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Questões de Redação - IME | Gabarito e resoluções

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Questão
2023Redação

AS TRES LEIS DA ROBOTICA 1- Um robno pode ferir um ser humano ou, por omissoo, permitir que um ser humano sofra algum mal. 2 - Um robdeve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei. 3 - Um robo deve proteger sua prpria existncia, desde que tal proteco no entre em conflito com a Primeira e a Segunda Leis. (MANUAL DE ROBOTICA 56 Edio, 2058 A.D). Isaac Asimov. Eu, Robo. 2 Edio em portugus. Agosto de 1969 Traduo de Luiz Horcio da Matta. No contexto de defesa, em um campo de batalha, por exemplo, centenas de drones operarao integrados com robs e mquinas terrestres sob a coordenao de uma mesma unidade de Inteligncia Artificial. Sua capacidade de compreenso e reao a repentinas mudanastpicas dos conflitos sera de tal monta que tornaras capacidades cognitivas humanas obsoletas nesta esfera. MONITOR MERCANTIL. Revoluo tecnolgica militar e a inteligncia artificial. 7/10/2020. Disponvel em: https://monitormercantil.com.br/34a85ba7/. https://www.tribunaribeirao.com.br/site/charge-11-de-fevereiro-de-2023/ A Inteligncia Artificial, em simbiose com os humanos, tem sido utilizada como agente de mediao de conflitos no mbito da burocracia judiciaria. Se faz necessrio destacar que a mediaoe um mtodo consensual que tem como objetivo solucionar conflitos e despertar no outro alteridade e empatia por meio da facilitao do dilogo entre os envolvidos no conflito (Inteligncia Artificial e a resoluo de conflitos de relao continuada. Salo do Conhecimento. UNIJU. 2020. Inteligncia Artificial: a nova fronteira da Cincia brasileira. Texto modificado. Disponvel em: https://publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/salaoconhecimento/article/view/18672/17406. Inteligncia artificial e robtica esto entre os temas mais debatidos atualmente, que tem motivado uma defesa apaixonada ou prognsticos sombrios, enquanto se difunde em vrios aspectos da vida social e da economia. Foi ate estabelecido um abaixo-assinado cujos signatrios, dentre os quais figuram cientistas e especialistas na rea, como Elon Musk, exigem que as empresas e organizaes estabeleam uma moratria de seis meses em que nose permita acesso a instrumentos mais poderosos que o ChatGPT4. Tendo em vista esse cenrio, utilizando os textos abordados nessa prova, redija um texto dissertativo-argumentativo, respondendo a seguinte questo: quais os possveis desdobramentos positivos e negativos da Inteligncia Artificial no futuro da humanidade? Em sua escrita, atente para as seguintes observaes: 1. Considere a norma culta da lngua portuguesa. Eventuais equvocos morfossintticos, erros de regncia, concordncia, coeso e coerncia, bem como desvios da grafia vigente e a no observncia das regras de acentuao sero penalizados; 2. O texto devera ter entre 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas escritas tinta azul. A produoo de textoDEVERser realizada no CADERNO DE SOLUES; 3. Nao copie nem faa parfrases de nenhuma parte dos textos apresentados neste exame, seja da prova de portugus ou da prova de ingls.

Questão 1
2022Redação

(IME 2022/2023 - 2 fase) Apos seis dias de guerra entre a Rssia e a Ucrnia, jamais o conflito sobre o front cyber tem sido to intenso. Do blecaute do site as tentativas de captura das senhas de diplomatas em Kiev, os ataques suspeitos ou comprovados se multiplicam, simultaneamente ao combate no terreno. Desde o primeiro dia da invaso, os apoiadores da Ucrnia por trs da emblemica Anonymous um coletivo informal de hackers reivindicam terem tornados inacessveis os sites do governo russo. Por outro lado, o governo ucraniano conduziu um exrcito ciberntico de civis voluntrios a quem foram indicados uns trinta alvos, dentre os quais os sites da Administrao, mdias, bancos russos e o buscador Yandex. E com xito.(Les Echos. Por Florian Dbes. Publicado em 2 de maro de 2022 s 06h30min. Divulgado em 2 de maro, as 09h52min.Traduo livre) (https://www.lesechos.fr/tech-medias/hightech/guerre-en-ukraine-les-cyberattaques-font-rage-1390592) A guerra, no somos ns que a fazemos: ela que nos fabrica, sua maneira (Jean-Paul Sartre. Sequestrs dAltona. Traduo livre) Se vocconhece o inimigo e conhece a si mesmo, no precisa temer o resultado de cem batalhas. Se voc se conhecemas no conhece o inimigo, para cada vitria ganha sofrer tambm uma derrota. Se vocno conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perdertodas as batalhas [...] (SUN TZU, A arte da guerra) A partir das ideias abordadas na prova de portugus e nos textos motivadores, a respeito da guerra, produza um texto dissertativo-argumentativo que discorra sobre o uso da tecnologia nos conflitos armados atuais. Em sua escrita, atente para as seguintes consideraes: Privilegie a norma culta da lngua portuguesa. Eventuais equvocos morfossintticos, erros de regncia, concordncia, coeso e coerncia, bem como desvios da grafia vigente e a noobservncia das regras de acentuao sero penalizados; O texto devera ter entre 25 (vinte e cinco) e 30 (trinta) linhas escritas tinta azul. No copie nem faa parfrases de nenhuma parte dos textos apresentados neste exame, seja da prova de portugus ou da prova de ingls.

Questão
2021Redação

(IME - 2021/2022 - 2 fase) Texto 1 Oficinas de artesanato e laboratrios de pesquisa! Dificilmente encontrveis em casas brasileiras, soa regra nas casas americanas. Em 1783, Benjamin Franklin inventa o para-raios; em 1787, John Fitch faz a sua primeira demonstraoda mquina a vapor no rio Delaware. Em 1877, Thomas Edison inventa o fongrafo; depois vem Goodyear, com a vulcanizao da borracha, e Gatling, com a metralhadora (...) Mesmo que existisse e noexiste essa coisa a que do o nome de vocao, como buscar no ambiente da senzala inspirao e gosto pelo trabalho construtivo e deiniciativa prpria? Onde inspirar-se? No exemplo dos bandeirantes? Nas sugestes dos engenhos? Nas lies dosantepassados latinos revigorados pela Renascena? (MOOG, Vianna. Bandeirantes e pioneiros: paralelos entre duas culturas. So Paulo: Globo, 1957, p. 164. Texto adaptado) Texto 2 Disponvel em: https://brainly.com.br/tarefa/3377084 A partir das ideias abordadas na prova de portugus e de redao a respeito do contexto da cincia, produza um texto dissertativo-argumentativo discorrendo sobre os desafios para a difuso da cincia e da tecnologia na sociedade contempornea.Em sua escrita, atente para as seguintes consideraes: 1. Privilegie a norma culta da lngua portuguesa. Eventuais equvocos morfossintticos, erros de regncia, concordncia, coeso e coerncia, bem como desvios da grafia vigente e a no observncia das regras deacentuao sero penalizados; 2. Seu texto devera ter entre 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas escritas tinta azul ou preta. 3. No copie nem faa parfrasesde nenhuma parte dos textos apresentados neste exame, seja da prova de portugus ou da prova de ingls.

Questão
2020Redação

[IME - 2020/2021 - 2 fase - REDAO] PRODUO DE TEXTO Na trama visvel, dilacerada das grandes guerras contemporneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representao dominante. No se veem mais,e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva. (GROS, Frdric.Estados de violncia: ensaio sobre o fim da guerra.Traduo de Jos Augusto da Silva. Aparecida, SP. Editora Ideias Letras, 2009. p. 227. Texto adaptado). No est completamente fora de contexto fazermos uma comparao entre uma zona de guerra, aquela onde ocorrem combates, com reas atingidas por pandemias como a do Coronavrus ou COVID-19. Em uma guerra, os combatentes esto a merc de serem atingidos, a qualquer momento, por disparos de um franco atirador, de morteiros, do fogo da artilharia inimiga, de bombardeios areos e de seus prprios companheiros, quer por erro de clculo ou acidente. (Woloszyn, Andr Lus.O que guerras e pandemias tm em comum. Disponvel em:https://www.defesanet.com.br/pw/noticia/36136/Woloszyn---O-Que-Guerras-e-Pandemias-tem-em-Comum/. Acesso em 16/04/2020) Os flagelos, na verdade, so uma coisa comum, mas difcil acreditar neles quando se abatem sobre ns. Houve no mundo tantas pestes quanto guerras. E contudo, as pestes, como as guerras, encontram sempre as pessoas igualmente desprevenidas (...)nossos concidados, a esse respeito, eram como todo mundo (...) no acreditavam nos flagelos. O flagelo no est altura do homem (...).Continuavam a fazer negcios, preparavam viagens e tinham opinies. Como poderiam ter pensado na peste, que suprime o futuro, os deslocamentos e as discusses? Julgavam-se livres, e nunca algum ser livre enquanto houver flagelos. (CAMUS, Albert.A peste. Traduo de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: Editora Record, 2017, p. 41) Sabe-se que o mundo tem enfrentado graves problemas devido propagao do novo coronavrus, o que tem evocado a memria dos flagelos da humanidade, que pareciam ter sido erradicados para sempre. Imersas em uma vida cotidiana marcada pela hiperatividade, excitao permanente e autopromoo digital, as pessoas foram obrigadas a suportar o isolamento, o medo da doena e do desemprego, a perda dos entes queridos, a interrupo drstica e prolongada de suas rotinas, de forma similar ao que aconteceria em um conflito armado de grandes propores. Considerando a radicalidade da experincia da peste e da guerra, abordada nos excertos transcritos nesta prova, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:A luta contra a COVID-19: a pandemia vivida como guerra na sociedade contempornea. Em sua escrita, atente para as seguintes consideraes: 1. Privilegie a norma culta da lngua portuguesa. Eventuais equvocos morfossintticos, erros de regncia, concordncia, coeso e coerncia, bem como desviosda grafia vigente e a no observncia das regras de acentuao sero penalizados. 2. Seu texto dever ter entre 25 (vinte e cinco) a 30(trinta) linhas escritas tinta azul ou preta. A produo de texto DEVER ser realizada no CADERNO DE SOLUES. 3. No copie nem faa parfrase de nenhuma parte dos textos apresentados neste exame, seja da prova de portugus ou da prova de ingls.

Questão 21
2019Redação

(IME - 2019/2020 - 2 FASE) PRODUO DE TEXTO A primeira publicao do conto O Alienista, de Machado de Assis, ocorreu como folhetim na revista carioca A Estao, entre os anos de 1881 e 1882. Nessa mesma poca, uma grande reforma educacional efetuou-se no Brasil, criando, dentre outras, a cadeira de Clnica Psiquitrica. nesse contexto de uma psiquiatria ainda embrionria que Machado prope sua crtica cida, reveladora da escassez de conhecimento cientfico e da abundncia de vaidades, concomitantemente. A obra deixa ver as relaes promscuas entre o poder mdico que se pretendia baluarte da cincia e o poder poltico tal como era exercido em Itagua, ento uma vila, distante apenas alguns quilmetros da capital Rio de Janeiro. O conto se desenvolve em treze breves captulos, ao longo dos quais o alienista vai fazendo suas experimentaes cientificistas at que ele mesmo conclua pela necessidade de seu isolamento, visto que reconhece em si mesmo a nica pessoa cujas faculdades mentais encontram-se equilibradas, sendo ele, portanto, aquele que destoa dos demais, devendo, por isso, alienar-se. Texto 1 Captulo IV UMA TEORIA NOVA 1 Ao passo que D. Evarista, em lgrimas, vinha buscando o Rio de Janeiro, Simo Bacamarte estudava por todos os lados uma certa ideia arrojada e nova, prpria a alargar as bases da psicologia. Todo o tempo que lhe sobrava dos cuidados da Casa Verde era pouco para andar na rua, ou de casa em casa, conversando as gentes, sobre trinta mil assuntos, e virgulando as falas de um olhar que metia medo aos mais heroicos. 5 Um dia de manh, eram passadas trs semanas, estando Crispim Soares ocupado em temperar um medicamento, vieram dizer-lhe que o alienista o mandava chamar. Tratava-se de negcio importante, segundo ele me disse, acrescentou o portador. 10 Crispim empalideceu. Que negcio importante podia ser, se no alguma notcia da comitiva, e especialmente da mulher? Porque este tpico deve ficar claramente definido, visto insistirem nele os cronistas; Crispim amava a mulher, e, desde trinta anos, nunca estiveram separados um s dia. Assim se explicam os monlogos que fazia agora, e que os fmulos lhe ouviam muita vez: Anda, bem feito, quem te mandou consentir na viagem de Cesria? Bajulador, torpe bajulador! S para adular ao Dr Bacamarte. Pois agora aguenta-te; anda; 15 aguenta-te, alma de lacaio, fracalho, vil, miservel. Dizes amm a tudo, no ? A tens o lucro, biltre!. E muitos outros nomes feios, que um homem no deve dizer aos outros, quanto mais a si mesmo. Daqui a imaginar o efeito do recado um nada. To depressa ele o recebeu como abriu mo das drogas e voou Casa Verde. 20 Simo Bacamarte recebeu-o com a alegria prpria de um sbio, uma alegria abotoada de circunspeo at o pescoo. Estou muito contente, disse ele. Notcias do nosso povo?, perguntou o boticrio com a voz trmula. O alienista fez um gesto magnfico, e respondeu: Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experincia cientfica. Digo experincia, 25 porque no me atrevo a assegurar desde j a minha ideia; nem a cincia outra coisa, Sr. Soares, seno uma investigao constante. Trata-se, pois, de uma experincia, mas uma experincia que vai mudar a face da terra. A loucura, objeto dos meus estudos, era at agora uma ilha perdida no oceano da razo; comeo a suspeitar que um continente. 30 Disse isto, e calou-se, para ruminar o pasmo do boticrio. Depois explicou compridamente a sua ideia. No conceito dele a insnia abrangia uma vasta superfcie de crebros; e desenvolveu isto com grande cpia de raciocnios, de textos, de exemplos. Os exemplos achou-os na histria e em Itagua mas, como um raro esprito que era, reconheceu o perigo de citar todos os casos de Itagua e refugiou-se na histria. Assim, apontou com especialidade alguns clebres, Scrates, que tinha um demnio familiar, Pascal, que via um 35 abismo esquerda, Maom, Caracala, Domiciano, Calgula etc., uma enfiada de casos e pessoas, em que de mistura vinham entidades odiosas, e entidades ridculas. E porque o boticrio se admirasse de uma tal promiscuidade, o alienista disse-lhe que era tudo a mesma coisa, e at acrescentou sentenciosamente: A ferocidade, Sr. Soares, o grotesco a srio 40 Gracioso, muito gracioso!, exclamou Crispim Soares levantando as mos ao cu. Quanto ideia de ampliar o territrio da loucura, achou-a o boticrio extravagante; mas a modstia, principal adorno de seu esprito, no lhe sofreu confessar outra coisa alm de um nobre entusiasmo; declarou-a sublime e verdadeira, e acrescentou que era caso de matraca. Esta expresso no tem equivalente no estilo moderno. Naquele tempo, Itagua, que como as 45 demais vilas, arraiais e povoaes da colnia, no dispunha de imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notcia: ou por meio de cartazes manuscritos e pregados na porta da Cmara, e da matriz; ou por meio de matraca. Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas do povoado, com uma matraca na mo. 50 De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, um remdio para sezes, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesistico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano etc. O sistema tinha inconvenientes para a paz pblica; mas era conservado pela grande energia de divulgao que possua. Por exemplo, um dos vereadores, aquele justamente que mais se opusera 55 criao da Casa Verde, desfrutava a reputao de perfeito educador de cobras e macacos, e alis nunca domesticara um s desses bichos; mas, tinha o cuidado de fazer trabalhar a matraca todos os meses. E dizem as crnicas que algumas pessoas afirmavam ter visto cascavis danando no peito do vereador; afirmao perfeitamente falsa, mas s devida absoluta confiana no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituies do antigo regime 60 mereciam o desprezo do nosso sculo. H melhor do que anunciar a minha ideia, pratic-la, respondeu o alienista insinuao do boticrio. E o boticrio, no divergindo sensivelmente deste modo de ver, disse-lhe que sim, que era melhor comear pela execuo. 65 Sempre haver tempo de a dar matraca, concluiu ele. Simo Bacamarte refletiu ainda um instante, e disse: Suponho o esprito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, ver se posso extrair a prola, que a razo; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razo e da loucura. A razo o perfeito equilbrio de todas as faculdades; fora da insnia, 70 insnia e s insnia. O Vigrio Lopes, a quem ele confiou a nova teoria, declarou lisamente que no chegava a entend-la, que era uma obra absurda, e, se no era absurda, era de tal modo colossal que no merecia princpio de execuo. Com a definio atual, que a de todos os tempos, acrescentou, a loucura e a razo 75 esto perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra comea. Para que transpor a cerca? Sobre o lbio fino e discreto do alienista roou a vaga sombra de uma inteno de riso, em que o desdm vinha casado comiserao; mas nenhuma palavra saiu de suas egrgias entranhas. 80 A cincia contentou-se em estender a mo teologia, com tal segurana, que a teologia no soube enfim se devia crer em si ou na outra. Itagua e o universo beira de uma revoluo. ASSIS, Machado de. O Alienista. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro / USP. Disponvel em: . Acesso em: 12/08/2019. Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas do povoado, com uma matraca na mo. [...] um dos vereadores [...] desfrutava a reputao de perfeito educador de cobras e macacos, e alis, nunca domesticara um desses bichos; mas tinha o cuidado de fazer trabalhar a matraca todos os meses. E dizem as crnicas que algumas pessoas afirmavam ter visto cascavis danando no peito do vereador; afirmao perfeitamente falsa, mas s devido absoluta confiana no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituies do antigo regime mereciam o desprezo do nosso sculo. (Texto 1, linhas 48 a 60). Sabemos que a boa informao fundamental para que possamos atingir grandes objetivos, sejam eles o sucesso acadmico-profissional, sejam as decises mais cotidianas que pedem nossa avaliao diria, isto , o pleno exerccio da cidadania. Apesar de julgarmos as fake news algo dos tempos atuais, aprendemos, com o texto machadiano, que a inveno de verdades coisa antiga e humana, e no uma mera produo que se inicia com o advento das chamadas redes sociais, como irrefletidamente somos levados a acreditar. Considerando a fina ironia machadiana sobre a produo de verdades apresentada no captulo IV de O Alienista transcrito nesta prova, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre a relao entre informao e liberdade de escolha. Em sua escrita, atente para as seguintes consideraes: 1. privilegie a norma culta da lngua portuguesa. Eventuais equvocos morfossintticos, erros de regncia, concordncia, coeso e coerncia, bem como desvios da grafia vigente e a no observncia das regras de acentuao sero penalizados; 2. seu texto dever ter entre 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas escritas tinta azul ou preta.

Questão
2018Redação

(IME - 2018/2019 - 2 FASE ) Tomando por base de reflexo os dois textos apresentados nesta prova, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da lngua portuguesa sobre o tema as contribuies da arte para uma percepo da realidade que v alm das aparncias. O seu texto dever ter entre 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas escritas tinta azul ou preta. A produo de texto DEVER ser realizada no CADERNO DE SOLUES. Textos utilizados na prova: Texto 1 BECOS DE GOIS 1 Beco da minha terra... Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio. 5 E a rstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia, e semeia polmes dourados no teu lixo pobre, calando de ouro a sandlia velha, jogada no teu monturo. Amo a prantina silenciosa do teu fio de gua, 10 descendo de quintais escusos sem pressa, e se sumindo depressa na brecha de um velho cano. Amo a avenca delicada que renasce na frincha de teus muros empenados, 15 e a plantinha desvalida, de caule mole que se defende, viceja e floresce no agasalho de tua sombra mida e calada. Amo esses burros-de-lenha que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos morros, 20 secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados. Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra, no range-range das cangalhas. E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja. Sem infncia, sem idade. 25 Franzino, maltrapilho, pequeno para ser homem, forte para ser criana. Ser indefeso, indefinido, que s se v na minha cidade. Amo e canto com ternura 30 todo o errado da minha terra. Becos da minha terra, discriminados e humildes, lembrando passadas eras... Beco do Cisco. 35 Beco do Cotovelo. Beco do Antnio Gomes. Beco das Taquaras. Beco do Seminrio. Bequinho da Escola. 40 Beco do Ouro Fino. Beco da Cachoeira Grande. Beco da Calabrote. Beco do Mingu. Beco da Vila Rica... 45 Conto a estria dos becos, dos becos da minha terra, suspeitos... mal afamados onde famlia de conceito no passava. Lugar de gentinha - diziam, virando a cara. 50 De gente do pote dgua. De gente de p no cho. Becos de mulher perdida. Becos de mulheres da vida. Renegadas, confinadas 55 na sombra triste do beco. Quarto de porta e janela. Prostituta anemiada, solitria, htica, engalicada, tossindo, escarrando sangue 60 na umidade suja do beco. Becos mal assombrados. Becos de assombrao... Altas horas, mortas horas... Capito-mor - alma penada, 65 terror dos soldados, castigado nas armas. Capito-mor, alma penada, num cavalo ferrado, chispando fogo, descendo e subindo o beco, 70 comandando o quadrado - feixe de varas... Arrastando espada, tinindo esporas... Mulher-dama. Mulheres da vida, perdidas, comeavam em boas casas, depois, 75 baixavam pra o beco. Queriam alegria. Faziam bailaricos. Baile Sifiltico - era ele assim chamado. O delegado-chefe de Polcia - brabeza - dava em cima... 80 Mandava sem d, na peia. No dia seguinte, coitadas, cabea raspada a navalha, obrigadas a capinar o Largo do Chafariz, na frente da Cadeia. 85 Becos da minha terra... Becos de assombrao. Romnticos, pecaminosos... Tm poesia e tm drama. O drama da mulher da vida, antiga, 90 humilhada, malsinada. Meretriz venrea, desprezada, mesentrica, exangue. Cabea raspada a navalha, castigada a palmatria, 95 capinando o largo, chorando. Golfando sangue. (LTIMO ATO) Um irmo vicentino comparece. Traz uma entrada grtis do So Pedro de Alcntara. 100 Uma passagem de terceira no grande coletivo de So Vicente. Uma estao permanente de repouso - no aprazvel So Miguel. Cai o pano. CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Gois e Estrias Mais. 21a ed. - So Paulo: Global Editora, 2006. Texto 2 O ELEFANTE 1 Fabrico um elefante de meus poucos recursos. Um tanto de madeira tirado a velhos mveis 5 talvez lhe d apoio. E o encho de algodo, de paina, de doura. A cola vai fixar suas orelhas pensas. 10 A tromba se enovela, a parte mais feliz de sua arquitetura. Mas h tambm as presas, dessa matria pura 15 que no sei figurar. To alva essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupo. E h por fim os olhos, 20 onde se deposita a parte do elefante mais fluida e permanente, alheia a toda fraude. Eis o meu pobre elefante 25 pronto para sair procura de amigos num mundo enfastiado que j no cr em bichos e duvida das coisas. 30 Ei-lo, massa imponente e frgil, que se abana e move lentamente a pele costurada onde h flores de pano 35 e nuvens, aluses a um mundo mais potico onde o amor reagrupa as formas naturais. Vai o meu elefante 40 pela rua povoada, mas no o querem ver nem mesmo para rir da cauda que ameaa deix-lo ir sozinho. 45 todo graa, embora as pernas no ajudem e seu ventre balofo se arrisque a desabar ao mais leve empurro. 50 Mostra com elegncia sua mnima vida, e no h cidade alma que se disponha a recolher em si 55 desse corpo sensvel a fugitiva imagem, o passo desastrado mas faminto e tocante. Mas faminto de seres 60 e situaes patticas, de encontros ao luar no mais profundo oceano, sob a raiz das rvores ou no seio das conchas, 65 de luzes que no cegam e brilham atravs dos troncos mais espessos. Esse passo que vai sem esmagar as plantas 70 no campo de batalha, procura de stios, segredos, episdios no contados em livro, de que apenas o vento, 75 as folhas, a formiga reconhecem o talhe, mas que os homens ignoram, pois s ousam mostrar-se sob a paz das cortinas 80 plpebra cerrada. E j tarde da noite volta meu elefante, mas volta fatigado, as patas vacilantes 85 se desmancham no p. Ele no encontrou o de que carecia, o de que carecemos, eu e meu elefante, 90 em que amo disfarar-me. Exausto de pesquisa, caiu-lhe o vasto engenho como simples papel. A cola se dissolve 95 e todo o seu contedo de perdo, de carcia, de pluma, de algodo, jorra sobre o tapete, qual mito desmontado. 100 Amanh recomeo. ANDRADE, Carlos Drummond de. O Elefante. 9 ed. - So Paulo: Editora Record, 1983.

Questão 1
2017Redação

(IME - 2017/2018 - 2 FASE ) A CONDIO HUMANA A Vita Activa e a Condio Humana Com a expresso vita activa, pretendo designar trs atividades humanas fundamentais: labor, trabalho e ao. Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das condies bsicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra. 1O labor a atividade que corresponde ao processo biolgico do corpo humano, cujos crescimento espontneo, metabolismo e eventual declnio tm a ver com as necessidades vitais produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida. A condio humana do labor a prpria vida. O trabalho a atividade correspondente ao artificialismo da existncia humana, existncia esta no necessariamente contida no eterno ciclo vital da espcie, e cuja mortalidade no compensada por este ltimo. O trabalho produz um mundo artificial de coisas, nitidamente diferente de qualquer ambiente natural. 2Dentro de suas fronteiras habita cada vida individual, embora esse mundo se destine a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A condio humana do trabalho a mundanidade. 3A ao, nica atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediao das coisas ou da matria, corresponde condio humana da pluralidade, ao fato de que homens, e no o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condio humana tm alguma relao com a poltica; mas esta pluralidade especificamente a condio no apenas a conditio sine qua non, mas a conditio per quam de toda a vida poltica. Assim, o idioma dos romanos talvez o povo mais poltico que conhecemos empregava como sinnimas as expresses viver e estar entre os homens (inter homines esse), ou morrer e deixar de estar entre os homens (inter homines esse desinere). 4Mas, em sua forma mais elementar, a condio humana da ao est implcita at mesmo em Gnesis (macho e fmea Ele os criou), se entendermos que esta verso da criao do homem diverge, em princpio, da outra segundo a qual Deus originalmente criou o Homem (adam) a ele, e no a eles, de sorte que a pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da multiplicao5. 6A ao seria um luxo desnecessrio, uma caprichosa interferncia com as leis gerais do comportamento, se os homens no passassem de repeties interminavelmente reproduzveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma natureza e essncia, to previsveis quanto a natureza e a essncia de qualquer outra coisa. 7A pluralidade a condio da ao humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto , humanos, sem que ningum seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir. As trs atividades e suas respectivas condies tm ntima relao com as condies mais gerais da existncia humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor assegura no apenas a sobrevivncia do indivduo, mas a vida da espcie. 8O trabalho e seu produto, o artefato humano, 9emprestam certa permanncia e durabilidade futilidade da vida mortal e ao carter efmero do corpo humano. A ao, na medida em que se empenha em fundar e preservar corpos polticos, cria a condio para a lembrana, ou seja, para a histria. 10O labor e o trabalho, bem como a ao, tm tambm razes na natalidade, na medida em que sua tarefa produzir e preservar o mundo para 11o constante influxo de recm-chegados que vm a este mundo na qualidade de estranhos, alm de prev-los e lev-los em conta. 12No obstante, das trs atividades, a ao a mais intimamente relacionada com a condio humana da natalidade; o novo comeo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo somente porque o recm-chegado possui a capacidade de iniciar algo novo, isto , de agir. Neste sentido de iniciativa, todas as atividades humanas possuem um elemento de ao e, portanto, de natalidade. 13Alm disto, como a ao a atividade poltica por excelncia, a natalidade, e no a mortalidade, pode constituir a categoria central do pensamento poltico, em contraposio ao pensamento metafsico. A condio humana compreende algo mais que as condies nas quais a vida foi dada ao homem. Os homens so seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se imediatamente uma condio de sua existncia. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste em coisas produzidas pelas atividades humanas; mas, constantemente, as coisas que devem sua existncia exclusivamente aos homens tambm condicionam os seus autores humanos. Alm das condies nas quais a vida dada ao homem na Terra e, at certo ponto, a partir delas, os homens constantemente criam as suas prprias condies que, a despeito de sua variabilidade e sua origem humana, possuem a mesma fora condicionante das coisas naturais. O que quer que toque a vida humana ou entre em duradoura relao com ela, assume imediatamente o carter de condio da existncia humana. por isso que os homens, independentemente do que faam, so sempre seres condicionados. Tudo o que espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele trazido pelo esforo humano, torna-se parte da condio humana. O impacto da realidade do mundo sobre a existncia humana sentido e recebido como fora condicionante. A objetividade do mundo o seu carter de coisa ou objeto e a condio humana complementam-se uma outra; por ser uma existncia condicionada, a existncia humana seria impossvel sem as coisas, e estas seriam um amontoado de artigos incoerentes, um no mundo, se esses artigos no fossem condicionantes da existncia humana. ARENDT, Hannah. A Condio Humana. Traduo de Roberto Raposo: Editora da Universidade de So Paulo, 1981. pp. 15-17 (texto adaptado). 5Quando se analisa o pensamento poltico ps-clssico, muito se pode aprender verificando-se qual das duas verses bblicas da criao citada. Assim, tpico da diferena entre os ensinamentos de Jesus de Nazareth e de Paulo o fato de que Jesus, discutindo a relao entre marido e mulher, refere-se a Gnesis 1:27 No tendes lido que quem criou o homem desde o princpio f-los macho e fmea (Mateus 19:4), enquanto Paulo, em ocasio semelhante, insiste em que a mulher foi criada do homem e, portanto, para o homem, embora em seguida atenue um pouco a dependncia: nem o varo sem mulher, nem a mulher sem o varo (1 Cor.11:8-12). A diferena indica muito mais que uma atitude diferente em relao ao papel da mulher. Para Jesus, a f era intimamente relacionada com a ao; para Paulo, a f relacionava-se, antes de mais nada, com a salvao. Especialmente interessante a este respeito Agostinho (De civitate Dei xii.21), que no s desconsidera inteiramente o que dito em Gnesis 1:27, mas v a diferena entre o homem e o animal no fato de ter sido o homem criado unum ac singulum, enquanto se ordenou aos animais que passassem a existir vrios de uma s vez (plura simul iussit existere). Para Agostinho, a histria da criao constitui boa oportunidade para salientar-se o carter de espcie da vida animal, em oposio singularidade da existncia humana. (Ime 2018) 13 de junho... Vesti as crianas e eles foram para a escola. Eu fui catar papel. No frigorifico vi uma mocinha comendo salchichas do lixo. Voc pode arranjar um emprego e levar uma vida reajustada. Ela perguntou-me se catar papel ganha dinheiro. Afirmei que sim. Ela disse-me que quer um servio para andar bem bonita. Ela est com 15 anos. poca que achamos o mundo maravilhoso. poca em que a rosa desabrocha. Depois vai caindo ptala por ptala e surgem os espinhos. Uns canam da vida, suicidam. Outros passam a roubar. () Olhei o rosto da mocinha. Est com boqueira. ... Os preos aumentam igual as ondas do mar. Cada qual mais forte. Quem luta com as ondas? S os tubares. Mas o tubaro mais feroz o racional. o terrestre. o atacadista. A lentilha est a 100 cruzeiros o quilo. Um fato que alegrou-me imensamente. Eu dancei, cantei e pulei. E agradeci o rei dos juizes que Deus. Foi em janeiro quando as guas invadiu os armazns e estragou os alimentos. Bem feito. Em vez de vender barato, guarda esperando alta de preos: Vi os homens jogar sacos de arroz dentro do rio. Bacalhau, queijo, doces. Fiquei com inveja dos peixes que no trabalham e passam bem. JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: dirio de uma favelada2. So Paulo: tica, 2014. p. 60. 2Quarto de despejo uma edio dos dirios de Carolina Maria de Jesus, migrante do Sacramento, Minas Gerais, onde estudou apenas dois anos numa escola primria. Me solteira e moradora da primeira grande favela de So Paulo, a Canind, que foi desocupada em meados dos anos 1960 para a construo da Marginal do Tiet. Seu dirio se transformou num Best-seller traduzido para 13 lnguas (trecho da apresentao escrita pelo jornalista Audlio Dantas na obra referenciada). Tomando por base os quatro textos apresentados nesta prova, produza um texto dissertativo-argumentativo discorrendo sobre a ao como prtica fundadora das sociedades. Reflita sobre a condio dos, nas palavras da autora do texto A condio humana, recm-chegados ao mundo, tanto em sua condio inicial de estranhos quanto nos condicionamentos adquiridos ao longo da existncia. Em sua reflexo, leve em conta que esses recm-chegados, sejam eles oriundos de classes mais ou menos abastadas, deixaro suas marcas no mundo e que essas, na maior parte dos casos, sero um reflexo de uma repetio de prticas arraigadas entre humanos.

Questão 1
2016Redação

(IME - 2016/2017) ---- PROPOSTA DE REDAO

Questão
2016Redação

[IME- 2016/2017 - 2a fase] Produo de texto Tema 1 Escreva, EM INGLS, uma continuao coerente e coesa de 20 a 30 palavras para o fragmento abaixo. Use sua imaginao. Up to that moment, he had always been rational.

Questão
2016Redação

[IME- 2016/2017 - 2a fase] Produo de texto Tema 2 Para o tema abaixo, escreva UM pargrafo EM INGLS de 20 a 30 palavras. Use sua imaginao. Read the following statement. Success is a lousy teacher. It seduces smart people into thinking they cant lose. Do you agree or disagree with the statement? Explain why.

Questão 1
2015Redação

(IME - 2015/2016) ---- PROPOSTA DE REDAO

Questão 1
2014Redação

(IME - 2014/2015) Texto 1 O MENINO QUE TINHA MEDO DE POESIA (Pedro Gabriel Maro de 2014) ─ Me, acho que tem um poema debaixo da minha cama! Quando menino, a poesia me assustava. Parecia ter dentes afiados, pernas desajeitadas, mos opressoras. E nem as mos da professora mais dcil conseguiam me acalmar.No compreendia uma palavra, uma metfora, uma rima pobre, rica ou rara. No entendia nada. Tentava adivinhar o que o poeta queria dizer com aquela frase entupida de imagens e sentidos subjetivos. Achava-me incapaz de pertencer quilo. No conseguia mergulhar naquele mundo. Eu, sem saber nadar em versos, afogava-me na incompreenso de um soneto; ela a to sagrada poesia no me afagava e me deixava morrer na praia, entre um alexandrino e um heptasslabo. Toda vez que eu era obrigado a decorar poesia, sentia vontade de sumir, de virar um mvel e ficar imvel at tudo se acabar. Por dentro, sentia azia, taquicardia, asma espontnea, tremelique e gagueira repentina. Por fora, fingia que estava tudo bem. Eu sempre escolhia o poema mais curto da lista que a escola sugeria. Naquele dia, sobrou Pneumotrax, de Manuel Bandeira, e eu queria ser aquele paciente para no precisar declam-lo. Eu queria tossir, repetir sem parar: trinta e trs Trinta e trs Ter uma doena pequena, uma desculpa qualquer, um atestado mdico assinado pelo meu av que me deixasse em casa no a semana toda, mas s o tempo da aula. Depois, para a prova de francs, no tive escolha: fui obrigado a decorar Le dormeur du Val, de Rimbaud. Eu lembro que, antes de ficar em p de frente para o meu professor, eu queria que algum me desse dois tiros no peito. Queria ser esse soldado e dormir, tranquilo, na paz celestial daquele vale at que a turma toda esquecesse a minha existncia. Ou que a guerra fosse declarada finda. Ou que eu fosse declamado culpado. A Primeira Guerra Mundial parecia durar menos do que aqueles 15 minutos de exame. Minha boca est seca at hoje. Minhas mos esto molhadas at agora. S eu sei o que suei por voc, querida Poesia. Aos 17, a poesia ainda me apavorava. Podia ser o verso mais delicado do mundo, eu tinha medo. Podia ser o poeta mais simptico da face da Terra, eu desconfiava. Desconversava, lia outra coisa. Ou no lia nada. Talvez por no querer entend-la. Talvez por achar no merec-la. E assim ficava merc da minha rebeldia. No queria aprender a contar slabas, queria ser verso livre. Tolo! At a liberdade exige teoria! Se hoje eu pudesse falar com aquele menino, diria-lhe que a poesia no nenhum decasslabo de sete cabeas. Que se ela o assusta porque ela o deseja. Que se ele sente medo porque ele precisa dela. No h mais monstro debaixo da sua cama. O monstro agora est em voc. - Filho, acho que tem um poema por dentro de quem voc ama Disponvel em: . (texto adaptado) Acesso em: 29 Abr 2014 Texto 2 A MULHER QUE NO SENTE MEDO DE ABSOLUTAMENTE NADA (Jeanna Bryner Dezembro de 2010) Voc gostaria de no sentir medo? Pelo menos uma pessoa no mundo no tem medo de nada: uma mulher de 44 anos, que at ajudou pesquisadores a identificarem o local em que vive o fator medo no crebro humano. Os pesquisadores tentaram inmeras vezes assustar a mulher: casas mal-assombradas, onde monstros tentaram evocar uma reao de rejeio, aranhas e cobras, e uma srie de filme de terror apenas entreteram a paciente. A mulher tem uma doena rara chamada sndrome de Urbach-Wiethe que destruiu sua amgdala. A amgdala uma estrutura em forma de amndoa situada no fundo do crebro. Nos ltimos 50 anos, estudos mostraram que ela tem um papel central na gerao de respostas de medo em diferentes animais. Agora, o estudo envolvendo essa paciente o primeiro a confirmar que essa regio do crebro responsvel pelo medo nos seres humanos. A descoberta pode levar a tratamentos para transtorno de estresse ps-traumtico (TEPT). Tratamentos de psicoterapia que seletivamente amorteam a hiperatividade na amgdala podem curar pacientes com TEPT. Estudos anteriores com a mesma paciente revelaram que ela no conseguia reconhecer expresses faciais de medo, mas no se sabia se ela tinha a capacidade de sentir medo. Para descobrir, os pesquisadores deram vrios questionrios padronizados paciente, que sondaram os diferentes aspectos do medo, desde o medo da morte at o medo de falar em pblico. Alm disso, durante trs meses ela carregou um dirio que informatizava sua emoo, e que, aleatoriamente, pedia-lhe para classificar o seu nvel de medo ao longo do dia. O dirio tambm indicava emoes que ela estava sentindo em uma lista de 50 itens. Sua pontuao mdia de medo foi de 0%, enquanto para outras emoes ela mostrou funcionamento normal. Em todos os cenrios, ela no mostrou nenhum medo. Baseado no seu passado, os pesquisadores encontraram muitas razes para ela reagir com medo. Ela prpria contou que no gosta de cobras, mas quando entrou em contato com duas, no sentiu medo. Alm disso, j lhe apontaram facas e armas, ela foi fisicamente abordada por uma mulher duas vezes seu tamanho, quase morreu em um ato de violncia domstica, e em mais de uma ocasio foi explicitamente ameaada de morte. O que mais se sobressai que, em muitas destas situaes a vida da paciente estava em perigo, mas seu comportamento foi desprovido de qualquer senso de desespero ou urgncia. E quando ela foi convidada a lembrar como se sentiu durante as situaes, respondeu que no sentiu medo, mas que se sentia chateada e irritada com o que aconteceu. Segundo os pesquisadores, sem medo, pode-se dizer que o sofrimento dela no tem a intensidade profunda e real suportada por outros sobreviventes de traumas. Essencialmente, devido aos danos na amgdala, a mulher est imune aos efeitos devastadores do transtorno de estresse ps-traumtico. Mas h uma desvantagem: ela tem uma incapacidade de detectar e evitar situaes ameaadoras, o que provavelmente contribuiu para a frequncia com que ela enfrentou riscos. Os pesquisadores dizem que esse tipo de paciente muito raro, mas para entender melhor o fenmeno, seria timo estudar mais pessoas com a condio. Disponvel em:http://hypescience.com (texto adaptado de http://www.livescience.com). Acesso em: 29 Abr 2014 2 Texto 3 CONSOADA (Manuel Bandeira) Quando a Indesejada das gentes chegar (No sei se dura ou carovel), Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: Al, iniludvel! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilgios.) Encontrar lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar. Disponvel em: http://www.poesiaspoemaseversos.com.br Acesso em: 29 Abr 2014. Texto 4 AUTOSSABOTAGEM: O MEDO DE SER FELIZ (Raphaela de Campos Mello Outubro de 2012) A cada passo dado voc sente que a felicidade se afasta alguns metros? Talvez esteja, inconscientemente, queimando chances de se realizar. Repense as prprias atitudes para interromper esse ciclo destrutivo. Por medo dos riscos e das responsabilidades da vida, podemos acabar inconscientemente com as nossas realizaes. Isso se chama autossabotagem. So atitudes forjadas por uma parte de ns que no nos v como merecedoras do sucesso ou que subestima nossa capacidade de lidar com a vitria. Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no dia daquele encontro especial ou da gripe que a pegou na vspera daquela importante reunio. Muitos desses comportamentos destrutivos esto quase fora do domnio da conscincia, afirma o psiclogo americano Stanley Rosner, coautor do livro O Ciclo da AutoSabotagem - Por Que Repetimos Atitudes que Destroem Nossos Relacionamentos e Nos Fazem Sofrer (ed. BestSeller). A autonomia, a independncia e o sucesso so apavorantes para algumas pessoas porque indicam que elas no podero mais argumentar que suas necessidades precisam ser protegidas, diz o autor. O filsofo e psicanalista paulista Arthur Meucci, coautor de A Vida Que Vale a Pena Ser Vivida (ed. Vozes) comenta sobre os ganhos secundrios. H jovens que saem de casa para tentar a vida, enquanto outros permanecem na zona de conforto, porque continuam recebendo ateno dos pais e se eximem de enfrentar as dificuldades da fase adulta, afirma. O problema que, ao fazermos isso, no nos desenvolvemos plenamente. Todo mundo busca a felicidade, a questo ter coragem de viver, o que significa correr riscos e assumir responsabilidades, diz ele. Disponvel em: http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/noticias/autossabotagem-o-medo-deser-feliz. (Texto adaptado). Acesso em 29 Abr 2014 Texto 5 O QUASE (Sarah Westphal Batista da Silva) Ainda pior que a convico do no, e a incerteza do talvez, a desiluso de um quase. o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e no foi. Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda est vivo, quem quase amou no amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idias que nunca sairo do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, s vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, no me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, est estampada na distncia e frieza dos sorrisos na frouxido dos abraos, na indiferena dos Bom Dia quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem at para ser feliz. A paixo queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas no so. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar no teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-ris em tons de cinza. O nada no ilumina, no inspira, no aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. No que f mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que no podem ser mudadas resta-nos somente pacincia, porm, preferir a derrota prvia dvida da vitria desperdiar a oportunidade de merecer. Pros erros h perdo; pros fracassos, chance; pros amores impossveis, tempo. De nada adianta cercar um corao vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim instantneo ou indolor no romance. No deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impea de tentar. Desconfie do destino e acredite em voc. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive j morreu. Disp. em: . Acesso em: 29 Abr 2014. TEMA Considerando os textos que compem essa prova, elabore um texto dissertativo- argumentativo em que voc discorra sobre como o medo pode ser um aliado. Instrues: 1 - Redija seu texto em prosa, de acordo com a norma culta escrita da lngua portuguesa; 2 - Redija um texto de 25 (mnimo) a 35 linhas (mximo); 3 - Atribua um ttulo a seu texto; 4 - Seu texto definitivo dever ser escrito a tinta azul ou preta. No sero considerados, para fins de correo, textos escritos a lpis; e 5 - No copie trechos dos textos apresentados.

Questão 1
2013Redação

[IME- 2013/2014- 2 fase] PRODUO DE TEXTO (REDAO) ---- ---- ---- PROPOSTADE REDAO

Questão 1
2012Redação

[IME - 2012/2013 - 2a fase] PRODUO DE TEXTO (REDAO) Produo de texto dissertativo-argumentativo. Leia atentamente o fragmento extrado do texto I: Apesar de ser atraente, o zero no foi recebido de braos abertos pela Europa, quando apareceu por l, levado pelos rabes. surpreendente ver quanta resistncia a noo de zero encontrou: o medo do novo e do desconhecido, supersties sobre o nada relacionadas ao diabo, uma relutncia em pensar, diz o matemtico americano Robert Kaplan, autor do livro The Nothing That Is (O Nada que Existe, recm-lanado no Brasil) e orientador de um grupo de estudos sobre a matemtica na Universidade Harvard. O receio diante do zero vem desde a Idade Mdia. Os povos medievais o ignoravam solenemente. Com o zero, qualquer um poderia fazer contas, diz Ana Maria. Os matemticos da poca achavam que popularizar o clculo era o mesmo que jogar prolas aos porcos. Seria uma revoluo. Considerando o trecho acima, reflita sobre a divulgao do conhecimento como meio de transformao social. A partir de sua reflexo, elabore um texto dissertativo-argumentativo em que voc discorra sobre as transformaes sociais ocorridas a partir do investimento em educao. Utilize informaes e argumentos que deem consistncia a seu ponto de vista. Instrues: 1. No copie trechos dos textos nem do fragmento de texto apresentado. 2. Redija seu texto em prosa, de acordo com a norma culta escrita da lngua portuguesa. 3. Redija um texto de 25 (mnimo) a 35 linhas (mximo). 4. Atribua um ttulo a seu texto. Essa produo de texto DEVER ser realizada no CADERNO DE SOLUES.

Questão
2011Redação

[IME - 2011/2012 - 1a fase] PRODUO DE TEXTO (REDAO) Instrues: No copie trechos dos textos nem dos fragmentos de textos apresentados. Redija seu texto em prosa, de acordo com a norma culta escrita da lngua portuguesa. Redija um texto de 25 (mnimo) a 35 linhas (mximo). Atribua um ttulo a seu texto. Considerando a coletnea de textos apresentada nesta prova, a definio da palavra abaixo e o poema de Cames a seguir, reflita sobre a ideia de mudana a que eles remetem. A partir de sua reflexo, elabore um texto dissertativo-argumentativo em que voc discorra sobre a necessidade inerente ao ser humano de estar em contnua mudana, seja no aspecto psicolgico, social, cientfico ou tecnolgico, e sua consequente necessidade de adaptao a essas mudanas. Utilize informaes e argumentos que deem consistncia a seu ponto de vista. Definio Mudana: substantivo feminino. 1.Algo que sai da condio, estado natural daquele em que se encontrava; 2.Modificao parcial ou total de algo; transformao; 3.Transferncia para outro local; 4.Troca de uma coisa por outra; 5.Alterao nociva das caractersticas de algo, desfigurao; deturpao; 6.Retirada da posio original ou daquela em que estava; remoo. HOUAISS, Antnio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. 2.ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.(Adaptado) MUDAM-SE OS TEMPOS, MUDAM-SE AS VONTADES Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiana; Todo o mundo composto de mudana, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperana; Do mal ficam as mgoas na lembrana, E do bem, se algum houve, as saudades. O tempo cobre o cho de verde manto, Que j coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudana faz de mor espanto: Que no se muda j como soa. CAMES, Lus Vaz de. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Disponvel em http://pt.wikisource.org/wiki/Mudam-se_os_tempos_mudam-se_as_vontades. Acesso em 20 jun 2011. Glossrio soer: verbo 1.ser comum, frequente; costumar; 2.ter por hbito. HOUAISS, Antnio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa. 2.ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.(Adaptado)

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