(Puccamp/2017)
Os modernistas de São Paulo, em especial Menotti del Picchia e Oswald de Andrade, usavam habitualmente o termo “futurismo”, mas o faziam em sentido elástico, para designar as propostas mais ou menos renovadoras que se opunham às receitas “passadistas” e “acadêmicas”. A polarização futurismo passadismo servia como tática retórica eficaz – mas também simplificadora. Esse aspecto do discurso modernista, que se apresentava como ruptura com o “velho”, acabava por atirar na lata do lixo do “passadismo” manifestações variadas, às quais, diga-se, não raro os próprios “novos” estavam atados.
GONÇALVES, Marcos. Augusto. 1922 – A semana que não terminou. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 20.
O modernista Oswald de Andrade chegou a dizer que somos todos futuristas porque somamos um povo de mil origens, arribado em mil barcos, com desastres e ânsias, aludindo assim
aos gêneros literários que deveriam ser frequentados.
à diversidade da nossa composição histórica, étnica e cultural.
às diversas facções em que se dividiam os modernistas.
à força da aristocracia na condução de nossas manifestações artísticas.
às formas de atuação a que estavam presos os artistas conservadores.