para a filosofia. Como o conceito de vontade inconsciente, proposto por Schopenhauer, compromete a confiana filosfica na razo?

Questão 9
2017Filosofia

(UNESP - 2017/2 - 2 FASE) Imaginemos uma caverna subterrnea onde, desde a infncia, gerao aps gerao, seres humanos esto aprisionados. A luz que ali entra provm de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros h um caminho em que homens transportam estatuetas (pequenas esttuas) de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas. Por causa da luz da fogueira, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas atrs de um muro, mas sem poderem ver as prprias estatuetas nem os homens que as transportam. Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas so as prprias coisas. Que aconteceria, indaga Plato, se algum libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Marilena Chau. Convite filosofia, 1994. Adaptado. Na alegoria da caverna, a qual figura tpica da filosofia de Plato correspondem os seres humanos aprisionados? E o prisioneiro que se liberta das algemas? Explique o significado filosfico dessas duas figuras.

Questão 10
2017Filosofia

(UNESP - 2017 - 2 FASE) Texto 1 Entre os que se consideram a parte civilizada da Humanidade, que fizeram e multiplicaram leis positivas para a determinao da propriedade, ainda vigora esta lei original da natureza e, em virtude dessa lei, o peixe que algum apanha no oceano torna-se propriedade daquele que teve o trabalho de apanh-lo, pelo esforo que o retira daquele estado comum em que natureza o deixou. Deus, ao dar o mundo em comum a todos os homens, ordenou-lhes tambm que trabalhassem. Aquele que, em obedincia a esta ordem de Deus, dominou, lavrou e semeou parte da terra, anexou-lhe por esse meio algo que lhe pertencia, a que nenhum outro tinha direito. Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado. Texto 2 Ora, nada mais meigo do que o homem em seu estado primitivo, quando, colocado pela natureza a igual distncia da estupidez dos brutos e das luzes funestas do homem civil, impedido pela piedade natural de fazer mal a algum. Mas, desde o instante em que se percebeu ser til a um s contar com provises para dois, desapareceu a igualdade, introduziu-se a propriedade, o trabalho tornou-se necessrio e as vastas florestas transformaram-se em campos que se imps regar com o suor dos homens e nos quais logo se viu a escravido e a misria germinarem e crescerem com as colheitas. Rousseau. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, 1991. Adaptado. Qual a diferena entre os dois textos no tocante origem do direito propriedade? A partir dos textos, explique como os autores influenciaram o desenvolvimento do pensamento liberal e do pensamento socialista.

Questão 10
2017Filosofia

(UNESP - 2017/2 - 2 fase - Questo 10) A revoluo cientfica no consiste somente em teorias novas e diferentes sobre o universo astronmico, sobre o corpo humano ou sobre a composio da Terra. A revoluo cientfica uma revoluo da ideia de saber e de cincia. Trata-se de um processo complexo que encontra seu resultado mais claro na autonomia da cincia em relao s proposies de f e s concepes filosficas. A cincia cincia experimental (baseada em experincias concretas). a ideia de cincia metodologicamente regulada e publicamente controlvel que exige as novas instituies cientficas, como as academias e os laboratrios. E com base no mtodo experimental que se funda a autonomia da cincia, que encontra as suas verdades independentemente da filosofia e da f. Giovanni Reale e Dario Antiseri. Histria da filosofia, vol. 2, 1990. Adaptado. A relao da revoluo cientfica com os dogmas religiosos foi de concordncia ou de ruptura? Explique qual foi o papel do mtodo experimental para a autonomia da cincia em relao f religiosa.

Questão 11
2017Filosofia

(UNESP - 2017/2 - 2 fase - Questo 11) Texto 1 possvel perguntar se a felicidade deve ser adquirida pela aprendizagem, pelo hbito ou por alguma espcie de adestramento ou se ela nos conferida por alguma providncia divina. Mesmo que a felicidade no seja dada pelos deuses, mas, ao contrrio, venha como um resultado da virtude e de alguma espcie de aprendizagem ou adestramento, ela parece contar-se entre as coisas mais divinas; pois aquilo que constitui o prmio e a finalidade da virtude se nos afigura o que de melhor existe no mundo, algo de divino e abenoado. A resposta pergunta que estamos fazendo evidente pela definio de felicidade, pois dissemos que ela uma atividade virtuosa da alma. Aristteles. tica a Nicmaco, 1991. Adaptado. Texto 2 De acordo com estudo realizado por cientistas britnicos, ns somos mais felizes quando conseguimos um desempenho melhor do que o esperado diante do dilema risco-recompensa. Imagens escaneadas do crebro embasaram a pesquisa, mostrando que o prazer detectado em reas do rgo ligadas ao bem-estar. Aps correlacionar os dados, os pesquisadores chegaram a uma equao matemtica. Para construir o modelo matemtico, a equipe analisou os resultados de 26 pessoas que realizaram uma tarefa em ensaios repetidos, tendo que escolher entre os caminhos de recompensas monetrias garantidas ou arriscadas. Os crebros dos participantes tambm foram escaneados por meio da ressonncia magntica funcional. Ao final, chegou-se concluso de que as expectativas anteriores e recompensas futuras se combinam para determinar o atual estado de felicidade. Cientistas vasculham o crebro humano e descobrem a equao da felicidade. www.oglobo.com, 05.08.2014. Adaptado. Qual texto corresponde a uma viso metafsica e qual corresponde a uma viso cientfica sobre o tema da felicidade? Justifique sua resposta.

Questão 11
2017Filosofia

(UNESP - 2017- 2 FASE) medida que a cincia se mostrou capaz de compreender a realidade de forma mais rigorosa, tornando possvel fazer previses e transformar o mundo, houve a tendncia a desprezar outras abordagens da realidade, como o mito, a religio, o bom senso da vida cotidiana, a vida afetiva, a arte e a filosofia. A confiana total na cincia valoriza apenas a racionalidade cientfica, como se ela fosse a nica forma de resposta s perguntas que o homem se faz e a nica capaz de resolver os problemas humanos. Maria L. de A. Aranha e Maria H.P. Martins. Temas de filosofia, 1992. Com base na ideia de verdade absoluta, explique a diferena entre mito e cincia. Considerando a expresso confiana total na cincia, explique como o prprio conhecimento cientfico pode se transformar em mito.

Questão 12
2017Filosofia

(UNESP - 2017/2 - 2 fase - Questo 12) esse o sentido da famosa formulao do filsofo Kant sobre o imperativo categrico: Aja unicamente de acordo com uma mxima tal que voc possa querer que ela se torne uma lei universal. Isso agir de acordo com a humanidade, em vez de agir conforme o seu euzinho querido, e obedecer razo em vez de obedecer s suas tendncias ou aos seus interesses. Uma ao s boa se o princpio a que se submete (sua mxima) puder valer, de direito, para todos: agir moralmente agir de tal modo que voc possa desejar, sem contradio, que todo indivduo se submeta aos mesmos princpios que voc. No porque Deus existe que devo agir bem; porque devo agir bem que posso necessitar no para ser virtuoso, mas para escapar do desespero de crer em Deus. Mesmo se Deus no existir, mesmo se no houver nada depois da morte, isso no dispensar voc de cumprir com o seu dever, em outras palavras, de agir humanamente. Andr Comte-Sponville. Apresentao da filosofia, 2002. Adaptado. O conceito filosfico de imperativo categrico baseado no relativismo ou na universalidade moral? Justifique sua resposta. Explique o motivo pelo qual a tica kantiana dispensa justificativas de carter religioso.

Questão 12
2017Filosofia

(UNESP - 2017 - 2 FASE) Sendo, pois, de duas espcies a virtude, intelectual e moral, a primeira gera-se e cresce graas ao ensino por isso requer experincia e tempo , enquanto a virtude moral adquirida em resultado do hbito. No , pois, por natureza, que as virtudes se geram em ns. Adquirimo-las pelo exerccio, como tambm sucede com as artes. As coisas que temos de aprender antes de poder faz-las, aprendemo-las fazendo; por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tocando esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperana, a bravura etc. Aristteles. tica a Nicmaco, 1991. Adaptado. Responda como a concepo de Aristteles sobre a origem das virtudes se diferencia de uma concepo inatista, para a qual as virtudes seriam anteriores experincia pessoal. Explique a importncia dessa concepo aristotlica no campo da educao.

Questão 56
2017FilosofiaSociologia

(UNESP - 2017/2 - 1a fase) Texto 1 O professor no se aproveitar da audincia cativa dos estudantes para promover os seus prprios interesses, opinies ou preferncias ideolgicas, religiosas, morais, polticas e partidrias. Ao tratar de questes polticas, socioculturais e econmicas, o professor apresentar aos alunos, de forma justa isto com a mesma profundidade e seriedade , as principais verses, teorias, opinies e perspectivas concorrentes a respeito. O professor respeitar o direito dos pais a que seus filhos recebam a educao moral que esteja de acordo com suas prprias convices. www.programaescolasempartido.org. Adaptado. Texto 2 Cincias sempre incluem controvrsias, mesmo fsica e qumica. Se no ensinamos isso tambm, ensinamos errado. E o mesmo vale para histria e sociologia o professor precisa ensinar Karl Marx, mas tambm Adam Smith e mile Durkheim. Mas o conhecimento que precisa ser passado essencialmente cientfico o que no inclui o criacionismo, que uma teoria religiosa. Com todo respeito, mas famlia famlia, e sociedade sociedade: a famlia pode ter crenas de preconceito homofbico ou contra a mulher, por exemplo, e no se pode deixar que um jovem nunca seja exposto a um ponto de vista diferente desses. Ele tem que ser exposto a outros valores. Renato Janine Ribeiro. https://educacao.uol.com.br, 21.07.2016. Adaptado. O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que

Questão 57
2017FilosofiaSociologia

(UNESP - 2017/2 - 1a fase) Texto 1 Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades bsicas atendidas, nunca uma porcentagem to alta da populao mundial viveu fora da misria uma vitria espetacular, num planeta com 7 bilhes de habitantes. Nunca houve menos fome. Nunca tantos tiveram tanta educao nem tanto acesso sade. Jos Roberto Guzzo. Um mundo de angstias. Veja, 25.01.2017. Texto 2 Mais sbrio e talvez mais pessimista olhar para quanto cada grupo se apropriou do crescimento total: os 10% mais ricos da populao global se apropriaram de 60% de todo o crescimento do mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de populao melhorou de vida, verdade, mas o que esse dado demonstra que poderia ter melhorado muito mais se o resultado do crescimento no terminasse to concentrado nas mos dos ricos. O que est em jogo mais do que dinheiro. Em um mundo globalizado, os estados nacionais perdem fora. Um grupo pequeno de pessoas com muita riqueza tem grande poder de colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a desigualdade uma ameaa democracia. Marcelo Medeiros. O mundo o lugar mais desigual do mundo. http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado. O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que

Questão 58
2017Filosofia

(UNESP - 2017 - 1 FASE) O alvo dos ataques extremistas o Iluminismo. E a melhor defesa o prprio Iluminismo. Por mais que seus valores estejam sendo atacados por elementos como os fundamentalistas americanos e o islamismo radical, isto , pela religio organizada, o Iluminismo continua sendo a fora intelectual e cultural dominante no Ocidente. O Iluminismo continua oferecendo uma arma contra o fanatismo. Estas palavras do historiador britnico Anthony Pagden chegam em um momento em que algumas foras insistem em dinamitar a herana do Sculo das Luzes. O Iluminismo um projeto importante e em incessante evoluo. Proporciona uma imagem de um mundo capaz tanto de alcanar certo grau de universalidade quanto de libertar-se das restries do tipo de normas morais oferecidas pelas comunidades religiosas e suas anlogas ideologias laicas: o comunismo, o fascismo e, agora, inclusive, o comunitarismo, afirma Pagden. (Winston Manrique Sabogal. O Iluminismo continua oferecendo uma arma contra o fanatismo. www.unisinos.br. Adaptado.) No texto, o Iluminismo entendido como

Questão 59
2017Filosofia

(UNESP - 2017 - 1 FASE) A genuna e prpria filosofia comea no Ocidente. S no Ocidente se ergue a liberdade da autoconscincia. No esplendor do Oriente desaparece o indivduo; s no Ocidente a luz se torna a lmpada do pensamento que se ilumina a si prpria, criando por si o seu mundo. Que um povo se reconhea livre, eis o que constitui o seu ser, o princpio de toda a sua vida moral e civil. Temos a noo do nosso ser essencial no sentido de que a liberdade pessoal a sua condio fundamental, e de que ns, por conseguinte, no podemos ser escravos. O estar s ordens de outro no constitui o nosso ser essencial, mas sim o no ser escravo. Assim, no Ocidente, estamos no terreno da verdadeira e prpria filosofia. (Hegel. Esttica, 2000. Adaptado.) De acordo com o texto de Hegel, a filosofia

Questão 59
2017Filosofia

(UNESP - 2017/2 - 1 FASE) Concentrao e controle, em nossa cultura, escondem-se em sua prpria manifestao. Se no fossem camuflados, provocariam resistncias. Por isso, precisa ser mantida a iluso e, em certa medida, at a realidade de uma realizao individual. Por pseudo-individuao entendemos o envolvimento da cultura de massas com uma aparncia de livre-escolha. A padronizao musical mantm os indivduos enquadrados, por assim dizer, escutando por eles. A pseudo-individuao, por sua vez, os mantm enquadrados, fazendo-os esquecer que o que eles escutam j sempre escutado por eles, pr-digerido. (Theodor Adorno. Sobre msica popular. In: Gabriel Cohn (org.). Theodor Adorno, 1986. Adaptado.) Em termos filosficos, a pseudo-individuao um conceito

Questão 60
2017Filosofia

(UNESP - 2017/2 - 1a fase) Todas as vezes que mantenho minha vontade dentro dos limites do meu conhecimento, de tal maneira que ela no formule juzo algum a no ser a respeito das coisas que lhe so claras e distintamente representadas pelo entendimento, no pode acontecer que eu me equivoque; pois toda concepo clara e distinta , com certeza, alguma coisa de real e de positivo, e, assim, no pode se originar do nada, mas deve ter obrigatoriamente Deus como seu autor; Deus que, sendo perfeito, no pode ser causa de equvoco algum; e, por conseguinte, necessrio concluir que uma tal concepo ou um tal juzo verdadeiro. (Ren Descartes. Vida e Obra. Os pensadores, 2000.) Sobre o racionalismo cartesiano, correto afirmar que