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(UNB/PAS - 2018 - 3 ETAPA)Texto IAs cinzas do Muse

(UNB/PAS - 2018 - 3ª ETAPA)

 

Texto I

As cinzas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, consumido pelas chamas na noite de 2 de setembro de 2018, são mais do que restos de fósseis, cerâmicas e espécimes raros. O museu abrigada entre suas mais de 20 milhões de peças os esqueletos com as respostas para perguntas que ainda não haviam sido respondidas - ou sequer feitas - por pesquisadores brasileiros. E pode ter calado para sempre palavras e cantos indígenas ancestrais, de línguas que não existem mais no mundo. Nos corredores e armários do Museu Nacional estavam guardaddos fósseis que trazem a hipótese dos ameríndios serem descendentes diretos de povos polinésios. São cerca de 40 esqueletos de índios botocudos, grupo já extinto, dadatos do período de contato com os portugueses. Trata-se de um material que não existe em nenhum outro museu do mundo. O acervo do local também continha gravações de conversas, cantos e rituais de dezenas de sociedades indígenas, muitas feitas durante a década de 1960 em antigos gravadores de rolo e que ainda não haviam sido digitalizadas. Alguns dos registros abordavam línguas já extintas, sem falantes originais ainda vivos.

Internet: <www.brasil.elpais.com> (com adaptações).

 

Texto II

Um conjunto milenar de gravuras rupestres sagradas para povos do Alto Xingu, localizado em uma gruta a sudoeste do território do Parque Indígena do Xingu, foi depredado e danificado em algum momento nos últimos meses. O local está na área de interesse para a construção da rodovia BR-242, em fase de produção de estudo de impacto ambiental, e da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste. Localizado fora da terra indígena, vem sofrendo com o desmatamento e com o assoreamento do rio. Conhecido como Gruta de Kamukuwaká, o sítio arqueológico, às margens do rio Tamitatoala, no Mato Grosso, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como patrimônio cultural desde 2010 e é considerado sagrado por 11 etnias indígenas do Alto Xingu. "Parece que bateram com um martelo. Destruíram a história de todo o Alto Xingu. E origem é a nossa identidade", disse Piratá Waurá, do projeto de valorização patrimonial da gruta.

Internet: <www.jb.com.br> (com adaptações).

 

Texto III

Você sabe o que é um museu?

O museu é uma casa de criação onde se preserva a memória de uma cidade, de um país, de uma pessoa, enfim é o lugar de histórias interessantes que nos faz viajar no tempo. Mas, apesar de contar histórias que já aconteceram, o Museu é o lugar para pensarmos o presente e refletirmos sobre o nosso tempo.

Internet: <www.casaruibarbosa.gov.br>.

 

Texto IV

JU – O que são “espaços da recordação”? Qual a importância deles para uma nação?

Aleida Assmann – Inclui muitas coisas. As localidades espaciais, como lugares onde aconteceram as coisas, que se tornam lugares de memória, de recordação, lugares de peregrinação ou de turismo; há lugares que são transformados em memoriais, em locais de memória. Num sentido mais amplo, espaços de recordações significam que a memória não é só uma “maleta”, na qual se colocam as coisas, mas uma espécie de esfera dentro da qual as pessoas se comunicam e onde vivemos. O conceito é um pouco mais amplo de espaço de recordação. Podemos conectar isso com o conceito de nação. A nação cria para si um espaço de imaginação no qual ela se localiza e no qual ela se orienta, dirige suas ações. A lembrança está muito ligada à imaginação.

JU – De forma mais resumida, como podemos definir o que é memória cultural?

Aleida Assmann – A memória cultural é um tipo de memória que sobrevive ao tempo, que transcende o tempo de vida do indivíduo. Existiu antes de mim e existirá depois de mim. Participo dessa memória cultural enquanto estiver vivo. Como essa memória existe por um longo tempo, os mortos podem se comunicar com os vivos e os vivos podem se comunicar com as próximas gerações. Se não tivéssemos esse conceito, cada um só teria à disposição sua própria memória e não haveria essa memória cultural.

Trecho de entrevista concedida por Aleida Assmann, pesquisadora alemã, ao Jornal da Unicamp (JU). Internet: (com adaptações).

 

Considerando que os textos apresentados têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo-argumentativo comentando a seguinte inscrição, que se encontra na entrada do prédio da antiga IG Farben, companhia química alemã que funcionou durante a Segunda Guerra Mundial, onde hoje se localiza o prédio principal do campus Westend da Universidade de Frankfurt, na Alemanha.

NENHUM DE NÓS PODE ESCAPAR À HISTÓRIA DO NOSSO POVO. NÓS NÃO DEVERÍAMOS E NÃO DEVEMOS DEIXAR O PASSADO DESCANSAR, OU ELE PODE RESSURGIR E SE TORNAR O NOVO PRESENTE.