(UEL 2018 - 2a fase) Leia a reportagem a seguir.
Cristiano Machado, 29 anos de idade, capricha na caligrafia e enfeita as cartas com desenhos. As mensagens são escritas na cela que divide com outros rapazes na Penitenciária 3 de Hortolândia (100 km de SP), de onde espera sair no final deste ano. Até lá, tentará conquistar alguém que aceite dar fim a sete anos de isolamento afetivo com uma visita à unidade prisional. Nas mensagens, ele busca uma mulher “fiel e sincera” e que acredite na recuperação dele, preso desde 2010 por roubo. “Cansei dessa vida que levo desde os 11 anos.” A dica do correio do amor veio de um colega de detenção, que arranjou uma namorada por meio da seção. Como seduzir alguém em uma situação tão adversa? “Tem que mandar bonito nas cartas. Trocar aquela ideia para convencer ela a vir e mostrar que a gente é capaz de mudar”, disse ele, ao receber a Folha no presídio. Sorriso no rosto e com algemas, diz que teve respostas às missivas, mas nenhuma visita. “As cartas dos privados de liberdade são as que mais me emocionam. São pessoas que se sentem muito solitárias e, às vezes, procuram apenas uma companhia”, diz Lara Pires, uma das jornalistas responsáveis pela seção. Antes de voltar à cela, o rapaz que cursou até a 7ª série escreve um novo texto para que a reportagem entregue ao jornal. “Não tem mulher ideal, não tem modelo. Pode ser feia, bonita, gorda, velha. Sendo sincera, ótimo.”
Adaptado de: À espera de uma visita, presidiário escreve bonito. In. “CORREIO do namoro” atrai de viúva exigente a presidiário carente em busca de novo amor.
Folha de S. Paulo, Cotidiano, B6. 12 jun. 2017.
O trecho “Tem que mandar bonito nas cartas. Trocar aquela ideia para convencer ela a vir e mostrar que a gente é capaz de mudar” apresenta marcas de informalidade. Reescreva-o de modo a eliminar essas marcas sem alterar o seu sentido original.