(Uel 2010) Leia o texto de Platão a seguir: Logo, desde o nascimento, tanto os homens como os animais têm o poder de captar as impressões que atingem a alma por intermédio do corpo. Porém relacioná-las com a essência e considerar a sua utilidade, é o que só com tempo, trabalho e estudo conseguem os raros a quem é dada semelhante faculdade. Naquelas impressões, por conseguinte, não é que reside o conhecimento, mas no raciocínio a seu respeito; é o único caminho, ao que parece, para atingir a essência e a verdade; de outra forma é impossível. (PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 80.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria do conhecimento de Platão, considere as afirmativas a seguir: I. Homens e animais podem confiar nas impressões que recebem do mundo sensível, e assim atingem a verdade. II. As impressões são comuns a homens e animais, mas apenas os homens têm a capacidade de formar, a partir delas, o conhecimento. III. As impressões não constituem o conhecimento sensível, mas são consideradas como núcleo do conhecimento inteligível. IV. O raciocínio a respeito das impressões constitui a base para se chegar ao conhecimento verdadeiro. Assinale a alternativa correta.
(UEL 2010) Na minha frente, ficamos nos olhando. Eu tambm danava agora, acompanhando o movimento dele. Assim: quadris, coxas, ps, onda que desce olhar para baixo, voltando pela cintura at os ombros, onda que sobe, ento sacudir os cabelos molhados, levantar a cabea e encarar sorrindo. Ele encostou o peito suado no meu. Tnhamos pelos, os dois. Os pelos molhados se misturavam. Ele estendeu a mo aberta, passou no meu rosto, falou qualquer coisa. O que, perguntei. Voc gostoso, ele disse. E no parecia bicha nem nada: apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o meu, que por acaso era de homem tambm. Eu estendi a mo aberta, passei no rosto dele, falei qualquer coisa. O que, perguntou. Voc gostoso, eu disse. Eu era apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o dele, que por acaso era de homem tambm. (Adaptado de: ABREU, C. F. Tera-feira gorda. In: . Morangos mofados. So Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 51.) A respeito da viso apresentada pelo conto, considere as afirmativas a seguir: I. A palavra bicha propicia o questionamento do narrador acerca de si mesmo. II. A palavra pelos um sinal de preconceito de gnero. III. O desejo sexual no est vinculado ao gnero do corpo. IV. O narrador, devido a sua sexualidade, coloca-se em posio de inferioridade. Assinale a alternativa correta.
(Uel 2010) Leia os textos a seguir: [...] a nossa escrevivncia [escrita das mulheres negras] no pode ser lida como histrias para ninar os da casa-grande e sim para incomod-los em seus sonos injustos. (EVARISTO, C. Da grafia-desenho de minha me, um dos lugares de nascimento de minha escrita. In ALEXANDRE, M. A. (Org.) Representaes performticas brasileiras: teorias, prticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Maza Edies, 2007. p. 21.) Descobria tambm que no bastava saber ler e assinar o nome. Da leitura era preciso tirar outra sabedoria. Era preciso autorizar o texto da prpria vida, assim como era preciso ajudar a construir a histria dos seus. E que era preciso continuar decifrando nos vestgios do tempo os sentidos de tudo que ficara para trs. E perceber que, por baixo da assinatura do prprio punho, outras letras e marcas havia. (EVARISTO, C. Ponci Vicncio. Belo Horizonte: Maza Edies, 2003. p. 127.) A partir das consideraes dos dois textos, correto afirmar:
(Uel 2010) Leia o texto a seguir:Ao empreender a análise da estrutura e dos limites do conhecimento, Kant tomou a física e a mecânica celeste elaboradas por Newton como sendo a própria ciência. Entretanto, era preciso salvá-la do ceticismo de Hume quanto à impossibilidade de fundamentar as inferências indutivas e de alcançar um conhecimento necessário da natureza.Com base no pensamento de David Hume acerca do entendimento humano, é correto afirmar:
(UEL - 2010) Poema obsceno 1 Faam a festa 2 cantem e dancem 3 que eu fao o poema duro 4 o poema-murro 5 sujo 6 como a misria brasileira 7 No se detenham: 8 faam a festa 9 Bethnia Martinho 10 Clementina 11 Estao Primeira de Mangueira Salgueiro 12 gente de Vila Isabel e Madureira 13 todos 14 faam 15 a nossa festa 16 enquanto eu soco este pilo 17 este surdo 18 poema 19 que no toca no rdio 20 que o povo no cantar 21 (mas que nasce dele) 22 No se prestar a anlises estruturalistas 23 No entrar nas antologias oficiais 24 Obsceno 25 como o salrio de um trabalhador aposentado 26 o poema 27 ter o destino dos que habitam o lado escuro do pas 28 e espreitam. (GULLAR, F. Toda poesia. So Paulo: Crculo do Livro, s. d. p. 338.) Considerando os recursos de composio do poema, assinale a alternativa correta.
(UEL - 2010) Poema obsceno 1 Faam a festa 2 cantem e dancem 3 que eu fao o poema duro 4 o poema-murro 5 sujo 6 como a misria brasileira 7 No se detenham: 8 faam a festa 9 Bethnia Martinho 10 Clementina 11 Estao Primeira de Mangueira Salgueiro 12 gente de Vila Isabel e Madureira 13 todos 14 faam 15 a nossa festa 16 enquanto eu soco este pilo 17 este surdo 18 poema 19 que no toca no rdio 20 que o povo no cantar 21 (mas que nasce dele) 22 No se prestar a anlises estruturalistas 23 No entrar nas antologias oficiais 24 Obsceno 25 como o salrio de um trabalhador aposentado 26 o poema 27 ter o destino dos que habitam o lado escuro do pas 28 e espreitam. (GULLAR, F.Toda poesia. So Paulo: Crculo do Livro, s. d. p. 338.) Os poemas de Ferreira Gullar se caracterizam por seu engajamento social. Assim, em relao ao eu lrico, considere as afirmativas a seguir: I. Solidariza com os trabalhadores e os miserveis. II. Considera o carnaval uma festa popular. III. Defende a revoluo subterrnea. IV. Critica os cantores populares. Assinale a alternativa correta.
(UEL - 2010) Observe a tira e leia o texto a seguir: Mas h um enganador, no sei quem, sumamente poderoso, sumamente astucioso que, por indstria, sempre me engana. No h dvida, portanto, de que eu, eu sou, tambm, se me engana: que me engane o quanto possa, nunca poder fazer, porm, que eu nada seja, enquanto eu pensar que sou algo. De sorte que, depois de ponderar e examinar cuidadosamente todas as coisas preciso estabelecer, finalmente, que este enunciado eu, eu sou, eu, eu existo necessariamente verdadeiro, todas as vezes que por mim proferido ou concebido na mente. (DESCARTES, R. Meditaes sobre Filosofia Primeira. Traduo, nota prvia e reviso de Fausto Castilho. Campinas: Unicamp, 2008, p. 25.) Com base na tira e no texto, sobre o cogito cartesiano, correto afirmar:
(Uel 2010) Marte é o Futuro O pouso na Lua não foi só o ápice da corrida espacial. Foi também o passo inicial do turbocapitalismo que dominaria as três décadas seguintes. Dependente, porém, de matérias-primas do século 19: aço, carvão, óleo. 5Lançar-se ao espaço implicava algum reconhecimento dos limites da Terra. Ela era azul, mas finita. Com o império da tecnociência, ascendeu também sua nêmese, o movimento ambiental. Fixar Marte como objetivo para dentro de 20 ou 30 anos, hoje, parece 2tão louco quanto chegar à Lua em dez, como determinou John F. Kennedy. 6Não há um imperialismo visionário como ele à vista, e isso é bom. 7A ISS (estação espacial internacional) representa a prova viva de que certas metas só podem ser alcançadas pela humanidade como um todo, não por 1nações forjadas no tempo das caravelas. 8Marte é o futuro da humanidade. 9Ele nos fornecerá a experiência vívida e a imagem perturbadora de um planeta devastado, inabitável. Destino certo da Terra em vários milhões de anos. 3Ou, mais provável, em poucas décadas, 4se prosseguir o saque a descoberto da energia fóssil pelo hipercapitalismo globalizado, inflando a bolha ambiental. (Adaptado de: LEITE, M. Caderno Mais!. Folha de São Paulo. São Paulo, domingo, 26 jul. 2009. p. 3.) Nas expressões dos trechos [...] tão louco quanto chegar à Lua em dez [...] (ref. 2) Ou, mais provável, em poucas décadas... (ref. 3) [...] se prosseguir o saque a descoberto da energia fóssil [...] (ref. 4) os termos grifados têm a função de representar, respectivamente, as noções de:
(Uel 2010) Observe a frase: Os deputados decidiram errar onde no poderiam e assinale a alternativa que corresponde ao uso correto do termo onde. O labirinto da internet Um paradoxo da cultura contempornea a incapacidade da maioria dos polticos de entender a comunicao poltica. Essa disfuno provoca, muitas vezes, resultados trgicos. o caso da lei votada pela Cmara dos Deputados para regular o uso da internet nas eleies. Se aprovada sem mudanas pelo Senado, vai provocar um forte retrocesso numa rea em que o Brasil, quase milagrosamente, se destaca no mundo sua legislao de comunicao eleitoral. Sim, a despeito da m vontade de alguns e, a partir da, de certos equvocos interpretativos, o Brasil tem uma das mais modernas legislaes de comunicao eleitoral do mundo. O nosso modelo de propaganda gratuita, via renncia fiscal, to conceitualmente poderoso que se sobressai a alguns anacronismos da lei, como o excesso de propaganda partidria em anos no eleitorais ou a ridcula proibio de imagens externas em comerciais de TV. Os deputados decidiram errar onde no poderiam. Mas era um erro previsvel. A internet o meio mais perturbador que j surgiu na comunicao. Para ns da rea, ela abre fronteiras to imprevisveis edesconcertantes como foram a Teoria da Relatividade para a fsica, a descoberta do cdigo gentico para a biologia, o inconsciente para a psicologia ou a atonalidade para a msica. Na comunicao poltica, a internet rota ainda difcil de navegar. [...] Desde sua origem nas cavernas, o modo de expresso poltica tem dado pulos evolutivos sempre que surge um novo meio. [...] Foram enormes os pulos causados pela imprensa, pelo rdio, pelo cinema e pela TV na forma e no modo de fazer poltica. Mas nada perto dos efeitos que trar a internet. No s por ser uma multimdia de altssima concentrao, mas tambm porque sua capilaridade e interatividade planetria faro dela no apenas uma transformadora das tcnicas de induo do voto, mas o primeiro meio na histria a mudar a maneira de votar. Ou seja, vai transformar o formato e a cara da democracia. No futuro, o eleitor no vai ser apenas persuadido, por meio da internet, a votar naquele ou naquela candidata. Ele simplesmente vai votar pela internet de forma contnua e constante. (Adaptado de: SANTANA, Joo. O labirinto da internet. Disponvel em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2007200909.htm. Acesso em: 20 jul. 2009).
(UEL -2010/ Adaptada) As condies de bem-estar e de comodidade nos grandes centros urbanos so reconhecidamente precrias por causa, sobretudo, da densa concentrao de habitantes num espao que no foi planejado para aloj-los. Com isso, praticamente todos os polos das estruturas urbanas ficam afetados: o trnsito lento; os transportes coletivos, insuficientes; os estabelecimentos de prestao de servios, ineficazes. Um exemplo disso So Paulo, s sete da noite. O trnsito caminha lento e nervoso. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta de mesas. Luzes de tons plidos incidem sobre o cinza dos prdios. De repente, uma escurido total cai sobre todos como uma espessa lona opaca de um grande circo. Os veculos acendem os faris altos, insuficientes para substituir a iluminao anterior. Em pouco tempo, as ruas ficam desertas, o medo paira no ar... Tomando como exemplo o trecho Um exemplo disso So Paulo, s sete da noite, em relao ao uso da crase em lngua portuguesa, correto afirmar: I. Usa-se crase quando h contrao da preposio a com artigo definido feminino a. II. Seu uso ser facultativo na indicao de horas e nas locues adverbiais femininas. III. No se usa crase antes de verbos e de pronomes pessoais do caso oblquo. IV. Usa-se crase nas locues formadas de elementos repetidos. Assinale a alternativa correta.
(UEL) O mapa a seguir representa a regio metropolitana de So Paulo ligada aos municpos de seu entorno, sendo esse mosaico de cidades formado por um grande emaranhado de elementos naturais e antrpicos. Com base no mapa, responda questo. Assinale a alternativa que corretamente caracteriza o fenmeno urbano que o mapa aponta.
(UEL - 2010) Sobre a sociedade do século XX é correto afirmar:
(Uel 2010) FOLHA Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes. (Adaptado de: GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm. Acesso em: 26 jul. 2009). Assinale o período em que ocorre a mesma relação de sentido indicada pelos termos destacados em Quanto maior a escolarização, maior a participação política..
(Uel 2010) Leia o texto de Aristóteles a seguir: Uma vez que o poeta é um imitador, como um pintor ou qualquer outro criador de imagens, imita sempre necessariamente uma das três coisas possíveis: ou as coisas como eram ou são realmente, ou como dizem e parecem, ou como deviam ser. E isto exprime-se através da elocução em que há palavras raras, metáforas e muitas modificações da linguagem: na verdade, essa é uma concessão que fazemos aos poetas. ARISTÓTELES. Poética. Tradução e Notas de Ana Maria Valente. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2004. p. 97. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estética de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir: O poeta pode imitar a realidade como os pintores e, para isso, deve usar o mínimo de metáforas e priorizar o acesso às ideias inteligíveis. O poeta pode imitar tendo as coisas presentes e passadas por referência, mas não precisa se ater a esses fatos apenas. O poeta pode imitar as coisas considerando a opinião da maioria e pode também elaborar fatos usando várias formas de linguagem. O poeta pode imitar as coisas ponderando o que as pessoas dizem sobre os fatos, mesmo que não haja certeza sobre eles. Assinale a alternativa correta.
(UEL -2010) Leia o texto de Maquiavel a seguir: [Todo prncipe prudente deve] no s remediar o presente, mas prever os casos futuros e preveni-los com toda a percia, de forma que se lhes possa facilmente levar corretivo, e no deixar que se aproximem os acontecimentos, pois deste modo o remdio no chega a tempo, tendo-se tornado incurvel a molstia. [...] Assim se d com o Estado: conhecendo-se os males com antecedncia o que no dado seno aos homens prudentes, rapidamente so curados [...] (MAQUIAVEL, N. O Prncipe: Escritos polticos. So Paulo: Nova cultural, 1991, p.12.) Nas aes de todos os homens, mxime dos prncipes, onde no h tribunal para recorrer, o que importa o xito bom ou mau. Procure, pois, um prncipe, vencer e conservar o Estado. Os meios que empregar sero sempre julgados honrosos e louvados por todos, porque o vulgo levado pelas aparncias e pelos resultados dos fatos consumados. (MAQUIAVEL, N. O Prncipe: Escritos polticos. So Paulo: Nova cultural, 1991, p.75.) Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da polaridade entre virt e fortuna na ao poltica e suas implicaes na moralidade pblica, considere as afirmativas a seguir: I. A virt refere-se capacidade do prncipe de agir com astcia e fora em meio fortuna, isto , contingncia e ao acaso nas quais a poltica est imersa, com a finalidade de alcanar xito em seus objetivos. II. A fortuna manifesta o destino inexorvel dos homens e o carter imutvel de todas as coisas, de modo que a virt do prncipe consiste em agir consoante a finalidade do Estado ideal: a felicidade dos sditos. III. A virt implica a adeso sincera do governante a um conjunto de valores morais elevados, como a piedade crist e a humildade, para que tenha xito na sua ao poltica diante da fortuna. IV. O exerccio da virt diante da fortuna constitui a lgica da ao poltica orientada para a conquista e a manuteno do poder e manifesta a autonomia dos fins polticos em relao moral preestabelecida. Assinale a alternativa correta.