(UEL 2015 - 2a fase) Leia o texto a seguir.
Ao que parece, é a partir de 1902 que o nome de Apaches passa a ser empregado para designar um bando de jovens cujos delitos faziam Belleville [França] tremer. A paternidade dessa transição é controversa: para uns, invenção de jornalista, para outros, resposta de policial indignado, para outros, ainda, o vocábulo seria escolha dos próprios jovens, acostumados a batizar seus grupos com nomes coletivos e simbólicos. No sentido estrito, original, Apache designa os “jovens malandros dos subúrbios”. O Apache está ligado à grande cidade, mais precisamente à Paris popular dos bairros de periferia. A sedução que exercem os Apaches também é a da Capital. Quando Le Journal ou Le Matin, em 1907, noticiam diariamente seus delitos, é em uma coluna com a rubrica Paris-Apache. Para a juventude, não se prevê realmente nada, afora o serviço militar e, para os recalcitrantes, os batalhões disciplinares. Muitos veem no exército a forma de captar “qualidades guerreiras mal empregadas” e de domar os rebeldes impenitentes, enviados para as primeiras linhas quando vier a guerra. A Guerra: viúva suprema.
(Adaptado de: PERROT, M. Os Excluídos da História: operários, mulheres e prisioneiros. 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. p.315-316 e p.332.)
Nesse texto, a historiadora francesa Michelle Perrot refere-se aos grupos de jovens considerados delinquentes conhecidos pelo nome de Apaches e que se tornaram célebres pela violência atribuída aos seus atos. Com base no texto e nos conhecimentos a respeito da história contemporânea,
a) cite e analise um evento similar ao mencionado no texto em relação a outro grupo social na história recente do Brasil;
b) analise e explique a posição de Michelle Perrot com relação à solução encontrada pelo Estado francês para disciplinar a juventude considerada fora dos padrões da sociedade.