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Questões de Português - UNICAMP 2022 | Gabarito e resoluções

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Questão 1
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) Lygia uma escritora que trabalha com mistrios e pequenas revelaes. Porm no se entenda errado: sua escrita no religiosa, nem mstica. Se h religiosidade, no modo como ela escava a banalidade em busca de seu miolo. Se h misticismo, ele se esconde em sua inclinao para valorizar as zonas subterrneas da existncia. (Jos Castello, Lygia na penumbra in Seminrio dos Ratos. So Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 170.) Etimologicamente, o grego alegoria significa dizer o outro, dizer alguma coisa diferente do sentido literal. Regra geral, a alegoria reporta-se a uma histria ou a uma situao que joga com sentidos duplos e figurados, sem limites textuais (pode ocorrer num simples poema como num romance inteiro), pelo que tambm tem afinidades com a parbola e a fbula. (Adaptado de Carlos Ceia, E-dicionrio de termos literrios. Disponvel em https://edftl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/alegoria. Acessado em 18/08/2021.) a) No conto Seminrio dos ratos, h um fato banal que se torna extraordinrio no percurso narrativo. Descreva esse fato e apresente dois elementos do enredo que colaboram para a construo do conflito narrado. b) H, no conto de Lygia Fagundes Telles, a elaborao de uma alegoria. Identifique qual o elemento central dessa alegoria e explique seu sentido, considerando o perodo em que o conto foi publicado.

Questão 1
2022HistóriaPortuguês

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) Na virada do sculo XIX para o XX, o Modernismo se constri com base em um conjunto de ideias que vinha transformando a cultura e a sensibilidade europeias. Predominava o imaginrio de ruptura e de libertao do passado, visto como um fardo a ser abandonado. Essa percepo do modernismo como urgncia de uma demanda de tornar-se novo foi particularmente experimentada no Brasil. Realizada no Teatro Municipal de So Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna assumiu o papel de acontecimento fundador do moderno Brasileiro. Desde o incio do sculo XX, porm, movimentos culturais relacionados ao advento de uma sensibilidade modernista vinham acontecendo em diversas cidades brasileiras. Ocorre que as dinmicas e os ritmos culturais desses lugares no necessariamente condiziam com o perfil urbano e industrial-tecnolgico de So Paulo. A coexistncia do arcaico e do moderno, marcando distintas temporalidades, era uma realidade na vida cultural brasileira. (...) Assim, criar o novo significava construir vnculos de pertencimento com o repertrio das tradies populares. O novo jamais inteiramente novo. (Adaptado de M. Velloso, Histria e Modernismo. Belo Horizonte: Autntica, 2010, pp. 20, 21, 28.) Ismael Nery (Belm 1909 Rio de Janeiro 1934), Autorretrato, leo sobre tela, 129 84 cm, 1927, coleo particular. a) As interpretaes sobre o modernismo enquanto movimento cultural e artstico no raro se concentram em pares de conceitos polarizados como tradicional/moderno ou local/internacional. Identifique, para cada conceito indicado na tabela (que aparece no espao da resposta), um elemento presente na imagem. No repita elementos nas clulas. b) A obra de Ismael Nery representativa do modernismo no Brasil. Com base na leitura do texto e na anlise da imagem, identifique e analise a distino entre o modernismo na Europa e no Brasil.

Questão 2
2022HistóriaPortuguês

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) Transcrio da primeira legenda: Mas tambm, quando a gente se lembra que eles assentam um pobre cristo naquele prato que travam no beio e o engolem como se fosse feijoada!Que horror! Transcrio da segunda legenda:Mas quem diria! Esses antropfagos que ficaram com medo de serem devorados pela curiosidade pblica. S a muito custo o diretor do museu impediu que eles fugissem. (Angelo Agostini, Charge sobre a Exposio Antropolgica, Revista Ilustrada, n. 310, 1882, p. 4-5.) A Exposio Antropolgica Brasileira, ocorrida em 1882, insere-se no quadro das grandes Exposies Internacionais, bem como das exposies etnogrficas desenvolvidas ao longo do sculo XIX. Marcadas pela prtica colecionista e pela ambio de conhecer, colonizar e categorizar o mundo, as exposies etnogrficas expunham objetos e muitas vezes pessoas de culturas exticas e distantes. Na ocasio, sete ndios botocudos, acompanhados de intrprete, foram enviados para o Rio de Janeiro com a finalidade de serem expostos ao pblico e tambm estudados pelos pesquisadores do Museu Nacional. Os Botocudos pareciam estar ali para performar o mito do primeiro contato ao serem apresentados como selvagens, brbaros, violentos e grotescos. Apesar de terem vivido no aldeamento do Mutum, portanto sob o jugo e tutela do Estado, foram lidos pelos habitantes da corte como se estivessem tendo seu primeiro contato com os brancos naquele momento, j que, segundo os jornais, estavam com medo e queriam fugir. Nessa exposio os Botocudos representavam por definio o outro, a imagem que espelha exatamente o contrrio do Brasil civilizado. (Adaptado de Marina Cavalcanti Vieira, A Exposio Antropolgica Brasileira de 1882 e a exibio de ndios botocudos: performances de primeiro contato em um caso de zoolgico humano brasileiro, in Horizontes antropolgicos, n. 53, 2019, p. 317-357.) a) Considerando o contexto das exposies da poca, explique qual o objetivo de apresentar os indgenas em um zoolgico humano durante a Exposio Antropolgica, de 1882. Analise criticamente a proposta da Exposio. b) H uma contradio entre os esteretipos sobre os Botocudos representados na charge e sua situao concreta no contexto de 1882. Relacionando a imagem com o excerto, identifique os atores das aes violentas na charge e explique essa contradio.

Questão 2
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) O tempo acaba o ano, o ms e a hora, A fora, a arte, a manha, a fortaleza, O tempo acaba a fama e a riqueza, O tempo o mesmo tempo de si chora. O tempo busca, e acaba o onde mora Qualquer ingratido, qualquer dureza, Mas no pode acabar minha tristeza, Enquanto no quiserdes vs, senhora O tempo o claro dia torna escuro, E o mais ledo prazer em choro triste, O tempo a tempestade em gr bonana Mas de abrandar o tempo estou seguro O peito de diamante, onde consiste A pena e o prazer desta esperana. (Lus de Cames, 20 sonetos. Campinas: Editora da Unicamp, 2018, p. 121.) a) Identifique quatro antteses poticas constitutivas do ncleo temtico desse soneto. b) Esse soneto de Cames defende uma tese em seu percurso argumentativo. Apresente essa tese e explique as partes que constituem o percurso argumentativo do poema.

Questão 3
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) Quando o batel alcanou a boca do rio j estavam ali 18 ou 20 homens pardos, todos nus, sem nenhuma coisa que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mos e suas flechas. Vinham todos rijos para o batel, mas Nicolau Coelho lhes fez sinal para que pousassem os arcos e eles os pousaram. Ali no pudemos entender a fala deles nem os ouvir direito, por o mar quebrar na costa. (Pero Vaz de Caminha, Carta de achamento do Brasil. Campinas: Editora da Unicamp, 2021, p. 64.) A primeira cena do contato, em que um imaginado rudo do mar impede a audio, vai se replicar pelo restante da carta, em que outros discursos indgenas, como a possante oratria dos antigos tupi, sero ignorados, no compreendidos ou observados com perplexidade. Numa outra cena da carta de Caminha, um ancio, visivelmente um lder tupi, recepciona os viajantes com um discurso, encarado com espanto por Pedro lvares Cabral, que lhes vira as costas e segue sua caminhada pela nova terra. (Adaptado de Sheila Hue, Pero Vaz de Caminha, o ouro e as vozes silenciadas dos indgenas. Disponvel em https://oglobo.globo.com/cultura/pero-vazde-caminha-ouro-as-vozes-silenciadas-dos-indigenas-25155244. Acessado em 16/08/2021.) a) Identifique, na Carta de Pero Vaz de Caminha, dois aspectos fundamentais do projeto colonizador portugus. Explique esses aspectos. b) Explique as duas cenas mencionadas na Carta de Caminha, relacionando-as situao atual dos povos indgenas.

Questão 4
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) Leia, a seguir, um excerto do roteiro e a sinopse do filme Saneamento Bsico, o Filme (2007), com direo e roteiro de Jorge Furtado. Texto 1 (Roteiro) CENA 21 - FBRICA (...) JOAQUIM (lendo): O monstro da fossa, roteiro de Marina Marghera Figueiredo. Ah ? MARINA: Com a colaborao de Joaquim Figueiredo. JOAQUIM: Colaborao... MARINA: Quem escreveu fui eu. Voc s inventou a histria. JOAQUIM: T bom. (lendo) Nossa histria comea numa pequena e tranquila comunidade ao p de uma montanha. Uma brisa refrescante traz do vale o aroma das corticeiras em flor. (para de ler) Como que voc vai filmar isso? MARINA: O qu? JOAQUIM: O aroma das corticeiras em flor. MARINA: No vou filmar, quem vai filmar o Fabrcio. JOAQUIM: E como o Fabrcio vai filmar o aroma das corticeiras em flor? MARINA: Isso s um roteiro. A Marcela disse que tem que ter dez pginas, estou enrolando, s tenho trs pginas prontas. No gostou? Escreve voc! (...) (Disponvel em: http://www.casacinepoa.com.br/sites/default/files/saneam1.txt. Acessado em 21/06/2021.) Texto 2 (Sinopse) Moradores de uma pequena vila se juntam para pleitear a construo de uma estao de tratamento de esgoto. Para conseguir o dinheiro, eles precisam fazer um filme de fico. (Disponvel em: https://globoplay.globo.com/saneamento-basico-o-filme/t/fcDXBmQBH1. Acessado em 21/06/2021.) a) Considerando a funo dos gneros textuais roteiro cinematogrfico (texto 1) e sinopse (texto 2), cite duas caractersticas que lhes so comuns e duas que os diferenciam. b) O uso da metalinguagem torna humorstica a cena 21 do roteiro. Selecione dois trechos e explique, a partir deles, como o humor produzido.

Questão 5
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) A imagem e o excerto abaixo foram extrados do livro do artista plstico Mulamb. Texto 1 Texto 2 Atravs da ideia de referncias e tudo mais, penso na minha figura como fora. Um corpo perifrico sorrindo e criando inspirao porque crescemos sem saber que possvel. (...) No comeo do meu trabalho, eu no tive referncias de artistas negros, suburbanos ou qualquer outro tipo de coisa que dialogasse comigo. Nossas mos so normalmente relacionadas a trabalhos braais, subalternos e tudo mais, ento eu sempre procurei mostrar meus braos fazendo os trabalhos. No no sentido de valorizar o precrio, romantizar o processo e bl bl bl, a ideia era justamente o contrrio, sabe? Mostrar que para aquele trabalho acontecer tive que catar madeira na rua, porque no tinha dinheiro pra tela. (...). Sou Mulamb e sou Joo. Meu trabalho somos ns, mesmo que eu seja um s. (Fonte: Mulamb. Mulamb - o livro. Edio do autor, 2020, pp. 28-30.) a) Qual o significado da expresso bl bl bl? Explique o sentido que essa escolha lexical assume nesse texto. b) O texto 1 traz a reproduo da obra Queria um pincel me deram uma vassoura. Relacione a obra e seu ttulo com a ideia de escassez de referncias de que o artista fala no texto 2.

Questão 6
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) Numa questo da 1 Fase do vestibular Unicamp 2022, voc leu que, na tradio dos povos indgenas, todo conhecimento de plantas, de cura, de mitos e narrativas produzido de maneira oral, transmitido por seus ancios e ancis; deste modo, tal conhecimento precisa ser registrado e mantido pelos jovens. Leia, agora, o texto a seguir: Em junho de 2020, o pesquisador Fernando Cespedes transformou sua tese de doutorado (USP-2019) em podcast para lev-la a um pblico mais amplo. muito importante criar um ambiente sonoro de alta-fidelidade e que faa o ouvinte mergulhar nos sons, porque a ideia recriar uma experincia de contao de histrias, explica. Assim como o texto escrito, os sons so elementos narrativos, e tanto o ritmo quanto o desenho de som so essenciais para revelar o ser-sonoro e captar a ateno do ouvinte. A escuta nos obriga a reconhecer tudo o que est ao redor, j que ela no reconhece barreiras, reflete o pesquisador. E aponta a dominao histrica da viso, no mundo europeu, como responsvel por isolar e transformar em objeto tudo que est fora. No h plpebras nos ouvidos. Ento, o principal ganho de cultivarmos uma relao mais sonora com o mundo nos aproximarmos e nos incluirmos nele, abandonarmos a ideia de um mundo externo, fora de ns. Foi essa noo de um mundo externo que pode ser domado ou conquistado que guiou o colonialismo e a pior face do capitalismo. No toa que sociedades nas quais a escuta elemento central so mais sustentveis e integradas aos seus ambientes. (Adaptado de Luiz Prado, Podcasts revelam como a msica cria o mundo e a humanidade. Jornal da USP, 31/08/2020.) a) Considerando o primeiro pargrafo do texto, cite uma proposta que poderia contribuir para a conservao da memria das narrativas dos povos indgenas e justifique sua resposta. b) Indique dois ganhos e duas perdas em nossas relaes com os mundos sonoros e visuais, mencionados no segundo pargrafo.

Questão 7
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) Em julho de 2021, a atriz e youtuber Antnia Fontenelle fez um comentrio sobre o DJ Ivis, preso por agredir sua ex-mulher, Pamella Holanda. Ao se posicionar contra as agresses, Fontenelle disse: Criticada por celebridades da Paraba, como o cantor Chico Csar e a ex-BBB Juliette, pelo uso da expresso preconceituosa esses parabas, Fontenelle tentou se explicar, afirmando, em outro tweet, se tratar de uma fora de expresso: Paraba eu me refiro a quem faz paraibada, pode ser ele sulista, pode ser ele nordestino, pode ser ele o que for. Em seguida, recebeu novas crticas: a) Por que a explicao de Fontenelle continuou sendo preconceituosa? Reescreva a primeira frase do primeiro tweet, desfazendo o preconceito enunciado por ela. b) Explique o jogo de palavras no tweet de Chico Csar a partir do tweet de Juliette. Em seguida, explique a caracterstica atribuda ao termo paraba pelo artista.

Questão 8
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 2 fase) O excerto a seguir da msica Ismlia, do artista Emicida, e cantada no documentrio AmarElo tudo pra ontem. O trecho remete chacina de Costa Barros, no Rio de Janeiro, em 2016. Em participao especial, Fernanda Montenegro declama o poema Ismlia, de Alphonsus de Guimaraens (1870-1894), inserido na msica do rapper. Emicida: Cinco vida interrompida Moleques de ouro e bronze Tiros e tiros e tiros O menino levou 111 Quem disparou usava farda (Ismlia) Quem te acusou nem l num tava (Ismlia) a desunio dos preto junto viso sagaz (Ismlia) De quem tem tudo, menos cor, onde a cor importa demais Fernanda Montenegro: Quando Ismlia enlouqueceu, Ps-se na torre a sonhar... Viu uma lua no cu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao cu, Queria descer ao mar... E, num desvario seu, Na torre, ps-se a cantar... Estava perto do cu, Estava longe do mar... E, como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do cu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao cu, Seu corpo desceu ao mar... Emicida: Olhei no espelho, caro* me encarou: Cuidado, no voa to perto do sol Eles num guenta te ver livre, imagina te ver rei O abutre quer te ver no lixo pra dizer: , num falei?! No fim das conta tudo Ismlia, Ismlia Ismlia, Ismlia Ismlia, Ismlia Quis tocar o cu, mas terminou no cho Ter pele escura ser Ismlia, Ismlia Ismlia, Ismlia Ismlia, Ismlia Quis tocar o cu, mas terminou no cho (Terminou no cho) *No mito grego, caro e Ddalo ficaram presos num labirinto, ento construram asas artificiais com cera e penas para fugirem voando. Ddalo alertou o filho para no voar perto do Sol, pois a cera poderia derreter; nem perto do mar, o que deixaria suas asas pesadas, fazendo-o cair. caro no ouviu o conselho do pai e morreu no mar. a) Quem so as Ismlias na msica de Emicida? Transcreva dois versos desse rap que justifiquem a sua resposta. b) O excerto traz imagens simblicas do voo. Explique o conselho de caro na msica, considerando o poema declamado e a denncia de Emicida nesse rap.

Questão 33
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 1 FASE - Caderno R) Tudo na vida mortal, tudo se apaga. Se a tua chama se apaga em ti que est a falta. Faz o que te digo e magia nenhuma te derrubar nesta vida. Tu s feitio por excelncia e no deves procurar mais magia nenhuma. Corpo de mulher magia. Fora. Fraqueza. Salvao. Perdio. O universo inteiro cabe nas curvas de uma mulher. (Paulina Chiziane, Niketche: uma histria de poligamia. So Paulo: Companhia das Letras, 2021. p. 38.) O excerto acima corresponde a uma das primeiras lies que a conselheira amorosa oferece a Rami, a personagem principal do romance. Tendo em vista as vrias peripcias vividas por Rami, essa lio

Questão 34
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 1 FASE - Caderno R) Tenho horror a de aqui a pouco vos ter j dito o que vos vou dizer. As minhas palavras presentes, mal eu as diga, pertencero logo ao passado, ficaro fora de mim, no sei onde, rgidas e fatais... Falo, e penso nisto na minha garganta, e as minhas palavras parecem-me gente... (Fernando Pessoa, O marinheiro. Campinas: Editora da Unicamp, 2020, p. 51.) O que eu era outrora j no se lembra de quem sou... s vezes, beira dos lagos, debruava-me e fitava-me... Quando eu sorria, os meus dentes eram misteriosos na gua... Tinham um sorriso s deles, independentes do meu... (Idem, p. 52.) Nos excertos acima, dois fenmenos so apresentados ao leitor e constituem o principal problema dramtico da pea de Fernando Pessoa. Assinale a alternativa que identifica e explica corretamente esses fenmenos.

Questão 35
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 1 FASE - Caderno R) As Ondas Entre as trmulas mornas ardentias, A noite no alto-mar anima as ondas. Sobem das fundas midas Golcondas, Prolas vivas, as nereidas frias: Entrelaam-se, correm fugidias, Voltam, cruzando-se; e, em lascivas rondas, Vestem as formas alvas e redondas De algas roxas e glaucas pedrarias. Coxas de vago nix, ventres polidos De alabastro, quadris de argntea espuma, Seios de dbia opala ardem na treva; E bocas verdes, cheias de gemidos, Que o fsforo incendeia e o mbar perfuma, Soluam beijos vos que o vento leva... (Olavo Bilac, Tarde. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1919, p.48) Ardentia: s.f. fosforescncia sobre as ondas do mar, noite. Golconda: s. f. (fig.) mina de riquezas. Nereida: s.f. cada uma das ninfas do mar, filhas de Nereu. (Disponveis em www.aulete.com.br/ Acessado em 30/07/2021.) Em relao ao soneto de Olavo Bilac (no contexto de sua poca), correto afirmar que a seleo lexical favorece a

Questão 36
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 1 fase - Caderno R) Na ribeira do Eufrates assentado, Discorrendo me achei pela memria Aquele breve bem, aquela glria, Que em ti, doce Sio, tinha passado. Da causa de meus males perguntado Me foi: Como no cantas a histria De teu passado bem e da vitria Que sempre de teu mal hs alcanado? No sabes, que a quem canta se lhe esquece O mal, inda que grave e rigoroso? Canta, pois, e no chores dessa sorte. Respondi com suspiros: Quando cresce A muita saudade, o piedoso Remdio no cantar seno a morte. (Lus de Cames, 20 sonetos. Org. Sheila Hue. Campinas: Editora da Unicamp, 2018, p.113) Considerando as caractersticas formais e o ncleo temtico, correto afirmar que o poema retoma o dito popular

Questão 37
2022Português

(UNICAMP - 2022 - 1 fase - Caderno R) (...) eu sou um pobre relojoeiro que, cansado de ver que os relgios deste mundo no marcam a mesma hora, descri do ofcio. (...) Um exemplo. O Partido Liberal, segundo li, estava encasacado e pronto para sair, com o relgio na mo, porque a hora pingava. Faltava-lhe s o chapu, que seria o chapu Dantas, ou o chapu Saraiva (ambos da chapelaria Aristocrata); era s p-lo na cabea, e sair. Nisto passa o carro do pao com outra pessoa, e ele descobre que ou o seu relgio est adiantado, ou o de Sua Alteza que se atrasara. Quem os por de acordo? (Machado de Assis, Bons dias. Introduo e notas John Gledson. 3. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2008, p. 79.) Com relao ao excerto da crnica de Machado de Assis, publicada em 05 de abril de 1888 na Gazeta de Notcias, correto afirmar que a metfora mecnica faz referncia passagem do tempo, aludindo expectativa de mudana de

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