(IME - 2018/2019 - 1 FASE ) Considere as afirmaes abaixo: | ) se trs pontos so colineares, ento eles so coplanares; || ) se uma reta tem um ponto sobre um plano, ento elaest contida nesse plano; ||| ) se quatro pontos so no coplanares, ento eles determinam 6 (seis) planos; IV ) duas retas no paralelas determinam um plano; V ) se dois planos distintos tm um ponto em comum, ento a sua interseo uma reta; Entre essas afirmaes
(IME -2018/2019 - 2 FASE ) Texto 2 O ELEFANTE 1 Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos mveis 5 talvez lhe d apoio. E o encho de algodo, de paina, de doura. A cola vai fixar suas orelhas pensas. 10 A tromba se enovela, a parte mais feliz de sua arquitetura. Mas h tambm as presas, dessa matria pura 15 que no sei figurar. To alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupo. E h por fim os olhos, 20 onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Eis o meu pobre elefante 25 pronto para sair procura de amigos num mundo enfastiado que j no cr em bichos e duvida das coisas. 30 Ei-lo, massa imponente e frgil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde h flores de pano 35 e nuvens, aluses a um mundo mais potico onde o amor reagrupa as formas naturais. Vai o meu elefante 40 pela rua povoada, mas no o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaa deix-lo ir sozinho. 45 todo graa, embora as pernas no ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurro. 50 Mostra com elegncia sua mnima vida, e no h cidade alma que se disponha a recolher em si 55 desse corpo sensvel a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante. Mas faminto de seres 60 e situaes patticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das rvores ou no seio das conchas, 65 de luzes que no cegam e brilham atravs dos troncos mais espessos. Esse passo que vai sem esmagar as plantas 70 no campo de batalha, procura de stios, segredos, episdios no contados em livro, de que apenas o vento, 75 as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois s ousam mostrar-se sob a paz das cortinas 80 plpebra cerrada. E j tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes 85 se desmancham no p. Ele no encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, 90 em que amo disfarar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve 95 e todo o seu contedo de perdo, de carcia, de pluma, de algodo, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. 100 Amanh recomeo. ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9 ed. - So Paulo: Editora Record, 1983. Observe os vocbulos destacados em negrito nos versos 39 a 44 do texto 2, transcritos abaixo: Vai o meu elefante pela rua povoada, mas no o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaa deix-lo ir sozinho. Sobre esses vocbulos, de acordo com a gramtica normativa, considere as seguintes afirmaes: I o primeiro o um artigo definido e o segundo uma forma pronominal oblqua, assim como a forma lo em deix-lo. II a colocao do segundo o junto ao advrbio de negao aproxima-se do registro mais utilizado no portugus falado no Brasil. III o e lo nos versos mas no o querem ver e deix-lo ir sozinho so formas pronominais que garantem a coeso referencial anafrica. Est(o) correta(s) a(s) afirmao(es)
(IME - 2018/2019 - 1 FASE ) Em um tetraedro ,os nguloseso idnticos e a aresta ortogonal . A rea do igual rea do, e o ngulo igual ao ngulo, onde o ponto mdio de. Calcule a rea total do tetraedro, em, sabendo que, e que o ngulo igual a
(IME - 2018/2019 - 2 FASE) PARA AS QUESTES 34 E 35, RESPONDA DE ACORDO COM O TEXTO 3 A SEGUIR. Texto 3 THE DISCOVERY OF PENICILLINNEW INSIGHTS AFTER MORE THAN 75 YEARS OF CLINICAL USE ABSTRACT After just over 75 years of penicillins clinical use, the world can see that its impact was immediate and profound. In 1928, a chance event in Alexander Flemings London laboratory changed the course of medicine. However, the purification and first clinical use of penicillin would take more than a decade. Unprecedented United States/Great Britain cooperation to produce penicillin was incredibly successful by 1943. This success overshadowed efforts to produce penicillin during World War II in Europe, particularly in the Netherlands. Information about these efforts, available only in the last 1015 years, provides new insights into the story of the first antibiotic. Researchers in the Netherlands produced penicillin using their own production methods and marketed it in 1946, which eventually increased the penicillin supply and decreased the price. The unusual serendipity involved in the discovery of penicillin demonstrates the difficulties in finding new antibiotics and should remind health professionals to expertly manage these extraordinary medicines. ( . . . ) GAYNES, R. The Discovery of PenicillinNew Insights After More Than 75 Years of Clinical Use. In: Science, 2017. Disponvel em: http://wwwnc.cdc.gov/eid/article/23/5/16-1556_article. Acesso em: 26/06/2018. Choose the correct option.The meaning of the word serendipity in the sentence: The unusual serendipity involved in the discovery of penicillin demonstrates the difficulties in finding new antibiotics (...) is:
(IME -2018/2019 - 2 FASE ) Texto 2 O ELEFANTE 1 Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos mveis 5 talvez lhe d apoio. E o encho de algodo, de paina, de doura. A cola vai fixar suas orelhas pensas. 10 A tromba se enovela, a parte mais feliz de sua arquitetura. Mas h tambm as presas, dessa matria pura 15 que no sei figurar. To alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupo. E h por fim os olhos, 20 onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Eis o meu pobre elefante 25 pronto para sair procura de amigos num mundo enfastiado que j no cr em bichos e duvida das coisas. 30 Ei-lo, massa imponente e frgil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde h flores de pano 35 e nuvens, aluses a um mundo mais potico onde o amor reagrupa as formas naturais. Vai o meu elefante 40 pela rua povoada, mas no o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaa deix-lo ir sozinho. 45 todo graa, embora as pernas no ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurro. 50 Mostra com elegncia sua mnima vida, e no h cidade alma que se disponha a recolher em si 55 desse corpo sensvel a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante. Mas faminto de seres 60 e situaes patticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das rvores ou no seio das conchas, 65 de luzes que no cegam e brilham atravs dos troncos mais espessos. Esse passo que vai sem esmagar as plantas 70 no campo de batalha, procura de stios, segredos, episdios no contados em livro, de que apenas o vento, 75 as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois s ousam mostrar-se sob a paz das cortinas 80 plpebra cerrada. E j tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes 85 se desmancham no p. Ele no encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, 90 em que amo disfarar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve 95 e todo o seu contedo de perdo, de carcia, de pluma, de algodo, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. 100 Amanh recomeo. ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9 ed. - So Paulo: Editora Record, 1983. O poema O elefante (texto 2)
(IME -2018/2019 - 2 FASE) Texto 4 FRANK WHITTLE AND THE INVENTION OF THE JET ENGINE: SIX PLACES TO TRACE HIS GENIUS It was, in many ways, a very British sort of achievement. When the turbine began to spin on the WU the prototype jet engine developed by the Coventry-born engineer Frank Whittle it was a moment which changed the world. Had you been passing through the byways of Rugby, in Warwickshire, more than 80 years ago, you might even have heard it. A thrum of mechanics in sync, building and building, growing in intensity to become a roar; a giddy howl which would permanently alter the way we journey around our planet. And yet it might so easily not have happened. Whittles triumph on April 12, 1937 was garnered in the face of official indifference and scientific doubt, and was only pulled off by a merest financial hairs breadth, with the Second World War crowding in on all sides. ( . . . ) Here was a visionary who began fomenting his design for a jet engine as early as 1927, and patented it in 1930, yet had to swim against the current after seeing his idea pooh-poohed by the UKs Air Ministry which, upon seeing the blueprint in 1929, deemed it impracticable. Undeterred, Whittle took his own path. In January 1936, he founded a private company, Power Jets Ltd, with aeronautical engineer Rolf Dudley Williams and retired RAF officer James Collingwood Tinling. With 2,000 of funding from O.T. Falk Partners an investment bank which was known for taking risks the trio began converting what had been decried as fantasy into reality. That first blur of blades as the WU (Whittle Unit) screamed into life was followed by a series of leaps forward. The Air Ministry placed its first order for Whittles brainwave in January 1940. The first jet-powered British plane took off from RAF Cranwell, Lincolnshire, on May 15,1941. The rest is so much history. None of this occurred in isolation. The story of the jet engine can never be told without mentions of Maxime Guillaume, who secured a French patent for a jet engine with a gas turbine in 1921 (no prototype was ever produced as it was beyond the scope of existing technology), and of Hans Von Ohain, who beat Whittle to the punch by building the first fully operational jet engine in 1939 as Germany chased advantages in the global conflict. ( . . . ) RAF = Royal Air Force LEADBEATER, C. Adaptado de Frank Whittle and the invention of the jet engine: Six places to trace his genius. In: The Telegraph. Disponvel em:https://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united- kingdom/england/articles/frank-whittle-and-the-birth-of-the-jet-engine/. Acesso em: 08/06/2018. Choose the correct option.
(IME -2018/2019 - 2 FASE ) Texto 2 O ELEFANTE 1 Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos mveis 5 talvez lhe d apoio. E o encho de algodo, de paina, de doura. A cola vai fixar suas orelhas pensas. 10 A tromba se enovela, a parte mais feliz de sua arquitetura. Mas h tambm as presas, dessa matria pura 15 que no sei figurar. To alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupo. E h por fim os olhos, 20 onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Eis o meu pobre elefante 25 pronto para sair procura de amigos num mundo enfastiado que j no cr em bichos e duvida das coisas. 30 Ei-lo, massa imponente e frgil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde h flores de pano 35 e nuvens, aluses a um mundo mais potico onde o amor reagrupa as formas naturais. Vai o meu elefante 40 pela rua povoada, mas no o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaa deix-lo ir sozinho. 45 todo graa, embora as pernas no ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurro. 50 Mostra com elegncia sua mnima vida, e no h cidade alma que se disponha a recolher em si 55 desse corpo sensvel a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante. Mas faminto de seres 60 e situaes patticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das rvores ou no seio das conchas, 65 de luzes que no cegam e brilham atravs dos troncos mais espessos. Esse passo que vai sem esmagar as plantas 70 no campo de batalha, procura de stios, segredos, episdios no contados em livro, de que apenas o vento, 75 as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois s ousam mostrar-se sob a paz das cortinas 80 plpebra cerrada. E j tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes 85 se desmancham no p. Ele no encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, 90 em que amo disfarar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve 95 e todo o seu contedo de perdo, de carcia, de pluma, de algodo, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. 100 Amanh recomeo. ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9 ed. - So Paulo: Editora Record, 1983 Considere os versos 19 a 23 do texto 2, transcritos abaixo: E h por fim os olhos, onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Abaixo, voc encontrar alguns ditados populares elencados. Qual destes ditados mais se aproxima da ideia veiculada no verso 23, alheia a toda fraude?
(IME -2018/2019 - 2 FASE) Texto 4 FRANK WHITTLE AND THE INVENTION OF THE JET ENGINE: SIX PLACES TO TRACE HIS GENIUS It was, in many ways, a very British sort of achievement. When the turbine began to spin on the WU the prototype jet engine developed by the Coventry-born engineer Frank Whittle it was a moment which changed the world. Had you been passing through the byways of Rugby, in Warwickshire, more than 80 years ago, you might even have heard it. A thrum of mechanics in sync, building and building, growing in intensity to become a roar; a giddy howl which would permanently alter the way we journey around our planet. And yet it might so easily not have happened. Whittles triumph on April 12, 1937 was garnered in the face of official indifference and scientific doubt, and was only pulled off by a merest financial hairs breadth, with the Second World War crowding in on all sides. ( . . . ) Here was a visionary who began fomenting his design for a jet engine as early as 1927, and patented it in 1930, yet had to swim against the current after seeing his idea pooh-poohed by the UKs Air Ministry which, upon seeing the blueprint in 1929, deemed it impracticable. Undeterred, Whittle took his own path. In January 1936, he founded a private company, Power Jets Ltd, with aeronautical engineer Rolf Dudley Williams and retired RAF officer James Collingwood Tinling. With 2,000 of funding from O.T. Falk Partners an investment bank which was known for taking risks the trio began converting what had been decried as fantasy into reality. That first blur of blades as the WU (Whittle Unit) screamed into life was followed by a series of leaps forward. The Air Ministry placed its first order for Whittles brainwave in January 1940. The first jet-powered British plane took off from RAF Cranwell, Lincolnshire, on May 15,1941. The rest is so much history. None of this occurred in isolation. The story of the jet engine can never be told without mentions of Maxime Guillaume, who secured a French patent for a jet engine with a gas turbine in 1921 (no prototype was ever produced as it was beyond the scope of existing technology), and of Hans Von Ohain, who beat Whittle to the punch by building the first fully operational jet engine in 1939 as Germany chased advantages in the global conflict. ( . . . ) RAF = Royal Air Force LEADBEATER, C. Adaptado de Frank Whittle and the invention of the jet engine: Six places to trace his genius. In: The Telegraph. Disponvel em: https://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united- kingdom/england/articles/frank-whittle-and-the-birth-of-the-jet-engine/. Acesso em: 08/06/2018. Choose the correct option.
(IME - 2018/2019 - 2 FASE ) Texto 1 BECOS DE GOIS 1 Beco da minha terra... Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio. 5 E a rstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia, e semeia polmes dourados no teu lixo pobre, calando de ouro a sandlia velha, jogada no teu monturo. Amo a prantina silenciosa do teu fio de gua, 10 descendo de quintais escusos sem pressa, e se sumindo depressa na brecha de um velho cano. Amo a avenca delicada que renasce na frincha de teus muros empenados, 15 e a plantinha desvalida, de caule mole que se defende, viceja e floresce no agasalho de tua sombra mida e calada. Amo esses burros-de-lenha que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos morros, 20 secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados. Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra, no range-range das cangalhas. E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja. Sem infncia, sem idade. 25 Franzino, maltrapilho, pequeno para ser homem, forte para ser criana. Ser indefeso, indefinido, que s se v na minha cidade. Amo e canto com ternura 30 todo o errado da minha terra. Becos da minha terra, discriminados e humildes, lembrando passadas eras... Beco do Cisco. 35 Beco do Cotovelo. Beco do Antnio Gomes. Beco das Taquaras. Beco do Seminrio. Bequinho da Escola. 40 Beco do Ouro Fino. Beco da Cachoeira Grande. Beco da Calabrote. Beco do Mingu. Beco da Vila Rica... 45 Conto a estria dos becos, dos becos da minha terra, suspeitos... mal afamados onde famlia de conceito no passava. Lugar de gentinha - diziam, virando a cara. 50 De gente do pote dgua. De gente de p no cho. Becos de mulher perdida. Becos de mulheres da vida. Renegadas, confinadas 55 na sombra triste do beco. Quarto de porta e janela. Prostituta anemiada, solitria, htica, engalicada, tossindo, escarrando sangue 60 na umidade suja do beco. Becos mal assombrados. Becos de assombrao... Altas horas, mortas horas... Capito-mor - alma penada, 65 terror dos soldados, castigado nas armas. Capito-mor, alma penada, num cavalo ferrado, chispando fogo, descendo e subindo o beco, 70 comandando o quadrado - feixe de varas... Arrastando espada, tinindo esporas... Mulher-dama. Mulheres da vida, perdidas, comeavam em boas casas, depois, 75 baixavam pra o beco. Queriam alegria. Faziam bailaricos. Baile Sifiltico - era ele assim chamado. O delegado-chefe de Polcia - brabeza - dava em cima... 80 Mandava sem d, na peia. No dia seguinte, coitadas, cabea raspada a navalha, obrigadas a capinar o Largo do Chafariz, na frente da Cadeia. 85 Becos da minha terra... Becos de assombrao. Romnticos, pecaminosos... Tm poesia e tm drama. O drama da mulher da vida, antiga, 90 humilhada, malsinada. Meretriz venrea, desprezada, mesentrica, exangue. Cabea raspada a navalha, castigada a palmatria, 95 capinando o largo, chorando. Golfando sangue. (LTIMO ATO) Um irmo vicentino comparece. Traz uma entrada grtis do So Pedro de Alcntara. 100 Uma passagem de terceira no grande coletivo de So Vicente. Uma estao permanente de repouso - no aprazvel So Miguel. Cai o pano. CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Gois e Estrias Mais. 21a ed. - So Paulo: Global Editora, 2006. Texto 2 O ELEFANTE 1 Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos mveis 5 talvez lhe d apoio. E o encho de algodo, de paina, de doura. A cola vai fixar suas orelhas pensas. 10 A tromba se enovela, a parte mais feliz de sua arquitetura. Mas h tambm as presas, dessa matria pura 15 que no sei figurar. To alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupo. E h por fim os olhos, 20 onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Eis o meu pobre elefante 25 pronto para sair procura de amigos num mundo enfastiado que j no cr em bichos e duvida das coisas. 30 Ei-lo, massa imponente e frgil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde h flores de pano 35 e nuvens, aluses a um mundo mais potico onde o amor reagrupa as formas naturais. Vai o meu elefante 40 pela rua povoada, mas no o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaa deix-lo ir sozinho. 45 todo graa, embora as pernas no ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurro. 50 Mostra com elegncia sua mnima vida, e no h cidade alma que se disponha a recolher em si 55 desse corpo sensvel a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante. Mas faminto de seres 60 e situaes patticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das rvores ou no seio das conchas, 65 de luzes que no cegam e brilham atravs dos troncos mais espessos. Esse passo que vai sem esmagar as plantas 70 no campo de batalha, procura de stios, segredos, episdios no contados em livro, de que apenas o vento, 75 as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois s ousam mostrar-se sob a paz das cortinas 80 plpebra cerrada. E j tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes 85 se desmancham no p. Ele no encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, 90 em que amo disfarar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve 95 e todo o seu contedo de perdo, de carcia, de pluma, de algodo, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. 100 Amanh recomeo. ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9 ed. - So Paulo: Editora Record, 1983. Assinale a alternativa em que os vocbulos so acentuados de acordo com as mesmas regras de acentuao grfica das palavras abaixo transcritas, respectivamente: sandlia (verso 7, texto 1); mida (verso 17, texto 1); s (verso 28, texto 1); sensvel (verso 55, texto 2); contedo (verso 95, texto 2).
(IME - 2018/2019 - 2 FASE ) Texto 1 BECOS DE GOIS 1 Beco da minha terra... Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio. 5 E a rstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia, e semeia polmes dourados no teu lixo pobre, calando de ouro a sandlia velha, jogada no teu monturo. Amo a prantina silenciosa do teu fio de gua, 10 descendo de quintais escusos sem pressa, e se sumindo depressa na brecha de um velho cano. Amo a avenca delicada que renasce na frincha de teus muros empenados, 15 e a plantinha desvalida, de caule mole que se defende, viceja e floresce no agasalho de tua sombra mida e calada. Amo esses burros-de-lenha que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos morros, 20 secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados. Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra, no range-range das cangalhas. E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja. Sem infncia, sem idade. 25 Franzino, maltrapilho, pequeno para ser homem, forte para ser criana. Ser indefeso, indefinido, que s se v na minha cidade. Amo e canto com ternura 30 todo o errado da minha terra. Becos da minha terra, discriminados e humildes, lembrando passadas eras... Beco do Cisco. 35 Beco do Cotovelo. Beco do Antnio Gomes. Beco das Taquaras. Beco do Seminrio. Bequinho da Escola. 40 Beco do Ouro Fino. Beco da Cachoeira Grande. Beco da Calabrote. Beco do Mingu. Beco da Vila Rica... 45 Conto a estria dos becos, dos becos da minha terra, suspeitos... mal afamados onde famlia de conceito no passava. Lugar de gentinha - diziam, virando a cara. 50 De gente do pote dgua. De gente de p no cho. Becos de mulher perdida. Becos de mulheres da vida. Renegadas, confinadas 55 na sombra triste do beco. Quarto de porta e janela. Prostituta anemiada, solitria, htica, engalicada, tossindo, escarrando sangue 60 na umidade suja do beco. Becos mal assombrados. Becos de assombrao... Altas horas, mortas horas... Capito-mor - alma penada, 65 terror dos soldados, castigado nas armas. Capito-mor, alma penada, num cavalo ferrado, chispando fogo, descendo e subindo o beco, 70 comandando o quadrado - feixe de varas... Arrastando espada, tinindo esporas... Mulher-dama. Mulheres da vida, perdidas, comeavam em boas casas, depois, 75 baixavam pra o beco. Queriam alegria. Faziam bailaricos. - Baile Sifiltico - era ele assim chamado. O delegado-chefe de Polcia - brabeza - dava em cima... 80 Mandava sem d, na peia. No dia seguinte, coitadas, cabea raspada a navalha, obrigadas a capinar o Largo do Chafariz, na frente da Cadeia. 85 Becos da minha terra... Becos de assombrao. Romnticos, pecaminosos... Tm poesia e tm drama. O drama da mulher da vida, antiga, 90 humilhada, malsinada. Meretriz venrea, desprezada, mesentrica, exangue. Cabea raspada a navalha, castigada a palmatria, 95 capinando o largo, chorando. Golfando sangue. (LTIMO ATO) Um irmo vicentino comparece. Traz uma entrada grtis do So Pedro de Alcntara. 100 Uma passagem de terceira no grande coletivo de So Vicente. Uma estao permanente de repouso - no aprazvel So Miguel. Cai o pano. CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Gois e Estrias Mais. 21a ed. - So Paulo: Global Editora, 2006. Texto 2 O ELEFANTE 1 Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos mveis 5 talvez lhe d apoio. E o encho de algodo, de paina, de doura. A cola vai fixar suas orelhas pensas. 10 A tromba se enovela, a parte mais feliz de sua arquitetura. Mas h tambm as presas, dessa matria pura 15 que no sei figurar. To alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupo. E h por fim os olhos, 20 onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Eis o meu pobre elefante 25 pronto para sair procura de amigos num mundo enfastiado que j no cr em bichos e duvida das coisas. 30 Ei-lo, massa imponente e frgil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde h flores de pano 35 e nuvens, aluses a um mundo mais potico onde o amor reagrupa as formas naturais. Vai o meu elefante 40 pela rua povoada, mas no o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaa deix-lo ir sozinho. 45 todo graa, embora as pernas no ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurro. 50 Mostra com elegncia sua mnima vida, e no h cidade alma que se disponha a recolher em si 55 desse corpo sensvel a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante. Mas faminto de seres 60 e situaes patticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das rvores ou no seio das conchas, 65 de luzes que no cegam e brilham atravs dos troncos mais espessos. Esse passo que vai sem esmagar as plantas 70 no campo de batalha, procura de stios, segredos, episdios no contados em livro, de que apenas o vento, 75 as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois s ousam mostrar-se sob a paz das cortinas 80 plpebra cerrada. E j tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes 85 se desmancham no p. Ele no encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, 90 em que amo disfarar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve 95 e todo o seu contedo de perdo, de carcia, de pluma, de algodo, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. 100 Amanh recomeo. ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9 ed. - So Paulo: Editora Record, 1983. Sobre os textos 1 e 2, analise as afirmaes abaixo: I - descrevem um exterior cuja aparncia pode ser vista como deselegante, guardando, porm, tanto os becos quanto o elefante, um interior rico em poesia e vida. II - revelam uma construo erudita, rgida e intelectualizada de uma narrativa potica cuja forma apresenta estrofes regulares e longas, intercaladas por estribilho. III - h uma relao estreita entre prosa e poesia revelada no encadeamento que oscila entre a descrio e a narrao. Est(o) correta(s) a(s) afirmao(es)
(IME -2018/2019 - 2 FASE) Texto 4 FRANK WHITTLE AND THE INVENTION OF THE JET ENGINE: SIX PLACES TO TRACE HIS GENIUS It was, in many ways, a very British sort of achievement. When the turbine began to spin on the WU the prototype jet engine developed by the Coventry-born engineer Frank Whittle it was a moment which changed the world. Had you been passing through the byways of Rugby, in Warwickshire, more than 80 years ago, you might even have heard it. A thrum of mechanics in sync, building and building, growing in intensity to become a roar; a giddy howl which would permanently alter the way we journey around our planet. And yet it might so easily not have happened. Whittles triumph on April 12, 1937 was garnered in the face of official indifference and scientific doubt, and was only pulled off by a merest financial hairs breadth, with the Second World War crowding in on all sides. ( . . . ) Here was a visionary who began fomenting his design for a jet engine as early as 1927, and patented it in 1930, yet had to swim against the current after seeing his idea pooh-poohed by the UKs Air Ministry which, upon seeing the blueprint in 1929, deemed it impracticable. Undeterred, Whittle took his own path. In January 1936, he founded a private company, Power Jets Ltd, with aeronautical engineer Rolf Dudley Williams and retired RAF officer James Collingwood Tinling. With 2,000 of funding from O.T. Falk Partners an investment bank which was known for taking risks the trio began converting what had been decried as fantasy into reality. That first blur of blades as the WU (Whittle Unit) screamed into life was followed by a series of leaps forward. The Air Ministry placed its first order for Whittles brainwave in January 1940. The first jet-powered British plane took off from RAF Cranwell, Lincolnshire, on May 15,1941. The rest is so much history. None of this occurred in isolation. The story of the jet engine can never be told without mentions of Maxime Guillaume, who secured a French patent for a jet engine with a gas turbine in 1921 (no prototype was ever produced as it was beyond the scope of existing technology), and of Hans Von Ohain, who beat Whittle to the punch by building the first fully operational jet engine in 1939 as Germany chased advantages in the global conflict. ( . . . ) RAF = Royal Air Force LEADBEATER, C. Adaptado de Frank Whittle and the invention of the jet engine: Six places to trace his genius. In: The Telegraph. Disponvel em: https://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united- kingdom/england/articles/frank-whittle-and-the-birth-of-the-jet-engine/. Acesso em: 08/06/2018. Choose the correct option.
(IME - 2018/2019 - 2 FASE ) Texto 1 BECOS DE GOIS 1 Beco da minha terra... Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio. 5 E a rstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia, e semeia polmes dourados no teu lixo pobre, calando de ouro a sandlia velha, jogada no teu monturo. Amo a prantina silenciosa do teu fio de gua, 10 descendo de quintais escusos sem pressa, e se sumindo depressa na brecha de um velho cano. Amo a avenca delicada que renasce na frincha de teus muros empenados, 15 e a plantinha desvalida, de caule mole que se defende, viceja e floresce no agasalho de tua sombra mida e calada. Amo esses burros-de-lenha que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos morros, 20 secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados. Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra, no range-range das cangalhas. E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja. Sem infncia, sem idade. 25 Franzino, maltrapilho, pequeno para ser homem, forte para ser criana. Ser indefeso, indefinido, que s se v na minha cidade. Amo e canto com ternura 30 todo o errado da minha terra. Becos da minha terra, discriminados e humildes, lembrando passadas eras... Beco do Cisco. 35 Beco do Cotovelo. Beco do Antnio Gomes. Beco das Taquaras. Beco do Seminrio. Bequinho da Escola. 40 Beco do Ouro Fino. Beco da Cachoeira Grande. Beco da Calabrote. Beco do Mingu. Beco da Vila Rica... 45 Conto a estria dos becos, dos becos da minha terra, suspeitos... mal afamados onde famlia de conceito no passava. Lugar de gentinha - diziam, virando a cara. 50 De gente do pote dgua. De gente de p no cho. Becos de mulher perdida. Becos de mulheres da vida. Renegadas, confinadas 55 na sombra triste do beco. Quarto de porta e janela. Prostituta anemiada, solitria, htica, engalicada, tossindo, escarrando sangue 60 na umidade suja do beco. Becos mal assombrados. Becos de assombrao... Altas horas, mortas horas... Capito-mor - alma penada, 65 terror dos soldados, castigado nas armas. Capito-mor, alma penada, num cavalo ferrado, chispando fogo, descendo e subindo o beco, 70 comandando o quadrado - feixe de varas... Arrastando espada, tinindo esporas... Mulher-dama. Mulheres da vida, perdidas, comeavam em boas casas, depois, 75 baixavam pra o beco. Queriam alegria. Faziam bailaricos. - Baile Sifiltico - era ele assim chamado. O delegado-chefe de Polcia - brabeza - dava em cima... 80 Mandava sem d, na peia. No dia seguinte, coitadas, cabea raspada a navalha, obrigadas a capinar o Largo do Chafariz, na frente da Cadeia. 85 Becos da minha terra... Becos de assombrao. Romnticos, pecaminosos... Tm poesia e tm drama. O drama da mulher da vida, antiga, 90 humilhada, malsinada. Meretriz venrea, desprezada, mesentrica, exangue. Cabea raspada a navalha, castigada a palmatria, 95 capinando o largo, chorando. Golfando sangue. (LTIMO ATO) Um irmo vicentino comparece. Traz uma entrada grtis do So Pedro de Alcntara. 100 Uma passagem de terceira no grande coletivo de So Vicente. Uma estao permanente de repouso - no aprazvel So Miguel. Cai o pano. CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Gois e Estrias Mais. 21a ed. - So Paulo: Global Editora, 2006. Texto 2 O ELEFANTE 1 Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos mveis 5 talvez lhe d apoio. E o encho de algodo, de paina, de doura. A cola vai fixar suas orelhas pensas. 10 A tromba se enovela, a parte mais feliz de sua arquitetura. Mas h tambm as presas, dessa matria pura 15 que no sei figurar. To alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupo. E h por fim os olhos, 20 onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Eis o meu pobre elefante 25 pronto para sair procura de amigos num mundo enfastiado que j no cr em bichos e duvida das coisas. 30 Ei-lo, massa imponente e frgil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde h flores de pano 35 e nuvens, aluses a um mundo mais potico onde o amor reagrupa as formas naturais. Vai o meu elefante 40 pela rua povoada, mas no o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaa deix-lo ir sozinho. 45 todo graa, embora as pernas no ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurro. 50 Mostra com elegncia sua mnima vida, e no h cidade alma que se disponha a recolher em si 55 desse corpo sensvel a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante. Mas faminto de seres 60 e situaes patticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das rvores ou no seio das conchas, 65 de luzes que no cegam e brilham atravs dos troncos mais espessos. Esse passo que vai sem esmagar as plantas 70 no campo de batalha, procura de stios, segredos, episdios no contados em livro, de que apenas o vento, 75 as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois s ousam mostrar-se sob a paz das cortinas 80 plpebra cerrada. E j tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes 85 se desmancham no p. Ele no encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, 90 em que amo disfarar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve 95 e todo o seu contedo de perdo, de carcia, de pluma, de algodo, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. 100 Amanh recomeo. ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9 ed. - So Paulo: Editora Record, 1983. Quanto estrutura, os textos 1 e 2
(IME -2018/2019 - 2 FASE) Texto 4 FRANK WHITTLE AND THE INVENTION OF THE JET ENGINE: SIX PLACES TO TRACE HIS GENIUS It was, in many ways, a very British sort of achievement. When the turbine began to spin on the WU the prototype jet engine developed by the Coventry-born engineer Frank Whittle it was a moment which changed the world. Had you been passing through the byways of Rugby, in Warwickshire, more than 80 years ago, you might even have heard it. A thrum of mechanics in sync, building and building, growing in intensity to become a roar; a giddy howl which would permanently alter the way we journey around our planet. And yet it might so easily not have happened. Whittles triumph on April 12, 1937 was garnered in the face of official indifference and scientific doubt, and was only pulled off by a merest financial hairs breadth, with the Second World War crowding in on all sides. ( . . . ) Here was a visionary who began fomenting his design for a jet engine as early as 1927, and patented it in 1930, yet had to swim against the current after seeing his idea pooh-poohed by the UKs Air Ministry which, upon seeing the blueprint in 1929, deemed it impracticable. Undeterred, Whittle took his own path. In January 1936, he founded a private company, Power Jets Ltd, with aeronautical engineer Rolf Dudley Williams and retired RAF officer James Collingwood Tinling. With 2,000 of funding from O.T. Falk Partners an investment bank which was known for taking risks the trio began converting what had been decried as fantasy into reality. That first blur of blades as the WU (Whittle Unit) screamed into life was followed by a series of leaps forward. The Air Ministry placed its first order for Whittles brainwave in January 1940. The first jet-powered British plane took off from RAF Cranwell, Lincolnshire, on May 15,1941. The rest is so much history. None of this occurred in isolation. The story of the jet engine can never be told without mentions of Maxime Guillaume, who secured a French patent for a jet engine with a gas turbine in 1921 (no prototype was ever produced as it was beyond the scope of existing technology), and of Hans Von Ohain, who beat Whittle to the punch by building the first fully operational jet engine in 1939 as Germany chased advantages in the global conflict. ( . . . ) RAF = Royal Air Force LEADBEATER, C. Adaptado de Frank Whittle and the invention of the jet engine: Six places to trace his genius. In: The Telegraph. Disponvel em: https://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united- kingdom/england/articles/frank-whittle-and-the-birth-of-the-jet-engine/. Acesso em: 08/06/2018. Choose the correct option. The sentence: That first blur of blades as the WU (Whittle Unit) screamed into life was followed by a series of leaps forward means that
(IME - 2018/2019 - 2 FASE ) Texto 1 BECOS DE GOIS 1 Beco da minha terra... Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio. 5 E a rstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia, e semeia polmes dourados no teu lixo pobre, calando de ouro a sandlia velha, jogada no teu monturo. Amo a prantina silenciosa do teu fio de gua, 10 descendo de quintais escusos sem pressa, e se sumindo depressa na brecha de um velho cano. Amo a avenca delicada que renasce na frincha de teus muros empenados, 15 e a plantinha desvalida, de caule mole que se defende, viceja e floresce no agasalho de tua sombra mida e calada. Amo esses burros-de-lenha que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos morros, 20 secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados. Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra, no range-range das cangalhas. E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja. Sem infncia, sem idade. 25 Franzino, maltrapilho, pequeno para ser homem, forte para ser criana. Ser indefeso, indefinido, que s se v na minha cidade. Amo e canto com ternura 30 todo o errado da minha terra. Becos da minha terra, discriminados e humildes, lembrando passadas eras... Beco do Cisco. 35 Beco do Cotovelo. Beco do Antnio Gomes. Beco das Taquaras. Beco do Seminrio. Bequinho da Escola. 40 Beco do Ouro Fino. Beco da Cachoeira Grande. Beco da Calabrote. Beco do Mingu. Beco da Vila Rica... 45 Conto a estria dos becos, dos becos da minha terra, suspeitos... mal afamados onde famlia de conceito no passava. Lugar de gentinha - diziam, virando a cara. 50 De gente do pote dgua. De gente de p no cho. Becos de mulher perdida. Becos de mulheres da vida. Renegadas, confinadas 55 na sombra triste do beco. Quarto de porta e janela. Prostituta anemiada, solitria, htica, engalicada, tossindo, escarrando sangue 60 na umidade suja do beco. Becos mal assombrados. Becos de assombrao... Altas horas, mortas horas... Capito-mor - alma penada, 65 terror dos soldados, castigado nas armas. Capito-mor, alma penada, num cavalo ferrado, chispando fogo, descendo e subindo o beco, 70 comandando o quadrado - feixe de varas... Arrastando espada, tinindo esporas... Mulher-dama. Mulheres da vida, perdidas, comeavam em boas casas, depois, 75 baixavam pra o beco. Queriam alegria. Faziam bailaricos. - Baile Sifiltico - era ele assim chamado. O delegado-chefe de Polcia - brabeza - dava em cima... 80 Mandava sem d, na peia. No dia seguinte, coitadas, cabea raspada a navalha, obrigadas a capinar o Largo do Chafariz, na frente da Cadeia. 85 Becos da minha terra... Becos de assombrao. Romnticos, pecaminosos... Tm poesia e tm drama. O drama da mulher da vida, antiga, 90 humilhada, malsinada. Meretriz venrea, desprezada, mesentrica, exangue. Cabea raspada a navalha, castigada a palmatria, 95 capinando o largo, chorando. Golfando sangue. (LTIMO ATO) Um irmo vicentino comparece. Traz uma entrada grtis do So Pedro de Alcntara. 100 Uma passagem de terceira no grande coletivo de So Vicente. Uma estao permanente de repouso - no aprazvel So Miguel. Cai o pano. CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Gois e Estrias Mais. 21a ed. - So Paulo: Global Editora, 2006. Texto 2 O ELEFANTE 1 Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos mveis 5 talvez lhe d apoio. E o encho de algodo, de paina, de doura. A cola vai fixar suas orelhas pensas. 10 A tromba se enovela, a parte mais feliz de sua arquitetura. Mas h tambm as presas, dessa matria pura 15 que no sei figurar. To alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupo. E h por fim os olhos, 20 onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Eis o meu pobre elefante 25 pronto para sair procura de amigos num mundo enfastiado que j no cr em bichos e duvida das coisas. 30 Ei-lo, massa imponente e frgil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde h flores de pano 35 e nuvens, aluses a um mundo mais potico onde o amor reagrupa as formas naturais. Vai o meu elefante 40 pela rua povoada, mas no o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaa deix-lo ir sozinho. 45 todo graa, embora as pernas no ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurro. 50 Mostra com elegncia sua mnima vida, e no h cidade alma que se disponha a recolher em si 55 desse corpo sensvel a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante. Mas faminto de seres 60 e situaes patticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das rvores ou no seio das conchas, 65 de luzes que no cegam e brilham atravs dos troncos mais espessos. Esse passo que vai sem esmagar as plantas 70 no campo de batalha, procura de stios, segredos, episdios no contados em livro, de que apenas o vento, 75 as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois s ousam mostrar-se sob a paz das cortinas 80 plpebra cerrada. E j tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes 85 se desmancham no p. Ele no encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, 90 em que amo disfarar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve 95 e todo o seu contedo de perdo, de carcia, de pluma, de algodo, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. 100 Amanh recomeo. ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9 ed. - So Paulo: Editora Record, 1983. A respeito do conceito de erro em lngua, o gramtico Luiz Antnio Sacconi, em sua obra Nossa Gramtica Teoria e Prtica, afirma: Em rigor, ningum comete erro em lngua, exceto nos casos de ortografia. O que se comete so transgresses da norma culta. De fato, aquele que, num momento ntimo do discurso, diz: Ningum deixou ele falar, no comete propriamente erro; na verdade, transgride a norma culta. (...) Vale lembrar, finalmente, que a lngua um costume. Como tal, qualquer transgresso, ou chamado erro, deixa de s-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a constituir fato lingustico (registro de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que no tenha amparo gramatical). SACCONI, Luiz Antnio. Nossa Gramtica Teoria e Prtica 18a ed. Reformada e atual. So Paulo: Atual, 1994. pp. 8 e 9. Considerando o conceito de erro em lngua, exposto acima, assinale a alternativa em que se apresenta uma transgresso da norma culta considerada fato lingustico?
(IME -2018/2019 - 2 FASE) Texto 4 FRANK WHITTLE AND THE INVENTION OF THE JET ENGINE SIX PLACES TO TRACE HIS GENIUS It was, in many ways, a very British sort of achievement. When the turbine began to spin on the WU the prototype jet engine developed by the Coventry-born engineer Frank Whittle it was a moment which changed the world. Had you been passing through the byways of Rugby, in Warwickshire, more than 80 years ago, you might even have heard it. A thrum of mechanics in sync, building and building, growing in intensity to become a roar; a giddy howl which would permanently alter the way we journey around our planet. And yet it might so easily not have happened. Whittles triumph on April 12, 1937 was garnered in the face of official indifference and scientific doubt, and was only pulled off by a merest financial hairs breadth, with the Second World War crowding in on all sides. ( . . . ) Here was a visionary who began fomenting his design for a jet engine as early as 1927, and patented it in 1930, yet had to swim against the current after seeing his idea pooh-poohed by the UKs Air Ministry which, upon seeing the blueprint in 1929, deemed it impracticable. Undeterred, Whittle took his own path. In January 1936, he founded a private company, Power Jets Ltd, with aeronautical engineer Rolf Dudley Williams and retired RAF officer James Collingwood Tinling. With 2,000 of funding from O.T. Falk Partners an investment bank which was known for taking risks the trio began converting what had been decried as fantasy into reality. That first blur of blades as the WU (Whittle Unit) screamed into life was followed by a series of leaps forward. The Air Ministry placed its first order for Whittles brainwave in January 1940. The first jet-powered British plane took off from RAF Cranwell, Lincolnshire, on May 15,1941. The rest is so much history. None of this occurred in isolation. The story of the jet engine can never be told without mentions of Maxime Guillaume, who secured a French patent for a jet engine with a gas turbine in 1921 (no prototype was ever produced as it was beyond the scope of existing technology), and of Hans Von Ohain, who beat Whittle to the punch by building the first fully operational jet engine in 1939 as Germany chased advantages in the global conflict. ( . . . ) RAF = Royal Air Force LEADBEATER, C. Adaptado de Frank Whittle and the invention of the jet engine: Six places to trace his genius. In: The Telegraph. Disponvel em: https://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united- kingdom/england/articles/frank-whittle-and-the-birth-of-the-jet-engine/. Acesso em: 08/06/2018. Choose the correct option.