(FUVEST - 2006 - 1 FASE )
Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para conhecer o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.
Amyr Klink, Mar sem fim.
A repetição de “precisa viajar” acentua, no contexto, o valor daquelas experiências que
se traduzem na exploração de nossa plena capacidade imaginativa.
concretizam o aprendizado das diferenças que formam a identidade pessoal.
ratificam a convicção de quem julga conhecer o que apenas imaginou.
acabam comprovando a importância de se viver tudo o que se planejou.
reforçam a simplicidade do prazer de um cotidiano sem surpresas.