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(UFPR - 2015- 2 FASE)Normalmente o cientista um so

(UFPR - 2015 - 2ª FASE)

Normalmente o cientista é um solucionador de quebra-cabeças como um jogador de xadrez, e a adesão induzida pela educação é o que lhe dá as regras do jogo que se pratica no seu tempo. Na ausência delas, ele não seria um físico, um químico ou o que quer que fosse aquilo para que fosse preparado (p. 25). [...] As regras fornecidas pelo paradigma não podem então ser postas em questão, uma vez que sem essas regras não haveria quebra-cabeças para resolver. Não há, portanto, dúvidas de que os problemas (ou quebra-cabeças), pelos quais o praticante da ciência madura normalmente se interessa, pressupõem a adesão profunda a um paradigma. E é uma sorte que essa adesão não seja abandonada com facilidade. A experiência mostra que, em quase todos os casos, os esforços repetidos, quer do indivíduo, quer do grupo profissional, acabam finalmente por produzir, dentro do âmbito do paradigma, uma solução mesmo para os problemas mais difíceis. Esta é uma das maneiras pela qual avança (p. 49-50). [...] Porém, essa imagem da investigação científica como resolução de quebra-cabeças ou ajustamento de paradigmas deve estar, em última análise, bastante incompleta. [...] Embora o cientista não se esforce normalmente por inventar novos tipos de teorias fundamentais, tais teorias com frequência têm surgido da prática continuada da investigação. [...] Para ele trata-se de alterar as regras do jogo e qualquer alteração de regras é intrinsecamente subversiva. Esse elemento subversivo torna-se, claro está, mais aparente em inovações teóricas de grande importância, como as associadas aos nomes de Copérnico, Lavoisier ou Einstein. [...] O que se segue é que, se a atividade normal de solucionar quebra-cabeças tivesse sempre êxito, o desenvolvimento da ciência não poderia conduzir a qualquer tipo de inovação fundamental (p. 51).

(KUHN, Thomas. “A função do dogma na investigação científica”. Disponível em: .)

Em 08/12/2014, o jornal Gazeta do Povo anunciou, em uma de suas manchetes: “Espaçonave fará imagens da superfície de Plutão”. Nela, era afirmado que certo cientista acreditava que na superfície de Plutão poderiam ser encontradas crateras e montanhas, visto que, com o conhecimento que tinham, elas eram evidentes. Alguns meses depois, em 17/07/2015, uma nova manchete confirma a previsão: “Sonda envia imagens de montanhas em Plutão”. Vários jornais do mundo divulgaram os avanços das imagens obtidas do astro. Uma delas, publicada pelo jornal The Guardian, em 12/07/2015, mostra a evolução delas ao longo dos anos:

Do episódio tal como descrito acima, pode-se dizer que ele representa um desenvolvimento da ciência normal/madura ou uma revolução científica? Quais são as principais características desse período da ciência?