(Uel 2005) “Luiz Inácio Lula da Silva é o 21º presidente a governar o Brasil desde que Getúlio Vargas se suicidou, há cinquenta anos, em meio a uma turbulenta crise política. Getúlio assombrou, de uma forma ou de outra, todos eles. Para muitos, governar significou usar as instituições e modelos que, implementados por Vargas na década de 30, fundaram o Brasil moderno. Após Fernando Collor (1990- 1992), parte do trabalho dos governantes é tentar desmontar o que se convencionou chamar de a herança da ‘era Vargas’".(Folha de São Paulo, São Paulo, 22 ago. 2004. Caderno Especial, p. A 1.) Assinale a alternativa que apresenta características da “herança da era Vargas”, combatidas por esses governos a partir da década de 1990.
(UEL - 2005) A busca da tica a busca de um fim, a saber, o do homem. E o empreendimento humano como um todo, envolve a busca de um fim: Toda arte e todo mtodo, assim como toda ao e escolha, parece tender para um certo bem; por isto se tem dito, com acerto, que o bem aquilo para que todas as coisas tendem. Nesse passo inicial de a tica a Nicmaco est delineado o pensamento fundamental da tica. Toda atividade possui seu fim, ou em si mesma, ou em outra coisa, e o valor de cada atividade deriva da sua proximidade ou distncia em relao ao seu prprio fim. (PAIXO, Mrcio Petrocelli. O problema da felicidade em Aristteles: a passagem da tica dianotica aristotlica no problema da felicidade. Rio de Janeiro: Ps-Moderno, 2002. p. 33-34.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a tica em Aristteles, considere as afirmativas a seguir. I. O fim ltimo da ao humana consiste na felicidade alcanada mediante a aquisio de honrarias oriundas da vida poltica. II. A tica o estudo relativo excelncia ou virtude prpria do homem, isto , do fim da vida humana. III. Todas as coisas tm uma tendncia para realizar algo, e nessa tendncia encontramos seu valor, sua virtude, que o fim de cada coisa. IV. Uma ao virtuosa aquela que est em acordo com o dever, independentemente dos seus fins. Esto corretas apenas as afirmativas:
(UEL - 2005) Tudo na natureza age segundo leis. S um ser racional tem a capacidade de agir segundo a representao das leis, isto , segundo princpios, ou: s ele tem uma vontade. Como para derivar as aes das leis necessria a razo, a vontade no outra coisa seno razo prtica. Se a razo determina infalivelmente a vontade, as aes de um tal ser, que so conhecidas como objetivamente necessrias, so tambm subjetivamente necessrias, isto , a vontade a faculdade de escolher s aquilo que a razo independentemente da inclinao, reconhece como praticamente necessrio, quer dizer bom. (KANT, Immanuel. Fundamentao da metafsica dos costumes. Trad. de Paulo Quintela. Lisboa: Edies 70, 1995. p. 47.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a liberdade em Kant, considere as afirmativas a seguir. I. A liberdade, no sentido pleno de autonomia, restringe-se independncia que a vontade humana mantm em relao s leis da natureza. II. A liberdade configura-se plenamente quando a vontade humana vincula-se aos preceitos da vontade divina. III. livre aquele que, pela sua vontade, age tanto objetivamente quanto subjetivamente, por princpios que so vlidos para todos os seres racionais. IV. A liberdade a capacidade de o sujeito dar a si a sua prpria lei, independentemente da causalidade natural. Esto corretas apenas as afirmativas:
(Uel 2005) “Era a manhã ensolarada do dia 1º de maio de 1980, e as pessoas que haviam chegado ao centro de São Bernardo do Campo para a comemoração da data se depararam com a cidade ocupada por 8 mil policiais armados, com ordens de impedir qualquer concentração. Já desde as primeiras horas daquele dia as vias de acesso estavam bloqueadas por comandos policiais que vistoriavam ônibus, caminhões e automóveis [...]. Pela manhã, enquanto um helicóptero sobrevoava os locais previstos para as manifestações, carros de assalto e brucutus exibiam a disposição repressiva das forças da ordem”(SADER, Eder. Quando novos personagens entram em cena. São Paulo: Paz e Terra, 1995. p. 27.) Com base nos conhecimentos sobre a história recente do Brasil, é correto afirmar que, nesse episódio, o autor se refere ao:
(UEL - 2005) na verdade conforme ao dever que o merceeiro no suba os preos ao comprador inexperiente, e quando o movimento do negcio grande, o comerciante esperto tambm no faz semelhante coisa, mas mantm um preo fixo geral para toda a gente, de forma que uma criana pode comprar em sua casa to bem como qualquer outra pessoa. -se, pois servido honradamente; mas isto ainda no bastante para acreditar que o comerciante tenha assim procedido por dever e princpios de honradez; o seu interesse assim o exigia; mas no de aceitar que ele alm disso tenha tido uma inclinao imediata para os seus fregueses, de maneira a no fazer, por amor deles, preo mais vantajoso a um do que outro. (KANT, Immanuel. Fundamentao da metafsica dos costumes. Trad. de Paulo Quintela. SoPaulo: Abril Cultural, 1980. p. 112.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o conceito de dever em Kant, considere as afirmativas a seguir, sobre a ao do merceeiro. I. uma ao correta, isto , conforme o dever. II. moral, pois revela honestidade na relao com seus clientes. III. No uma ao por dever, pois sua inteno egosta. IV. honesta, mas motivada pela compaixo aos semelhantes. Esto corretas apenas as afirmativas:
(UEL - 2005) [...] Aristteles estabelecia antes as concluses, no consultava devidamente a experincia para estabelecimento de suas resolues e axiomas. E tendo, ao seu arbtrio, assim decidido, submetia a experincia como a uma escrava para conform-la s suas opinies. (BACON, Francis. Novum Organum. Trad. de Jos Aluysio Reis de Andrade. 4. ed. So Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 33.) Com base no texto, assinale a alternativa que apresenta corretamente a interpretao que Bacon fazia da filosofia aristotlica.
(UEL 2005) - Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies. - É verdade. - Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade. (PLATÃO.A república.Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar:
(UEL - 2005) A escolha dos ministros por parte de um prncipe no coisa de pouca importncia: os ministros sero bons ou maus, de acordo com a prudncia que o prncipe demonstrar. A primeira impresso que se tem de um governante e da sua inteligncia, dada pelos homens que o cercam. Quando estes so eficientes e fiis, pode-se sempre considerar o prncipe sbio, pois foi capaz de reconhecer a capacidade e manter fidelidade. Mas quando a situao oposta, pode-se sempre dele fazer mau juzo, porque seu primeiro erro ter sido cometido ao escolher os assessores. (MAQUIAVEL, Nicolau. O Prncipe. Trad. de Pietro Nassetti. So Paulo: Martin Claret, 2004. p. 136.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Maquiavel, correto afirmar:
(UEL - 2005) E quando considero que duvido, isto , que sou uma coisa incompleta e dependente, a ideia de um ser completo e independente, ou seja, de Deus, apresenta-se a meu esprito com igual distino e clareza; e do simples fato de que essa ideia se encontra em mim, ou que sou ou existo, eu que possuo esta ideia, concluo to evidentemente a existncia de Deus e que a minha depende inteiramente dele em todos os momentos da minha vida, que no penso que o esprito humano possa conhecer algo com maior evidncia e certeza. (DESCARTES, Ren. Meditaes. Trad. de Jac Guinsburg e Bento Prado Jnior. So Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 297-298.) Com base no texto, correto afirmar:
(Uel 2005) “Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através do acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade”.(LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p.139.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato social em Locke, considere as afirmativas a seguir.I. O direito à liberdade e à propriedade são dependentes da instituição do poder político.II. O poder político tem limites, sendo legítima a resistência aos atos do governo se estes violarem as condições do pacto político.III. Todos os homens nascem sob um governo e, por isso, devem a ele submeter-se ilimitadamente.IV. Se o homem é naturalmente livre, a sua subordinação a qualquer poder dependerá sempre de seu consentimento. Estão corretas apenas as afirmativas:
(UEL - 2005) Sabe-se que para Hegel a Histria Universal no recobre o curso emprico da humanidade. A Histria propriamente dita nasce apenas com o Estado, quando a vida social ganha uma forma sob o efeito desta instncia que confere a seus elementos expresso pblica e conscincia. Somente ento assegurada a permanncia do sentido. (LEFORT, Claude. As formas da Histria. Ensaios de Antropologia Poltica. So Paulo: Brasiliense, 1990. p. 37.) Com base no texto, considere as afirmativas a seguir. I. Segundo Hegel, a formao da conscincia se d com o surgimento do Estado. II. A noo de Estado s ganha sentido se relacionada dimenso da vida social. III. Hegel partia do mundo emprico para explicar a Histria. IV. Hegel, ao analisar o surgimento da Histria, desconsidera a organizao do Estado. Esto corretas apenas as afirmativas:
(UEL - 2005) Sobre a passagem do mito filosofia, na Grcia Antiga, considere as afirmativas a seguir. I.Os poemas homricos, em razo de muitos de seus componentes, j contm caractersticas essenciais da compreenso de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia. II.O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, j se evidencia na prpria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses so compreendidos como perfeitos. III.A humanizao dos deuses na religio grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalizao da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosfico e cientfico. IV.O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosfico, devido assimilao que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de qualquer base religiosa. Esto corretas apenas as afirmativas:
(Uel 2005)Cascavel Uma pequena cidade no interior do Paraná está provando que machismo é coisa do passado. Com 15 mil habitantes, conforme o IBGE, Ampére (a 150 quilômetros de Cascavel), no Sudoeste, tem fartura de emprego para as mulheres. Ex-donas de casa partiram para o trabalho fixo, enquanto os homens, desempregados ou não, passaram a assumir os serviços domésticos. Assim, elas estão garantindo mais uma fonte de renda para a família, além de eliminar antigos preconceitos. A situação torna-se ainda mais evidente quando os homens estão desempregados e são as mulheres que pagam as contas básicas da família. Conforme levantamento informal, em Ampére, o número de homens sem vínculo empregatício é maior do que o de mulheres. Para driblar as dificuldades, eles fazem bicos temporários e quando não há serviço, tornam-se donos de casa. O motivo para essa mudança de comportamento é a [...] Industrial Ltda., uma potência no setor de confecções que dá emprego a 1200 pessoas, das quais 80% são mulheres. Com a fábrica, famílias migraram do interior para a cidade. As mulheres abandonaram o posto de donas de casa ou de empregadas domésticas, aprendendo a apostar na capacidade de competição. (Costa, Ilza Costa. Papéis trocados. Gazeta do Povo,Curitiba, 01 out. 1999. p. 14.) O fenômeno da troca de papéis sociais, relatado no texto, ilustra a base da tese usada por Karl Marx (1818-1883) na explicação geral que formula sobre a relação entre a infraestruturae a supraestrutura na sociedade capitalista. Com base no texto e nos conhecimentos sobre essa tese de Karl Marx, é correto afirmar:
(UEL 2005) A indústria cultural não cessa de lograr seus consumidores quanto àquilo que está continuamente a lhes prometer. A promissória sobre o prazer, emitida pelo enredo e pela encenação, é prorrogada indefinidamente: maldosamente, a promessa a que afinal se reduz o espetáculo significa que jamais chegaremos à coisa mesma, que o convidado deve se contentar com a leitura do cardápio. [...] Cada espetáculo da indústria cultural vem mais uma vez aplicar e demonstrar de maneira inequívoca a renúncia permanente que a civilização impõe às pessoas. Oferecer-lhes algo e ao mesmo tempo privá-las disso é a mesma coisa. (ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 130-132.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre indústria cultural em Adorno e Horkheimer, é correto afirmar:
(UEL 2005) A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado, para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão, que esta pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho. (ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p.128.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre trabalho e lazer no capitalismo tardio, em Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: