(UNICAMP - 2005 - 2a fase - Questão 6)
Mario Sergio Cortella, em sua coluna mensal “Outras Idéias” escreve:
(...) reconheça-se: a maior contribuição de Colombo não foi ter colocado um ovo em pé ou ter aportado por aqui depois de singrar mares nunca dantes navegados. Colombo precisa ser lembrado como a pessoa que permitiu a nós, falantes do inglês, do francês ou do português, que tivéssemos contato com uma língua que, do México até o extremo sul da América, é capaz de nos ensinar a dizer “nosotros” em vez de apenas “we”, “nous”, “nós”, afastando a arrogante postura do “nós” de um lado e do “vocês” do outro. Pode parecer pouco, mas “nós’ é quase barreira que separa, enquanto “nosotros” exige perceber uma visão de alteridade, isto é, ver o outro como um outro, e não como um estranho. Afinal, quem são os outros de nós mesmos? O mesmo que somos para os outros, ou seja, outros!
(Mario Sergio Cortella, Folha de S.Paulo, 9 de outubro de 2003).
O texto acima nos faz pensar na distinção entre um ‘nós’ inclusivo e um ‘nós’ excludente.
a) Segundo o excerto, ‘nosotros’ apresenta um sentido inclusivo. Justifique pela morfologia dessa palavra.
b) “Nós brasileiros falamos português” apresenta um ‘nós’ excludente. Explique.