(UNESP - 2014 - 1ª FASE)
A população de Londres, com 12% da população total do Reino Unido, exige uma pegada ecológica de 21 milhões de hectares ou, simplesmente, toda a terra produtiva do Reino Unido. Em Vancouver, no Canadá, constatou-se que a área exigida para manter o nível de vida da população corresponde a 174 vezes a área de sua própria jurisdição. Um habitante de uma cidade típica da América do Norte tem uma pegada ecológica de 461 hectares, enquanto na Índia a pegada ecológica per capita é de 45 hectares. Assim, o planeta sofre um impacto dez vezes maior quando nasce um bebê no primeiro mundo do que quando nasce um bebê na Índia, na China ou no Paquistão. Um malthusianismo cego, ainda hegemônico nas lides ambientalistas, está infelizmente muito mais preocupado com o controle da população na Índia do que com a injustiça ambiental que sustenta a injusta ordem de poder mundial.
(Rogério Haesbaert da Costa e Carlos Walter Porto-Gonçalves. A nova des-ordem mundial, 2005. Adaptado.)
No texto, os autores fazem uma crítica à abordagem malthusiana, que tende a considerar o tamanho da população como o fator principal do impacto sobre os recursos naturais existentes no planeta. Dessa forma, para se entender a atual “crise ambiental”, outros fatores, também importantes, devem ser levados em consideração, a saber,
o tamanho dos territórios de cada país e a falta de conhecimento sobre a quantidade de recursos naturais que cada população dispõe.
o baixo nível de renda das populações dos países desenvolvidos e seu reduzido grau de desenvolvimento tecnológico.
o modelo de desenvolvimento econômico adotado pelos países e os padrões de consumo difundidos em escala mundial.
o tamanho das populações dos países subdesenvolvidos e seu baixo nível de escolaridade.
o baixo desenvolvimento técnico-científico dos países e a ausência de conhecimentos sobre a finitude dos recursos naturais existentes no planeta.