(FUVEST - 2009 - 1 FASE) Texto para as questões.
Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia – o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua.
João do Rio. A alma encantadora das ruas.
No texto, observa-se que o narrador se
equipara ao leitor, por meio de sentimentos diversos como o amor, o ódio e o egoísmo.
distancia do leitor, porque o amor à rua, assim como o ódio e o egoísmo, é passageiro.
identifica com o leitor, por meio de um sentimento perene, que é o amor à rua.
aproxima do leitor, por meio de sentimentos duradouros como o amor à rua e o ódio à polícia.
afasta do leitor, porque, ao contrário deste, valoriza as coisas fúteis.