(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Crianas que passam o dia sob controle de pais, babs e professores, com a agenda lotada de atividades, agora tm tambm suas brincadeiras da hora de recreio dirigidas por adultos. Cada vez mais colgios particulares adotam o chamado recreio dirigido, na tentativa de resgatar formas saudveis de brincar em grupos. Alguns educadores, porm, temem que a prtica se torne mais uma maneira de controlar uma gerao que j desfruta de pouca autonomia. Em uma das escolas, o objetivo melhorar a integrao, desenvolver a autonomia, diz a orientadora do colgio. Para uma antroploga, esse tipo de proposta acaba podando a iniciativa das crianas. Elas esto sempre sendo direcionadas, ficam esperando que algum diga o que melhor fazer, perdem autonomia. (Luciana Alvarez. O Estado de S.Paulo, 13.02.2011. Adaptado.) Sobre o texto, correto afirmar:
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Analise o texto poltico, que apresenta uma viso muito prxima de importantes reflexes do filsofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domnios da tica e da poltica so prticas distintas. A poltica arruna o carter, disse Otto von Bismarck (1815-1898), o chanceler de ferro da Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus prprios povos nas praas rabes foram colocados e mantidos no poder por naes que se enxergam como faris da democracia e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e Frana. Isso condenvel? Os ditadores eram a nica esperana do Ocidente de continuar tendo acesso ao petrleo rabe e de manter um mnimo de informao sobre as organizaes terroristas islmicas. Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinrio diplomata americano do sculo passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: As sociedades no vivem para conduzir sua poltica externa: seria mais exato dizer que elas conduzem sua poltica externa para viver. (Veja, 02.03.2011. Adaptado.) A associao entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filsofo
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Em 40 anos, nunca vi algum se curar com a fora do pensamento. Para mim, se Maom no for montanha, a montanha vir a Maom to improvvel quanto o Everest aparecer na janela da minha casa. A f nas propriedades curativas da assim chamada energia mental tem razes seculares. Quantos catlicos foram canonizados porque lhes foi atribudo o poder espiritual de curar cegueiras, paraplegias, hansenase e at esterilidade feminina? Quantos pastores evanglicos convencem milhes de fiis a pagar-lhes os dzimos ao realizar faanhas semelhantes diante das cmeras de TV? Por que a energia emanada do pensamento positivo serve apenas para curar doenas, jamais para fazer um carro andar dez metros ou um avio levantar voo sem combustvel? No passado, a hansenase foi considerada apangio dos mpios; a tuberculose, consequncia da vida desregrada; a AIDS, maldio divina para castigar os promscuos. Coube cincia demonstrar que duas bactrias e um vrus indiferentes s virtudes dos hospedeiros eram os agentes etiolgicos dessas enfermidades. Acreditar na fora milagrosa do pensamento pode servir ao sonho humano de dominar a morte. Mas, atribuir a ela tal poder um desrespeito aos doentes graves e memria dos que j se foram. (Drauzio Varella. Folha de S.Paulo, 09.06.2007. Adaptado.) O pensamento do autor, sob o ponto de vista filosfico, pode ser corretamente caracterizado como
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Num mundo onde cresce sem parar a compulso para obrigar as pessoas a levar uma vida correta no maior nmero possvel das atividades que formam o seu dia a dia, a mesa tornou-se uma das reas que mais atraem a ateno dos gendarmes empenhados em arbitrar o que realmente bom para voc. uma provao permanente. Mdicos, nutricionistas, personal trainers, editores e editoras de revistas dedicadas forma fsica, ambientalistas, militantes da produo orgnica, burocratas, chefs de cozinha, crticos de restaurantes e mais uma multido de diletantes prontos a dar testemunho expedem decretos cada vez mais frequentes, e cada vez mais severos, sobre os deveres do cidado na hora de comer. O fato que toda essa gente, quase sempre com as melhores intenes, acabou construindo um crescente sistema de ansiedade em torno do po nosso de cada dia e o resultado que o prazer de comer bem vai sendo substitudo pela obrigao de comer certo. Modelos, atrizes e outras pessoas que precisam pesar pouco para fazer sucesso chegam aos 30 anos de idade, ou mais, praticamente sem ter feito uma nica refeio decente na vida. Prope-se, como virtude alimentar, um mundo sombrio de pastas, mingaus, poes, soros de protena e sabe-se l o que ainda vem pela frente. No est claro o que se ganha em toda essa histria. A perspectiva de morrer, um dia, no peso ideal? (J. R. Guzzo. Veja, 09.06.2010. Adaptado.) Sob o ponto de vista filosfico, podemos afirmar que, para o autor,
(UNESP - 2011/2 - 1a fase) Analise o trecho da entrevista dada pelo chefe de imprensa do governo do Ir a um jornal brasileiro. Folha H preocupao quanto a uma mudana de posio do governo brasileiro, sobretudo na rea de direitos humanos, depois que a presidente Dilma se manifestou contrariamente ao apedrejamento de Sakineh? Ali Akbar Javanfekr Encontrei poucas informaes sobre a realidade iraniana aqui no Brasil. H notcias distorcidas e falsas. Isso preocupante. Minha presena aqui para tentar divulgar as informaes corretas. No caso de Sakineh, informaes que chegaram presidente Dilma Rousseff no foram corretas. Folha A presidente Dilma est mal informada? Ali Akbar Javanfekr Sim. Foi mal informada sobre esse caso. Folha verdade, como diz o presidente Ahmadinejad, que no h gays no Ir? Ali Akbar Javanfekr No temos. Folha o nico pas do mundo que no tem gay? Ali Akbar Javanfekr Na Repblica Islmica do Ir, no h. Folha Se houver, h punies? Ali Akbar Javanfekr Nossa viso sobre esse tema diferente da de vocs. um ato feio, que nenhuma das religies divinas aceita. Temos a responsabilidade humana, at divina, de no aceitar esse tipo de comportamento. Existe uma ameaa sobre a sade da humanidade. A Aids, por exemplo. Uma das razes esse tipo de relacionamento. (Folha de S.Paulo, 14.03.2011. Adaptado.) Sob o ponto de vista tico, as opinies expressas no trecho da entrevista podem ser caracterizadas como
O cônsul do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine, afirmou que a tragédia em seu país está sendo boa para que os haitianos fiquem mais conhecidos no Brasil. O diplomata não sabia que estava sendo filmado. As imagens apareceram em reportagem do telejornal SBT Brasil, na noite de quinta-feira (14). A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido, disse o cônsul. Antoine atribuiu o desastre em seu país a maldições: Acho que, de tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Depois de criticar as religiões africanas, Antoine aparece, durante a entrevista, segurando um terço. Esse terço nós usamos porque dá energia positiva, acalma as pessoas. Como estou muito tenso, deprimido com o negócio do Haiti, a gente fica mexendo com vários para se acalmar, afirmou o cônsul. Na mesa, há outro terço além do que ele está segurando. (Revista Época, 15.01.2010. Adaptado.) Assinale a alternativa correta.
Em algum remoto rincão do sistema solar cintilante em que se derrama um sem-número de sistemas solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da história universal: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. - Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Ao contrário, ele é humano, e somente seu possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como se os gonzos do mundo girassem nele. Mas se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também ela boia no ar [...] e sente em si o centro voante deste mundo. (NIETZSCHE. O Livro das Citações, 2008.) Sobre o texto, é correto afirmar que:
(UNESP - 2010) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Texto 1 Porque morrer uma ou outra destas duas coisas: ou o morto no tem absolutamente nenhuma existncia, nenhuma conscincia do que quer que seja, ou, como se diz, a morte precisamente uma mudana de existncia e, para a alma, uma migrao deste lugar para um outro. Se, de fato, no h sensao alguma, mas como um sono, a morte seria um maravilhoso presente. [] Se, ao contrrio, a morte como uma passagem deste para outro lugar, e, se verdade o que se diz que l se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir, juzes, maior do que este? Porque, se chegarmos ao Hades, libertando-nos destes que se vangloriam serem juzes, havemos de encontrar os verdadeiros juzes, os quais nos diria que fazem justia acol: Monos e Radamante, aco e Triptolemo, e tantos outros deuses e semideuses que foram justos na vida; seria ento essa viagem uma viagem de se fazer pouco caso? Que preo no sereis capazes de pagar, para conversar com Orfeu, Museu, Hesodo e Homero? (Plato. Apologia de Scrates, 2000.) Texto 2 Ningum sabe quando ser seu ltimo passeio, mas agora possvel se despedir em grande estilo. Uma 300C Touring, a verso perua do sed de luxo da Chrysler, foi transformada no primeiro carro funerrio customizado da Amrica Latina. A mudana levou sete meses, custou R$ 160 mil e deixou o carro com oito metros de comprimento e 2 340 kg, trs metros e 540 kg alm da original. O Funeral Car 300C tem luzes piscantes na j imponente dianteira e enormes rodas, de aro 22, com direito a pequenos caixes estilizados nos raios. Bandeiras nas pontas do cap, como nos carros de diplomatas, do um toque refinado. Com o chassi mais longo, o banco traseiro foi mantido para familiares acompanharem o cortejo dentro do carro. No encosto dos dianteiros, telas exibem mensagens de conforto. O carro faz parte de um pacote de cerimonial fnebre que inclui, alm do cortejo no Funeral Car 300C, servios como violinistas e revoada de pombas brancas no enterro. (Funeral tunado. Folha de S.Paulo, 28.02.2010.) Aps anlise dos dois textos, pode-se afirmar que:
(UNESP - 2009) O que terrvel na escrita sua semelhana com a pintura. As produes da pintura apresentam-se como seres vivos, mas se lhes perguntarmos algo, mantm o mais solene silncio. O mesmo ocorre com os escritos: poderamos imaginar que falam como se pensassem, mas se os interrogarmos sobre o que dizem () do a entender somente uma coisa, sempre a mesma () E quando so maltratados e insultados, injustamente, tm sempre a necessidade do auxlio de seu autor porque so incapazes de se defenderem, de assistirem a si mesmos. Plato, Fedro ou Da beleza. So Paulo; Guimares, 1998 Nesse fragmento, Plato compara o texto escrito com a pintura, contrapondo-os sua concepo de filosofia. Assinale a alternativa que permite concluir, com apoio do fragmento apresentado, uma das principais caractersticas do platonismo.
(UNESP - 2007) No livro Idias para uma Fenomenologia Pura e para uma Filosofia Fenomenolgica, de Husserl, podem ser distinguidas duas direes de investigao. Se uma delas pode ser chamada de orientao natural, a outra, em contrapartida, pode ser nomeada como orientao fenomenolgica. Segundo o autor, podemos associar as duas orientaes, respectivamente,
(UNESP SP - 1997) Hoje no vemos em Petrarca seno o grande poeta italiano. Entre os seus contemporneos, pelo contrrio, o seu principal ttulo de glria estava em que de algum modo ele representava pessoalmente a Antiguidade () Acontece o mesmo com Boccio () Antes do seu Decameron ser conhecido () admiravam-no pelas suas compilaes mitogrficas, geogrficas e biogrficas em lngua latina. (Jacob Burckardt. A Civilizao da Renascena Italiana) Petrarca e Boccio esto intimamente relacionados ao: