(UNESP - 2011/2 - 1a fase)
Crianças que passam o dia sob controle de pais, babás e professores, com a agenda lotada de atividades, agora têm também suas brincadeiras da hora de recreio dirigidas por adultos. Cada vez mais colégios particulares adotam o chamado “recreio dirigido”, na tentativa de resgatar formas saudáveis de brincar em grupos. Alguns educadores, porém, temem que a prática se torne mais uma maneira de controlar uma geração que já desfruta de pouca autonomia. Em uma das escolas, “o objetivo é melhorar a integração, desenvolver a autonomia”, diz a orientadora do colégio. Para uma antropóloga, esse tipo de proposta acaba podando a iniciativa das crianças. “Elas estão sempre sendo direcionadas, ficam esperando que alguém diga o que é melhor fazer, perdem autonomia”.
(Luciana Alvarez. O Estado de S.Paulo, 13.02.2011. Adaptado.)
Sobre o texto, é correto afirmar:
Os profissionais da área pedagógica possuem critérios consensuais para definir os meios mais adequados para desenvolver a autonomia das crianças.
Os críticos do recreio dirigido apontam riscos de heteronomia, implícitos nessa prática pedagógica.
A prática adotada pelos colégios particulares pressupõe uma rígida demarcação entre atividades de aprendizagem e atividades lúdicas.
As escolas abordadas na reportagem evidenciam uma dedicação especializada nas dimensões intelectuais do processo de aprendizagem, em detrimento dos aspectos emocionais.
O recreio dirigido é criticado por alguns profissionais por seu teor de enfraquecimento da escola como instituição de controle.