(UFU - 2016 - 1ª FASE)
Mas o objetivo da produção, mesmo com meios modestos, não era um fim abstrato como hoje, mas prazer e ócio. Esse conceito antigo e medieval de ócio não deve ser confundido com o conceito moderno de tempo livre. Isso porque o ócio não era uma parcela da vida separada do processo de atividade remunerada, antes estava presente, por assim dizer, nos poros e nos nichos da própria atividade produtiva.
KURZ, Robert. A expropriação do tempo. Folha de São Paulo, 3 jan.1999. p. 5 (Adaptado).
A noção de tempo livre assumiu uma qualidade positiva distinta daquela de ócio, em função de estar articulada a um conjunto de transformações socioeconômicas, localizadas a partir de fins da Idade Média, e que se caracterizava
pelo incremento da produção agrícola para o mercado interno, responsável pelo chamado renascimento feudal do século XV.
pela crescente mercantilização das terras da Igreja, cada vez mais alinhada com as modernas concepções sobre o trabalho.
pela descentralização político-administrativa das emergentes monarquias nacionais, fator de estímulo para o crescimento da produção mercantil
pela aceleração das atividades urbanas e comerciais, com o crescimento da produção mercantil e das camadas burguesas da sociedade.