(UNICAMP - 2022 - 1 FASE - Caderno R)
As Ondas
Entre as trêmulas mornas ardentias,
A noite no alto-mar anima as ondas.
Sobem das fundas úmidas Golcondas,
Pérolas vivas, as nereidas frias:
Entrelaçam-se, correm fugidias,
Voltam, cruzando-se; e, em lascivas rondas,
Vestem as formas alvas e redondas
De algas roxas e glaucas pedrarias.
Coxas de vago ônix, ventres polidos
De alabastro, quadris de argêntea espuma,
Seios de dúbia opala ardem na treva;
E bocas verdes, cheias de gemidos,
Que o fósforo incendeia e o âmbar perfuma,
Soluçam beijos vãos que o vento leva...
(Olavo Bilac, Tarde. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1919, p.48)
Ardentia: s.f. fosforescência sobre as ondas do mar, à noite.
Golconda: s. f. (fig.) mina de riquezas.
Nereida: s.f. cada uma das ninfas do mar, filhas de Nereu.
(Disponíveis em www.aulete.com.br/ Acessado em 30/07/2021.)
Em relação ao soneto de Olavo Bilac (no contexto de sua época), é correto afirmar que a seleção lexical favorece a
descrição objetiva que o eu lírico faz da fantasia amorosa recorrendo à riqueza mineral dos oceanos.
representação estética que o eu lírico faz do desejo amoroso associado a fenômenos naturais.
descrição científica que o eu lírico faz do corpo feminino recorrendo a fenômenos da natureza.
representação natural que o eu lírico faz do jogo de sensualidade associado à mitologia grega.