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Questões de Português - UEL 2018 | Gabarito e resoluções

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Questão 18
2018Português

(UEL 2018 - 2a fase) Leia o trecho a seguir, retirado do livro O Ateneu, e responda às questões de 17 a 20. 1 Tínhamos lutado em silêncio, sem que nada mais se ouvisse do que os encontrões pelo soalho. No corredor, 2 entretanto, vimos Aristarco que chegava como em socorro. Bento Alves passou; imobilizou-o com o olhar sem 3 vista, esgazeado, medonho, de quem acaba de perpetrar um homicídio e desapareceu, trôpego, manchado 4 de pó, lábios inflamados, desordem nos cabelos. 5 Aristarco veio sobre mim. Que explicasse a briga! Eu estava como o adversário, empoeirado e sujo como de 6 rolar sobre escarros. 7 Respondi-lhe com violência. 8 Insolente! rugiu o diretor. Com uma das mãos prendendo-me a blusa, a estalar os botões, com a outra pela 9 nuca, ergueu-me ao ar e sacudiu. Desgraçado! desgraçado, torço-te o pescoço! Bandalhozinho impudente! 10 Confessa-me tudo ou mato-te. 11 Em vez de confessar, segurei-lhe o vigoroso bigode. Fervia-me ainda a excitação do primeiro combate; não 12 podia olhar conveniências de respeito. Esperneei, contorci-me no espaço como um escorpião pisado. O 13 diretor arremessou-me ao chão. E, modificando o tom, falou: Sérgio! ousaste tocar-me! 14 Fui primeiro tocado! repliquei fortemente. 15 Criança! feriste um velho! 16 Reparei que havia no chão fios brancos de bigode. 17 Fui vilmente injuriado, disse. 18 Ah! meu filho, ferir a um mestre é como ferir ao próprio pai, e os parricidas serão malditos. 19 O tom comovido deste final inesperado impressionou-me até o íntimo dalma. Estava vencido. Fiquei por um 20 minuto horrorizado de mim mesmo. De volta do atordoamento, achei-me só no corredor. A saída dramática 21 do diretor aumentou-me ainda remorsos. Houve uma reação de esforço moral e desatei nervosamente em 22 pranto, chorei a valer, amparando-me ao peitoril de uma janela. 23 Contava certo com um castigo excepcional, uma cominação qualquer do célebre código do arbítrio, em artigo 24 cujo grau mínimo fosse a expulsão solene. 25 Esperei um dia, dois dias, três: o castigo não veio. Soube que Bento Alves despedira-se do Ateneu na mesma 26 tarde do extraordinário desvario. Acreditei algum tempo que a minha impunidade era um caso especial do 27 afamado sistema das punições morais e que Aristarco delegara ao abutre da minha consciência o encargo 28 da sua justiça e desafronta. Hoje penso diversamente: não valia a pena perder de uma vez dois pagadores 29 prontos, só pela futilidade de uma ocorrência, desagradável, não se duvida, mas sem testemunhas. 30 O caso morreu em segredo de discrição, encontrando-nos eu e o diretor num conchavo bilateral de reserva, 31 como se nada houvesse. (POMPEIA, Raul. O Ateneu. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 200-202). Acerca das relações entre o romance e os estilos de época, considere as afirmativas a seguir. I. O desmascaramento de Aristarco como um adulto que deixa de se guiar apenas pela retidão reflete o vínculo do romance com o Realismo. II. O destemor do protagonista diante de colegas que representam a perversidade e sua ausência de nobreza perante autoridades aproximam o romance do Romantismo. III. Os remorsos do protagonista e sua convicção no arrependimento, após o atrito com o diretor, mostram a identificação do romance com o Naturalismo. IV. A representação do ambiente escolar como local em que a justiça é superada por interesses financeiros remete o romance à focalização de valores conforme certas práticas da ficção modernista. Assinale a alternativa correta.

Questão 20
2018Português

(UEL 2018 - 2a fase) Leia o trecho a seguir, retirado do livro O Ateneu, e responda às questões de 17 a 20. 1 Tínhamos lutado em silêncio, sem que nada mais se ouvisse do que os encontrões pelo soalho. No corredor, 2 entretanto, vimos Aristarco que chegava como em socorro. Bento Alves passou; imobilizou-o com o olhar sem 3 vista, esgazeado, medonho, de quem acaba de perpetrar um homicídio e desapareceu, trôpego, manchado 4 de pó, lábios inflamados, desordem nos cabelos. 5 Aristarco veio sobre mim. Que explicasse a briga! Eu estava como o adversário, empoeirado e sujo como de 6 rolar sobre escarros. 7 Respondi-lhe com violência. 8 Insolente! rugiu o diretor. Com uma das mãos prendendo-me a blusa, a estalar os botões, com a outra pela 9 nuca, ergueu-me ao ar e sacudiu. Desgraçado! desgraçado, torço-te o pescoço! Bandalhozinho impudente! 10 Confessa-me tudo ou mato-te. 11 Em vez de confessar, segurei-lhe o vigoroso bigode. Fervia-me ainda a excitação do primeiro combate; não 12 podia olhar conveniências de respeito. Esperneei, contorci-me no espaço como um escorpião pisado. O 13 diretor arremessou-me ao chão. E, modificando o tom, falou: Sérgio! ousaste tocar-me! 14 Fui primeiro tocado! repliquei fortemente. 15 Criança! feriste um velho! 16 Reparei que havia no chão fios brancos de bigode. 17 Fui vilmente injuriado, disse. 18 Ah! meu filho, ferir a um mestre é como ferir ao próprio pai, e os parricidas serão malditos. 19 O tom comovido deste final inesperado impressionou-me até o íntimo dalma. Estava vencido. Fiquei por um 20 minuto horrorizado de mim mesmo. De volta do atordoamento, achei-me só no corredor. A saída dramática 21 do diretor aumentou-me ainda remorsos. Houve uma reação de esforço moral e desatei nervosamente em 22 pranto, chorei a valer, amparando-me ao peitoril de uma janela. 23 Contava certo com um castigo excepcional, uma cominação qualquer do célebre código do arbítrio, em artigo 24 cujo grau mínimo fosse a expulsão solene. 25 Esperei um dia, dois dias, três: o castigo não veio. Soube que Bento Alves despedira-se do Ateneu na mesma 26 tarde do extraordinário desvario. Acreditei algum tempo que a minha impunidade era um caso especial do 27 afamado sistema das punições morais e que Aristarco delegara ao abutre da minha consciência o encargo 28 da sua justiça e desafronta. Hoje penso diversamente: não valia a pena perder de uma vez dois pagadores 29 prontos, só pela futilidade de uma ocorrência, desagradável, não se duvida, mas sem testemunhas. 30 O caso morreu em segredo de discrição, encontrando-nos eu e o diretor num conchavo bilateral de reserva, 31 como se nada houvesse. (POMPEIA, Raul. O Ateneu. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 200-202). É evidente, no penúltimo parágrafo do trecho transcrito, a presença de dois tempos: o tempo da história e o tempo do discurso. Assinale a alternativa correta quanto a estes tempos.

Questão
2018Português

(UEL 2018 - 2a fase)Leia a reportagem a seguir. Cristiano Machado, 29 anos de idade, capricha na caligrafia e enfeita as cartas com desenhos. As mensagens são escritas na cela que divide com outros rapazes na Penitenciária 3 de Hortolândia (100 km de SP), de onde espera sair no final deste ano. Até lá, tentará conquistar alguém que aceite dar fim a sete anos de isolamento afetivo com uma visita à unidade prisional. Nas mensagens, ele busca uma mulher fiel e sincera e que acredite na recuperação dele, preso desde 2010 por roubo. Cansei dessa vida que levo desde os 11 anos. A dica do correio do amor veio de um colega de detenção, que arranjou uma namorada por meio da seção. Como seduzir alguém em uma situação tão adversa? Tem que mandar bonito nas cartas. Trocar aquela ideia para convencer ela a vir e mostrar que a gente é capaz de mudar, disse ele, ao receber a Folha no presídio. Sorriso no rosto e com algemas, diz que teve respostas às missivas, mas nenhuma visita. As cartas dos privados de liberdade são as que mais me emocionam. São pessoas que se sentem muito solitárias e, às vezes, procuram apenas uma companhia, diz Lara Pires, uma das jornalistas responsáveis pela seção. Antes de voltar à cela, o rapaz que cursou até a 7 série escreve um novo texto para que a reportagem entregue ao jornal. Não tem mulher ideal, não tem modelo. Pode ser feia, bonita, gorda, velha. Sendo sincera, ótimo. Adaptado de: À espera de uma visita, presidiário escreve bonito. In. CORREIO do namoro atrai de viúva exigente a presidiário carente em busca de novo amor. Folha de S. Paulo, Cotidiano, B6. 12 jun. 2017. O trecho Tem que mandar bonito nas cartas. Trocar aquela ideia para convencer ela a vir e mostrar que a gente é capaz de mudar apresenta marcas de informalidade. Reescreva-o de modo a eliminar essas marcas sem alterar o seu sentido original.

Questão
2018Português

(UEL 2018 - 2a fase) Leia os trechos a seguir, retirados do conto Saíde, o Lata de Água, de Mia Couto. Entrou em casa e fechou a porta. A mão ficou no trinco, distraída, enquanto ele passeava os olhos naquele vazio. Lembrou-se dos tempos em que a encontrou: foram bonitos os dias de Júlia Timane! (p.88) Sentiu a força do vento na porta e acordou da lembrança. Sempre que se recordava trabalhavam facas dentro da alma. Estava proibido de ir ao passado. E tudo por causa de Júlia, raio de mulher. Fechou a porta com a decisão da fúria. (p.90) (COUTO, M. Saíde, o Lata de Água. In. Vozes anoitecidas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.) Esses dois fragmentos abrem e fecham uma parte do conto que corresponde à rememoração do protagonista Saíde. Neste instante de rememoração, são narrados fatos que dizem respeito a segredos guardados pelo protagonista. Após esse momento, na etapa do conto que caminha para o desfecho, ocorre uma revelação. Com base nesses fragmentos e nessa afirmação, responda aos itens a seguir. a) Qual é a revelação feita a um personagem e ao leitor no final do conto? b) Por que o protagonista mantém uma versão falsa em segredo perante a população?

Questão
2018Português

(Uel 2018) Leia o texto e observe a figura a seguir. Para Tadeusz Kantor (Polônia, 1915-1990), nada expressa melhor a vida do que a ausência de vida, sendo a morte um processo que está muito distante do religioso-sobrenatural. Ela é a condição finita da temporalidade que fundamenta o sentido da existência e que permeia o tempo todo a vida humana. Em sua concepção, o teatro se constrói na ação e não pelo aparato de reprodução literária. Um texto dramático, não fechado, não conclusivo. (Adaptado de: CINTRA, W. F. A. A morte como poética no teatro de Tadeusz Kantor. In: VI Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas, 2010.) Com base no texto, na figura e nos conhecimentos sobre o teatro, na relação entre obra e contexto e na arte contemporânea, considere as afirmativas a seguir. I. A proposição teatral de Kantor se dá de acordo com a ideia de mimesis e, para ele, a função do teatro é demonstrar, a partir da definição das personagens e das suas falas, o modo como o homem e a arte se constituem na vida cotidiana. II. É perceptível, na disposição dos objetos em cena e dos atores, o modo como o autor evoca o sentido de vida e morte, intensificado pela atmosfera criada por esses elementos. III. A concepção teatral de Kantor considera o texto não como determinante de toda ação, mas como guia; nesse sentido, o processo de construção da peça é um fator importante, ficando de lado a representação da vida e, em jogo, sua presentificação. IV. Em A classe morta, a morte é elevada à condição de elemento estético e, como elemento, constitui um processo criativo que nada tem de sobrenatural e se institui como realidade sensível. Assinale a alternativa correta.

Questão
2018Português

(UEL 2018 - 2a fase) Leia os fragmentos a seguir, retirados do livro A hora da estrela, de Clarice Lispector. Pois a datilógrafa não quer sair de meus ombros. Logo eu que constato que a pobreza é feia e promíscua. Por isso não sei se minha história vai ser ser o quê? Não sei de nada, ainda não me animei a escrevê-la. Terá acontecimentos? Terá. Mas quais? Também não sei. Não estou tentando criar em vós uma expectativa aflita e voraz: é que realmente não sei o que me espera, tenho um personagem buliçoso nas mãos e que me escapa a cada instante querendo que eu o recupere. (p.22) [...] Vejo agora que esqueci de dizer que por enquanto nada leio para não contaminar com luxos a simplicidade de minha linguagem. Pois como eu disse a palavra tem que se parecer com a palavra, instrumento meu. Ou não sou um escritor? Na verdade sou mais ator porque, com apenas um modo de pontuar, faço malabarismos de entonação, obrigo o respirar alheio a me acompanhar o texto. (p.23) que ela era incompetente. Incompetente para a vida. Faltava-lhe o jeito de se ajeitar. Só vagamente tomava conhecimento da espécie de ausência que tinha de si em si mesma. Se fosse criatura que se exprimisse diria: o mundo é fora de mim, eu sou fora de mim. (Vai ser difícil escrever esta história. Apesar de eu não ter nada a ver com a moça, terei que me escrever todo através dela por entre espantos meus. Os fatos são sonoros mas entre os fatos há um sussurro. É o sussurro o que me impressiona.) (p.24) Faltava-lhe o jeito de se ajeitar. Tanto que (explosão) nada argumentou em seu próprio favor quando o chefe da firma de representante de roldanas avisou-lhe com brutalidade (brutalidade essa que parecia provocar com sua cara de tola, que pedia tapa), com brutalidade que só ia manter no emprego Glória, sua colega, porque quanto a ela, errava demais na datilografia, além de sujar invariavelmente o papel. Isso disse ele. (p.24-25) (LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.) Quais são as diferenças entre os fragmentos do primeiro bloco (p.22 e p.23) e os do segundo bloco (p.24 e p.24-25) quanto à relação entre o narrador e o que está sendo narrado? Exemplifique com passagens do texto.

Questão
2018Português

(UEL 2018 - 2a fase) Leia os excertos a seguir, retirados da crônica Verdades e mentiras sobre as mães, de Martha Medeiros. Mãe é mãe: mentira. Mãe foi mãe, mas faz um tempão. Agora mãe é jogadora de basquete, é top model, é atriz, é superstar. Mãe, além disso, é pediatra, cozinheira, lavadeira, psicóloga, motorista. Também é política, tirana, ditadora, não tem outro jeito. Mãe é pai. Sustenta a casa, fuma charuto e está jogando um bolão. Mãe é irmã: empresta as roupas, vai a shows de rock e disputa namorado com a filha. Mãe é avó: pode ter um neto da mesma idade que seu filho. Mãe é deputada, é sem-terra, é destaque em escola de samba, é guarda de trânsito, é campeã de aeróbica. Só não é santa, casta e pura, a não ser que você acredite em milagres. Mãe foi mãe, agora é mãe também. [...] Mamãe eu quero: verdade. Você pode não querer ser uma, mas não conheço ninguém que não queira a sua. Maio de 1996 (Adaptado de: MEDEIROS, M. Verdades e mentiras sobre as mães. In. Topless. Porto Alegre: LPM, 2015. p.58-60.) Com base nos excertos e na leitura da crônica, responda aos itens a seguir. a) Explique o período Mãe foi mãe, agora é mãe também. b) Explique as diferenças no uso dos pronomes você e ninguém, no período Você pode não querer ser uma, mas não conheço ninguém que não queira a sua.

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