(UNESP - 2011 - 1ª FASE)
A felicidade, para você, pode ser uma vida casta; para outro, pode ser um casamento monogâmico; para outro ainda, pode ser uma orgia promíscua. Há os que querem simplicidade e os que preferem o luxo. Em matéria de felicidade, os governos podem oferecer as melhores condições possíveis para que cada indivíduo persiga seu projeto. Mas o melhor governo é o que não prefere nenhuma das diferentes felicidades que seus sujeitos procuram. Não é coisa simples. Nosso governo oferece uma isenção fiscal às igrejas, as quais, certamente, são cruciais na procura da felicidade de muitos. Mas as escolas de dança de salão ou os clubes sadomasoquistas também são significativos na busca da felicidade de vários cidadãos. Será que um governo deve favorecer a ideia de felicidade compartilhada pela maioria? Considere: os governos totalitários (laicos ou religiosos) sempre “sabem” qual é a felicidade “certa” para seus sujeitos. Juram que querem o bem dos cidadãos e garantem a felicidade como um direito social – claro, é a mesma felicidade para todos. É isso que você quer?
(Contardo Calligaris. Folha de S.Paulo, 10/06/2010. Adaptado.)
Sobre esse texto, é correto afirmar que:
Ao discorrer sobre a felicidade, o autor elege como foco a autonomia do indivíduo.
A felicidade é assunto público e por isso pode e deve ser orientada por critérios objetivos definidos pelo Estado.
O critério moral e religioso é o mais adequado para reger o comportamento dos indivíduos.
O bem-estar e a felicidade pessoal não devem ser assuntos restritos ao livre arbítrio individual.
Para o autor, a busca da felicidade não deve se subordinar ao relativismo das escolhas.