(UEFS-2015 - Meio do ano)
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito — por coragem. Será? Era o que eu às vezes achava.
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 449.
Analisando-se a linguagem utilizada no texto de Guimarães Rosa, é correto afirmar que
valoriza a oralidade em detrimento da variação escrita, caracterizando a personagem que fala como um indivíduo com dificuldades para filosofar sobre as coisas da vida.
se reproduz uma forma de expressão própria dos escritores nordestinos da modernidade, valorizando o sotaque de uma classe social.
retoma variantes dialetais e diastráticas desconectadas das personagens, de forma que desconstrói o linguajar do homem sertanejo.
apresenta uma estrutura linguística própria de variações diacrônicas da norma culta, resgatando expressões tidas como em desuso.
referenda, por meio de neologismos lexicais e morfossintáticos, a maneira e o ritmo do falar sertanejo.