(UNICAMP - 2017 - 1ª FASE)
Além de escrever Dom Quixote das crianças, Monteiro Lobato também leva o “cavaleiro errante” para o Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Lá na varanda Dom Quixote conversava com Dona Benta sobre as aventuras, e muito admirado ficou de saber que sua história andava a correr mundo; escrita por um tal de Cervantes. Nem quis acreditar; foi preciso que Narizinho lhe trouxesse a edição de luxo ilustrada por Gustavo Doré. O fidalgo folheou o livro muito atento às gravuras, que achou ótimas, porém falsas.
— Isso não passa duma mistificação! — protestou ele. — Esta cena aqui, por exemplo. Está errada. Eu não espetei este frade, como o desenhista pintou — espetei aquele lá.
— Isto é inevitável - disse Dona Benta. — Os historiadores costumam arranjar os fatos do modo mais cômodo para eles; por isto a História não passa de histórias.
Na cena narrada,
Dona Benta mostra a Dom Quixote que a história dele não é, de forma alguma, uma mistificação.
Dona Benta convence Dom Quixote de que as gravuras não refletem a História dos fatos.
Dona Benta concorda com Dom Quixote e critica o fato de a História ser fruto de interesses.
Dona Benta opõe-se a Dom Quixote e critica a forma como a história dele é narrada nos livros.