(Puccamp 2016) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo: Finalmente, a bandeira. Tiradentes propôs que fosse adotado o triângulo representando a Santíssima Trindade, com alusão às cinco chagas de Cristo crucificado, presente nas armas portuguesas. Já Alvarenga propôs a imagem de um índio quebrando os grilhões do colonialismo, com a inscrição Libertas quae sera tamen (Liberdade, ainda que tardia), do poeta latino Virgílio, e que foi adotada e consagrada. (MOTA, Carlos Guilherme e LOPEZ, Adriana. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo, Ed. 34, 2015, 4. ed. p. 261) A referência ao poeta latino Virgílio faz lembrar que
(Puccamp/2016) A dcada de 1950 foi marcada pelo anseio de modernizao do pas, cujos reflexos se fazem sentir tambm no plano da cultura. de se notar o amadurecimento da poesia de Joo Cabral, poeta que se rebelou contra o que considerava nosso sentimentalismo, nosso tradicional lirismo lusitano, bem como o surgimento de novas tendncias experimentalistas, observveis na linguagem renovadora de Ferreira Gullar e na radicalizao dos poetas do Concretismo. As linhas geomtricas da arquitetura de Braslia e o apego ao construtivismo que marca a criao potica parecem, de fato, tendncias prximas e interligadas. (MOUTINHO, Felipe. Indito.) O anseio pela renovao da linguagem potica ao longo da dcada de 50, presente tanto na poesia de Ferreira Gullar como na dos poetas concretos, manifestou-se sobretudo como um empenho em
(Puccamp/2016) A década de 1960 também representou um período de grande renovação no âmbito da literatura latino-americana. Foram os chamados anos do boom, quando uma safra de escritores ganhou projeção internacional, especialmente em virtude de obras que exploram o gênero do realismo mágico (...) A Revolução Cubana, sobretudo em seus primeiros tempos, irradiou ideais e conquistou simpatias (...) (PRADO, Maria Ligia e PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014, p. 192; 194) Na literatura brasileira dos anos 60 avultam, na poesia, títulos em que poetas já reconhecidos ratificam a excelência de sua arte. Carlos Drummond de Andrade, tocado por certo sentimento de vanguarda, e João Cabral de Melo Neto, sistematizando sua pedagogia poética, publicaram, nesse período, respectivamente,
(Puccamp/2016) São versos do poeta Ferreira Gullar, no poema Cantada: Você é mais bonita que uma bola prateada de papel de cigarro. Você é mais bonita que uma poça dágua límpida num lugar escondido (...) Olha, você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro em maio e quase tão bonita quanto a Revolução Cubana Atente para as seguintes afirmações sobre esses versos: I. O esquema métrico e o rímico atestam que se trata de um poeta representativo da geração de 1945. II. Há um efeito de humor, resultante da comparação entre contextos a princípio incomparáveis. III. Depreende-se a posição política do autor diante da revolução ocorrida em Cuba. Está correto o que se afirma em
(Puccamp 2016) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão. (Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37) Passagens muito representativas da tendência literária da segunda metade do século XIX, referida no texto, encontram-se em obras de Castro Alves e de Bernardo Guimarães, respectivamente
(Puccamp 2016) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas. (TÁVOLA, Bernardim da. Inédito). Também em prosadores românticos do século XIX encontram-se exemplos de tipos da sociedade fluminense, que protagonizam situações também típicas de uma exemplar sociedade burguesa. É o que se constata, por exemplo, no romance
(Puccamp 2016) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Há no Romantismo nacional uma expressão evidente do culto da nacionalidade, o qual, tomado num sentido mais amplo, se manifesta também em lutas pela afirmação da liberdade política e determina a exaltação de valores e tradições. Esse sentimento é tomado também nos seus aspectos sociais, sob o apanágio dos direitos do homem livre, razão de ser do movimento abolicionista e matéria para o romance, para o teatro e para a poesia da época. (Adaptado de: CANDIDO, Antonio e CASTELLO, José Aderaldo. Presença da Literatura Brasileira I. Das origens ao Romantismo. São Paulo: DIFE, 1974, p. 207-208) A evidência do culto da nacionalidade de que fala o texto pode ser comprovada no projeto de um copioso autor romântico, investido de seu papel de escritor brasileiro. Nesse projeto,
(PUC/Campinas - 2016) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Para responder (s) quest(es) a seguir, considere o texto abaixo. (...) os mitos e o imaginrio fantstico medieval no foram subitamente subtrados da mentalidade coletiva europeia durante o sculo XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa, parece lcito considerar que, conhecido o ndico e desmitificado o seu universo fantstico, o Atlntico passar a ocupar papel anlogo no imaginrio do europeu quatrocentista. (VILARDAGA, Jos Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projees e descobertas portuguesas no ndico (1498-1554). So Paulo: Annablume, 2010, p. 197) Se no sculo XVI a presena de mitos e do imaginrio fantstico se fazia notar nas artes e na literatura europeia, como em Os Lusadas, de Cames, no Brasil isso no ocorria porque
(PUC/Campinas - 2016) TEXTO PARA A PRXIMA QUESTO: Para responder (s) questo(es) a seguir, considere o texto abaixo: Os homens reunidos em sociedade (relevem-me este tom meio pedante) esto virtual e tacitamente obrigados a obedecer s leis formuladas por eles mesmos para a convenincia comum. H, porm, leis que eles no impuseram, que acharam feitas, que precederam as sociedades, e que se ho de cumprir no por uma determinao de jurisprudncia humana, mas por uma necessidade divina e eterna. Entre essas, e antes de todas, figura a da luta pela vida (...) (ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1986, p. 432) Um dos estilos de poca marcantes do sculo XIX aquele pelo qual se manifesta a convico de que todos os atos humanos so determinados pela ao direta tanto do meio social quanto por injunes biolgicas. Tal determinismo est presente, como caracterstica fundamental,
(PUC/Campinas - 2016) Para responder (s) questo(es) a seguir, considere o texto abaixo. Contraditoriamente, foi o patrocnio da frao mais europeizada da aristocracia rural de So Paulo, aberta s influncias internacionais, que permitiu o florescimento das inovaes estticas. O caf pesou mais do que as indstrias. Os velhos troncos paulistas, ameaados em face da burguesia e da imigrao, se juntaram aos artistas numa grande orgia intelectual, conforme a definio de Mrio de Andrade. Segundo ele, foi da proteo desses sales literrios [promovidos pela aristocracia rural] que se alastrou pelo Brasil o esprito destruidor do movimento modernista. (MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de provncia. So Paulo: Editora 34, 2011, p. 11) O Modernismo de 22 caracterizou-se, de fato, por algumas contradies, entre as quais a que o texto aponta:
(PUC/RS - 2016) Responda (s) questes a seguir com base no texto abaixo. Dois caminhos se 1abriram diante do paulista Marcus Smolka em 2007, quando ele 2concluiu o ps-doutorado no Ludwig Institute for Cancer Research, em San Diego (EUA). Um deles 3era retornar ao Brasil e associar-se a um centro de pesquisa dotado de espectrmetro de massa, um equipamento novo, que ele dominava como poucos. Nesse caso, 4trabalharia como uma espcie de operador da mquina, rodando os trabalhos de outros cientistas. Nas horas vagas, 5poderia us-la para dar continuidade a suas prprias pesquisas. A outra opo 6era aceitar um convite da Universidade Cornell, no Estado de Nova York. Por essa proposta, 7ganharia um laboratrio e teria um espectrmetro s para si, aos 33 anos de idade. 8Para Smolka, nenhuma das duas opes 9era a ideal. 10O que ele queria mesmo era voltar ao Brasil e ter um espectrmetro. Mas a proposta que apresentou ao Fundo de Amparo Pesquisa de So Paulo (Fapesp) esbarrou no custo do equipamento, da ordem de US$ 1 milho. O brasileiro 11acabou escolhendo Cornell. Smolka hoje parte de uma expressiva comunidade de cientistas brasileiros que esto radicados no Exterior, produzindo pesquisa de ponta e ajudando a mudar os rumos do conhecimento. Tradicionalmente encarado como fuga de crebros, o fenmeno , na verdade, uma tendncia global. Adaptado de: Histrias de cientistas brasileiros ajudam a explicar o fenmeno da exportao de crebros. Zero Hora, Planeta Cincia. 24/7/2015 Assinale a alternativa correta sobre o emprego das formas verbais no texto.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo. O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas. (TÁVOLA, Bernardim da. Inédito). (Puccamp 2016) Atente para os seguintes segmentos do romance Dom Casmurro: I. Vendeu as fazendolas e os escravos, comprou alguns que pôs ao ganho ou alugou, uma dúzia de prédios, certo número de apólices, e deixou-se estar na rua de Matacavalos (...) II. Tinha o dom de se fazer aceito e necessário; dava-se por falta dele, como de pessoa da família. (...) Minha mãe dava-lhe de quando em quando alguns cobres. Esses segmentos retratam tipos sociais, aqui representados, respectivamente,
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Instruções: Leia atentamente o texto abaixo para responder à(s) quest(ões). O tempo e suas medidas 1O homem vive dentro do tempo, o tempo que ele preenche, mede, avalia, ama e teme. Para marcar a passagem e as medidas do tempo, inventou o relógio. A palavra vem do latim horologium, e 2se refere a um quadrante do céu que os antigos aprenderam a observar para se orientarem no tempo e no espaço. 3Os artefatos construídos para medir a passagem do tempo sofreram ao longo dos séculos uma grande evolução. No início 4o Sol era a referência natural para a separação entre o dia e a noite, mas depois os relógios solares foram seguidos de outros que vieram a utilizar o escoamento de líquidos, de areia, ou a queima de fluidos, até chegar aos dispositivos mecânicos que originaram as pêndulas. 5Com a eletrônica, surgiram os relógios de quartzo e de césio, aposentando os chamados relógios de corda. O mostrador digital que está no seu pulso ou no seu celular tem muita história: tudo teria começado com a haste vertical ao sol, que projetava sua sombra num plano horizontal demarcado. 6A ampulheta e a clepsidra são as simpáticas bisavós das atuais engenhocas eletrônicas, e até hoje intrigam e divertem crianças de todas as idades. 7Mas a evolução dos maquinismos humanos 8que dividem e medem as horas não suprimiu nem diminuiu a preocupação dos homens com o Tempo, 9essa entidade implacável, sempre a lembrar a condição da nossa mortalidade. Na mitologia grega, o deus Chronos era o senhor do tempo que se podia medir, por isso chamado cronológico, 10a fluir incessantemente. No entanto, 11a memória e a imaginação humanas criam tempos outros: uma autobiografia recupera o passado, a ficção científica pretende vislumbrar o futuro. No Brasil, muito da força de um 12José Lins do Rego, de um Manuel Bandeira ou de um Pedro Nava vem do memorialismo artisticamente trabalhado. A própria história nacional 13sofre os efeitos de uma intervenção no passado: escritores românticos, logo depois da Independência, sentiram necessidade de emprestar ao país um passado glorioso, e recorreram às idealizações do Indianismo. No cinema, uma das homenagens mais bonitas ao tempo passado é a do filme Amarcord (eu me recordo, em dialeto italiano), do cineasta Federico Fellini. São lembranças pessoais de uma época dura, quando o fascismo crescia e dominava a Itália. Já um tempo futuro terrivelmente sombrio é projetado no filme Blade Runner, o caçador de androides, do diretor Ridley Scott, no cenário futurista de uma metrópole caótica. Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento. São diferentes as qualidades do tempo e as circunstâncias de seus respectivos relógios: há o relógio biológico, que regula o ritmo do nosso corpo; há o relógio de ponto, que controla a presença do trabalhador numa empresa; e há a necessidade de acertar os relógios, para combinar uma ação em grupo; há o desafio de correr contra o relógio, obrigando-nos à pressa; e há quem seja como um relógio, quando extremamente pontual. 14Por vezes barateamos o sentido do tempo, 15tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é quando fazemos algo para passar o tempo, e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um passatempo como as palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de grande expectativa, queixamo-nos de que o tempo não passa. Tempo é dinheiro é o lema dos capitalistas e investidores e dos operadores da Bolsa; e é uma obsessão para os atletas olímpicos em busca de recordes. Nos relógios primitivos, nos cronômetros sofisticados, nos sinos das velhas igrejas, no pulsar do coração e da pressão das artérias, a expressão do tempo se confunde com a evidência mesma do que é vivo. No tic-tac da pêndula de um relógio de sala, na casa da avó, os netinhos ouvem inconscientemente o tempo passar. O Big Ben londrino marcou horas terríveis sob o bombardeio nazista. Na passagem de um ano para outro, contamos os últimos dez segundos cantando e festejando, na esperança de um novo tempo, de um ano melhor. (Péricles Alcântara, inédito) (Puccamp 2016) Costuma-se reconhecer que o Indianismo, na nossa literatura, é marcado por idealizações que emprestam uma espécie de glória artificial ao nosso passado como Colônia. Tais idealizações I. consistem, basicamente, em atribuir aos nossos silvícolas atitudes e valores herdados da aristocracia medieval, caros ao ideário romântico. II. processam-se com base em fidedignos documentos históricos, nos quais há registro detalhado dos usos e costumes das várias nações indígenas. III. ocorreram como reação às tendências nacionalistas do nosso Romantismo, que valorizavam sobretudo a vida urbana e os valores burgueses. Atende ao enunciado o que está em
Para responder à(s) questões a seguir, considere o texto abaixo. De um modo geral, todos esses movimentos da vanguarda europeia de fins do século XIX e início do século XX estavam sob o signo da desorganização do universo artístico de sua época. A diferença é que uns, como o futurismo e o dadaísmo, queriam a destruição do passado e a negação total dos valores estéticos presentes; e outros, como o expressionismo e o cubismo, viam na destruição a possibilidade de construção de uma nova ordem superior. No fundo eram, portanto, tendências também organizadoras de uma nova estrutura política e social. (TELES, Gilberto Mendonça, Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. Rio de Janeiro: Vozes, 1972, p. 10) (Puccamp 2016) Os primeiros escritos com espírito de renovação produzidos por Mário de Andrade acabaram por lhe render uma qualificação inexata: a de ser um
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo. No fim de 1944 estávamos em regime de ditadura no Brasil, como todos sabem. Uma ditadura que já se ia dissolvendo, porque o ditador de então começara a acertar o passo com as chamadas Potências do Eixo; mas quando os Estados Unidos entraram na guerra e pressionaram no mesmo sentido os seus dependentes, ele não só passou para o outro lado, como teve de concordar que o país interviesse efetivamente na luta, como aliás pedia a opinião pública, às vezes em manifestações de massa que foram as primeiras a quebrar a rotina disciplinada de tranquilidade aparente nas grandes cidades. (CÂNDIDO, Antonio. Teresina etc. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p. 107-108) (Puccamp 2016) No imediato pós-guerra, precisamente no ano de 1945, um grupo de poetas a chamada geração de 45 acabou se caracterizando por abraçar