(FGV) Do ponto de vista da política econômica, o governo Dutra se iniciou seguindo um modelo liberal. A intervenção estatal foi condenada [e] passou-se a acreditar que o desenvolvimento econômico do país e o fim da inflação gerada nos últimos anos da guerra dependiam da liberdade dos mercados em geral e principalmente da livre importação de bens. [...] em junho de 1947, o governo mudou de orientação, estabelecendo um sistema de licenças para importar. Na prática, o critério de licenças favorecia a importação de itens essenciais, como equipamentos, maquinaria e combustíveis, e restringiu a importação de bens de consumo.
Boris, Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995, p.403.
De acordo com a leitura do texto, podemos concluir que:
Dutra iniciou seu governo com uma orientação econômica intervencionista, mas, a partir de 1947, adotou uma política liberal, que proibia as importações de bens de capital e de consumo.
houve uma mudança na orientação econômica do governo Dutra a partir de 1947, no sentido de permitir a importação de bens de capital e restringir a entrada de bens de consumo.
o governo Dutra, ainda sob o impacto do Estado Novo getulista, adotou uma política econômica intervencionista que se acentuou, a partir de 1947, com medidas restritivas à importação de bens de capital no Brasil.
a orientação liberal da política econômica do governo Dutra acarretou a desindustrialização do país, processo intensificado com a política intervencionista adotada a partir de 1947.
a adoção de uma política econômica liberal foi a plataforma pela qual a UDN conseguiu chegar ao poder, com Dutra. A mudança para uma linha intervencionista marcou a reaproximação de Dutra com Getúlio e o rompimento com a UDN.