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(INSPER 2012) 

A morte do lápis e da caneta

Boa notícia para as crianças americanas. Vai ficando optativo, nos Estados Unidos, escrever em letra de mão. Um dos últimos a se renderem aos novos tempos é o Estado de Indiana, que aposentou os cadernos de caligrafia agora em julho.

O argumento é que ninguém precisa mais disso: as crianças fazem tudo no computador e basta ensinar-lhes um pouco de digitação. Depois do fim do papel, o fim do lápis e da caneta! Tem lógica, mas acho demais. Sou o primeiro a reclamar das inutilidades impostas aos alunos durante toda a vida escolar, mas o fim da escrita cursiva me deixa horrorizado.

A máquina de calcular não eliminou a necessidade de se aprender, ao menos, a tabuada; não aceito que o teclado termine com a letra de mão.

A questão vai além do seu aspecto meramente prático. A letra de uma pessoa é como o seu rosto. Como todo mundo, gosto de ver como é a cara de um escritor, de um político, de qualquer personalidade com quem estou travando contato - e logo os e-mails virão com o retrato do remetente, como já acontece no Facebook.

(COELHO, Marcelo. Folha de São Paulo, 20/07/2011)

Nesse artigo, o autor se propõe a contradizer a tese de que escrita cursiva

A

represente um traço de identidade dos indivíduos.

B

seja obsoleta num mundo imerso na cultura digital.

C

constitua importante ferramenta pedagógica que estimula o raciocínio.

D

ainda apresente alguma utilidade no mundo moderno, imerso na tecnologia.

E

continue a ser ensinada nas escolas porque os cadernos foram substituídos pelo computador.