Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
Kuadro - O MELHOR CURSO PRÉ-VESTIBULAR
MEDICINAITA - IMEENEMENTRAR
Logo do Facebook   Logo do Instagram   Logo do Youtube

Conquiste sua aprovação na metade do tempo!

No Kuadro, você aprende a estudar com eficiência e conquista sua aprovação muito mais rápido. Aqui você aprende pelo menos 2x mais rápido e conquista sua aprovação na metade do tempo que você demoraria estudando de forma convencional.

Questões de Português - UNIFESP | Gabarito e resoluções

1-15 de 103chevron right center
Questão
2020Português

(UNIFESP - 2020) Leia a crnica Inconfiveis cupins, de Moacyr Scliar, para responder questo a seguir. Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribua todas suas frustraes ao artista holands. Enquanto existirem no mundo aqueles horrveis girassis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, no poderei jamais dar vazo ao meu instinto criador. Decidiu mover uma guerra implacvel, sem quartel, s telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Comearia pelas mais prximas, as do Museu de Arte Moderna de So Paulo. Seu plano era de uma simplicidade diablica. No faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se s obras, tentando destrulas; tais insanos no apenas no conseguem seu intento, como acabam na cadeia. No, usaria um mtodo cientfico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins. Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessrio treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma tcnica pavloviana. Reprodues das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma soluo aucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras. Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que s queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradvel, e isso era o que importava. Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou espera do que aconteceria. Sua decepo, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentao do prdio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados. O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada concluso. verdade que alguns insetos foram encontrados prximos a telas de Van Gogh. Mas isso no lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sdicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa. (O imaginrio cotidiano, 2002.) Em Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que s queria comer Van Gogh (5. pargrafo), o cronista recorre figura de linguagem denominada:

Questão
2020Português

(UNIFESP - 2020) Leia a crnica Inconfiveis cupins, de Moacyr Scliar, para responder s questes de 07 a 12. Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribua todas suas frustraes ao artista holands. Enquanto existirem no mundo aqueles horrveis girassis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, no poderei jamais dar vazo ao meu instinto criador. Decidiu mover uma guerra implacvel, sem quartel, s telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Comearia pelas mais prximas, as do Museu de Arte Moderna de So Paulo. Seu plano era de uma simplicidade diablica. No faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se s obras, tentando destru-las; tais insanos no apenas no conseguem seu intento, como acabam na cadeia. No, usaria um mtodo cientfico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins. Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessrio treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma tcnica pavloviana. Reprodues das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma soluo aucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras. Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que s queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradvel, e isso era o que importava. Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou espera do que aconteceria. Sua decepo, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentao do prdio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados. O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada concluso. verdade que alguns insetos foram encontrados prximos a telas de Van Gogh. Mas isso no lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sdicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa. (O imaginrio cotidiano, 2002.) Tendo em vista a ordem inversa da frase, verifica-se o emprego de vrgula para separar um termo que exerce a funo de sujeito em:

Questão
2019Português

(UNIFESP - 2019) Sou um evadido. Logo que nasci Fecharam-me em mim, Ah, mas eu fugi. Se a gente se cansa Do mesmo lugar, Do mesmo ser Por que no se cansar? Minha alma procura-me Mas eu ando a monte, Oxal que ela Nunca me encontre. Ser um cadeia, Ser eu no ser. Viverei fugindo Mas vivo a valer. (Obra potica, 1997.) andar a monte: andar fugido das autoridades. Rima rica aquela que ocorre entre palavras de classes gramaticais diferentes, a exemplo do que se verifica

Questão
2019Português

(UNIFESP - 2019) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Leia o trecho inicial do conto A doida, de Carlos Drummond de Andrade, para responder (s) questo(es) a seguir. A doida habitava um chal no centro do jardim maltratado. E a rua descia para o crrego, onde os meninos costumavam banhar-se. Era s aquele chalezinho, esquerda, entre o barranco e um cho abandonado; direita, o muro de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silncio, o burro que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num declive spero. Onde estava o fiscal, que no mandava capin-la? Os trs garotos desceram manh cedo, para o banho e a pega de passarinho. S com essa inteno. Mas era bom passar pela casa da doida e provoc-la. As mes diziam o contrrio: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores. Dos doidos devemos ter piedade, porque eles no gozam dos benefcios com que ns, os sos, fomos aquinhoados. No explicavam bem quais fossem esses benefcios, ou explicavam demais, e restava a impresso de que eram todos privilgios de gente adulta, como fazer visitas, receber cartas, entrar para irmandades. E isso no comovia ningum. A loucura parecia antes erro do que misria. E os trs sentiam-se inclinados a1lapidar a doida, isolada e agreste no seu jardim. Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam diz-lo. No aparecia de frente e de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma. S o busto, recortado numa das janelas da frente, as mos magras, ameaando. Os cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram palavras da Bblia misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam escabrosos, e todos fortssimos na sua clera. Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moa igual s outras no seu tempo remoto (contava mais de sessenta anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavraram o corpo). Corria, com variantes, a histria de que fora noiva de um fazendeiro, e o casamento uma festa estrondosa; mas na prpria noite de npcias o homem a repudiara, Deus sabe por que razo. O marido ergueu-se terrvel e empurrou-a, no calor do bate-boca; ela rolou escada abaixo, foi quebrando ossos, arrebentando-se. Os dois nunca mais se veriam. J outros contavam que o pai, no o marido, a expulsara, e esclareciam que certa manh o velho sentira um amargo diferente no caf, ele que tinha dinheiro grosso e estava custando a morrer mas nos2racontos antigos abusava-se de veneno. De qualquer modo, as pessoas grandes no contavam a histria direito, e os meninos deformavam o conto. Repudiada por todos, ela se fechou naquele chal do caminho do crrego, e acabou perdendo o juzo. Perdera antes todas as relaes. Ningum tinha nimo de visit-la. O padeiro mal jogava o po na caixa de madeira, entrada, e eclipsava-se. Diziam que nessa caixa uns primos generosos mandavam pr, noite, provises e roupas, embora oficialmente a ruptura com a famlia se mantivesse inaltervel. s vezes uma preta velha arriscava-se a entrar, com seu cachimbo e sua pacincia educada no cativeiro, e l ficava dois ou trs meses, cozinhando. Por fim a doida enxotava-a. E, afinal, empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, pedir a bno doida, jantar em casa da doida, passaram a ser, na cidade, expresses de castigo e smbolos de3irriso. Vinte anos de uma tal existncia, e a legenda est feita. Quarenta, e no h mud-la. O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua prpria doidice era uma falta grave, uma coisa aberrante, instalou-se no esprito das crianas. E assim, geraes sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraa e lascavam uma pedra. A princpio, como justa penalidade. Depois, por prazer. Finalmente, e j havia muito tempo, por hbito. Como a doida respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a ideia de um equilbrio por compensao, que afogava o remorso. Em vo os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles trs tinham feito o mesmo, com relao mesma doida, ou a outras. Pessoas sensveis lamentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a doida. Mas como? O hospcio era longe, os parentes no se interessavam. E da explicava-se ao forasteiro que porventura estranhasse a situao toda cidade tem seus doidos; quase que toda famlia os tem. Quando se tornam ferozes, so trancados no sto; fora disto, circulam pacificamente pelas ruas, se querem faz-lo, ou no, se preferem ficar em casa. E doido quem Deus quis que ficasse doido... Respeitemos sua vontade. No h remdio para loucura; nunca nenhum doido se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante, ao passo que livros mentem. (Contos de aprendiz, 2012.) 1lapidar: apedrejar. 2raconto: relato, narrativa. 3irriso: zombaria. Em No aparecia de frente e de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma (3o pargrafo), o termo sublinhado um verbo

Questão
2018Português

(UNIFESP - 2018) Leia um trecho do artigo Reflexes sobre o tempo e a origem do Universo, do fsico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder (s) questo(es). Qualquer discusso sobre o tempo deve comear com uma anlise de sua estrutura, que, por falta de melhor expresso, devemos chamar de temporal. comum dividirmos o tempo em passado, presente e futuro. O passado o que vem antes do presente e o futuro o que vem depois. J o presente o agora, o instante atual. Isso tudo parece bastante bvio, mas no . Para definirmos passado e futuro, precisamos definir o presente. Mas, segundo nossa separao estrutural, o presente no pode ter durao no tempo, pois nesse caso poderamos definir um perodo no seu passado e no seu futuro. Portanto, para sermos coerentes em nossas definies, o presente no pode ter durao no tempo. Ou seja, o presente no existe! A discusso acima nos leva a outra questo, a da origem do tempo. Se o tempo teve uma origem, ento existiu um momento no passado em que ele passou a existir. Segundo nossas modernas teorias cosmognicas, que visam explicar a origem do Universo, esse momento especial o momento da origem do Universo clssico. A expresso clssico usada em contraste com quntico, a rea da fsica que lida com fenmenos atmicos e subatmicos. [...] As descobertas de Einstein mudaram profundamente nossa concepo do tempo. Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a presena de massa (ou de energia) tambm influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. O tempo relativstico adquire uma plasticidade definida pela realidade fsica sua volta. A coisa se complica quando usamos a relatividade geral para descrever a origem do Universo. (Folha de S.Paulo, 07.06.1998.) Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a presena de massa (ou de energia) tambm influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. (4 pargrafo) Ao se converter o trecho destacado para a voz passiva, o verbo influencia assume a seguinte forma:

Questão
2018Português

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões), leia o trecho do livro Abolição, da historiadora brasileira Emília Viotti da Costa. Durante três séculos (do século XVI ao XVIII) a escravidão foi praticada e aceita sem que as classes dominantes questionassem a legitimidade do cativeiro. Muitos chegavam a justificar a escravidão, argumentando que graças a ela os negros eram retirados da ignorância em que viviam e convertidos ao cristianismo. A conversão libertava os negros do pecado e lhes abria a porta da salvação eterna. Dessa forma, a escravidão podia até ser considerada um benefício para o negro! Para nós, esses argumentos podem parecer cínicos, mas, naquela época, tinham poder de persuasão. A ordem social era considerada expressão dos desígnios da Providência Divina e, portanto, não era questionada. Acreditava-se que era a vontade de Deus que alguns nascessem nobres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, escravos. De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social. Assim, justificada pela religião e sancionada pela Igreja e pelo Estado representantes de Deus na Terra , a escravidão não era questionada. A Igreja limitava-se a recomendar paciência aos escravos e benevolência aos senhores. Não é difícil imaginar os efeitos dessas ideias. Elas permitiam às classes dominantes escravizar os negros sem problemas de consciência. Os poucos indivíduos que no Período Colonial, fugindo à regra, questionaram o tráfico de escravos e lançaram dúvidas sobre a legitimidade da escravidão, foram expulsos da Colônia e o tráfico de escravos continuou sem impedimentos. Apenas os próprios escravos questionavam a legitimidade da instituição, manifestando seu protesto por meio de fugas e insurreições. Encontravam, no entanto, pouca simpatia por parte dos homens livres e enfrentavam violenta repressão. (A abolição, 2010.) Acreditava-se que era a vontade de Deus que alguns nascessem nobres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, escravos. (1 parágrafo) No contexto em que se insere, o termo vilão deve ser entendido na seguinte acepção:

Questão
2018Português

(UNIFESP - 2018) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Para responder (s) questo(es), leia o trecho da obra Os sertes, de Euclides da Cunha (1866 1909), em que se narram eventos referentes a uma das expedies militares enviadas pelo governo federal para combater Antnio Conselheiro e seus seguidores sediados em Canudos. Oitocentos homens desapareciam em fuga, abandonando as espingardas; arriando as padiolas, em que se estorciam feridos; jogando fora as peas de equipamento; desarmando-se; desapertando os cintures, para a carreira desafogada; e correndo, correndo ao acaso, correndo em grupos, em bandos erradios, correndo pelas estradas e pelas trilhas que as recortam, correndo para o recesso das caatingas, tontos, apavorados, sem chefes... Entre os fardos atirados beira do caminho ficara, logo ao desencadear-se o pnico tristssimo pormenor! o cadver do comandante. No o defenderam. No houve um breve simulacro de repulsa contra o inimigo, que no viam e adivinhavam no estrdulo dos gritos desafiadores e nos estampidos de um tiroteio irregular e escasso, como o de uma caada. Aos primeiros tiros os batalhes diluram-se. Apenas a artilharia, na extrema retaguarda, seguia vagarosa e unida, solene quase, na marcha habitual de uma revista, em que parava de quando em quando para varrer a disparos as macegas traioeiras; e prosseguindo depois, lentamente, rodando, inabordvel, terrvel... [...] Um a um tombavam os soldados da guarnio estoica. Feridos ou espantados os muares da trao empacavam; torciam de rumo; impossibilitavam a marcha. A bateria afinal parou. Os canhes, emperrados, imobilizaram-se numa volta do caminho... O coronel Tamarindo, que volvera retaguarda, agitando-se destemeroso e infatigvel entre os fugitivos, penitenciando-se heroicamente, na hora da catstrofe, da tibieza anterior, ao deparar com aquele quadro estupendo, procurou debalde socorrer os nicos soldados que tinham ido a Canudos. Neste pressuposto ordenou toques repetidos de meia-volta, alto!. As notas das cornetas, convulsivas, emitidas pelos corneteiros sem flego, vibraram inutilmente. Ou melhor aceleraram a fuga. Naquela desordem s havia uma determinao possvel: debandar!. Debalde alguns oficiais, indignados, engatilhavam revlveres ao peito dos foragidos. No havia cont-los. Passavam; corriam; corriam doudamente; corriam dos oficiais; corriam dos jagunos; e ao verem aqueles, que eram de preferncia alvejados pelos ltimos, carem malferidos, no se comoviam. O capito Vilarim batera-se valentemente quase s e ao baquear, morto, no encontrou entre os que comandava um brao que o sustivesse. Os prprios feridos e enfermos estropiados l se iam, cambeteando, arrastando-se penosamente, imprecando os companheiros mais geis... As notas das cornetas vibravam em cima desse tumulto, imperceptveis, inteis... Por fim cessaram. No tinham a quem chamar. A infantaria desaparecera... (Os sertes, 2016.) Em Um a um tombavam os soldados da guarnio estoica. (4 pargrafo), o termo destacado um

Questão
2018Português

(UNIFESP - 2018) Leia um trecho do artigo Reflexes sobre o tempo e a origem do Universo, do fsico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder (s) questo(es). Qualquer discusso sobre o tempo deve comear com uma anlise de sua estrutura, que, por falta de melhor expresso, devemos chamar de temporal. comum dividirmos o tempo em passado, presente e futuro. O passado o que vem antes do presente e o futuro o que vem depois. J o presente o agora, o instante atual. Isso tudo parece bastante bvio, mas no . Para definirmos passado e futuro, precisamos definir o presente. Mas, segundo nossa separao estrutural, o presente no pode ter durao no tempo, pois nesse caso poderamos definir um perodo no seu passado e no seu futuro. Portanto, para sermos coerentes em nossas definies, o presente no pode ter durao no tempo. Ou seja, o presente no existe! A discusso acima nos leva a outra questo, a da origem do tempo. Se o tempo teve uma origem, ento existiu um momento no passado em que ele passou a existir. Segundo nossas modernas teorias cosmognicas, que visam explicar a origem do Universo, esse momento especial o momento da origem do Universo clssico. A expresso clssico usada em contraste com quntico, a rea da fsica que lida com fenmenos atmicos e subatmicos. [...] As descobertas de Einstein mudaram profundamente nossa concepo do tempo. Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a presena de massa (ou de energia) tambm influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. O tempo relativstico adquire uma plasticidade definida pela realidade fsica sua volta. A coisa se complica quando usamos a relatividade geral para descrever a origem do Universo. (Folha de S.Paulo, 07.06.1998.) Em [Einstein] mostrou que a presena de massa (ou de energia) tambm influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. (4 pargrafo), a conjuno destacada pode ser substituda, sem prejuzo para o sentido do texto, por:

Questão
2018Português

(UNIFESP - 2018) Talvez o aspecto mais evidente da novidade retrica e formal na composio dessa obra seja justamente a metalinguagem ou a autorreflexividade da narrativa, quer dizer, o narrador explica constantemente para o leitor o andamento e o modo pelo qual vai contando suas histrias. Essa autorreflexividade tem um importante efeito de quebra da iluso realista, pois lembra sempre o leitor de que ele est lendo um livro e que este, embora narre a respeito da vida de personagens, apenas um livro, ou seja, um artifcio, um artefato inventado. Pode-se dizer tambm que a reflexo do narrador, alm de revelar a potica que preside a composio de sua narrativa, revela tambm a exigncia dessa potica de contar com um novo tipo de leitor: o narrador como que pretende um leitor participante, ativo e no passivo. (Valentim Facioli. Um defunto estrambtico, 2008. Adaptado.) Tal comentrio aplica-se obra

Questão
2018Português

(UNIFESP/2018) Para responder à(s) questão(ões), leia o trecho do livro Abolição, da historiadora brasileira Emília Viotti da Costa. Durante três séculos (do século XVI ao XVIII) a escravidão foi praticada e aceita sem que as classes dominantes questionassem a legitimidade do cativeiro. Muitos chegavam a justificar a escravidão, argumentando que graças a ela os negros eram retirados da ignorância em que viviam e convertidos ao cristianismo. A conversão libertava os negros do pecado e lhes abria a porta da salvação eterna. Dessa forma, a escravidão podia até ser considerada um benefício para o negro! Para nós, esses argumentos podem parecer cínicos, mas, naquela época, tinham poder de persuasão. A ordem social era considerada expressão dos desígnios da Providência Divina e, portanto, não era questionada. Acreditava-se que era a vontade de Deus que alguns nascessem nobres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, escravos. De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social. Assim, justificada pela religião e sancionada pela Igreja e pelo Estado representantes de Deus na Terra , a escravidão não era questionada. A Igreja limitava-se a recomendar paciência aos escravos e benevolência aos senhores. Não é difícil imaginar os efeitos dessas ideias. Elas permitiam às classes dominantes escravizar os negros sem problemas de consciência. Os poucos indivíduos que no Período Colonial, fugindo à regra, questionaram o tráfico de escravos e lançaram dúvidas sobre a legitimidade da escravidão, foram expulsos da Colônia e o tráfico de escravos continuou sem impedimentos. Apenas os próprios escravos questionavam a legitimidade da instituição, manifestando seu protesto por meio de fugas e insurreições. Encontravam, no entanto, pouca simpatia por parte dos homens livres e enfrentavam violenta repressão. (A abolição, 2010.) De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social. (1 parágrafo) O trecho destacado exerce a função sintática de

Questão
2018Português

Leia a crônica Premonitório, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), para responder à(s) questão(ões): Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama: Não saia casa 3 outubro abraços. O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa, precipitara-se na agência para expedir a mensagem. Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha, mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de ouvir o pois não melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; insistira: como é?, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha. Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano1, disse que achava pouco cem mil unidades, em tal emergência, e arrematou: Dia 4 nós conversamos. Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e sapato de duas cores levantou-se e seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a pequena distância. Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste advertiu: Passe de largo; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas cruzadas nos cantos. Nos Correios, a mesma coisa, também na Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima. Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: Desculpe, é engano, ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz. Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o convidava a ir à Delegacia de Ordem Política e Social. Deve ser engano. Não é não, o chefe está à espera. Tão cedinho? Precisa ser hoje mesmo? Amanhã eu vou. É hoje e é já. Impossível. Pegaram-lhe dos braços e levaram-no sem polêmica. A cidade era uma praça de guerra, toda a polícia a postos. O senhor vai dizer a verdade bonitinho e logo disse-lhe o chefe. Que sabe a respeito do troço? Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje. Vai estourar? Não sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil? Doutor, eu falei a meu dentista, é um trabalho de prótese que anda abalado. Quer ver? Eu tiro. Não, mas e aquela frase em código muito vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e cano? Sou professor de latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho. Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam para vencer? São unidades de penicilina que um colega tomou para uma infecção no ouvido. E os cálculos que o senhor fazia diante do palácio? Emudeceu. Diga, vamos! Desculpe, eram uns versinhos, estão aqui no bolso. O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe? Ah, então é por isso que o telegrama custou tanto a chegar? Mais custou ao país, gritou o chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas ficaram de prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa. Mas, doutor Foi levado para outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: O senhor entende conversa de pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família acredita neles. Sonhou que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro! Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente, não devia ter saído de casa. (70 historinhas, 2016.) 1 arma virumque cano: canto as armas e o varão (palavras iniciais da epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias). Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse. (4 parágrafo) Em relação à oração anterior, a oração destacada exprime ideia de

Questão
2018Português

(UNIFESP -2018) Nesta obra, eu quis estudar temperamentos e no caracteres. Escolhi personagens soberanamente dominadas pelos nervos e pelo sangue, desprovidas de livre-arbtrio, arrastadas a cada ato de suas vidas pelas fatalidades da prpria carne. Comea-se a compreender que o meu objetivo foi acima de tudo um objetivo cientfico. (mile Zola apud Alfredo Bosi. Histria concisa da literatura brasileira, 1994. Adaptado.) Depreendem-se dessas consideraes do escritor francs mile Zola, a respeito de uma de suas obras, preceitos que orientam a corrente literria

Questão
2018Português

(UNIFESP/2018) Leia a crônica Premonitório, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), para responder à(s) questão(ões): Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama: Não saia casa 3 outubro abraços. O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa, precipitara-se na agência para expedir a mensagem. Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha, mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de ouvir o pois não melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; insistira: como é?, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha. Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano1, disse que achava pouco cem mil unidades, em tal emergência, e arrematou: Dia 4 nós conversamos. Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e sapato de duas cores levantou-se e seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a pequena distância. Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste advertiu: Passe de largo; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas cruzadas nos cantos. Nos Correios, a mesma coisa, também na Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima. Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: Desculpe, é engano, ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz. Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o convidava a ir à Delegacia de Ordem Política e Social. Deve ser engano. Não é não, o chefe está à espera. Tão cedinho? Precisa ser hoje mesmo? Amanhã eu vou. É hoje e é já. Impossível. Pegaram-lhe dos braços e levaram-no sem polêmica. A cidade era uma praça de guerra, toda a polícia a postos. O senhor vai dizer a verdade bonitinho e logo disse-lhe o chefe. Que sabe a respeito do troço? Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje. Vai estourar? Não sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil? Doutor, eu falei a meu dentista, é um trabalho de prótese que anda abalado. Quer ver? Eu tiro. Não, mas e aquela frase em código muito vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e cano? Sou professor de latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho. Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam para vencer? São unidades de penicilina que um colega tomou para uma infecção no ouvido. E os cálculos que o senhor fazia diante do palácio? Emudeceu. Diga, vamos! Desculpe, eram uns versinhos, estão aqui no bolso. O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe? Ah, então é por isso que o telegrama custou tanto a chegar? Mais custou ao país, gritou o chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas ficaram de prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa. Mas, doutor Foi levado para outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: O senhor entende conversa de pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família acredita neles. Sonhou que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro! Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente, não devia ter saído de casa. (70 historinhas, 2016.) 1arma virumque cano: canto as armas e o varão (palavras iniciais da epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias). Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano (3 parágrafo) Os termos em destaque constituem, respectivamente,

Questão
2018Português

(UNIFESP - 2018) O Surrealismo buscou a comunicao com o irracional e o ilgico, deliberadamente desorientando e reorientando a conscincia por meio do inconsciente. Fiona Bradley. Surrealismo, 2001 Verifica-se a influncia do Surrealismo nos seguintes versos:

Questão 14
2017Português

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, leia o poema Dissolução, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que integra o livro Claro enigma, publicado originalmente em 1951. Escurece, e não me seduz tatear sequer uma lâmpada. Pois que aprouve ao dia findar, aceito a noite. E com ela aceito que brote uma ordem outra de seres e coisas não figuradas. Braços cruzados. Vazio de quanto amávamos, mais vasto é o céu. Povoações surgem do vácuo. Habito alguma? E nem destaco minha pele da confluente escuridão. Um fim unânime concentra-se e pousa no ar. Hesitando. E aquele agressivo espírito que o dia carreia consigo, já não oprime. Assim a paz, destroçada. Vai durar mil anos, ou extinguir-se na cor do galo? Esta rosa é definitiva, ainda que pobre. Imaginação, falsa demente, já te desprezo. E tu, palavra. No mundo, perene trânsito, calamo-nos. E sem alma, corpo, és suave. (Claro enigma, 2012.) 1 aprazer: causar ou sentir prazer; contentar(-se). 2 carrear: carregar. O pronome te, empregado no segundo verso da última estrofe, refere-se a

1-15 de 103chevron right center