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Questões de Português - UNIFESP 2014 | Gabarito e resoluções

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2014Português

(Unifesp 2014) O nada que é Um canavial tem a extensão ante a qual todo metro é vão. Tem o escancarado do mar que existe para desafiar que números e seus afins possam prendê-lo nos seus sins. Ante um canavial a medida métrica é de todo esquecida, porque embora todo povoado povoa-o o pleno anonimato que dá esse efeito singular: de um nada prenhe como o mar. (João Cabral de Melo Neto. Museu de tudo e depois, 1988.) Nos versos iniciais do poema Um canavial tem a extensão / ante a qual todo metro é vão. , metro é concebido como

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(Unifesp-2014) Poetas e tipógrafos Vice-cônsul do Brasil em Barcelona em 1947, o poeta João Cabral de Melo Neto foi a um médico por causa de sua crônica dor de cabeça. Ele lhe receitou exercícios físicos, para canalizar a tensão. João Cabral seguiu o conselho. Comprou uma prensa manual e passou a produzir à mão, domesticamente, os próprios livros e os dos amigos. E, com tal ginástica poética, como a chamava, tornou-se essa ave rara e fascinante: um editor artesanal. Um livro recém-lançado, Editores Artesanais Brasileiros, de Gisela Creni, conta a história de João Cabral e de outros sonhadores que, desde os anos 50, enriqueceram a cultura brasileira a partir de seu quarto dos fundos ou de um galpão no quintal. O editor artesanal dispõe de uma minitipografia e faz tudo: escolhe a tipologia, compõe o texto, diagrama-o, produz as ilustrações, tira provas, revisa, compra o papel e imprime em folhas soltas, não costuradas 100 ou 200 lindos exemplares de um livrinho que, se não fosse por ele, nunca seria publicado. Daí, distribui-os aos subscritores (amigos que se comprometeram a comprar um exemplar). O resto, dá ao autor. Os livreiros não querem nem saber. Foi assim que nasceram, em pequenos livros, poemas de acredite ou não João Cabral, Manuel Bandeira, Drummond, Cecília Meireles, Joaquim Cardozo, Vinicius de Moraes, Lêdo Ivo, Paulo Mendes Campos, Jorge de Lima e até o conto Com o Vaqueiro Mariano (1952), de Guimarães Rosa. E de Donne, Baudelaire, Lautréamont, Rimbaud, Mallarmé, Keats, Rilke, Eliot, Lorca, Cummings e outros, traduzidos por amor. João Cabral não se curou da dor de cabeça, mas valeu. (Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 17.08.2013. Adaptado.) As informações do texto permitem afirmar que:

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(Unifesp- 2014) Poetas e tipógrafos Vice-cônsul do Brasil em Barcelona em 1947, o poeta João Cabral de Melo Neto foi a um médico por causa de sua crônica dor de cabeça. Ele lhe receitou exercícios físicos, para canalizar a tensão. João Cabral seguiu o conselho. Comprou uma prensa manual e passou a produzir à mão, domesticamente, os próprios livros e os dos amigos. E, com tal ginástica poética, como a chamava, tornou-se essa ave rara e fascinante: um editor artesanal. Um livro recém-lançado, Editores Artesanais Brasileiros, de Gisela Creni, conta a história de João Cabral e de outros sonhadores que, desde os anos 50, enriqueceram a cultura brasileira a partir de seu quarto dos fundos ou de um galpão no quintal. O editor artesanal dispõe de uma minitipografia e faz tudo: escolhe a tipologia, compõe o texto, diagrama-o, produz as ilustrações, tira provas, revisa, compra o papel e imprime em folhas soltas, não costuradas 100 ou 200 lindos exemplares de um livrinho que, se não fosse por ele, nunca seria publicado. Daí, distribui-os aos subscritores (amigos que se comprometeram a comprar um exemplar). O resto, dá ao autor. Os livreiros não querem nem saber. Foi assim que nasceram, em pequenos livros, poemas de acredite ou não João Cabral, Manuel Bandeira, Drummond, Cecília Meireles, Joaquim Cardozo, Vinicius de Moraes, Lêdo Ivo, Paulo Mendes Campos, Jorge de Lima e até o conto Com o Vaqueiro Mariano (1952), de GuimarãesRosa. E de Donne, Baudelaire, Lautréamont, Rimbaud, Mallarmé, Keats, Rilke, Eliot, Lorca, Cummings e outros, traduzidos por amor. João Cabral não se curou da dor de cabeça, mas valeu. (Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 17.08.2013. Adaptado.) Vice-cônsul do Brasil em Barcelona em 1947, o poeta João Cabral de Melo Neto foi a um médico por causa de sua crônica dor de cabeça. O trecho pode ser reescrito, sem prejuízo de sentido ao texto, por:

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(UNIFESP - 2014) O meiro veio com efeito s trs horas. Lusa estava na sala, ao piano. Est ali o sujeito do costume foi dizer Juliana. Lusa voltou-se corada, escandalizada da expresso: Ah! meu primo Baslio? Mande entrar. E chamando-a: Oua, se vier o Sr. Sebastio, ou algum, que entre. Era o primo! O sujeito, as suas visitas perderam de repente para ela todo o interesse picante. A sua malcia cheia, enfunada at a, caiu, engelhou-se como uma vela a que falta o vento. Ora, adeus! Era o primo! Subiu cozinha, devagar, lograda. Temos grande novidade, Sr.a Joana! O tal peralta primo. Diz que o primo Baslio. E com um risinho: o Baslio! Ora o Baslio! Sai-nos primo ltima hora! O diabo tem graa! Ento que havia de o homem ser se no parente? observou Joana. Juliana no respondeu. Quis saber se estava o ferro pronto, que tinha uma carga de roupa para passar! E sentou-se janela, esperando. O cu baixo e pardo pesava, carregado de eletricidade; s vezes uma aragem sbita e fina punha nas folhagens dos quintais um arrepio trmulo. o primo! refletia ela. E s vem ento quando o marido se vai. Boa! E fica-se toda no ar quando ele sai; e roupa-branca e mais roupa-branca, e roupo novo, e tipoia para o passeio, e suspiros e olheiras! Boa bbeda! Tudo fica na famlia! Os olhos luziam-lhe. J se no sentia to lograda. Havia ali muito para ver e para escutar. E o ferro estava pronto? Mas a campainha, embaixo, tocou. (Ea de Queirs. O primo Baslio, 1993.) Observe as passagens do texto: Ora, adeus! Era o primo! (7. pargrafo) E o ferro estava pronto? (penltimo pargrafo) Nessas passagens, correto afirmar que se expressa o ponto de vista

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(Unifesp 2014) O nada que é Um canavial tem a extensão ante a qual todo metro é vão. Tem o escancarado do mar que existe para desafiar que números e seus afins possam prendê-lo nos seus sins. Ante um canavial a medida métrica é de todo esquecida, porque embora todo povoado povoa-o o pleno anonimato que dá esse efeito singular: de um nada prenhe como o mar. (João Cabral de Melo Neto. Museu de tudo e depois, 1988.) O poema está organizado em versos de

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(Unifesp 2014)Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa para responder à(s) questão(ões). Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! (Obras, 1996.) _____________________________________________________________________________________________________________________________________ Nesse soneto, são comuns as inversões, como se vê no verso Quanto pode dos anos o progresso! que, em ordem direta, assume a seguinte redação:

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(Unifesp 2014)Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa para responder à(s) questão(ões). Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! (Obras, 1996.) _____________________________________________________________________________________________________________________________________ No soneto, o eu lírico expressa-se de forma

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(Unifesp 2014) O nada que é Um canavial tem a extensão ante a qual todo metro é vão. Tem o escancarado do mar que existe para desafiar que números e seus afins possam prendê-lo nos seus sins. Ante um canavial a medida métrica é de todo esquecida, porque embora todo povoado povoa-o o pleno anonimato que dá esse efeito singular: de um nada prenhe como o mar. (João Cabral de Melo Neto. Museu de tudo e depois, 1988.) Ao comparar o canavial ao mar, a imagem construída pelo eu lírico formaliza-se em

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(Unifesp 2014) A sensível Foi então que ela atravessou uma crise que nada parecia ter a ver com sua vida: uma crise de profunda piedade. A cabeça tão limitada, tão bem penteada, mal podia suportar perdoar tanto. Não podia olhar o rosto de um tenor enquanto este cantava alegre virava para o lado o rosto magoado, insuportável, por piedade, não suportando a glória do cantor. Na rua de repente comprimia o peito com as mãos enluvadas assaltada de perdão. Sofria sem recompensa, sem mesmo a simpatia por si própria. Essa mesma senhora, que sofreu de sensibilidade como de doença, escolheu um domingo em que o marido viajava para procurar a bordadeira. Era mais um passeio que uma necessidade. Isso ela sempre soubera: passear. Como se ainda fosse a menina que passeia na calçada. Sobretudo passeava muito quando sentia que o marido a enganava. Assim foi procurar a bordadeira, no domingo de manhã. Desceu uma rua cheia de lama, de galinhas e de crianças nuas aonde fora se meter! A bordadeira, na casa cheia de filhos com cara de fome, o marido tuberculoso a bordadeira recusou- se a bordar a toalha porque não gostava de fazer ponto de cruz! Saiu afrontada e perplexa. Sentia-se tão suja pelo calor da manhã, e um de seus prazeres era pensar que sempre, desde pequena, fora muito limpa. Em casa almoçou sozinha, deitou-se no quarto meio escurecido, cheia de sentimentos maduros e sem amargura. Oh pelo menos uma vez não sentia nada. Senão talvez a perplexidade diante da liberdade da bordadeira pobre. Senão talvez um sentimento de espera. A liberdade. (Clarice Lispector. Os melhores contos de Clarice Lispector, 1996.) A narrativa delineia entre as personagens da senhora e da bordadeira uma relação de

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(Unifesp 2014) O nada que é Um canavial tem a extensão ante a qual todo metro é vão. Tem o escancarado do mar que existe para desafiar que números e seus afins possam prendê-lo nos seus sins. Ante um canavial a medida métrica é de todo esquecida, porque embora todo povoado povoa-o o pleno anonimato que dá esse efeito singular: de um nada prenhe como o mar. (João Cabral de Melo Neto. Museu de tudo e depois, 1988.) No título do poema O nada que é , ocorre a substantivação do pronome nada. Esse processo de formação de palavras também se verifica em:

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(Unifesp 2014) Poetas e tipógrafos Vice-cônsul do Brasil em Barcelona em 1947, o poeta João Cabral de Melo Neto foi a um médico por causa de sua crônica dor de cabeça. Ele lhe receitou exercícios físicos, para canalizar a tensão. João Cabral seguiu o conselho. Comprou uma prensa manual e passou a produzir à mão, domesticamente, os próprios livros e os dos amigos. E, com tal ginástica poética, como a chamava, tornou-se essa ave rara e fascinante: um editor artesanal. Um livro recém-lançado, Editores Artesanais Brasileiros, de Gisela Creni, conta a história de João Cabral e de outros sonhadores que, desde os anos 50, enriqueceram a cultura brasileira a partir de seu quarto dos fundos ou de um galpão no quintal. O editor artesanal dispõe de uma minitipografia e faz tudo: escolhe a tipologia, compõe o texto, diagrama-o, produz as ilustrações, tira provas, revisa, compra o papel e imprime em folhas soltas, não costuradas 100 ou 200 lindos exemplares de um livrinho que, se não fosse por ele, nunca seria publicado. Daí, distribui-os aos subscritores (amigos que se comprometeram a comprar um exemplar). O resto, dá ao autor. Os livreiros não querem nem saber. Foi assim que nasceram, em pequenos livros, poemas de acredite ou não João Cabral, Manuel Bandeira, Drummond, Cecília Meireles, Joaquim Cardozo, Vinicius de Moraes, Lêdo Ivo, Paulo Mendes Campos, Jorge de Lima e até o conto Com o Vaqueiro Mariano (1952), de GuimarãesRosa. E de Donne, Baudelaire, Lautréamont, Rimbaud, Mallarmé, Keats, Rilke, Eliot, Lorca, Cummings e outros, traduzidos por amor. João Cabral não se curou da dor de cabeça, mas valeu. (Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 17.08.2013. Adaptado.) Com a frase tornou-se essa ave rara e fascinante (1. parágrafo), o autor vale-se de uma:

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(Unifesp 2014)Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa para responder à(s) questão(ões). Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! (Obras, 1996.) _____________________________________________________________________________________________________________________________________ São recursos expressivos e tema presentes no soneto, respectivamente, a

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(Unifesp 2014 - adaptada) Casimiro de Abreu pertence gerao dos poetas que morreram prematuramente, na casa dos vinte anos, como lvares de Azevedo e outros, acometidos do mal byroniano. Sua poesia, reflexo autobiogrfico dos transes, imaginrios e verdicos, que lhe agitaram a curta existncia, centra-se em dois temas fundamentais: a saudade e o lirismo amoroso. Graas a tal fundo de juvenilidade e timidez, sua poesia saudosista guarda um no sei qu de infantil. (Massaud Moiss. A literatura brasileira atravs dos textos, 2004. Adaptado.) Os substantivos do texto derivados pelo mesmo processo de formao de palavras so

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(Unifesp 2014)Mantida a norma-padrão da língua portuguesa, a frase que preenche corretamente o segundo balão é:

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(Unifesp 2014)Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa para responder à(s) questão(ões). Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado; Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! (Obras, 1996.) _____________________________________________________________________________________________________________________________________ No contexto em que estão empregados, os termos sítio (1. verso), tímido (4. verso) e perpétua (10. verso) significam, respectivamente

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