(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Voltada para o encanto da vida livre do pequeno ncleo aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as classes sociais daquele mbito, estava colocada num invejvel ponto de observao.(...) Sem querer forar um conflito que, a bem dizer5,apenas se esboa, podemos atribuir parte desta grande versatilidade psicolgica da protagonista aosecos de uma formao7 britnica, protestante, liberal, ressoando num ambiente8de corte ibrico e catlico9, mal sado do regime de trabalho escravo. Colorindo a apaixonada esfera de independncia da juventude, reveste-se de acentuado sabor sociolgico este caso da menina ruiva que, embora inteiramente identificada com o meio de gente morena que o seu, o nico que conhece e ama, no vacila em o criticar com preciso e finura notveis14, se essa lucidez no traduzisse a coexistncia ntima de dois mundos culturais divergentes, que se contemplam e se julgam nointerior de um eu tornado harmonioso pelo equilbrio mesmo de suas contradies18. Alexandre Eullio, Livro que nasceu clssico. In: Helena Morley, Minha vida de menina O trecho do romance Minha vida de menina que ilustra de modo mais preciso o que, para o crtico Alexandre Eullio, representa a coexistncia ntima de dois mundos culturais divergentes :
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Voltada para o encanto da vida livre do pequeno ncleo aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as classes sociais daquele mbito, estava colocada num invejvel ponto de observao.(...) Sem querer forar um conflito que, a bem dizer5,apenas se esboa, podemos atribuir parte desta grande versatilidade psicolgica da protagonista aosecos de uma formao7 britnica, protestante, liberal, ressoando num ambiente8de corte ibrico e catlico9, mal sado do regime de trabalho escravo. Colorindo a apaixonada esfera de independncia da juventude, reveste-se de acentuado sabor sociolgico este caso da menina ruiva que, embora inteiramente identificada com o meio de gente morena que o seu, o nico que conhece e ama, no vacila em o criticar com preciso e finura notveis14, se essa lucidez no traduzisse a coexistncia ntima de dois mundos culturais divergentes, que se contemplam e se julgam nointerior de um eu tornado harmonioso pelo equilbrio mesmo de suas contradies18. Alexandre Eullio, Livro que nasceu clssico.In: Helena Morley,Minha vida de menina De acordo com Alexandre Eullio, a protagonista do romance Minha vida de menina
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; j se no destacavam vozes dispersas, 1mas um s rudo compacto que enchia todo o cortio. Comeavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se* discusses e rezingas**; 2ouviam-se gargalhadas e pragas; j se no falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentao sangunea, naquela gula viosa de plantas rasteiras que mergulham os ps vigorosos na lama preta e nutriente da vida, 3o prazer animal de existir, a triunfante satisfao de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortio iam e vinham como formigas; fazendo compras. Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a Isaura, que se dispunha a comear a limpeza da casa. Nh Dunga! 4gritou ela para baixo, a sacudir um pano de mesa; se voc tem cuscuz de milho hoje, 5bata na porta, ouviu? Alusio Azevedo, O cortio. * ensarilhar-se: emaranhar-se. ** rezinga: resmungo. Uma caracterstica do Naturalismo presente no texto :
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; j se no destacavam vozes dispersas, 2mas um s rudo compacto que enchia todo o cortio. Comeavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se* discusses e rezingas**; 5ouviam-se gargalhadas e pragas; j se no falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentao sangunea, naquela gula viosa de plantas rasteiras que mergulham os ps vigorosos na lama preta e nutriente da vida,8o prazer animal de existir, a triunfante satisfao de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortio iam e vinham como formigas; fazendo compras. Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a Isaura, que se dispunha a comear a limpeza da casa. Nh Dunga!14gritou ela para baixo, a sacudir um pano de mesa; se voc tem cuscuz de milho hoje, 15bata na porta, ouviu? Alusio Azevedo,O cortio. * ensarilhar-se: emaranhar-se. ** rezinga: resmungo. Constitui marca do registro informal da lngua o trecho
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTOS PARA A QUESTO: (...) procurei adivinhar o que se passa na alma dumacachorra. Ser que h mesmo alma em cachorro? No me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundocheio de pres. Exatamente o que todos ns desejamos. A diferena que eu quero que eles apaream antes do sono, e padre Z Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos pres. (...) Carta de Graciliano Ramos a sua esposa. (...) Uma angstia apertou-lhe o pequeno corao.Precisava vigiar as cabras: quela hora cheiros de suuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas.Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do carit onde sinha Vitria guardava o cachimbo. (...) Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheiode pres. E lamberia as mos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianas se espojariam com ela, rolariam com ela num ptio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de pres, gordos, enormes. Graciliano Ramos, Vidas secas As declaraes de Graciliano Ramos na Carta e o excerto do romance permitem afirmar que a personagem Baleia, em Vidas secas, representa
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTOS PARA A QUESTO: (...) procurei adivinhar o que se passa na alma dumacachorra. Ser que h mesmo alma em cachorro? No me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundocheio de pres. Exatamente o que todos ns desejamos. A diferena que eu quero que eles apaream antes do sono, e padre Z Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos pres. (...) Carta de Graciliano Ramos a sua esposa. (...) Uma angstia apertou-lhe o pequeno corao.Precisava vigiar as cabras: quela hora cheiros de suuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas.Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do carit onde sinha Vitria guardava o cachimbo. (...) Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheiode pres. E lamberia as mos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianas se espojariam com ela, rolariam com ela num ptio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de pres, gordos, enormes. Graciliano Ramos, Vidas secas A comparao entre os fragmentos, respectivamente, da Carta e de Vidas secas, permite afirmar que
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Sarapalha caloro, Primo!... E que dor de cabea excomungada! um instantinho e passa... s ter pacincia.... ... passa... passa... passa... Passam umasmulheres vestidas de cor de gua, sem olhos na cara,para no terem de olhar a gente... S ela que no passa, Primo Argemiro!... E eu j estou cansado de procurar5, no meio das outras... No vem!... Foi, rioabaixo, com o outro... Foram pros infernos!... No foi, Primo Ribeiro. No foram pelo rio... Foitrem de ferro que levou... No foi no rio, eu sei... No rio ningum noanda10... S a maleita quem sobe e desce, olhandoseus mosquitinhos e pondo neles a beno... Mas, naestria... Como mesmo a estria, Primo? Como ?... O senhor bem que sabe, Primo... Tem pacincia,que no bom variar...15 Mas, a estria, Primo!... Como ?... Conta outravez... O senhor j sabe as palavras todas de cabea17...Foi o moo-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia de domingo e com a viola enfeitada de fitas19...E chamou a moa pra ir se fugir com ele20... Espera, Primo, elas esto passando... Vo umasatrs das outras... Cada qual mais bonita... Mas euno quero, nenhuma!... Quero s ela... Lusa... Prima Lusa... Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Meajuda, Primo!25Me ajuda a ver... No nada, Primo Ribeiro... Deixa disso! No mesmo no... Pois ento?! Conta o resto da estria!...30 ...Ento, a moa, que no sabia que o moo-bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa32, e foi com ele na canoa, descendo o rio... Guimares Rosa,Sagarana A novela Sarapalha apresenta uma estria dentro de outra, por meio da qual a personagem masculina da narrativa principal (Primo Argemiro) alude a uma mulher da narrativa secundria (a moa levada pelo capeta). O mesmo procedimento ocorre em
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Sarapalha caloro, Primo!... E que dor de cabea excomungada! um instantinho e passa... s ter pacincia.... ... passa... passa... passa... Passam umasmulheres vestidas de cor de gua, sem olhos na cara,para no terem de olhar a gente... S ela que no passa, Primo Argemiro!... E eu j estou cansado de procurar5, no meio das outras... No vem!... Foi, rioabaixo, com o outro... Foram pros infernos!... No foi, Primo Ribeiro. No foram pelo rio... Foitrem de ferro que levou... No foi no rio, eu sei... No rio ningum noanda10... S a maleita quem sobe e desce, olhandoseus mosquitinhos e pondo neles a beno... Mas, naestria... Como mesmo a estria, Primo? Como ?... O senhor bem que sabe, Primo... Tem pacincia,que no bom variar...15 Mas, a estria, Primo!... Como ?... Conta outravez... O senhor j sabe as palavras todas de cabea17...Foi o moo-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia de domingo e com a viola enfeitada de fitas19...E chamou a moa pra ir se fugir com ele20... Espera, Primo, elas esto passando... Vo umasatrs das outras... Cada qual mais bonita... Mas euno quero, nenhuma!... Quero s ela... Lusa... Prima Lusa... Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Meajuda, Primo!25 Me ajuda a ver... No nada, Primo Ribeiro... Deixa disso! No mesmo no... Pois ento?! Conta o resto da estria!...30 ...Ento, a moa, que no sabia que o moo-bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa32, e foi com ele na canoa, descendo o rio... Guimares Rosa, Sagarana No texto de Sarapalha, constitui exemplo de personificao o seguinte trecho:
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Sarapalha caloro, Primo!... E que dor de cabea excomungada! um instantinho e passa... s ter pacincia.... ... passa... passa... passa... Passam umasmulheres vestidas de cor de gua, sem olhos na cara,para no terem de olhar a gente... S ela que no passa, Primo Argemiro!... E eu j estou cansado de procurar5, no meio das outras... No vem!... Foi, rioabaixo, com o outro... Foram pros infernos!... No foi, Primo Ribeiro. No foram pelo rio... Foitrem de ferro que levou... No foi no rio, eu sei... No rio ningum noanda10... S a maleita quem sobe e desce, olhandoseus mosquitinhos e pondo neles a beno... Mas, naestria... Como mesmo a estria, Primo? Como ?... O senhor bem que sabe, Primo... Tem pacincia,que no bom variar...15 Mas, a estria, Primo!... Como ?... Conta outravez... O senhor j sabe as palavras todas de cabea17...Foi o moo-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia de domingo e com a viola enfeitada de fitas19...E chamou a moa pra ir se fugir com ele20... Espera, Primo, elas esto passando... Vo umasatrs das outras... Cada qual mais bonita... Mas euno quero, nenhuma!... Quero s ela... Lusa... Prima Lusa... Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Meajuda, Primo!25Me ajuda a ver... No nada, Primo Ribeiro... Deixa disso! No mesmo no... Pois ento?! Conta o resto da estria!...30 ...Ento, a moa, que no sabia que o moo-bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa32, e foi com ele na canoa, descendo o rio... Guimares Rosa,Sagarana Tendo como base o trecho s a maleita quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e pondo neles a beno..., o termo em destaque foi empregado ironicamente por aludir ao inseto
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Os bens e o sangue VIII (...) filho pobre, e descoroado*, e finito inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais com a faca, o formo, o couro... tal como quisramos para tristeza nossa e consumao das eras, para o fim de tudo que foi grande! desejado, poeta de uma poesia que se furta e se expande maneira de um lago de pez** e resduos letais... s nosso fim natural e somos teu adubo, tua explicao e tua mais singela virtude... Pois carecia que um de ns nos recusasse para melhor servir-nos. Face a face te contemplamos, e teu esse primeiro e mido beijo em nossa boca de barro e de sarro. Carlos Drummond de Andrade,Claro enigma. * descoroado: assim como desacoroado, uma variante de uso popular da palavra desacorooado, que significa desanimado. ** pez: piche. Considere as seguintes afirmaes: I. Os familiares, que falam no poema, ironizam a condio frgil do poeta. II. O passado uma maldio da qual o poeta, como revela o ttulo do poema, no consegue se desvencilhar. III. O trecho o fim de tudo que foi grande remete runa das oligarquias, das quais Drummond tributrio. IV. A imagem de uma poesia que se furta e se expande/ maneira de um lago de pez e resduos letais... sintetiza o pessimismo dos poemas de Claro enigma. Esto corretas:
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) TEXTO PARA A QUESTO: Os bens e o sangue VIII (...) filho pobre, e descoroado*, e finito inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais com a faca, o formo, o couro... tal como quisramos para tristeza nossa e consumao das eras, para o fim de tudo que foi grande! desejado, poeta de uma poesia que se furta e se expande maneira de um lago de pez** e resduos letais... s nosso fim natural e somos teu adubo, tua explicao e tua mais singela virtude... Pois carecia que um de ns nos recusasse para melhor servir-nos. Face a face te contemplamos, e teu esse primeiro e mido beijo em nossa boca de barro e de sarro. Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma. * descoroado: assim como desacoroado, uma variante de uso popular da palavra desacorooado, que significa desanimado. ** pez: piche. Considere o tipo de relao estabelecida pela preposio para nos seguintes trechos do poema: I. inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais. II. tal como quisramos para tristeza nossa e consumao das eras. III. para o fim de tudo que foi grande. IV. para melhor servir-nos. A preposio para introduz uma orao com ideia de finalidade apenas em
(FUVEST - 2018 - 1 FASE) Examine esta propaganda. www.combustivellegal.com.br Por ser empregado tanto na linguagem formal quanto na linguagem informal, o termo legal pode ser lido, no contexto da propaganda, respectivamente, nos seguintes sentidos: