(Pucrs 2013) Compare o poema de Camões e o poema “Encarnação”, leia as afirmativas que seguem e preencha os parênteses com V para verdadeiro e F para falso.
Poema 1
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
que, como o acidente em seu sujeito,
assim coa alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
Poema 2
Carnais, sejam carnais tantos desejos,
carnais, sejam carnais tantos anseios,
palpitações e frêmitos e enleios,
das harpas da emoção tantos arpejos...
Sonhos, que vão, por trêmulos adejos,
à noite, ao luar, intumescer os seios
láteos, de finos e azulados veios
de virgindade, de pudor, de pejos...
Sejam carnais todos os sonhos brumos
de estranhos, vagos, estrelados rumos
onde as Visões do amor dormem geladas...
Sonhos, palpitações, desejos e ânsias
formem, com claridades e fragrâncias,
a encarnação das lívidas Amadas!
( ) Os dois poemas falam mais sobre o sentimento do amor do que sobre o objeto amado.
( ) No poema de Camões, o amor figura-se no campo das ideias.
( ) Quanto à forma, os dois poemas são sonetos.
( ) O título “Encarnação” contém uma certa ambiguidade, aliando um sentido espiritual a um erótico.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: