(Uel 2006) “Desde o final do século XIX, impõe-se cada vez com mais força a outra tendência evolutiva que caracteriza o capitalismo tardio: a cientificação da técnica. No capitalismo sempre se registrou a pressão institucional para intensificar a produtividade do trabalho por meio da introdução de novas técnicas. As inovações dependiam, porém, de inventos esporádicos que, por seu lado, podiam sem dúvida ser induzidos economicamente, mas tinham ainda um caráter natural. Isso modificou-se, na medida em que a evolução técnica é realimentada com o progresso das ciências modernas. Com a investigação industrial de grande estilo, a ciência, a técnica e a revalorização do capital confluem num mesmo sistema. Entretanto, a investigação industrial associa-se a uma investigação nascida dos encargos do Estado, que fomenta em primeiro lugar o progresso científico e técnico no campo militar. Daí as informações refluem para as esferas da produção civil de bens.”
(HABERMAS, Jürgen. Técnica e ciência como ideologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1987. p. 72.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o capitalismo tardio, considere as afirmativas a seguir.
I. A espontaneidade e naturalidade dos inventos esporádicos bloquearam a produtividade no capitalismo.
II. No capitalismo tardio, há uma junção sistêmica entre a técnica, a ciência e a revalorização do capital.
III. No interior do capitalismo tardio, a técnica e a ciência são independentes e se desenvolvem em sentidos opostos.
IV. A produção civil de bens se apropria das informações geradas pela investigação industrial no campo militar.
Estão corretas apenas as afirmativas:
I e II.
II e IV.
III e IV.
I, II e III.
I, III e IV.