(Ufsm 2014) A literatura romântica é conhecida por representar as doenças da alma. O poeta romântico não tenta controlar, esconder seus sentimentos, como fazia o poeta clássico. Ao contrário, ele confessa seus conflitos mais íntimos. Por isso, predominam no Romantismo o desespero, a aflição, a instabilidade, a sensação de desamparo que leva a maioria dos poetas a pensar na morte, como acontece no fragmento do poema Mocidade e morte, de Castro Alves:
E eu sei que vou morrer... dentro em meu peito
Um mal terrível me devora a vida:
Triste Ahasverus*, que no fim da estrada,
Só tem por braços uma cruz erguida.
Sou o cipreste, qu'inda mesmo flórido,
Sombra de morte no ramal encerra!
Vivo - que vaga sobre o chão da morte,
Morto - entre os vivos a vagar na terra.
*Ahasverus: Jesus ter-lhe-ia amaldiçoado, condenando-o a vagar pelo mundo sem nunca morrer.
Qual o estado sentimental do sujeito lírico nessa estrofe?
Sente-se muito próximo da morte, devido aos males causados por uma grave doença física.
Deseja a morte, pois só na eternidade seria capaz de encontrar a paz do espírito.
Sente-se muito próximo da morte, devido à tristeza profunda que lhe devora a alma.
Sente-se totalmente morto, pois não lhe resta nenhum sinal de vida.
Sente-se muito próximo da morte, pois não é capaz de lutar pela vida.